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perfumaria e cosméticos, e afins. A Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) desde 2008 discute um modelo de logística reversa, com participação efetiva de um operador logístico, para pilhas e baterias. Em 2011 o plano foi colocado na prática, com 5 mil pontos de recolhimento em todo o Brasil, com meta de chegar a 6 mil no final do ano. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) possui 2.929 pontos de recolhimento (postos de gasolina e lojas de troca de óleo) espalhados por 1.296 municípios em SC, PR, SP, RJ. As embalagens devolvidas são acondicionadas em sacos, posteriormente pesados, e as informações armazenadas em um sistema – sabendo o peso, dia e local da coleta. Envia-‐se o material recolhido para uma das 13 centrais de recebimento, onde há uma última seleção de resíduos para que as emabalagens sejam separadas por cor, prensadas, colocadas em fardos e encaminhadas para empresas recicladoras de plásticos. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) faz, há mais de 10 anos, a logística reversa das embalagens de agrotóxicos vazias. Nesse segmento, segundo a lei 9.974/2002, o usuário final (agricultor) deve lavar e devolver as embalagens e inutilizá-‐ las; os revendedores devem informar na nota fiscal de venda o local onde a embalagem deve ser devolvida, disponibilizar o local e orientar o agricultor a como fazer este retorno. A indústria fabricante do produto é responsável por toda a logística de transporte e pela destinação final ambientalmente adequada. A logística reversa é realizada por uma empresa, acompanhada internamente e as despesas pagas integralmente pelo Instituto. É feito um rateio com base na quantidade de embalagens comercializadas, o tipo de embalagens (material, peso) e o local de comercialização. Em 2011, foram investidos R$53 milhões nas operações. A operação é otimizada, o mesmo caminhão que leva a embalagem cheia para o comerciante, na volta é roteirizado para passar em uma das centrais e trazer a embalagem vazia para o destino final. Em locais que o volume recebido não justifica a montagem de um ponto de recebimento, marcam dia, local, comunicam o mercado e uma equipe do Inpev efetua a coleta. A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), juntamente com a Associação Brasileira da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) trabalham em responsabilidade compartilhada, inicialmente conscientizando a população e identificando e capacitando, tanto gerencialmente quanto em termos de equipamentos, as cooperativas que iriam receber as embalagens. A população separa as embalagens e o município faz a coleta seletiva. Ocorre em SC, RJ e PR. A meta da Abipla é tornar as cooperativas auto-‐sustentáveis, capacitando-‐as. O setor de construção civil trabalha com a correta destinação dos resíduos de construção. Em 2002, teve a concepção da resolução Conama 307. A gestão dos resíduos reduz (não eleva) o custo para as obras. O Sindicato da Construção de SP publicou um manual de melhores práticas, distribuiu a seus associados e trabalha junto aos fornecedores de materiais a fim de explicar de que forma o gerenciamento de cada resíduo deveria ser realizado. Somente 25% do resíduo gerado pelo setor de material de construção é das construtoras, o restante é gerado por pequenas obras, realizadas basicamente em residências. Entrevista – Custo ou Oportunidade? A logística reversa ganhou novo impulso após a promulgação da PNRS. Mas também tem crescido muito o segmento de produtos que retornam sem terem sido utilizados – que é a logística reversa de pós-‐vendas –, seja do que retorna via comércio eletrônico, assistência técnica ou outros canais. A organização da logística reversa no Brasil ainda está engatinhando. Os processos ainda são muito embrionários, sem a eficiência necessária para capturar as oportunidades e a lucratividade potencial da logística reversa. Quando o setor retorna 10%, 15% dos produtos que vão ao mercado, se conseguir reduzir isto em 2% já estará lucrando. Hoje, as margens são bastante estreitas e uma economia de 2% é considerável. Gradativamente a visão da logística reversa como custo, e não como oportunidade, irá mudar. A PNRS acendeu uma luz sobre o pós-‐consumo. As empresas estão se mexendo e fazendo acordos setoriais. No caso do pós-‐vendas, as empresas estão mais acostumadas porque já tinham um esquema, bom ou ruim, para a retirada de seus produtos devolvidos. Elas têm isso na sua estratégia e começam a perceber que o que chamam de custo pode realmente ser um investimento