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DIR. PROC. PENAL II

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Processo x Procedimento
Processo: remete à existência de uma pretensão acusatória deduzida em juízo, frente a um órgão jurisdicional, estabelecendo situações jurídico-processuais dinâmicas, que dão origem a expectativas, perspectivas, chances, cargas e liberação de cargas, pelas quais as partes atravessam rumo a uma sentença favorável (ou desfavorável, conforme o aproveitamento das chances e liberação ou não de cargas e assunção de riscos). No processo penal existem duas espécies: processo penal de conhecimento e processo penal de execução.
Procedimento: entende-se o lado formal da atuação judicial, o conjunto de normas reguladoras do processo ou ainda o caminho (iter) ou itinerário que percorrem a pretensão acusatória e a resistência defensiva, a fim de que obtenham a satisfação do órgão jurisdicional.
O processo penal admite distintas relações configuráveis entre os atos, fazendo com que o processo de conhecimento comporte diferentes ritos, em função da natureza do delito ou mesmo da pessoa envolvida (prerrogativa de função).
Ainda que todos os procedimentos iniciem com uma acusação e tenham como epílogo uma sentença, existem variações na ordem ou na forma dos atos que integram esse itinerário. A regra é que o procedimento tenha um efeito progressivo, sendo o regressivo uma EXCEÇÃO reservada para atender à necessidade de refazer o que foi feito com defeito, ou seja, repetição por defeito processual sanável.
Nexo genético -> o ato posterior depende da prática de um antecedente, de modo que da acusação depende todo o processo, o debate (oral ou escrito) é o necessário prelúdio da sentença e, principalmente, os vícios do ato antecedente passam aos conseguintes.
	No Código de Processo Penal encontramos os seguintes ritos/procedimentos:
Rito Comum:
1. Ordinário: crime cuja pena máxima cominada for igual ou superior a 04 anos e está disciplinado nos arts. 395 a 405 do CPP;
2. Sumário: crime cuja pena inferior cominada for inferior a 04 anos (e superior a 2, pois, se a pena máxima for inferior a 2 anos, segue-se o rito sumaríssimo) e está disciplinado nos arts. 531 a 538 do CPP.
3. Sumaríssimo: crime de menor potencial ofensivo (pena máxima igual ou inferior a 2 anos) está previsto no CPP, mas disciplinado na Lei nº 9.099/95. O rito sumaríssimo está disciplinado nos arts. 77 a 83 da Lei, além dos institutos da composição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo (arts. 74, 76 e 89 da Lei nº 9.099/95).
Rito Especial:
1. Dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos: arts. 513 a 518 CPP.
2. Dos crimes contra a honra: arts. 519 a 523 do CPP.
3. Dos crimes contra a propriedade imaterial: arts. 524 a 530-I e também Lei nº 9.279/96.
4. Rito dos crimes da competência do júri: arts. 406 a 497 do CPP.
Outros ritos especiais...
1. Crimes Falimentares: Lei nº 11.101.
2. Tóxicos: Lei nº 11.343.
3. Competência originária dos Tribunais: Lei nº 8.658/93, que remete para a Lei nº 8.038.
4. Abuso de Autoridade: Lei nº 4.898/65.
5. Crimes Eleitorais: Lei nº 4.737/65.
6. Lavagem de Dinheiro: Lei nº 9.613, segue o rito ordinário, mas existem algumas peculiaridades previstas na referida lei.
Alguns critérios orientadores...
Gravidade do crime: aqui foi adotada a quantidade de pena aplicada.
Natureza do delito: partindo da natureza do bem jurídico tutelado, estabelece o processo penal um rito especial para os crimes dolosos contra a vida (arts. 406 a 497); tóxicos (Lei nº 11.343); honra (arts. 519 a 523); crimes falimentares (Lei nº 11.101), entre outros.
Qualidade do agente: isso explica o rito especial para os crimes praticados por servidores públicos e também aquele desenhado pela Lei nº 8.038 para os que gozam de prerrogativa de função.
“Forma é garantia”, ou seja, os procedimentos são INDISPONÍVEIS e constituem uma verdadeira GARANTIA do réu.
Condições da Ação no Processo Penal
Art. 43 CPP (revogado)
- Fato narrado ter aparência de crime;
- Punibilidade concreta (não pode estar extinta a punibilidade);
- Legitimidade (ativa e passiva);
- Justa causa/Filtro (caráter fragmentário do direito penal – ultima ratio)
Caráter fragmentário: princípio da insignificância, conduta social, bem jurídico relevante.
Juiz recebe a denúncia, abre vista a defesa, abre prazo para resposta (art. 396-A).
A resposta a acusação é IMPRESCINDÍVEL.
“Art. 396-A § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.”
Absolvição Sumária
Decisão de mérito que faz coisa julgada material e formal, art. 397 CPP. Causas TAXATIVAS, porém, o Juiz pode rejeitar a denúncia por justa causa após recebê-la.
“Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.”
Se não absolver... CONTINUA o processo. O juiz deverá designar a audiência de instrução e julgamento.
Princípio da identidade física do juiz: art. 399, § 2º. Atualmente, é muito excepcionado.
“Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.”
Audiência de Instrução e Julgamento
“Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.”
1º Ofendido
2º Testemunha de Acusação
3º Testemunha de Defesa
4º Peritos/Acareações/Reconhecimento
5º Interrogatório
-> ESSA ORDEM NÃO PODE SER INVERTIDA <-
“Art. 212.  As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.”
Estrutura ACUSATÓRIA (de acordo com a CF) -> o juiz perdeu o protagonismo (a partir de 2008 o sistema deixa de ser inquisitório), passa a ter papel secundário, complementar (vide parágrafo único). As partes, então, assumem o protagonismo.
Se ausente o MP, o juiz NÃO pode assumir o papel acusatório.
Oitiva dos Peritos
“Art. 159, § 5o  Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com  antecedência  mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar.”
“Art. 400, § 2o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.”
Testemunhas
Desistência (?) -> Não pode ser unilateral, deve estar sujeita ao contraditório. Considerando-se que as testemunhas são do processo (independente de por quem foram indicadas). 
“Art. 401, § 2o  A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.”
Interrogatório
Ato pessoal do réu -> Defesa por excelência.
Defesa Pessoal Positiva: quando o réu fala.
Defesa Pessoal Negativa: silêncio. NÃO implica em condenação ou confissão (art. 186, p. único).
Diligências
“Art. 402.  Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistentee, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.”
Debate
A regra é debate oral, porém o juiz poderá conceder prazo para as partes apresentarem memoriais (alegações finais escritas).
“Art. 403. (...)
 § 2o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
§ 3o  O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.”
 “Art. 476.  Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.”
Rito Sumário (art. 531 – 538)
Crimes cuja pena máxima é menor que quatro anos e a pena mínima é maior do que dois anos.
1º Denúncia ou Queixa
2º Recebe ou Rejeita (art. 395)
3º Resposta Acusação (art. 396)
4º Possibilidade de Absolvição Sumária (art. 397)
5º Audiência de Instrução e Julgamento: realizada no prazo de 30 dias.
	- Vítima
	- TA
	- TD
	- Peritos – Acareações
	- NÃO TEM DILIGÊNCIAS art. 402.
	- Interrogatório
	- Debate
	- Sentença
CINCO TESTEMUNHAS. -> art. 532
Rito Especial – Dos Crimes de Responsabilidade Funcional (art. 513 – art. 518)
Crimes previstos nos artigos 312 à 327 do Código Penal (Título XI, Capítulo I).
Ordinarização: o rito a ser seguido é o ordinário.
ou
Duplicidade: Denúncia ou Queixa – Notifica – Resposta (art. 514) – Recebe ou Rejeita – Recebendo, segue o rito ordinário - Cita/Resposta (art. 396) – Absolvição Sumária (sim ou não) – AIJ
Súmula 330 STJ: perdeu a eficácia à luz da nova redação do art. 396 CPC.
Rito Especial – Dos Crimes contra a Honra (art. 519 – art. 523)
Injúria, Calúnia e, por entendimento pacífico, Difamação.
Competência do JECRIM, porém, se houver concurso de crimes cuja pena máxima excede a competência do JECRIM utiliza-se o rito especial.
Denúncia ou Queixa – Audiência de Reconciliação apenas quando ação privada (pois a ação penal pública é indisponível) – Recebe ou Receita – Resposta Acusação – Absolvição Sumária – AIJ
“Art. 520.  Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.”
Hoje, à luz da CF, essa audiência é feita com a presença dos advogados das partes (interpretar conforme a CF).
“Súmula 714 STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.”
Portanto, pode ser Ação Penal Privada ou Ação Penal Pública Condicionada à Representação.
“Art. 523.  Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal.”
Exceção da verdade: apenas nos casos de calúnia e difamação.
Cabe pedido de explicações (por escrito) ANTES de entrar com a queixa (prazo de 6 meses)-> art. 144 CP.
Rito Especial – Lei de Tóxicos (Lei nº 11.343/06)
Três correntes:
a) A partir da Lei de Tóxicos -> Denúncia – Defesa Prévia – Recebe ou Rejeita - AIJ (Interrogatório, TA, TD, Debate e Sentença).
b) A partir da reforma de 2008 (vide art. 394, § 5º CPP) -> rito da lei de tóxicos – admite absolvição sumária – interrogatório no final.
c) Segue o rito ordinário.
Mais usados -> B e C.
	Dependendo do tipo penal, pode ser de competência do JECRIM. Artigos -> art. 28, p. único, art. 33, §3º e art. 38.
A lei de tóxicos exige laudo de constatação provisória feito por perito para receber a denúncia ou decretar a prisão. Porém, para a condenação o laudo necessário é o definitivo (materialidade demonstrada).
Quando ocorre transnacionalidade é necessário PROVAR a internacionalidade para ser de competência da Justiça Federal, se não provar, compete a Justiça Estadual.
Art. 243, CF/88.
“Art. 243 - As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único - Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.”
JECRIM – Rito do Juizado Especial Criminal (a partir do art. 60 da Lei nº 9.099/95)
Infração de menor potencial ofensivo ou lesivo: pena máxima igual ou menor que 02 anos.
“Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.”
Sistema de Justiça Negociada: vantagens e desvantagens.
Nos casos de concurso material, crime continuado ou concurso formal:
Corrente Majoritária nos Tribunais: aplica-se, por analogia, as súmulas 243 STJ e 723 STF.
“Súm. 243 STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.”
“Súm. 723 STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.”
Corrente Majoritária na Doutrina: avaliar os crimes de forma ISOLADA. Entra por analogia, no art. 60, p único.
“Art. 60. Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.”
Rito Sumaríssimo: 
TC -> Audiência Preliminar (espaço de consenso – apenas na ação penal privada ou ação penal pública condicionada: tentativa de conciliação, composição dos danos civis ou transação penal) -> Caso não haja acordo... -> Denúncia ou Queixa -> Citar o Réu -> AIJ (defesa prévia oral; juiz decide se recebe ou rejeita; se receber: vítima, TA, TD, interrogatório, debate oral e sentença).
Obs.: não existe IPL no JECRIM, mas sim TC (termo circunstanciado).
Institutos Processuais
1. Da Composição Civil: acordo entre vítima e autor do fato. O MP está presente, mas o acordo é essencialmente entre ofendido e agente.
Condições
a) Ação Penal Privada ou Ação Penal Pública Condicionada.
b) Título Executivo: trâmites do CPC.
c) Irrecorrível: sentença IRRECORRÍVEL.
d) Concurso de Crimes: dois ou mais autores.
Lei nº 9.099, arts. 74 e 75:
“Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzidaa termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.”
2. Da Transação Penal
Discricionariedade: súmula 696 STF.
“Súm. 696 STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.”
Condições:
a) NÃO pode ser reincidente. Apesar da transação ser um direito subjetivo, a transação é um BENEFÍCIO (contradição da lei).
b) Uma vez a cada CINCO anos.
c) Art. 59 do CP: Antecedentes; Conduta Social; Personalidade; Motivos e Circunstâncias. Se preencher os outros requisitos (estes objetivos) terá direito a transação penal.
d) Ação Penal Privada: pacífico na jurisprudência do STJ e STF que CABE transação penal em ação penal privada.
e) Recurso: súmula 337 STJ.
“Súm. 337: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.”
f) Descumprimento: se descumprida a transação penal SEGUE o processo.
3. Da Suspensão Condicional do Processo
-> Também cabe em ação penal privada.
Condições:
a) Pena mínima igual ou inferior a 01 ano.
b) Reparação do dano, se possível. Art. 89, § 1º, I.
“Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;”
c) Proibições e obrigações: não pode se ausentar da comarca sem autorização do Juiz, p. ex. Art. 89, § 1º, II, III e IV.
“Art. 89, § 1º:
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; -> MUITO COMUM (99% dos casos)
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. -> SUPER COMUM, geralmente é mensalmente, conduto pode se negociar.
d) Art. 77: multa não imp; Art. 59 CP.
e) Revogação: 
Obrigatória: reparação do dano ou outro crime. 
“Art. 89, § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.”
Facultativa: contravenção ou outros.
“Art. 89, § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.”
f) Extinção da Punibilidade:
“Art. 89, § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.”
Recursos
Rejeição: Apelação -> prazo de 10 dias.
Embargos Declaratórios -> prazo de 05 dias. Os ED’s SUSPENDEM o prazo para outros recursos.
Sentença Absolvição: Apelação -> prazo de 10 dias.
Turmas Recursais: órgão de 2º grau do JECRIM.
“Súmula 203 STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida, por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.”
“Súmula 640 STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.”
Obs.:
Interrupção: zera e tem o prazo cheio.
Suspensão: retoma a contagem de onde parou.
Tribunal do Júri
Legislação: art. 5º, XXXVIII, CF, art. 74, §1º CPP e art. 406 e ss CPP.
Denúncia ou Queixa/Recebe ou Rejeita/Defesa Escrita – 10 dias/Vista ao MP – Art. 409, preliminares e documentos/AIJ/Arrolar as Testemunhas de Plenário/Plenário.
AIJ: vítima; testemunhas de acusação; testemunhas de defesa; peritos; interrogatório; debate oral; decisão:
- Pronúncia: art. 413 CPP. Ocorre quando o juiz se convencer da materialidade e de que existem indícios suficientes de autoria ou participação. É uma decisão interlocutória, mista e não terminativa (pois continua o processo), atacável por um Recurso em Sentido Estrito do art. 581, inciso IV. NÃO FAZ coisa julgada material, apenas coisa julgada formal (só preclusão). Inclui somente qualificadoras e causas de aumento, NÃO se coloca agravantes.
“In dubio pro societate”: O Supremo Tribunal Federal (ver: RE 540999/SP) e o Superior Tribunal de Justiça (ver: HC 58.823/MT) recentemente reafirmaram a validade do brocardo, declarando ser incabível o trancamento de ação penal, na via estreita do habeas corpus, quando, presente a materialidade de crime doloso contra a vida, há indícios de autoria, sendo certo que, em caso de dúvida, em razão do princípio in dubio pro societate, norteador dessa fase preliminar de mera suspeita, cabe ao juiz acolher a acusação e pronunciar o réu.
“Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação
§ 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
(...)
§ 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. -> Depende da necessidade do caso concreto.”
Cuidado com a linguagem empregada na pronúncia para não contaminar os jurados. Atenção ao excesso de eloquência na decisão de pronúncia.
Art. 472, p. único e art. 478.
O que é uma pronúncia imprópria? é quando o juiz pronuncia o réu pelo crime, mas impronuncia (afasta) a qualificadora.
- Impronúncia: decisão terminativa que encerra o processo sem julgamento de mérito, da qual cabe apelação (art. 416 c/c 593, II).
“Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.”
- Absolvição Sumária: em situações extremas e expressamente previstas. Cabe apelação (art. 416). Também aplica-se o in dubio pro societate.
“Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.” -> Excludentes de culpabilidade e da ilicitude.
Culpabilidade: 
Imputabilidade X Inimputabilidade
Consciência potencial da ilicitude X Erro de proibição
Exigibilidade de condutar diversa X Inexigibilidade de conduta diversa
“Art. 415. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.”
Doente Mental (Inimputável)
Com tese defensiva: (legítima defesa, p. ex.) tratar como imputável = sentença de absolvição imprópria + medida de segurança.
Sem tese defensiva: única defesa -> inimputável = absolvição sumária + medida de segurança.
Conexão
O conexo será redistribuído.
- Desclassificação (própria ou imprópria): o juiz pode entender que o crime NÃO é doloso contra a vida. Desclassificar é dar ao fato uma definição jurídica diversa, é reclassificar o crime, tanto para mais grave como para menos grave. Essadesclassificação pode ser própria ou imprópria, e pode ocorrer na primeira fase ou no plenário. Na primeira fase é o juiz que faz, no plenário a desclassificação é feita pelos jurados
Própria: art. 581, II.
Imprópria:
1ª fase do rito: até a preclusão da decisão de pronúncia.
2º fase do rito: plenário. Só há júri se houver pronúncia.
Plenário: constitui o Júri; sorteio; oitiva da vítima; TA; TD; interrogatório; debates (MP e Defesa – 1h30; Réplica (MP decide se haverá) – 1h; Tréplica (Defesa) - 1h); quesitos; sentença.
- Desclassificação: pode ser própria ou imprópria. Quem decide são os jurados. A desclassificação se opera nas respostas que os jurados dão aos quesitos.
Própria: quando quesitados se o réu quis ou assumiu o risco e os jurados respondem NÃO, ou seja, negam o dolo. O juiz presidente decide em plenário, o processo NÃO é redistribuído. O espaço de decisão do juiz torna-se limitado, isto é, se os jurados já negaram o dolo o magistrado não poderá condenar o réu na forma dolosa.
Se os jurados negarem a tentativa também caracteriza-se desclassificação própria.
	Na desclassificação própria, o conexo segue o prevalente e o juiz presidente é quem vai julgar ambos.
Imprópria: quando os jurados responderem que ouve excesso culposo na excludente ou quando afirmarem que houve participação dolosamente distinta. O crime prevalente vai para o juiz presidente e ao afirmarem o excesso culposo na excludente ou a participação dolosamente distinta, entende-se que os jurados firmam competência para julgar o crime conexo.
Atenção -> “Súmula 191 STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.”
Art. 421 CPP Art. 422 05 dias para arrolar as testemunhas de plenário Art. 479, 481 Júri:
1º Sorteio dos Jurados: SETE. As partes podem recusar. A recusa pode ser:
Motivada: suspeição ou impedimento. Não tem limite (art. 471).
Imotivada: cada parte pode recusar até três jurados sem motivar (art. 468). Primeiro a defesa escolhe, depois o MP. 
2º Cópia da pronuncia/Relatório do processo: art. 472, p. único.
“Art. 472. Parágrafo único.  O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.”
3º Vítima, Testemunhas de Acusação e Testemunhas de Defesa SE ARROLADAS.
4º Acareações, reconhecimentos e esclarecimentos -> Art. 473, § 3º.
5º Interrogatório: art. 457 (direito de não comparecer). O júri acontece mesmo sem a presença do réu (se estiver solto). Se estiver preso e não comparecer deverá ser conduzido, caso contrário o julgamento será adiado.
6º Debates:
1h30 MP e 1h30 Defesa – Réplica (se o MP quiser) 1h – Tréplica (se houver réplica) 1h
Se houver mais de um acusado aumenta-se o tempo nos debates -> mais 1h.
7º Quesitos: art. 483. Os jurados deverão responder “SIM” ou “NÃO” aos seguintes quesitos. Problema nos quesitos é NULIDADE ABSOLUTA.
Materialidade do fato:
“no dia X a X horas na rua X FULANO DE TAL (vítima) foi atingido por disparos de arma de fogo sofrendo as lesões descritas no auto de necropsia da folha X que causaram a sua morte (...)”. 
“no dia X a X horas na rua X FULANO DE TAL (vítima) foi atropelado pelo carro X produzindo as lesões descritas no auto de necropsia da folha X que causaram a sua morte (...)”.
SIM ou NÃO? Se mais de três jurados disserem sim (art. 483, § 2º), eles estão afirmando a existência-materialidade do fato. Se disserem não (art. 483, § 1º), eles estão negando a materialidade do fato, e portanto, o réu está absolvido.
Autoria ou Participação:
“o réu MANÉ DE TAL desferiu os tiros referidos no quesito anterior?”. 
“o réu MANÉ DE TAL conduziu o veículo X placa X referido no quesito anterior?”.
Participação é CONCORRER para a prática de um crime (segurando a vítima, vendendo a arma, emprestando a arma etc).
“Art. 483. § 1o  A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
 
§ 2o  Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:
 
O jurado absolve o acusado?”
O SIM afirma a autoria, o NÃO é uma negativa de autoria (absolvição). 
ATENÇÃO: art. 483, § 4º
“Art. 483. § 4o  Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso.” 
“(...) assim agindo, o réu X dirigindo veículo de placa X quis ou assumiu o risco de causar a morte da vítima?” 
SIM -> afirmam o dolo, negando a tese da defesa, portanto vai para o quesito 3º. NÃO -> desclassificação própria = ACABOU (vai para o juiz presidente, art. 492, § 1º) e não vai para o terceiro quesito.
Obs.: se a tese é de desclassificação utiliza esse quesito antes da absolvição.
Absolvição do acusado: quesito OBRIGATÓRIO, sob pena de nulidade. 
“O jurado absolve o acusado?” SIM ou NÃO.
Só quesita os demais se estiverem presentes na pronúncia e se o réu for condenado (inciso IV e V).
Se os jurados condenaram...
“Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
I – no caso de condenação:
a) fixará a pena-base;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; 
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;”
Se os jurados absolvem...
“Art. 492. II – no caso de absolvição:
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; 
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.”
Sentença
É um ato jurisdicional por excelência. Ato de eleição de significados. 
Prova: mista (entre 4 e 6 questões objetivas e o restante dissertativa) morfologia dos procedimentos, formular os quesitos a partir de um exemplo e dar as consequências das respostas ao quesitos.
Matéria da P2
Atos Jurisdicionais
Despacho de Mero Expediente: são atos meramente ordenatórios, não têm cunho decisório e portanto não causam prejuízo e, de regra, são IRRECORRÍVEIS (porém, para qualquer ato SEMPRE cabe Embargos Declaratórios) Ex.: “Vista, Intime-se, Registre-se etc.”
Decisões:
	- Interlocutórias Simples: caráter decisório mínimo, como regra, não cabe recurso. Eventualmente, se causar algum gravame, cabe recurso (Habeas Corpus e Mandado de Segurança). Obs.: a decisão que recebe uma denúncia ou queixa é irrecorrível.
- Interlocutórias Mistas: já têm caráter decisório, ou encerra o processo sem julgamento de mérito ou encerra uma fase do procedimento. Como regra, são passíveis de Recurso em Sentido Estrito, mas pode eventualmente ser caso de Apelação. Ex.: decisão de impronúncia
Sentenças: é a decisão definitiva e terminativa do processo, acolhendo ou rejeitando a imputação formulada pela acusação
- Condenatória: quando julgam procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva. Requisitos: art. 387 CPP.
- Absolutória:  quando não acolhem a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado.
	- Absolutória Imprópria: é quando o juiz, reconhece não ter havido crime, por ausência de culpabilidade, aplica-se uma medida de segurança, é uma espécie de sanção penal, cuja a finalidade não é castigar ou simplesmente reeducar o acusado, mas curá-lo, pois trata-se de um doente-mental.
Requisitos da Sentença
1º Relatório: narrativa impessoal sem juízo de valor. Inciso I e II, art. 381 CPP.
2º Fundamentação: análise da prova e motivação jurídica. Inciso III e IV, art. 381 CPP.
3º Dispositivo: parte conclusão.Absolve, condena etc. Inciso V, art. 381 CPP.
“Art. 381. A sentença conterá:
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
V - o dispositivo;
VI - a data e a assinatura do juiz.”
Pode o juiz condenar ainda que o Ministério Público peça a absolvição?
	Pode, mas é substancialmente inconstitucional (p. ex.: viola o princípio da imparcialidade).
“Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.”
Princípio da Correlação ou Congruência
O espaço decisório do juiz vem demarcado pela acusação, o magistrado deve decidir nos limites do pedido. É o princípio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja inobservância acarreta a nulidade do processo. Está à serviço do contraditório. A violação gera NULIDADE ABSOLUTA.
Entende-se que deve haver uma correlação entre o fato descrito na denúncia ou queixa e o fato pela qual o réu é condenado. Ou seja, não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por fato do qual ele não foi acusado.
A regra geral é a imutabilidade do objeto do processo. O objeto do processo é igual a pretensão acusatória (elemento objetivo – fato; elemento subjetivo – as partes; elemento de atividade – ter uma acusação). Exceções: Emendatio Libelli (art. 383 CPP) e Mutatio Libelli (art. 384 CPP).
Emendatio Libelli: mera correção da tipificação legal, o fato natural permanece o mesmo. O juiz dá nova definição jurídica ao fato, devidamente descrito na denúncia ou queixa, ainda que importe em aplicação de pena mais grave. Não tem fato novo, não tem aditamento nem contraditório.
“Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.”
Mutatio Libelli: é a possibilidade do juiz dar nova definição jurídica ao fato, não descrito na denúncia ou queixa, devendo haver prévio aditamento da peça acusatória e, em qualquer situação, ouvindo-se a defesa. Fato Novo + Aditamento MP + Contraditório. 
“Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.”
Na dúvida SEMPRE art. 384 CPP.
Ver súmula: 337 STJ.
- Fato Natural: acontecimento da vida. “Fulano de Tal levou três facadas no dia X”.
- Fato Penal: é a tipificação.
- Fato Processual: fato natural + fato penal.
É possível aplicar o art. 383 no momento do recebimento da denúncia?
Predomina o entendimento majoritário de que não. Entretanto, já existe uma boa doutrina crítica que defende que excepcionalmente quando o excesso de acusação é escancarado é cabível a aplicação do art. 383.
Súmula STF nº 453
“Não se aplicam à segunda instância o Art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.”
Seria a supressão de um grau de jurisdição e violação ao contraditório. Porém, pode aplicar o art. 383 (mera correção da tipificação).
Classes de Incongruência
Extra Petita: quando julga fora do pedido. Ex.: não houve aditamento e o juiz julga fato novo.
Citra Petita: quando julga aquém do pedido. Ex.: o MP imputa a prática do pedido A e B, o magistrado se manifesta apenas quanto ao A, quanto ao B nem se manifesta.
Ultra Petita: visão além do pedido.
Coisa Julgada
Para fins de coisa julgada o que importa é o fato natural.
1ª Coisa Julgada Formal: efeito interno de irrecorribilidade, eficácia preclusiva. Não há análise de mérito.
2ª Coisa Julgada Material: produção exterior dos efeitos, imutabilidade que excede os limites do processo e que envolve SEMPRE análise de mérito. Garantia do “ne bis in idem”. Somente haverá coisa julgada plena em relação à sentença absolutória ou declaratória de extinção da punibilidade. A sentença condenatória faz coisa julgada mas não com plena eficácia, pois cabe revisão criminal até mesmo após a morte do réu.
Limites da Coisa Julgada
Limites Objetivos: diz respeito ao fato natural, a circunstância fática e gera a impossibilidade de alguém ser processado novamente sobre o mesmo fato apenas com uma nova tipificação (para evitar o bis in idem).
Limites Subjetivos: diz respeito ao réu, ao imputado. É a impossibilidade de acusar a mesma pessoa duas vezes pelo mesmo fato.
Teoria das Nulidades ou Invalidades Processuais
Forma é garantia (limite de poder) => Legalidade
- Defeito: não é falta.
- Falta: não foi feito (inexistência).
- Feito com defeito: refeito (sem defeito) => repetição/sanar
- Não foi feito: não tem defeito => não foi feito
Atos Inexistentes:
Ato Irregular: defeito de mínima relevância que não gera prejuízos para as partes, nem afeta a essência do ato.
Nulidade Relativa: norma que viola o interesse de parte; não pode ser conhecida de ofício (o interessado deve arguir no momento certo); se convalida pela preclusão (alegar no primeiro momento processual possível) e deve demonstrar o prejuízo do ato defeituoso.
Nulidade Absoluta: normas cogentes que tutelam interesse público; ou violação a constituição e seus princípios (presunção de inocência, contraditório/ampla defesa, jurisdicionalidade, motivação das decisões e acusatório); não se convalida; não preclui; pode ser arguida a qualquer tempo e conhecida ex oficio e o prejuízo é presumido.
Nulidade Sanável: pode repetir o ato sem defeito.
Nulidade Insanável: ato nulo (gera privação de efeitos ou quando se trata de ato processual com caráter probatório gera proibição de valoração probatória).
Teoria dos Prejuízos nas Nulidades: a parte deve demonstrar que o ato processual praticado em desconformidade com o – gera prejuízo.
“Art. 563.  Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.”
Princípio da Contaminação: art. 573 e 567.
“Art. 567.  A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
(...)
Art. 573.  Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1o  A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. -> Nulidade derivada (por contaminação)
§ 2o  O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.”
Recursos
Retomar os cursos.
Conceito: meio processual através do qual a parte que sofreu um gravame postula a modificação, no todo ou em parte, de uma decisão judicial ainda não transitada em julgado, no mesmo processo em que ela foi proferida.
Natureza Jurídica: o recurso é uma continuidade do processo, um retomar o curso, o desdobramento da pretensão acusatória ou da resistência (defesa) na mesma situação jurídica originária. É um desdobramento do processo existente e NÃO um novo processo.
Duplo Grau de Jurisdição e Competência Originária: o princípio do duplo grau assegura o direito de que o prejudicado pela decisão possa submetê-la a análise de outro órgão jurisdicional, hierarquicamente superior. Não foi expressamente consagrado pela Constituição, mas está no art. 8.2, h, da CADH (que, segundo o STF, tem status supralegal, ou seja, acima das leis ordinárias, mas abaixo da CF). Quando existe prerrogativa de função, há severasrestrições a essa garantia. Contudo, predomina o entendimento de que a Constituição pode restringir a garantia do duplo grau de jurisdição e assim o faz, quando fixa os casos de julgamento originário pelos tribunais.
Classificação Doutrinária dos Recursos: 
Pode ser de fundamentação livre (discute o que quiser, Apelação, p.ex.) ou vinculada (quando a lei diz que só pode recorrer daquele aspecto, REsp, RE, EI, p. ex.).
Existem diferentes formas e categorias para classificar os recursos, sendo as principais:
Recursos Ordinários ou Extraordinários: conforme permitam a discussão das questões de fato e direito ou apenas de direito (Apelação).
Recursos Totais ou Parciais: conforme a extensão da matéria impugnada.
Recursos de Fundamentação Livre ou Vinculada: atendendo a existência ou não de restrição legal da fundamentação do recurso.
Recursos Horizontais ou Verticais: segundo eles sejam julgados pelo mesmo órgão jurisdicional que proferiu a decisão ou por órgão superior (Embargos Declaratórios).
Recursos Voluntário ou Obrigatórios: conforme dependam de manifestação da parte interessada ou exijam um reexame obrigatório (essa modalidade é criticável). Art. 574
Recursos de Ofício: é ato de parte, não de juiz. É ilegítimo. Art. 746 CPP.
Efeitos: devolutivo (regressivo, reiterativo ou misto) e suspensivo.
Devolutivo: atendendo ao tantum devolutum quantum appellatum, diz respeito ao quanto se devolve de matéria (total ou parcial) e a quem será devolvido o conhecimento (regressivo = mesmo órgão – reiterativo = tribunal ad quem – misto = regressivo no primeiro momento e reiterativo depois).
- Interativo/Regressivo: Ed’s -> retrocede.
- Reiterativo/Devolutivo: devolve para órgão superior. Apelação, RE, REsp.
- Misto: no primeiro momento é regressivo, no segundo é devolutivo próprio (Recurso em Sentido Estrito).
Suspensivo: determina a possibilidade ou impossibilidade de a decisão surtir todos os seus efeitos antes do trânsito em julgado. O recurso da sentença absolutória nunca terá efeito suspensivo. Já em relação à sentença condenatória, diz respeito ao direito de recorrer ou não em liberdade, estando a discussão fundida com as regras de prisão cautelar (especialmente a “necessidade” ou não da prisão preventiva). Diz respeito à eficácia ou ineficácia da presunção constitucional de inocência. Ver arts. 596 e 312 CPP.
“Súmula 160 STF: É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.”
Princípio da Irrecorribilidade dos despachos: as interlocutórias simples são recorríveis, as mistas não. SEMPRE cabe ou pode caber Embargos Declaratórios.
Complementaridade recursal: recurso com base numa situação (decisão), se houver fato superveniente pode complementar o recurso.
Quando se retrata, opera-se uma inversão do gravame (sucumbência-prejuízo). Aquele que inicialmente não era o prejudicado passa a ser.
“Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.”
Se couber recurso da nova decisão. 
ATENÇÃO: A decisão de recebimento é IRRECORRÍVEL.
Apelação
	Apelação é um recurso por excelência. Permite a ampla discussão sobre a matéria. Um novo julgamento sobre o julgado (Carnelutti).
Tem dois momentos: interposição e razões. Pode ser interposta por petição ou termo nos autos. CINCO DIAS para interpor e OITO DIAS para razões. 
Exceção: assistente da acusação (15 dias).
Art. 593:
I – sentença definitiva NÃO SIGNIFICA transito em julgado, mas sim de mérito (que condena ou absolve).
II – decisão que decreta perempção, impronúncia etc as que não estão previstas no rol do RSE (art. 581). Apelação “genérica”.
III – Tribunal do Júri: 
“Súmula 713 STF: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.”
A devolução da matéria fica adstrita a alínea na qual a apelação foi fundamentada.
Nulidade POSTERIOR à pronúncia, pois se há uma nulidade anterior à pronúncia alega como preliminar do RSE. Consequência: se for acolhido o recurso, repetição do julgamento.
Sentença do Juiz-Presidente: acolhendo o recurso, o tribunal ad quem RETIFICA, não há novo júri (§ 1º).
Erro ou Injustiça: nas hipóteses em que o juiz viola o artigo 59 ou quando a pena é injusta, ou seja, excessiva. Se o tribunal der provimento RETIFICA, sem novo júri (§ 2º).
Decisão manifestamente contrária a prova dos autos: decisão completamente isolada, sem nenhum abrigo na prova dos autos (§ 3º). Não cabe contra sentença absolvitória.
Discussão sobre qualificadora: durante muito tempo se entendia que cabia na alínea “c”, hoje é pacífico que a discussão deve ser feita na letra “d”.
Apelação pegar última aula
Embargos Infringentes
Só cabem de um julgamento não unânime (2x1) proferido ao julgar uma Apelação, RSE ou Agravo da LEP.
- Não possui os dois momentos da Apelação e do RSE, interposição e razões juntas -> Prazo único de 10 DIAS. 
É EXCLUSIVO da defesa.
Como regra geral têm efeito SUSPENSIVO, mas existe um problema em relação a divergência parcial e o Recurso Especial e Recurso Extraordinário.
Condenação do Réu - TRF ou TJ 
- Preliminar de nulidade: 3x0 rejeitam a preliminar. REsp e RE 15dias.
- Mérito da Absolvição: 2x1 2 condenam e 1 absolve. -> EI 10dias.
- Justiça Federal: Primeiro EI e depois RE e/ou REsp (analogia art. 498 CPC).
“Art. 498 - Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos.”
“Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.”
- Justiça Estadual/TJRS: interposição simultânea, quanto ao 2X1 EI e quanto a preliminar REsp e/ou RE.
OU
- 2x1 da preliminar: EI depois RE e/ou REsp.
- 3x0 do mérito: NADA.
Embargos Declaratórios (arts. 382 e 619-620)
Cabem de qualquer decisão, despacho ou sentença. Inclusive de despacho de mero expediente. Não se exige preparo, e QUALQUER das partes pode interpor. A interposição se dá por petição já com a fundamentação.
Decisão de primeiro grau: art. 382 CPP.
“Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão.”
Prazo de 02 dias com efeito interruptivo.
Exceção: JECRIM art. 83, Lei 9.099 -> 05 dias com efeito suspensivo.
Decisão de segundo grau: arts. 619 e 620 CPP.
“Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.”
Excepcionalmente, podem ser utilizados para pré-questionamento de REsp e RE.
Efeito regressivo, volta para o mesmo juiz que proferiua decisão, como regra interrompe o prazo para outros recursos. No âmbito do JECRIM, não zera e começa de novo, após a decisão já começa a contar o prazo da Apelação (6, 7, 8, 9, 10).
Excepcionalmente, poderão ter efeito infringente ou modificativo.
Agravo
Segue a temática do RSE. Sempre que houver uma decisão que gere um prejuízo ao preso.
Efeito devolutivo misto: primeiro vai para o juiz que proferiu a decisão para que mantenha ou se retrate, se mantiver aí vai para o Tribunal.
Carta Testemunhável (arts. 639-646)
	Por petição, no prazo de 02 dias. Ataca decisão que denega recurso ou que recebe o recurso mas não deixa subir. Serve para impugnar decisão que denegou RSE ou Agravo da LEP.
“Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.”
Procedimento do art. 641 do CPP.
Efeito devolutivo misto: é regressiva no primeiro momento e caso não seja retratada a decisão, será devolvida para o tribunal.
Recurso Especial e Recurso Extraordinário
Primeiro é feito um juízo de admissibilidade no TJ ou no TRF (tribunal a quo). Os recursos exigem o esgotamento das vias recursais ordinárias. Não se discute matéria de fato ou prova (súmula 7 STJ e súmula 279 STF). Atenção: não se discute prova, mas pode se discutir o regime da prova (lícita ou ilícita).
Prazo de interposição: 15 dias.
Recurso Especial: ao Superior Tribunal de Justiça, Lei nº 8.038, art. 105, III da CF e Regimento Interno do STJ. Súmula 203 STJ e 640 STF. INFRACONSTITUCIONAL.
JECRIM: decisão de Turma Recursal NÃO cabe REsp, só o RE.
“Art. 105. III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”
Alínea “a”: Código Penal, Código de Processo Penal e Leis Ordinárias. Discutir a ilicitude da prova (art. 157) não é reexame (súmula 7), portanto cabe REsp.
Obs.: Divergência na doutrina - predomina o entendimento de que quanto a Convenção América de Direitos Humanos, por ter um caráter supralegal (abaixo da CF mas acima das leis ordinárias) caberia RE não REsp.
Alínea “b”: não é matéria penal.
Alínea “c”: súmulas 13 e 83 do STJ, art. 26, parágrafo único da Lei 8.038.
Recurso Extraordinário: Supremo Tribunal Federa, Lei nº 8.038, art. 102, III da CF e Regimento Interno do STF. CONSTITUCIONAL.
“Súmula 281 STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.”
“Art. 102. III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.”
Alínea “a”: missão de guardião da CF. Essa ofensa deve ser direta e frontal à Constituição (sem lei ordinária no caminho).
Alínea “b”: súmula vinculante 10 (reserva de plenário). Ex.: violação à CADH.
Alíneas “c” e “d”: não são matéria penal.
As súmulas servirão como medidas restritivas de acesso.
Se há violações “duplas” (CP e CF, p. ex.) REsp e RE ao mesmo tempo (no mesmo prazo).
É exigido preparo (súmula 187 STJ) para ambos os recursos, é imprescindível.
Ambos os recursos tem efeito devolutivo (sobe) e fundamentação vinculada (“vinculada ao artigo “X”).
Art. 27,§ 2º, Lei 8.038: “§ 2º - Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo.”
Pré-questionamento: a rigor, quem faz o prequestionamento é o Tribunal. O prequestionamento exige manifestação do Tribunal. A parte interessada indica, ventila, suscita... Se o Tribunal NÃO se manifestar entra-se com Embargos Declaratórios quanto ao pré-questionamento, para ventilar novamente. Negar os ED’s viola o art. 619 CPP (Embargos Declaratórios).
“Súmula 211 STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal "a quo".”
Pode ser explícito: é quando o acórdão recorrido expressamente enfrenta a questão. Como regra, o STF só aceita o explícito.
E implícito é quando o tribunal decide sem enfrentar diretamente a violação.
Repercussão Geral – Art. 102, § 3º CF
	Deve ser feita através de uma preliminar formal (demonstrar) mostrando que a questão gera problemas gerais, não apenas ao caso em tela.
“Art. 102. § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.”
Ver: HC 94.408 - HC 96.059
Direito de recorrer em liberdade: para atribuir efeito suspensivo no STJ medida cautelar inominada (art. 798 CPC) – no STF Habeas Corpus preventivo.
TJ e TRF: pré-admissibilidade do recurso. Se o tribunal a quo não admitir... Em 05 dias entrar com um Agravo em REsp ou Agravo em RE. Lei 12.322 + art. 544 CPC + Súmula 699 STF + Resolução 07/10 STJ e Resolução 450 e 451 STF.
Habeas Corpus
Ação de natureza mandamental -> eficácia da sentença (faz isso, não faz isso...) com status constitucional, é uma ação de cognição sumária/limitada (não admite ampla dilação probatória ou análise complexa de prova, a prova deve ser pré-constituída. Não pode discutir tudo sobre circunstâncias fáticas ou aspectos formais de crime; não discute se é ou não é autor – trabalha com o fumus).
Pode ser preventivo ou liberatório. O preventivo é quando está na iminência de sofrer uma ilegalidade e entra com o HC para prevenir (chamado de salvo conduto). O ato coator ainda não existe, é uma ameaça de sofrer a coação. No liberatório já está sofrendo a coação e quer uma ordem para fazer cessar este ato ilegal.
“Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”
Art. 648 (análise) – Cabimento do Habeas Corpus (contra ato de Juiz e Tribunal)
I - Quando não houver causa que legitime a prisão ou a coação ilegal;
II – Excesso de prazo -> pena máxima 04 anos; prazo – sanção = ineficácia;
III – Autoridade que decretou a prisão não tem competência para fazê-la;
IV – Cessou o motivo que autorizou a coação. As prisões cautelares são situacionais, ou seja, tutelam uma situação fática. Desaparecida a situação fática legitimante cabe HC.
V – Fiança;
VI – Processo manifestamente nulo. Habeas buscando anulação do processo, como instrumento de colateral ataque. Ex.: perícia ilegal, quebra de sigilo fiscal ilegal etc;
VII – Extinção da punibilidade.
Habeas Corpus contra ato de particular. Cabe?
O habeas não exige autoridade coatora, mas sim violência ou coação ilegal. Ex.: internação compulsória.
Segue o princípio de hierarquia, escalonamento hierarquizado. Sempre para uma autoridade superior àquela que cometeu o ato.
Polícia -> Juiz
Juiz -> TJ ou TRF
Tribunal -> STJ
STJ -> STF
STF -> DEUS!
No caso de particular endereça-se ao Juiz de primeiro grau.
JECRIM -> Turma Recursal
Turma Recursal -> TJ
Quando for ato coator de Promotor de Justiça -> TJ 
“ 	“ Procurador da República -> TRF
Habeas continuação... pegar com Érica
NÃO É UM RECURSO, é uma ação de cunho mandamental, na qual não se admite produção de prova (dilação probatória) muito menos incursões no conteúdo probatório. Permite que discuta prova pré-constituída e o regime legal das provas (licitude ou não).
Recurso Ordinário Constitucional
Prazo -> 05 dias. Interposto poradvogado. Não tem custas processuais nem efeito suspensivo. NÃO CABE LIMINAR.
“Súmula 319 STF: o prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em "habeas-corpus" ou mandado de segurança, é de cinco dias.”
Revisão Criminal – Art. 621 e ss CPP
NÃO É RECURSO. É uma ação de impugnação de competência originária dos tribunais e que tem uma força constitutiva negativa. Serve para desconstituir um julgado ou decisão. Meio extraordinário de impugnação, ação de impugnação, etc. O objeto será SEMPRE uma sentença condenatória ou absolutória imprópria, é sempre PRO RÉU, nunca PRO SOCIEDADE. Só cabe em processos com TRÂNSITO EM JULGADO.
“Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.”
Art. 621 – I: Quando a conduta é atípica, p. ex. quando há nulidade processual. E quando a decisão for manifestamente contra a prova.
II – Prova falsa. É necessário demonstrar o nexo causal. A sentença deve ter se fundado 100% na prova falsa.
III – Surgimento de novas provas ou aquela pré-existente mas que era desconhecida e não foi introduzida no processo. Cautelar de Justificação, art. 861 CPC.
Competência
Da decisão de primeiro grau: para o TJ ou TRF.
Da decisão de segundo grau: para o grupo criminal (formado por 2 câmara) ou seção criminal.
Quando é decisão proferida pelo STJ ou STF: uma revisão criminal só é julgada pelo STJ quando os argumentos da revisão coincidirem com aqueles argumentos da decisão proferida em REsp. Por exemplo: nulidade, prova ilícita.
Para STF é a mesma coisa.
Não pode ser o mesmo relator.
Não se fala em efeito devolutivo ou suspensivo POIS NÃO É RECURSO, É UMA AÇÃO.
Excepcionalmente o relator recebe a revisão criminal, quando a ilegalidade é escancarada art. 654, 2º.
NÃO TEM PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO.
Até para decisões do Júri: emendatio libelli (art. 383).
“Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.”
A responsabilidade do Estado é OBJETIVA.
“Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2o A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.”
Mandado de Segurança – Art. 5º, inciso LXIX e Lei 12.016/2009
Atua num espaço da qual não cabe recurso nem habeas corpus. É uma ação autônoma de impugnação, não é recurso. De natureza mandamental que pode ser utilizada tanto pela defesa como pela acusação. Tem um rito especial e uma cognição sumária. PROVA PRÉCONSTITUIDA PARA AMPARAR O DIREITO LÍQUIDO E CERTO. Paga custas em cima do valor de alçada.
Prazo decadencial de 120 dias a contar da ciência do ato coator. -> Súmula 632 STF.
SÓ CABE CONTRA ATO DE AUTORIDADE.
NÃO CABE MS:
“Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado.”
Juiz e Promotor: TJ
Juiz Federal e Procurador: TRF 
É imprescindível um advogado constituído.
Dois momentos: liminar com status cautelar, fundamentada em fumus boni iuris e periculum in mora.
O sistema recursal é do CPC.
Correição Parcial
É para atacar uma ação tumultuária do juiz no processo.

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