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Aula 5

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Aula 5 – Planejamento no Campo da Educação
Nesta aula, trataremos do planejamento no campo da educação, ressaltando sua relevância, na medida em que permite ao profissional da educação organizar o processo formativo dos educandos. Planejamento, portanto, é ato que visa ao futuro; é uma atividade que projeta, organiza e sistematiza o fazer, envolvendo um processo de construção de ideias para a tomada de decisões. Mas é importante lembrar que essas decisões não são infalíveis, podendo implicar em revisão e adaptações, o que faz ser dinâmico e não um produto estático.
Entretanto, isso vai depender dos princípios filosóficos, pedagógicos do ato de planejar, pois, talvez, outras pessoas compreendam o planejamento como um roteiro a ser seguido sem desvios. Além disso, trataremos o projeto político pedagógico da escola e as relações com o planejamento de ensino do professor, ressaltando que a autonomia docente é fundamental para a formação emancipada das novas gerações. Ressaltaremos que um projeto aberto de escola que respeite a diversidade cultural, requer articulação entre o currículo disciplinar e o currículo real.
Planejamento no Campo da Educação: Níveis de Planejamento e Seus Fundamentos
Todo planejamento envolve definir metas; incluir parâmetros e refletir princípios educacionais que sejam capazes de orientar o processo de formação humana, ter relação com a sociedade e com que projeto de homem se pretende formar. Podemos dizer que planejar é estudar, é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema. Diante de um problema devemos procurar refletir para decidir quais as melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a partir de certa realidade.
A reflexão, o pensar em torno da existência, é uma experiência essencialmente humana. Imaginar o futuro, antever o próximo passo, pensar antes de agir, é uma atividade que expressa a racionalidade humana. O planejamento se preocupa com “para onde ir” e quais as maneiras adequadas de se chegar lá, tendo em vista a situação presente e as possibilidades futuras.
Planejamento no Campo Educacional
No campo da educação, temos os seguintes níveis de planejamento: educacional, curricular e de ensino. Vamos compreender cada um desses níveis?
Planejamento Educacional ( Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos a longo prazo que definam uma política da educação.
Planejamento Curricular ( Refere-se aos planos desenvolvidos por instituições educacionais que deverão tomar como base os órgãos governamentais para elaborar e executar suas propostas pedagógicas, implicando na definição de conteúdo, carga horarias, tipos de atividades, e obedece orientações das Diretrizes Curriculares.
Planejamento de Ensino ( Planejamento desenvolvido por educadores/professores no âmbito de suas atividades. Tem relação direta com o fazer docente, pois ao assumir uma disciplina, um professor precisa tomar uma série de decisões tendo como base o planejamento curricular para elaborar seu planejamento de ensino e seus planos de aula.
A importância do Planejamento
Parece que não há mais dúvidas quanto à importância do ato de planejar, independente da instância, porém, no que diz respeito ao planejamento de ensino, há que se dizer que muitos professores lidam com ele como se fosse apenas uma tarefa burocrática, não tomando essa tarefa como uma oportunidade de reflexão sobre o sentido da prática, de educar e do aprendizado. Normalmente, isso ocorre com professores que fazem de sua aula mera reprodução de conhecimentos; ficam aprisionados ao livro didático e tomam aqueles conteúdos como única possibilidade, repetindo o que foi construído por outra pessoa. Estando o material todo pronto, basta repassá-lo.
O Planejamento e o Compromisso Sócio-Político
Diante do que vimos até aqui, você consegue responder por que o plano de ensino é tão importante para a prática pedagógica? Ao construirmos nossos planos de ensino, planejamos o que temos a intenção de fazer. “Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível” (VEIGA, 2002, p.12).
Nessa linha de pensamento, o planejamento busca um rumo, é uma ação intencional com sentido explícito, com compromisso, porém, deve ser definido e (re) definido coletivamente. Deve estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e de acordo com o interesse da população majoritária, ou seja, de todos os membros da comunidade escolar, dentre eles alunos, professores, direção, funcionários, de modo que ao participarem democraticamente de sua elaboração, se sintam retratados e responsáveis com as decisões educacionais. Conforme as palavras de Freitas (1991, p. 23) “tem que nascer no próprio chão da escola”.
Para que o planejamento nasça no próprio chão da escola”, como vimos anteriormente, são necessárias mudanças na própria lógica das instâncias superiores, em sua cultura organizacional, refletindo em uma nova prática. Na concepção de Veiga (2002) ao se construir um processo democrático de decisões, a preocupação deve voltar-se para a instauração de uma forma de organização do trabalho pedagógico que: supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentados da divisão de trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão (p.13-14).
Na prática, significa abrir um espaço permanente de diálogo entre os profissionais da educação, os sujeitos da comunidade escolar, visando à contextualização do ensino, a não dicotomia entre escola e sociedade, não trabalhando, exclusivamente, os conteúdos estabelecidos no currículo obrigatório determinado pelos órgãos superiores governamentais e consequentemente pela escola. Em outras palavras, estamos convidando os graduandos do curso de formação de professores à reflexão sobre o planejamento como um ato político, cujos contextos, social imediato (a sala de aula) e social mais amplo (a sociedade) deverão ser indissociáveis.
Autonomia Docente na Escola
Mas, como propor uma escola democrática e uma educação transformadora e emancipada aos alunos se o próprio professor não resgata a sua autonomia docente na escola, se o próprio professor não é autor de sua própria prática porque não interiorizou o conceito de autonomia docente?
Na visão de Vasconcellos (1995) o planejamento é um excelente caminho para melhoria da qualidade do ensino, pode ser uma estratégia política de lutas, de emancipação do professor, cumprindo um papel social de humanização, onde o aluno cresça como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalho menos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, (re)significá-la e buscar novas alternativas junto com seus alunos. Há uma diferença substancial entre traçar nossos próprios caminhos e reproduzir mecanicamente a prática de “terceiros”, sem noção clara do que se está fazendo.
Lopes (1992), por sua vez, indica alguns pressupostos que consideram a dinamicidade do conhecimento escolar e sua articulação com a realidade histórica quando se trata de planejar o ensino. São eles: produzir conhecimentos tem o significado de processo, de reflexão permanente sobre os conteúdos aprendidos buscando analisá-los sob diferentes pontos de vista; significa desenvolver a atitude de curiosidade científica, de investigação da realidade, não aceitando como conhecimentos perfeitos e acabados os conteúdos transmitidos pela escola, ou seja, previstos no planejamento curricular.
O Currículo e a Cultura dos Alunos
Para Sacristàn (1995), o currículo obrigatório oficial deve ser articulado à cultura vivida e, nesses termos, o autor propõe que o currículo se fundamente no multiculturalismo, no qual os interesses de todos sejam representados. Mas, para torná-lo possível, é necessária uma estruturacurricular diferente da dominante e uma mentalidade diversa por parte dos sujeitos envolvidos no processo educativo: alunos e professores reflexivos e culturalmente comprometidos, conforme sinaliza Canen (1997), além da direção e da comunidade.
Essa mentalidade, essa estrutura e esse currículo têm de ser elaborados e desenvolvidos de modo que a escola seja considerada um projeto aberto, no qual caiba uma cultura que respeite a heterogeneidade e seja um espaço de diálogo e de comunicação entre grupos sociais diversos. Trata-se de criar um contexto democrático de decisão sobre os conteúdos de ensino, configurando uma ideia mais ampla e real de escolarização. Na visão de Moreira e Santos (1995) os conteúdos têm de ser vistos como algo a ser questionado, analisado e negociado e não divorciado do significado humano.
Planejamento Participativo
O planejamento participativo se propõe a romper a lógica hierarquizada e verticalizada de gestão. Ele emerge de estruturas mais horizontais que permitam a fluidez de informações entre todos os participantes, sem fomentar a tradicional separação entre “pensar” e “fazer”, “decidir” e “executar”. Assume que a efetividade de um processo está na capacidade de entender que o poder emana da responsabilidade de cada um e não da posição hierárquica que ocupa na organização. Neste modelo, todos têm um nível de responsabilidade, que se transforma em corresponsabilidade na tomada e execução das decisões.
O planejamento participativo não implica em reunir todo mundo para planejar tudo, o tempo todo. Significa organizar as formas de participação e instâncias de tomadas de decisões. Diferentes instâncias envolvem diferentes níveis/formas de participação dos agentes envolvidos no projeto educativo que se deseja planejar, seja em nível governamental ou na escola propriamente dita. Especialmente, tratando-se do planejamento participativo na escola, requer abrir espaço para que vozes sejam ouvidas; requer uma mentalidade diferente por parte de alunos, professores, pais, funcionários, comunidade, inclusive os agentes que confeccionam os materiais didáticos como as editoras.
O planejamento participativo não dispensa uma coordenação, ao contrário, seu papel será de fundamental importância visto que deverá ser capaz de articular e catalisar os diferentes interesses e perfis existentes no grupo. Seu desafio é estimular a participação construtiva de todos os sujeitos da comunidade escolar e para isso precisa ser incentivadora, dinamizadora e facilitadora do processo de construção coletiva para que as metas definidas sejam alcançadas. Claro que a realização de um planejamento participativo não é uma tarefa fácil, pois exige um comprometimento maior de todos os sujeitos envolvidos com a formação das novas gerações. No entanto, podem existir resistências daqueles que perderão privilégios, medo e insegurança frente às situações desconhecidas. Daí a relevância de uma gestão democrática, com uma definição clara do que se pretende. Fundamental é estudar o contexto onde a escola está inserida, fazer um diagnóstico da realidade, um levantamento das necessidades da clientela. Vejamos algumas especificidades do planejamento participativo:
Dificuldades Encontradas Durante o Processo:
Carência de objetivos claros e bem definidos
Exigência de planejamentos sofisticados
Centralização das decisões e ações; crença de que quem planeja é uma pessoa hierarquicamente acima
Manutenção das estruturas tradicionais
Falta de hábito de crítica e autocrítica; medo, resistência
Falta de habilidade para focalizar necessidades presentes e futuras
Carência de recursos humanos e matérias
Ausência do diálogo
Requisitos:
Criatividade
Vontade e ousadia
Tempo para que vozes sejam ouvidas
Recursos
Flexibilidade
Bom senso para definir prioridades
Disponibilidade para enfrentar os problemas da comunidade escolar
Gestão democrática
Riscos:
Manipulação ( Tendo em vista decisões que são tomadas em nome de interesses individuais, daí a relevância da formação ética.
Alienação ( Sobretudo, daqueles que resistem à participação, ao novo por medo e insegurança
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