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Aula 2 – Mesopotâmia
A definição contemporânea trabalha com algumas denominações principais e, a partir destas denominações, buscamos entender a sociedade que estaremos estudando.  A divisão tradicional fala em Oriente Próximo; Oriente Médio e Extremo Oriente. 
Oriente Próximo são as regiões que atualmente entendemos como árabes: Porções de cultura islâmica, mas que no mundo antigo era o limite das antigas áreas de dominação no Império Romano entre os séculos II a.C. e V d.C. 
Oriente Médio são possessões ligadas às antigas áreas Hindus e Persas; existe uma discussão se a Península Arábica seria Oriente Médio ou Próximo, devemos entender as áreas mais ao sul como médio. 
Extremo Oriente - Até o início do século XX, eram regiões pouco estudadas, vistas como exóticas.  Quando começaram a estudá-las, uma das características consideradas é que essas regiões apresentavam um traço de cultura que as aproximavam:  foram identificadas, em especial, com a cultura chinesa.
Falemos um pouco de Império Romano. Era dividido entre Ocidente e Oriente e possuía duas capitais, Roma e Constantinopla (Séc. III – V). A partir da cidade de Constantinopla em direção à Ásia, estão localizadas as áreas reconhecidas na antiguidade como Oriente. Nesta divisão geográfica, não há um traço claro de divisão entre o Oriente e o Ocidente, seja o elemento que nós escolhamos para pensar, será uma aproximação.  Então vamos entender que estamos falando de escolhas.  Estudar as sociedades do Crescente Fértil, Egito, Hebreus e Persas não é por considerar estes espaços como o berço de nossa sociedade, mas de compreender que os espaços sociais foram escolhidos para uma melhor compreensão da estrutura social.
A escrita transforma inteiramente o homem?  É um questionamento interessante. Pensemos em sociedades de caçadores e coletores. Qual o papel da escrita para eles? Aliás, vale refletir um pouco sobre o tempo e essa noção utilitarista.
Noções de Tempo ( O tempo não tem um conceito claro, as pessoas hoje regulam a sua vida em virtude de um tempo detalhado, temos horas, minutos, segundos, dependendo do que falamos.  Na antiguidade, esse controle é diferente.
Hoje temos um calendário que quase acreditamos que sempre existiu.  Que dia é hoje?  Tem certeza? Isso vale para o calendário cristão e quantos calendários existirem. Como as pessoas cuidavam do seu calendário, controlava em sociedades tipicamente rurais e de subsistência? A conotação de tempo é sempre diferente.  Nessas sociedades, o tempo, por exemplo, tem uma íntima relação com as estações do ano, péssimas condições climáticas, a posição do sol.
Como se conta o tempo no calendário cristão: ______________________C_____________________. O centro é Cristo, o advento do tempo utilizado pelo Ocidente. Como não existe ano 0, ou século zero, devemos contar os séculos sempre com o número da centena + 1; quer dizer, vivemos no século XXI (2011; a centena é 20 + 1 = século XXI). E, para antes de Cristo, conforme a matemática, o eixo é negativo - 1; -2; -200, ao invés de - usamos antes de Cristo; para depois de Cristo, não é necessário utilizar DC; e a regra fala do mesmo jeito (510 AC, século 6 (-5 -1 = 6 AC).
Agora, vamos falar um pouco de como estudar a História Antiga:
As fontes antigas ( Mitos. Arqueologia - Crise/ Problemas/ Possibilidades. Qual o marco, o elemento principal para as transformações do homem?  O homem passar a adotar novas práticas e usar novas ferramentas.  Para detectar este tipo de elemento precisamos nos valer de ciências diferentes da história, em especial a arqueologia. Finley ajuda a pensar sobre a Arqueologia: "É evidente que a possível contribuição da arqueologia para a história é, grosso modo, inversamente proporcional à quantidade e qualidade das fontes escritas disponíveis. Está igualmente claro que a linha entre a pré-história e a história não é nítida, que tantos séculos depois do aparecimento da escrita as evidências dos historiadores continuam sendo quase que exclusivamente arqueológicas, pelo menos em relação a algumas civilizações, notadamente a grega e a romana.
Talvez o exemplo mais frustrante seja o dos etruscos: apesar dos cerca de 10 mil textos mais ou menos decifrados e uma considerável, embora tardia e distorcida, tradição romana por trás deles, os conjuntos de artefatos continuam sendo não só a base de todos os relatos como também quase a totalidade das evidências. Um túmulo etrusco nada mais é do que uma coleção de artefatos, a despeito da sofisticação da tecnologia ou das pinturas das paredes, visto que não existe uma chave literária adequada para as convenções e valores representados pelos artefatos. Em nenhum lugar, a doutrina rígida de Piggott é mais necessária e em nenhum lugar ela é mais sistematicamente desconsiderada num derramamento contínuo de história falsa, no sentido literal da frase.
Quanto aos primeiros períodos históricos, a tradição oral e as lendas históricas deram origem a uma complicação extraordinária. Portanto, a questão não é simplesmente correlacionar provas arqueológicas e literárias, mas usar a arqueologia para avaliar se, e até que ponto, a literatura tem algum valor. A dificuldade disso e as divergências verificadas até agora, em grande parte por causa da falta de clareza quanto aos princípios de discriminação, refletem-se nos debates atuais sobre a civilização minoana e a micênica, e a Guerra de Troia. Salvo as irregulares Tábuas Lineares B, não há nenhuma evidência escrita contemporânea desse longo período, cujo estudo ainda pertence mais ao pré-historiador que ao historiador; em última análise, a tarefa que se impõe é de reconstrução a partir da arqueologia, mesmo que haja alguém mais preparado do que eu para tirar proveito das lendas."
Devemos refletir sobre o que a história nos conta, que elementos, que fontes e que documentos temos para entender e trabalhar.  As fontes escritas na história moderna e contemporânea são abundantes. Entretanto, com história antiga, isso não acontece.  Muito dos documentos se perderam ou nem foram elaborados por falta de fontes.  O representativo de documentos escritos de história antiga é muito pequeno.
O objetivo da pesquisa da história Antiga é refletir, amadurecer e determinar como as sociedades se constituem e se transformam, tirando o nosso olhar de sistemas próximos e aumentando a capacidade de abstração e compreensão dos processos históricos. Depois desse objetivo, a próxima fase é aprender a trabalhar com o mito.  Até meados do século XX, o historiador não utilizava os dados arqueológicos.  Ele não visualizava a arqueologia como uma ciência independente, acreditando que a arqueologia, assim como numismática (estudo das moedas) eram ciências auxiliares - complementavam dados que o historiador ocasionalmente precisava. Esta tensão levou ao fato que arqueólogos também partissem para construir trabalhos mirabolantes, fugindo da observação e do compromisso que o historiador deve ter, criando perigosas generalizações.  Então precisamos ter um cuidado muito grande, o Arqueólogo não deve se preocupar em fazer história, da mesma forma que o historiador não deve se preocupar em fazer análises.  Existem limitações para cada uma das áreas.  O importante é a compreensão de que as duas ciências devem trabalhar juntas em parceria.
Vamos conhecer mais detalhadamente o nascimento da História, a cidade e a organização das sociedades humanas. Como dito na última aula, o homem passa de sociedades de caçadores e coletores, para sociedades agrárias de característica semi-nômade e que proporcionam o nascimento das cidades. Sendo mais claro: com o surgimento da agricultura, a sociedade inicia um constante desenvolvimento, resolvendo a principio dois problemas: a migração e a fome. A caça não deixa de existir com o advento da agricultura uma vez que seu fundamento era uma forma alternativa de subsistência. Cerca de 40.000 anos atrás, temos pela agricultura uma série de ocupações agrárias, nesta fase encontram-se os primeiros indícios da agricultura. Cerca de 12.000, sãoencontrados assentamentos agrários, com a cultura de alimentos e domesticação de animais, em que as ferramentas começam a ser recorrentemente encontradas, com novas tecnologias. Cerca de 8.000 e 4.000 a.C. se desenvolveram as primeiras cidades, é o momento da fundição do bronze, das tecnologias de diques, barragens de grandes construções. A sedentarização causada pela agricultura, provocou uma verdadeira revolução no modo de vida da humanidade. Um dos acontecimentos mais importantes relacionados a isto foi o desenvolvimento das vilas e das cidades.
O processo de consolidação das cidades está associado ao aumento da organização social. Com a ocupação das cidades, crescem os anseios e as necessidades: aumento de produção = aumento de população.
Mesopotâmia não é um reino, um país, mas sim uma região que nos interessa por ter sido um palco que suscitou muitas buscas por parte do mundo ocidental. Durante os séculos XVIII e XIX, várias expedições foram organizadas buscando decifrar os mistérios. E o porquê desta busca? Vivemos nas sociedades ocidentais sobre o signo do Cristianismo. Podemos assim notar que fora buscados os espaços do antigo testamento, as referencias dos gregos às grandes civilizações, como os famosos jardins suspensos da Babilônia.
Para entender melhor a questão, devemos pensar no trabalho do comandante Rowlison. Em um quadro de disputa com os franceses, perdido de um lado quando Champoleon decifra a pedra roseta e os hieróglifos. Vamos falar mais disso quando formos estudar a história do povo egípcio. Rowilinson consegue decifrar os cuneos (ou pregos) da escrita mais utilizada entre os grupos que habitaram a mesopotâmia antiga.  Essa escrita era feita em plaquetas de argila.  Nestas placas encontramos informações importantes sobre as sociedades mesopotâmicas.  Temos, por exemplo, listas de reis (das muitas cidades e reinos que se formam ao longo da história). A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios, sendo a designação geral dada a certos tipos de escritas feitas com auxilio de objetos em formato de cunha. É, juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo de conhecimento de escrita, tendo sito criado pelos sumérios por volta de 3500 a.C. Inicialmente, a escrita representava formas do mundo (pictogramas), mas, por praticidades, as formas foram se tornando mais simples e abstratas. Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas de argila, em sequencias verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Até então, duas novidades tornaram o processo mais rápido e fácil: as pessoas começaram a escrever em sequencias horizontais (rotacionando os pictogramas no processo), e um novo estilete em cunha inclinada passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos. Tabuletas cuneiformes podiam ser tostadas em fornos para prover um registro permanente; ou as tabuletas poderiam ser reaproveitadas se não fosse preciso manter os registros por longo tempo. Muitas das tabuletas poderiam ser reaproveitadas se não fosse preciso manter os registros por longo tempo. Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram tostadas durante os ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios no qual as tabuletas eram mantidas. A escrita cuneiforme foi adotada subsequentemente pelos acadianos, babilônicos, elamitas, hititas e assírios e adaptada para escrever em seus próprios idiomas; foi extensamente usada na Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil anos, apesar da natureza silábica do manuscrito (como foi estabelecido pelos sumérios) não ser intuitiva aos falantes de idiomas semíticos. Antes da descoberta da civilização Suméria, o uso da escrita cuneiforme, apesar das dificuldades, levou muitos filólogos a suspeitar da existência de uma civilização precursora à babilônica. A sua invenção ficou a dever-se às necessidades da administração dos palácios e dos templos (cobrança de impostos, registros de cabeças de gado, medidas de cereal, etc). O registro mais antigo até agora encontrado data do século XIV a. C. e está escrito em símbolos cuneiformes da língua acadiana. O pedaço de barro escrito foi achado em Jerusalém por arqueólogos israelenses.
Podemos concluir que o auge das buscas arqueologias na região da Mesopotâmia viveram sua decadência durante as primeiras décadas do século XX, quando as guerras mundiais desmoronaram os impérios europeus e o interesse pelo Oriente entrou em declino. Atualmente temos buscado novos objetos, não mais confirmações de características bíblicas, mas conhecer os legados antigos, discutir por exemplo o cuidado de observar o registro de determinadas comunidades. Temos tido buscas interessantes sobre a sexualidade, mito pensados de maneira antropológica, periferias do poder, resistência social, entre outros.
O urbanismo nas cidades mesopotâmicas é uma forma interessante em poder situar as relações de poder naquele espaço complexo. Foi no Crescente Fértil, com seu clima favorável que se originaram, há cerca de 10.000 anos, os primeiros assentamentos humanos e os primórdios da agricultura e da criação de animais domésticos. A segunda zona, entre Bagdá e o Golfo Pérsico, é essencialmente uma vasta planície de aluvião, tendo sido a terra formada por gigantescos depósitos de lodo carregados pelos rios. Esse solo aluvial, com seu elevado e variado conteúdo mineral, é potencialmente muito fértil, mas a terra é plana e não há montanhas para gerar chuva. Só depois que o homem aprendeu a adaptar-se ao seu meio ambiente, sobretudo através do controle dos cursos de agua do meio de canis e diques, é que se tornou possível tirar proveito do potencial econômico inerente às planícies meridionais. Só então as primeiras comunidades em grande escala começaram a desenvolver-se, nas quais as pessoas passaram a lucrar com um sistema que ultrapassava os limites da mera subsistência, com o objetivo de produzir um excedente, diversificar suas atividades culturais e viver um numero cada vez maior numa nova forma de comunidade coletiva: a cidade. A invenção das cidades pode muito bem ser o mais duradouro legado da Mesopotâmia. Não havia apenas uma cidade, mas dezena delas, controlando cada uma seu próprio território rural e pastoril e sua própria rede de irrigação. Mas, uma vez que essas comunidades estavam alinhadas ao longo dos principais cursos de água como uma coleção de perolas num colar, elas tinham necessariamente que chegar as formas de cooperação e tolerância mutuas. Os historiadores foram propensos a salientar o surgimento de estados centralizados que exerceram controle sobre territórios frequentemente muito vastos, mas a unidade sociopolítica mais duradoura e bem-sucedida a surgir na Mesopotâmia continuou a ser a cidade-estado. 
A cultura Uruque apresenta traços que se mantem em outras cidades da Mesopotâmia, sendo provavelmente sua primeira grande ocupação e são aqueles que deixaram vestígios arqueológicos da cidade de UR. A partir de 4.000 a.C., a organização das cidades da Mesopotâmia se torna mais clara. Os grupos quem iam chegando tinham que negociar e recebiam influencias. Encontramos traços nas edificações, ferramentas e utensílios de barro, presença de referencias de deuses como Marduk e Tiamat. Já os sumérios organizavam-se politicamente em cidades-Estados como Ur, Nipur e Lagash. Cidade-Estado é uma comunidade urbana soberana, ou seja, uma unidade política com características de estado soberano. Cada uma dessas cidades era independente e governada por um patesi, que exercia as funções de primeiro-sacerdote do seu local, governador, chefe militar e supervisor das obras hidráulicas. Depois de longo tempo de autonomia, as cidades sumérias se enfraqueceram, devido às lutas pela hegemonia política. O enfraquecimento possibilitou as invasões de vários povos semitas. A escrita cuneiforme, originariado sul da Mesopotâmia, parece ter sido inventada pelos Sumérios. Posteriormente, foi adaptada para escrever o acádio, língua da qual derivam o assírio e o babilônico. Os textos mais antigos têm 5.000 anos e os mais modernos provem do século I d.C.
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