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Aula 6

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Aula 6 – Economia Mineradora
A partir da segunda metade do século XVII, iniciou-se o chamado “Ciclo do Ouro”, embora desde o final do século XVI já se conhecesse a exploração mineral, realizada na capitania de São Vicente. A mineração passou a fazer a diferença no cenário econômico brasileiro neste período. A região conhecida por “minas gerais” corresponde aos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
No século XVIII, Portugal enfrentava dificuldades econômicas e financeiras ocasionadas pela perda de domínios no Oriente e na África após 60 anos de domínio espanhol. Além disso, a Inglaterra avançava no desenvolvimento econômico, fazendo com que a dependência do país ibérico à Inglaterra se tornasse cada vez mais crescente.
Não podemos esquecer que durante o século XVIII a Inglaterra faz a Revolução Industrial, o que mudou completamente o cenário produtivo no mundo, ou seja, o que era produzido por manufaturas passou a ser produzido em grandes fábricas com uma velocidade muito maior. Dessa forma, as importações que Portugal fazia acabou por arruinar suas manufaturas, o que se agravou após a descoberta do ouro e início da sua extração.
Observamos nesse período diversos tratados entre os dois países. Podemos destacar o Tratado de Methuen (1703), conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos. Portugal se comprometia a comprar os tecidos ingleses enquanto a Inglaterra se comprometia a comprar os produtos da vinícola portuguesa. As consequências deste tratado para Portugal resultaram no agravamento do déficit na balança comercial, ou seja, o valor das importações superava o das exportações. Uma das questões principais nesse sentido está no fato de que enquanto os vinhos ainda eram produzidos de forma artesanal, os panos eram produzidos pelas fábricas, tendo custo muito menor e oferta muito maior. Enquanto isso, a América espanhola passava pelo esgotamento de suas minas, e o Brasil iniciava sua transição da economia açucareira para a mineradora. É claro que a produção açucareira nunca parou, mas quando destacamos a produção aurífera é porque, além de garantir a ligação entre várias regiões do Brasil, foi submetida a uma fiscalização mais intensa por parte de Portugal.
Desde a descoberta de ouro em São Vicente, no século XVI, a metrópole havia estabelecido regulamentos para a exploração. Mesmo com a escassez de ouro encontrada na região, este regulamento previa a livre extração, porém a coroa deveria receber o quinto, ou seja, a quinta parte de todo o ouro que fosse extraído. A partir das descobertas nas regiões de Minas Gerais, Vila Rica, atual Ouro Preto, a lei foi alterada para o chamado Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, datada de 1702. Estes agentes ficaram responsáveis pela jurisdição ordinária, cível e criminal da região mineradora, até mesmo a resolução de conflitos político-administrativos entre os mineradores.
Exploração das Jazidas
A extração aurífera era realizada de duas formas, através da lavra e da faiscação. A primeira ocorria através de empresas que dispunham das ferramentas necessárias e atuavam em grandes jazidas, a mão de obra utilizada era de escravos africanos. Naquele período, o trabalho livre era quase inexistente e os índios não costumavam ser empregados. Este tipo de extração era o mais frequente, principalmente durante o período de apogeu do ciclo do ouro, tornando possível a realização de grandes obras e empreendimentos nas vilas.
A faiscação era uma modalidade de extração de pequeno porte, trabalho dos próprios garimpeiros. Homens livres, com poucos recursos, algumas vezes capazes de contar com ajudantes. Essa atividade era realizada fundamentalmente em regiões ribeirinhas. Os faiscadores abavam se ocupando de áreas empobrecidas e abandonadas, principalmente no período de decadência da mineração, em fins do século XVIII.
O Distrito Diamantino
O Brasil do século XVIII, além da exploração aurífera, conheceu também a riqueza das pedras preciosas, Rio Jequitinhonha, conhecido na época como Ribeirão do Inferno, foi o lugar na colônia de onde se extraíam diamantes.
Na região, foi criado o Distrito Diamantino onde o controle da metrópole nessa área passou a ser muito mais intenso e ninguém podia entrar no distrito sem autorização, e o poder policial funcionava tentando encontrar garimpeiros clandestinos. Para se ter uma ideia, no século XVIII, o Brasil passou a ser o maior produtor de diamantes do mundo. Foi no Distrito Diamantino que se desenvolveu a famosa história entre o contratador português e a escrava Francisca da Silva. De fato, no auge da extração de diamantes, Portugal resolveu entregar o controle do Distrito a um particular, o contratador. Este desempenhava o papel de governador, com poder de vida e morte. O contratador João Fernandes se apaixonou pela escrava Chica da Silva e, em um raro caso no Brasil colonial, casaram-se e tiveram filhos.
A Minerização e a Dinamização da Economia Colonial
O período da economia mineradora mudou completamente o cenário da economia colonial. Em um período de aproximadamente cem anos, o tráfico de escravos interno foi dinamizado, as distâncias entre as diversas regiões dos países diminuíram com a criação de pequenas cidades no caminho das minas gerais, a população passou para 3 milhões de pessoas e o eixo econômico mudou do Nordeste para o Centro-Sul incluindo a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro em 1793.
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