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Aula 10

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Aula 10 – Processo de Emancipação do Brasil: Da Vinda da Família Real ao Grito de 1822
Inglaterra no início do século XIX teve consequências para toda a Europa e também para a América. Com o imenso sucesso obtido nas batalhas contra vários países europeus, Napoleão decretou o bloqueio continental entre a Inglaterra e o continente. Portugal, antigo aliado inglês, não respeitou esse bloqueio e, por isso, em 1807, as tropas de Napoleão avançaram a fronteira entre Espanha e Portugal, com o objetivo de chegar à capital, Lisboa. A chegada das tropas francesas fez com que o terror tomasse conta de toda a corte, afinal, o que poderia acontecer aos nobres? Assim, em poucos dias, o príncipe-regente D. João decidiu transferir a corte para a colônia mais rica, o Brasil.
D. João fez um pacto com os ingleses e estes fariam a escolta da Família Real e da Corte. Temos de pensar que, quando estamos falando em Corte, estamos falando de ministros, juízes, médicos, professores, funcionários de várias categorias, o exército, ou seja, segundo algumas estimativas, vieram para o Brasil entre 10 a 15 mil pessoas. Juntamente com esse grande número de pessoas, vieram também o tesouro real, arquivos do governo e imensas bibliotecas, que são até hoje a base da Biblioteca Nacional que fica no Rio de Janeiro. Todo esse aparato era necessário para que fosse montado um império nos trópicos.
Como podemos ver retratado em novelas e filmes, o trajeto da família real até o Brasil foi marcado pela falta de comida, péssimas condições nas embarcações e pelo ataque de inúmeras doenças e pragas, uma delas os piolhos, que obrigou as mulheres a rasparem seus cabelos. Foram três meses de medo de ataque de piratas e das tormentas marítimas. Durante o período que ficou na Bahia, Dom João decretou a Abertura dos Portos às Nações Amigas, em 28 de janeiro de 1808. O decreto é de grande importância, pois colocava fim a trezentos anos do sistema colonial, que era marcado pelo exclusivo metropolitano. Embora politicamente o Brasil só tenha se separado de Portugal em 1822, o Pacto Colonial, que marcou o sistema colonial, acabou em 1808. A abertura dos portos beneficiou os proprietários rurais, que exportavam principalmente açúcar e algodão, e desagradou os comerciantes, que passaram a ter maior concorrência.
Com a Europa em guerra, a principal nação estrangeira a se beneficiar da abertura dos portos foi a Inglaterra, que passou a ter grande presença nos portos brasileiros. Além desse tratado, outro que beneficiou a Inglaterra foi o Tratado de Comércio e Navegação. Por ele, os produtos ingleses eram taxados em 15% sobre seu valor, enquanto os produtos portugueses eram taxados em 16% e os outros países em 24%. Embora essa medida possa parecer descabida, precisamos lembrar que a Coroa precisa recuperar seu território metropolitano e que suas colônias eram protegidas por esquadras britânicas.
A Corte no Rio de Janeiro
A chegada da Família Real ao Brasil transformou a política e também as feições das cidades. No caso, o lugar que as percepções são mais notórias é o Rio de Janeiro, onde a corte se instalou. Quando pensamos no Rio de Janeiro em fins do século XVIII, temos uma cidade feia, suja e fétida. Os relatos são oferecidos por inúmeros viajantes que estiveram aqui e que posteriormente escreviam sobre o local.
Desde muito tempo, o porto carioca era parada obrigatória para navios, a Baía de Guanabara era protegida dos ventos e com águas calmas, o que dava segurança para reabastecimentos, reparos e trocas comerciais. D. João e sua família ficaram inicialmente no Paço Imperial, que depois se transformaria na sede oficial do governo. No palácio, D. João despachava e recebia autoridades de outros países. Posteriormente, a residência da Família Real mudou para o Palácio de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista.
A vinda da Família Real deslocou o eixo político e a vida administrativa para o Rio de Janeiro. Assim, incrementou-se uma vida cultural com acesso a livros, abertura de teatros, fundação de academias literárias, dentre outros. Era preciso atender às demandas de um império. Com a Corte aqui vieram naturalistas, biólogos e viajantes que queriam conhecer a cidade e que deixaram importantes relatos para entendemos aquele período.
Em 1816, D. João VI trouxe a Missão Artística Francesa, que tinha por objetivo estimular a arte no País. De fato, o Rio de Janeiro cresceu bastante depois da vinda da Corte, principalmente porque a cidade passou a ter uma nova função, que atraía pessoas de vários locais. Nesse período, também podemos destacar a fundação do Banco do Brasil e da Casa da Moeda, bem como a tentativa da melhoria urbana.
A política externa de D. João se mostrou bastante agressiva. Inicialmente, D. João mandou ocupar a Guiana Francesa em 1809, mas teve que devolvê-la em 1815. Em 1816, atacou o Uruguai, que era uma possessão da Espanha, e foi somente em 1828 que os uruguaios conquistaram sua independência. Com a derrota de Napoleão em 1815, já não havia mais motivos para o Rei de Portugal ficar na colônia. Assim, o povo português exigia a volta de D. João. No mesmo ano, D. João decretou que o Brasil passaria a ser Reino Unido a Portugal e Algarves, em outras palavras, acabava aí definitivamente a colonização de Portugal sobre o Brasil. Pela legislação, o Brasil seria uma extensão do território português.
A Revolução Pernambucana de 1817
A vinda da Família Real para o Rio de Janeiro de fato contribuiu para a emancipação política do Brasil, mas a Coroa ainda era portuguesa, ou seja, ainda favorecia aos interesses dos portugueses no Brasil. Além disso, os impostos aumentaram, o exército que foi montado nas cidades guardava os cargos para os lusos. Essas e outras medidas desagradaram muitos setores da colônia, principalmente no Nordeste do Brasil, e fez crescer o sentimento antilusitano. Podemos atribuir as causas diretas da Revolução Pernambucana aos seguintes fatores:
Divulgação das ideias liberais e iluministas
Presença maciça de portugueses na administração pública
Criação de novos impostos
Em 6 de março de 1817, o movimento tem início com a ocupação de Recife. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no forte do Brum, mas acabou se rendendo. O movimento teve a liderança de Domingos José Martins e contou com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Durante dez semanas, Pernambuco foi um país independente. Em 29 de março de 1817, foi convocada uma assembleia constituinte com os representantes de todas as comarcas e foi estabelecido que o Catolicismo se mantinha como religião oficial, mas com liberdade de culto. Foi feita a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, foram abolidos alguns impostos e proclamada a liberdade de imprensa. Embora os revolucionários falassem em liberdade e fossem animados pelos ideais iluministas, a escravidão não foi mexida.
Os revolucionários enviaram emissários às outras capitanias e também aos Estados Unidos, à Inglaterra e a Argentina. No entanto, os esforços foram em vão, pois as tropas da Coroa cercaram por terra e por mar e sufocaram a revolução.
A Independência
Devemos pensar na independência do Brasil como um processo histórico que tem seu início com a chegada da Família Real ao Brasil. Como é conhecido, em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I declarou a independência do Brasil com o Grito do Ipiranga. O passo definitivo para a independência foi o “Fico” de D. Pedro, ou seja, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro contraria as ordens de Portugal e decide não voltar para lá. Atendendo à vontade popular, D. Pedro diz a frase que ficaria gravada na história brasileira: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico!”
Com a recusa de D. Pedro de voltar para Portugal, a Corte portuguesa pressiona no sentido de recolonização do Brasil. Assim, em 7 de setembro, D. Pedro recebe a carta de seu pai exigindo sua volta para Portugal e outras duas, uma de José Bonifácio, aconselhando o rompimentode Brasil com Portugal e outra de sua esposa, Maria Leopoldina, apoiando José Bonifácio. Pedro decide então proclamar, às margens do rio Ipiranga, a Independência do Brasil.  Foi dessa forma que a união entre Brasil e Portugal foi rompida.
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