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Aula 3 – A Economia na Modernidade
Ao longo da História, diversos estudiosos estabeleceram modelos explicativos tendo como base as grandes transformações econômicas. Na Idade Moderna, podemos definir, de modo amplo, esta mudança econômica, como a passagem do feudalismo para o sistema capitalista. Essa era vai se caracterizar, portanto, como a grande era do mercantilismo. Mas como podemos caracterizá-lo? Mais tarde veremos mais detalhes sobre isso, mas devemos ter em mente que não é um sistema econômico.
Esbarramos em outro conceito, o de sistema econômico que é um sistema de propriedade, de forma de decisão sobre a alocação dos recursos produtivos, de determinação de preços, e demais mecanismos que caracterizam o sistema produtivo de uma sociedade e a distribuição dos produtos pelos agentes econômicos. Logo um sistema econômico é a maneira pela qual uma sociedade organiza sua economia e, junto com ela, a sua política e estrutura social.
Um sistema econômico também possui um modo de produção, e o mercantilismo, em si, não possui estas características. Então, podemos definir mercantilismo como um conjunto de práticas econômicas que marca a transição do sistema feudal para o sistema capitalista. Falamos sobre modo de produção, não é? Esta expressão é muito comum e a encontramos o tempo todo nos textos: modo de produção feudal, modo de produção escravista, modo de produção capitalista. Mas afinal, o que é modo de produção? O modo de produção = forças produtivas + relações de produção. Vamos ver, em separado, os elementos que constituem o modo de produção.
Forças Produtivas ( Formadas pelos meios de produção – a parte material como terra, capital, máquinas, ferramentas – e a força de trabalho. Neste caso, não é só a mão de obra em si, mas a habilidade que essa mão de obra possui, como conhecimento técnico, por exemplo.
Relações de Produção ( É a maneira como se relaciona quem possui os meios de produção – terra, capital, máquinas, ferramentas – e a estrutura de classes.
Um dos primeiros teóricos a pensar e definir estas questões foi Karl Marx, na obra O Capital. Marx defendia que, sempre que houve uma contradição entre as forças produtivas e as relações de produção, haveria um colapso do sistema econômico. É o que acontece no feudalismo. À medida que mudam os agentes econômicos – o poder econômico deixa de ser do senhor feudal para pertencer à burguesia – o modo de produção também muda, para dar conta desta nova realidade.
Além deste processo de transformação da economia feudal, podemos caracterizar a economia moderna pela expansão mercantil que ocorre ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII. Essa expansão permite a ocorrência da acumulação primitiva do capital. Essa acumulação é parte das pré-condições que, no século XVIII, dão origem à Revolução Industrial. O que devemos lembrar é que o sistema capitalista que temos hoje teve sua origem na Idade Moderna e o seu fundamento está nas relações comerciais.
Do modo de produção feudal, passamos a ter o mercantilismo baseado, sobretudo, no mercado. Embora não possa ser definido, a rigor, como sistema econômico, como já falamos antes, o mercantilismo é um conjunto de práticas econômicas cuja aplicação caracteriza a Idade Moderna. Essa prática se baseia em:
Metalismo ( Diferente da Idade Média, na qual o significado da riqueza estava na terra, na Idade Moderna, quando as nações estão ainda se formando, o que define a riqueza de um estado é o acúmulo de metais preciosos dos quais este estado dispõe. Como dissemos, há neste período a retomada do sistema monetário. Então, os metais eram muito necessários para cunhar moedas, especialmente o ouro e a prata. A busca por estes metais será um dos motores da expansão marítima.
Protecionismo ( Forma encontrada pelos reis para proteger e incentivar o desenvolvimento econômico do Estado. Como funcionava? Os reis cobravam altas taxas de impostos de produtos estrangeiros. Dessa forma, estimulavam o consumo e a confecção de produtos nacionais, dinamizado a economia interna. É interessante perceber que a prática do protecionismo existe ainda em nossos dias, em diversas economias mundiais. Mesmo nas atuais economias nacionais, quando um Estado entra em crise, ele lança mão deste recurso.
Pacto Colonial ( Quando estudamos história do Brasil colonial é comum nos remetermos sempre ao pacto colonial, como exemplo da submissão entre colônia e a metrópole. Por isso, estamos acostumados a entender o pacto colonial do ponto de vista colonial, percebendo-o como um problema para o desenvolvimento da colônia. Mas o que ele significava e qual a sua função para a metrópole? Sabemos que a economia colonial era uma economia complementar, ou seja, de modo geral, a colônia produzia os recursos de que a metrópole necessitava. O pacto colonial era a garantia da metrópole de que a colônia comercializaria estes produtos somente com ela. Era, na verdade, o estabelecimento de um monopólio comercial. Esse monopólio garantia a opção da metrópole de comprar e vender os produtos coloniais ao preço que ela bem entendesse. Como a colônia era obrigada a vender para a metrópole, não podia determinar o preço que quisesse. Cabia à coroa fazer isso. Logo, ela comprava estes produtos mais baratos e podia revendê-los também a preços mais competitivos. Se para a colônia o pacto era um entrave, para a metrópole era a garantia de grandes lucros, que ele necessitava para consolidar sua economia.
Balança Comercial Favorável ( Também se iniciou na Idade Moderna e segue existindo até hoje. Quando o capitalismo se consolida, a balança comercial favorável se torna quase um sinônimo de economia saudável. Consiste em exportar mais do que importar, ou seja, vender mais do que se compra. Esse recurso mantém o capital que circula no país sempre em maior número do que aquele que é gasto no exterior, permitindo a formação de uma reserva financeira que pode ser utilizada em casos de crise econômica.
Podemos nos referir ao mercantilismo como uma politica econômica, que será necessária para que as economias nacionais que estão nascendo na Europa sejam estáveis. O que temos de observar é que estamos em um momento de transição e que a economia precisa se estabilizar para poder desenvolver os recursos do país. Dessa forma, cada uma das nações que lança mão do mercantilismo está preocupada em formar uma base solida para que não esteja sujeita a crises. Esta é uma situação politica nova na Europa, que veio de uma realidade medieval fragmentada. Falamos muito sobre a fragmentação de poder na Idade Média, mas, muitas vezes, nos esquecemos de que o poder fragmentado também significa uma economia fragmentada. Portanto, não estamos em um momento só de unificação e formação do Estado, mas também de afirmação de uma nova economia, uma economia moderna que dará origem ao capitalismo contemporâneo. Podemos dividir a economia da Idade Moderna em três grandes fases:
Século XV ao começo do Século XVII ( Expansão Econômica: Artesanato e Agricultura. Com o fim do feudalismo, a economia moderna vive um processo de expansão que rapidamente ira superar as antigas estruturas feudais. Seria prematuro falar que nesta época há uma industrialização, mas podemos nos remeter ao aumento dos produtos manufaturados, que coexistem como os artesanais. Assim, além de um aumento da produção artesanal, existe o inicio do investimento em manufaturados. Um erro comum é acharmos que quando a Idade Média chega ao fim, acaba com ela também a base agrícola europeia. Nada disso, a agricultura ganha impulso, mas não mais como uma agricultura de subsistência, voltada apenas para o sustento. Os gêneros agrícolas adquirem status de mercadoria e a agricultura será largamente praticada em toda a Europa.
Século XVII ao começo do Século XVIII ( Crise Econômica. Temos a primeira crise do modelo moderno. Chamarmos este momento de crise é controverso, já que alguns historiadores entendem que este é um período de ajuste natural, no qual um recuo da expansão ocorrida no século anterior seria vista comonatural, e não como um sinal de desgaste do projeto mercantil. O historiador francês Roland Mousnier entende o século XVII como uma época de crise permanente, não só econômica, mas política e cultural. Para ele, este é um momento em que a modernidade ainda traz muitos traços do medievo, provocando grandes contradições, que estão presentes em diversas escalas. Essas contradições reforçam a ideia de que o capitalismo, como sistema econômico consolidado, existe a partir da revolução Industrial no século XVIII e que devemos, portanto, entender a Idade Moderna como a época em que surgem as pré-condições do capitalismo.
Século XVIII ( Expansão do modelo mercantil e consolidação das bases capitalistas. Em meados do século XVIII, o modelo econômico baseado no mercantilismo se expande por toda a Europa. Por que isso acontece? Porque neste período já temos estados consolidados e que adotam essa política econômica como uma pratica do Estado. Sabemos que a formação dos estados nacionais não foi uniforme. Por razões que veremos na próxima aula, Espanha e Portugal se unificam antes, e Inglaterra e França, mais tardiamente, o que provoca essa diferença na expansão mercantil, já que este necessita de um Estado centralizado para que se desenvolva. Cabe lembrar também que estamos às vésperas da Revolução Industrial, que só seria possível depois da Europa passar pelo período mercantil.
A economia moderna tem sua base no mercantilismo, que reunirá as condições para a Revolução Industrial. Esta, por sua vez, é responsável por inaugurar uma nova era na economia, o período industrial, que ira consolidar o capitalismo como sistema econômico.
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