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ovos tornam-se infecciosos depois de aproximadamente duas semanas no solo. A infecção por A. lumbricoides pode ser assintomática, dependendo da quantidade de ovos que forem ingeridos. Sintomaticamente, um hospedeiro pode vir a manifestar: 122 Pneumonite, (manifesta-se de um mode semelhante a um ataque asmático) pois as larvas têm de passar pelo pulmão; Dor de barriga; Obstrução intestinal; Perfuração, dando lugar a uma peritonite por uma infecção bacteriana secundária; Oclusão do apêncide; Febre, vómitos, dor abdominal e distensão abdominal, por parasitose acentuada. Prevenção e Diagnóstico Educação para a higiente individual e medidas de saneamento eficazes são críticas para a prevenção da ascaridiose. O diagnóstico é feito pela pesquisa e detecção dos ovos e/ou do parasita nas fezes. A fase pulmonária está associada com a descoberta de larvas e eosinófilos na expectoração. Trichuris trichiura Os Trichuris trichiura, também conhecidos como “vermes chicote” devido ao seu afilamento na região esofagiana, são responsáveis pela trichuriose. Estes organismos quando adultos medem 3 a 5 cm de comprimento (o macho é menor que a fêmea) e habitam o cego. É considerado um parasita tecidular, pois toda a sua região esofagiana penetra na mucosa intestinal. As fêmeas têm uma postura de 3000 a 10000 ovos por dia e podem viver até oito anos. Patogénese e Patologias Ver imagem para mais detalhes. Um ovo de T. trichiura fertilizado é ingerido. As larvas eclodem no intestino, migrando depois para o cego, onde penetram na mucosa e se desenvolvem em adultos. Três meses depois da infecção inicial, o verme fêmea fertilizado começa a libertar ovos. Os ovos no solo desenvolvem- -se durante três semanas, tornando-se infecciosos. A trichuriose é frequentemente assintomática. Uma baixa parasitose está associada com sintomas inespecíficos: Alterações do trânsito intestinal e dores abdominais; Quadros diarreicos autolimitados. Em casos de uma parasitose mais elevada: Dor e distensão abdominal; Diarreia sanguinolenta; Perda de peso; Prolapso rectal. Prevenção e Diagnóstico As medidas de prevenção são semelhantes às da A. lumbricoides. O diagnóstico é feito por pesquisa e detecção de ovos nas fezes e por detecção de eosinofilia. 123 Enterobius vermicularis Os Enterobius vermicularis são parasitas responsáveis pela oxiurose. Os E. vermicularis adultos apresentam uma cor branca; o macho mede 2 a 5 mm e a fêmea 8 a 13 mm. As formas adultas destes organismos vivem no cólon. É uma doença cosmopolita; existem 500 milhões de casos de oxiurose, pois os E. vermicularis têm uma distri- buição mundial (com prefe- rência para climas frios e tempe- rados) e estão frequentemente instalados em grupos de indi- víduos (famílias, escolas, etc.). Após fertilização da fêmea, esta migra até à zona perianal onde deposita os ovos. A postura pode chegar aos 20000 ovos, já embrionados. Os ovos são infecciosos poucas horas depois e podem causar autoinfecção. A transmissão é por meio fecal-oral, por ingestão dos ovos. Pode ainda ocorrer retroinfecção quando as larvas eclodem na região perianal e penetram no cólon através do ânus. Patogénese e Patologias A infecção é iniciada pela ingestão de ovos embrionados. As larvas eclodem no intestino delgado e migram para o cólon, onde desenvolvem em adultos em duas e seis semanas. Os ovos são depositados na zona perianal, onde é fácil passarem para outros objectos como as roupas e infectarem outros indivíduos. A oxiurose é frequentemente assintomática. Em casos mais graves pode haver: Prurido anal; Perda de sono e fadiga. Prevenção e Diagnóstico As medidas de prevenção baseiam-se na boa higienação pessoal e alimentar. O diagnóstico é feito pela observação de vermes e/ou ovos na região perianal, recolhidos com tira de adesivo e colocados em lâmina para observação microscópica. Ancylostoma Os Ancylostoma são parasitas hematófagos, possuidores de cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes e um par de lâminas cortantes, e de cor róseo-avermelhada; o macho possui uma bolsa copuladora. São de pequeno tamanho (♂: 5 a 11 cm; ♀: 9 a 13 cm). À doença que causam dá-se o nome de ancilostomose. 900 milhões de indivíduos estão afectados, muitos deles vivendo em climas quentes e húmidos. Os vermes adultos vivem na mucosa do duodeno e do intestino delgado. A transmissão dá-se por penetração das larvas filarióides ou por via transcutânea ou oral. Ancylostoma duodenale e Necator americanus Diferentes apenas na distribuição geográfica, na estrutura das peças bucais e em tamanho relativo, as infecções por eles causadas são idênticas. 124 Patogénese e Patologias A infecção é iniciada pela entrada de uma larva filariforme (forma inactiva) que penetra a pele intacta. A larva entra na circulação e é transportada até aos pulmões; ao ser expulsa pela tosse e engolida, ela desenvolve-se para a forma adulta no intestino delgado. Os ovos são expulsos pelas fezes quatro a oito semanas depois e em duas semanas uma larva rabdiforme eclode. O ciclo externo dá-se em solo arenoargiloso, com matéria orgânica e humidade (acima de 90%), temperatura entre 20 e 30 °C e ausência de luz solar directa (vivem cerca de 6 meses). Ver imagem para mais detalhes. Estes organismos causam uma reacção alérgica no local de entrada. Para além disso podem causar: Pneumonite; Quadros dispépticos (náuseas, vómitos e diarreias, por vezes sanguinolentas); Anemia microcítica hipocómica por défice de ferro. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela pesquisa e detecção de ovos nas fezes. Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum Também conhecidos por larva migrans cutânea, estes parasitas têm uma distribuição cosmopolita, embora ocorram com maior frequência nas regiões tropicais e subtropicais. Patogénese e Patologias As larvas infestantes penetram activamente na pele do homem e migram através do tecido subcutâneo durante semanas ou meses criando túneis serpenteados. Strongyloides stercoralis Os Strongyloides stercoralis são parasitas responsáveis pela estrongiloidose e que estão presentes preferencialmente em climas quentes e húmidos. A transmissão dá-se por penetração das larvas filarióides por via transcutânea ou oral. Patogénese e Patologias O seu ciclo de vida é muito semelhante ao do Ancylostoma duodenalis, tendo três diferenças fulcrais: (1) os ovos eclodem no intestino antes de serem expulsas pelas fezes, (2) as larvas podem desenvolver-se em larvas filariformes no intestino, causando auto- infecção, e (3) existe um ciclo não-parasitário que se pode estabelecer fora de um hospedeiro. Este parasita pode causar as seguintes patologias: 125 Erupção cutânea pruriginosa no local de entrada; Pneumonite; Quadros dispépticos (dores epigástricas, náuseas, vómitos e diarreias); Lesões tecidulares graves em caso de hiperinfestação, normalmente fatal: peritonite, lesão cerebral, fígado, rim, baço e coração. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela pesquisa e detecção de larvas rabditóides nas fezes e por coprocultura. Toxocara canis e Toxocara cati Estes Toxocara são considerados como os Ascaris (“lombrigas”) dos cães e gatos. Eles são também conhecidos como larva migrans visceral. O seu ciclo de vida é semelhante ao do Ascaris lumbricoides, sendo que o Homem é um hospedeiro acidental e inadequado. A sua transmissão dá-se por ingestão dos ovos embrionados. Patogénese e Patologias Quando são ingeridos por um humano, os ovos desses vermes podem eclodir em larvas, mas estas não são capazes