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simplesmente num recipiente, normalmente em aço inoxidável, com dimensões da ordem de 2 a 3m de altura e 1 a 1,5 m de diâ- metro, dimensões estas que são variáveis, dependendo da quantidade de lã de vi- dro que deve acomodar. Na parte inferior conecta-se a tubulação de entrada do ar e, na parte·superior, a de saída para o fermentador. Entrada do ar - Salda de condensados . Métodos para a esterilização de ar 81 -Ar esterilizado Figura 5.8 - Esquema de um filtro tradicional de lã de vidro para a esterilização do ar. A camada filtrante ocupa a parte central do recipiente, apresentando dimen- sões variáveis dependendo de uma série de fatores, tais como vazão de ar e diâ- metro do recipiente (a eficiênçia de coleta de aerossóis depende da velocidade de passagem do ar através do leito filtrante e, portanto, depende da vazão do ar e do diâmetro do recipiente), compactação da camada filtrante (massa de fibras novo- lume de filtração), diâmetro da fibra e eficiência de retenção desejada. 19 Apenas para se ter uma idéia a respeito da espessura de um leito filtrante desse tipo, po- dem-se mencionar alturas da ordem de 1,3 a 1,8 m. A camada de lã de vidro é sustentada por uma grade de ferro e comprimida por uma segund~_ grade, colocada na parte superior da camada filtrante . Após o preenchimento do recipiente com a lã de vidro, coloca-se a tampa que veda perfei- tamente o sistema. Nessa tampa existem hastes que servem para fixar a grade su- perior, impedindo que ocorra a movimentação da camada · filtrante, quando submetida a elevadas vazões de ar. O preenchimento do filtro com a lã de vidro deve ser feito de forma muito cuidadosa, procurando-se distribuí-la uniformemente em todo o volume disponí- vel, buscando evitar a ocorrência de zonas contendo menos fibras, o que propicia- rá a formação de caminhos preferenciais para a passagem do ar. Obviamente esses caminhos preferenciais, com menor perda de carga, poderão comprometer a efi- ciência do filtro. Nesse sentido, um cuidado todo especial deve ser dedicado à zona próxima às paredes do recipiente, local especialmente propício para a forma- ção destes caminhos preferenciais. · Justamente para diminuir a possibilidade de formação de càminhos preferen- ciais, busca-se trabalhar com camadas filtrantes bastante compactadas e, por isso mesmo, de menor espessura (menor altura da camada filtrante) . Ainda, no caso de serem necessárias camadas filttantes muito · espessas, pode-se providenciar a colo- cação de grades intermediárias ao longo da altura do leito filtrante . .....____ - ·- ·· -- -·- ·· --·. - - · ~---------- - ·--···------------------------------ ----·------------.... I ..L 82 EsterilizaÇão de ar A fim de evitar o deslocamento de fibras, há a possibilidade do uso de lã de vidro embebida em resinas e cornpactada em mantas de pequena espessura (por exemplo, mantas de cerca de 0,5 em de espessura). O emprego dessas mantas tor- na o leito filtrante bem menos espesso, em virtude da maior compactação, obten- do-se urna camada filtrante bem mais regular. Essas mantas são colocadas em recipientes corno o esquematizado na Figura 5.8, se bem que de menores dimensões, sendo também comprimidas corno no caso anterior. Para evitar o problema da zona periférica, existem sistemas de vedação através de flanges, de forma a impedir a passagem do ar. Quando se trabalha com filtros de lã de vidro, sempre se busca fazer com que o ar passe através da camada filtrante a urna temperatura superior à ambien- te, de forma a manter a camada aquecida e evitar a condensação de umidade. Sa- be-se que urna camada fibrosa umedecida apresenta urna menor eficiência de retenção de aerossóis, provavelmente em virtude de urna menor contribuição do rnecani~rno de retenção devido à atração eletrostática (cargas elétricas distintas entre aerossóis e as fibras, causando atração que contribui para o choque das par- tículas contra as fibras e sua retenção). Por esse motivo, o ar aquecido pela compressão normalmente é resfriado de forma a passar pelo leito filtrante a 40 ou 50°C. Alternativamente pode existir na parte inferior do recipiente, que contém o leito filtrante, um conjunto de resistores elétricos, com a finalidade de aquecer o ar. Esses resistores podem também ser empregados para a esterilização do filtro por calor seco, empregando-se, para esta finalidade, temperaturas da ordem de 180 a 200°C durante 2 horas. Corno seria de se esperar, antes de iniciar o fornecimento de ar para o reator, o filtro deve ser submetido a urna esterilização, a fim de evitar que microrganis- mos aderidos às fibras possam ser arrastados para o tanque. Apesar de existir a possibilidade de executar essa esterilização por calor seco, conforme mencionado acima, o que evita o umedecimento das fibras, na maioria das instalações esta operação é executada através de vapor saturado, empregando-se vapor a urna pressão efetiva de 1 kg* I cm2 durante 2 h, ou vapor a 3 kg* I cm2 durante 1 h. Nesse caso~ fecha-se a comunicação entre o filtro e o re- ator e o registro de entrada do ar, introduzindo-se o vapor pela parte superior do recipiente (vide Fig. 5.8), deixando-se o registro de saída de condensados inicial- mente aberto. Após a completa expulsão do ar, operação esta de fundamental importância para o sucesso da esterilização, fecha-se esse último registro, permi- tindo que as condições mencionadas sejam atingidas. Terminada a esterilização, passa'-se ar aquecido através da camada filtrante, a fim de secar completamente b leito fibroso, obtendo-se desta forma o filtro erri condições de operação. A esterilização pelo vapor pode causar urna certa contração do leito filtran- te; especialmente no caso de filtros cjue tenham sido pouco cornpactados. Para esse caso, antes de iniciar o fornecimento de ar estéril para o processo, convém proceder-se à abertura do recipiente e observação da camada, cornpletando.;se com quantidade adicional de lã de vidro, caso seja necessário. Obviamente o filtro deve ser submetido a urna nova esterilização. · Métodos para a esterilização de ar 83 Além desse problema, existem outros associados ao uso de vapor. Normal- mente o filtro deve ser esterilizado ao final de cada processo fermentativo, de for- ma a se iniciar o processo seguinte em perfeitas condições de segurança. Com isso os filtros são esterilizados com muita freqüência (da ordem de uma vez por sema- na), ocorrendo uma deterioração da lã de vidro, a qual vai se tornando opaca e quebradiça, havendo um nítido aumento da perda de carga e diminuição da efi- ciência de coleta da camaida filtrante (formação de canais preferenciais). Esses fa- tos também ocorrem com as fibras impregnadas com resinas. A ocorrência de fibras quebradiças causa também o arraste de pequenos pe- daços de fibras, juntamente com a corrente de ar. A perda de eficiência, o aumento da perda de carga e esse arraste, obrigam a se providenciar a troca completa da ca- mada filtrante após algum tempo de operação. Esse tempo depende das condições de utilização do filtro, mas pode-se citar, como intervalo razoável, a troca do leito filtrante a cada 4 meses, quando se executa uma esterilização do filtro por semana. Essa operação de troca do material filtrante é sempre complicada na indús- tria, pois, como se deve contar com um filtro para cada reator e freqüentemente dispõe-se de vários reatores, se estará manuseando lã de vidro com muita fre- qüência, o que não é apreciado pelos operários incumbidos desta tarefa, aumen- tando as possibilidades de uma operação não adequada, o que coloca em risco a condução asséptica do processo. Todos esses problemas permitiram o surgimento de filtros mais adequados, no caso os filtros de membranas poliméricas~porosas, que serão abordados no item seguinte. Tais filtros encontram hoje grande aplicação,