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específica de crescimento, utilizando-se um dos três métodos descritos a seguir: Método de ajuste polinomial. Ajusta-se um polinômio de grau n no tempo aos valores de X disponíveis, obtendo-se, desta forma, a função de X com o tem- po. Análises visuais e quantitativas (através do coeficiente de correlação) de- finem o grau do polinômio a ser ajustado. Obtido o polinômio, sua derivada fornece os valores da velocidade de crescimento, permitindo o cálculo das velocidades específicas no instante.23 Método "spline". Existem diferentes métodos ditos "spline" na literatura téc- nica. Um dos métodos "spline" que pode ser empregado ajusta um polinô- mio de grau n a um intervalo de dois pontos de X, incorporando um número de pontos "à frente" do intervalo a ser definido; além disto, o método obriga a que a derivada do polinômio _ajustado no intervalo anterior seja igual à de- rivada do polinômio ajustado no novo intervalo, no ponto de intersecção (característica dos métodos "spline"). Através de testes visuais define-se o grau do polinômio a ser ajustado, bem como o número de pontos "à frente" incluídos no ajuste.24 Método geométrico. Esse método calcula a circunferência que passa por três pontos (o valor de X correspondente ao instante de tempo no qual se quer calcular a velocidade de crescimento, o anterior e o posterior). A derivada é calculada pela tangente à circunferência no ponto25 -vide; neste mesmo vo- lume, o Adendo ao Capítulo 6: Cinética de Processos Fermentativos . Para o cálculo das velocidades específicas de geração de produtos meta- bólicos, utiliza-se um procedimento semelhante ao descrito para o cálculo da velocidade específica de crescimento. É .evidente que, quando a geração do produto não é totalmente associada ao crescimento, não é possível realizar as etapas (a) e (b) descritas para o crescimento, na m~dida em que não existe uma fase de produção exponencial. 140 Modelagem matemática e simulação de processos fermentativos EXEMPLO NUMÉRICO-ETAPA 2 Será exemplificado o cálculo da velocidade específica de crescimento para o Ensaio 1, cujos dados foram fornecidos na Tabela 7.1. Sendo que 'o Ensaio 1 é, dos quatro ensaios fornecidos, aquele em que a quantidade de produto formada é me- nor, será também o ensaio com possibilidade de apresentar o mais próximo de uma fase exponencial de crescimento. A seguir, serão aplicadas as três etapas des- critas anteriormente para o cálculo da velocidade específica de crescimento. (1) Determinação da fase exponencial de crescimento- regressão linear dos dados de (ln X) vs. (t)- Figura 7.2. Ensaio 1 • • • • 0,5 • o ? >< .f: t/' 4 6 8 -0,5- -1 -i y = 0,5649 X- 0,9795 R2 = 0,9996 -1,5 Tempo (h) Figura 7.2 - Definição da fase exponencial de crescimento para o Ensaio I (X= concentração celular em g/L) . . Para a definição da fase exponencial de crescimento assumiu-se que ela tem início no instante t =O h, na medida em que o Ensaio 1 foi realizado com 50 baixo, portanto, sem inibição pelo substrato. Assumiu-se também como desprezível a fase de adaptação. . ·A Tabela 7.3 apresenta o resultado da determinação da fase exponencial de crescimento. • Tabela 7.3 - Resultados da determinação da fase exponencial de crescimento para o Ensaio I (Tabela 7. I). Duração da fase exponencial llm (h-1) R (h) 2 0,565 0,9998 3 0,480 0,989 4 0,402 0,975 Pelos resultados apresentados na Tabela 7.3, é evidente que uma possível fase exponencial para o Ensaio 1 tem a duração de 2 h e uma estimativa preliminar de flm é 0,565 h-1. . Formulação dos modelos matemáticos de processos fermentativos 14 I (2) Determinação da curva de (X) vs. (t), obtendo-se um melhor detalhamen- to ao longo da fase exponencial, utilizando sua definição (regressão linear) obtida na etapa anterior. O gráfico de (X) vs. (t) é apresentado na Figura 7.3 . 3 2,5 :::J 2 ::9 1,5 >< 1 0,5 o o 2 4 6 8 Tempo (h) Figura 7.3 - Gráfico de X em função do tempo, onde ( •) representa, além dos valores experimentais, os valores obtidos da definição da fase exponencial (Fig. 7.2) e(-) representa a curva traçada visualmente. (3) A partir dos dados de (X) vs. (t) obtidos com base na curva traçada na Fi- gura 7.3, é obtido o gráfico de (J..l) vs. (t), utilizando o método geométrico, descrito anteriormente, utilizando a planilha apresentada no Adendo ao Capítulo 6 deste volume. A Figura 7.4 apresenta o resultado dos valores de Jl calculados, verifi- cando-se a concordância da fase exponencial previamente definida, com o valor de Jl = Jlm (patamar da Fig. 7.4). 0,7 0,6 0,5 :€ 0,4 ..-- ··-:( 0,3 0,2 0,1 o o 2 4 6 8 Tempo (h) Figura 7.4 - Gráfico da velocidade específica de crescimento calculada a partir da curva de X (Fig. 7 .3) utilizando o Método Geométrico2s. Identificação dos fenômenos. Nessa etapa busca-se definir os principais fenômenos que interferem no pro- cesso produtivo em análise: limitações e inibições por substratos, principalmente no que se refere à existência e ao número de substratos limitantes e/ ou inibidores, tipo de produto gerado- existência ou não de associação com o crescimento, entre outros. 142 Modelagem matemática e simulação de processos fermentativos Uma vez obtidos gráficos que permitem analisar o comportamento das velo- cidades específicas de crescimento, de geração de produto metabólico e de consu- mo de substratos, é possível identificar os principais fenômenos él serem incluídos na construção de um modelo matemático não estruturado de processos fermenta- tivos. O Quadro 7.1 sintetiza os modelos cinéticos mais empregados para repre- sentar os fenômenos comumente identificados em processos fermentativos, alguns dos quais já foram abordados em detalhe no Capítulo 6: Cinética de Processos Fer- mentativos. EXEMPLO NUMÉRICO- ETAPA 3 Com o intuito de exemplificar a identificaçãb dos fenômenos, necessária à construção do modelo matemático, será identificado qual tipo de inibição do cres- cimento celular pelo produto (etanol) ocorre na fermentação alcoólica utilizada como caso estudo neste Capítulo. A Tabela 7.4 apresenta os dados de f.lx e P obti- dos (por interpolação) para os ensaios definidos na Tabela 7.1, no instante em que a quantidade de 5 residual no biorreator é igual para todos os 4 ensaios - foram consideradas duas situações 5 = 20,0g/L e 10,0 g/L. Quadro 7 .I - Modelos cinéticos não estruturados, descritos na literatura, para representação de diversos fenômenos identificados em processos fermentativos. (1) Crescimento num único substrato limitante: (MONOD)26 (7.20) (MOSER)27 (7.21) • (CONTOIS)28 (7.22) (2) Morte celular: f.lct = -Kd (SINCLAIR; KRISTIANSEN)15 (7.23) (3) Crescimento num único substrato limitante e inibidor: f-laS f-l x = . 2 5 K +5+- s K - • (ANDREWS/9 (7.24) Formulação dos modelos matemáticos de processos ferrnentativos 143 Quadro 7 .I - (continuação) (WU et al/0 (7.25) (4) Crescimento com múltiplo substrato limitante (uso preferencial de 51): J.l = J.lm15 1 + J.lm25 2 (DUNNETetal.).31 (7.26) X K 5 52 si + 1 1 Ks2 +52+- Ki (5) Crescimento com múltiplo substrato limitante (uso simultâneo de 51 e (MEGEE et al.)32 (7.27) (TSAO; HANSON)33 (7.28) (6) Consumo do substrato limitante para manutenção: (PIRT)34 (7.29) 1 5 -5* =-- +m +Ll max ---- J.l s Y x/ s J.l X s J.l s K * + 5 - 5 * (ZENG; DECKWER)35 (7.30) (7) Produção de produto metabólico associado e não associado ao crescimento: (LUEDEKING; PIRET modificado)36 (7.31) 144 · Modelagem matemática e simulação de processos fermentativos Quadro 7.1 -(continuação) (8) Produção de produto metabólico inibitório: (7.32) I s K' f.l =~ p P K'+SK'+P s p (AIBA; SHODA)37 (7.33)