Buscar

Aula 05 Espécies de tributos Contribuições ...

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
 
Estudo das Contribuições de Intervenção no Domínio 
Econômico 
 
As contribuições de intervenção no domínio econômico, também 
chamadas de contribuições interventivas ou, simplificadamente, de 
CIDEs, sendo de competência exclusiva da União, apresentam-
se, sempre, ipso facto, como tributos federais. 
O Brasil é um Estado intervencionista, propenso a adotar medidas 
voltados ao comando da vida econômica por meio de sua atuação 
estatal. Nesse particular, justifica-se a existência das Contribuições 
de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. 
De fato, há atividades econômicas que devem sofrer intervenção do 
Estado Federal, a fim de que sobre elas se promova ora um 
controle fiscalizatório, regulando seu fluxo produtivo, ora uma 
atividade de fomento, tendente à melhoria do setor beneficiado 
escolhido com pontualidade. 
Assim, a União, em seu propósito desenvolvimentista realiza 
atividades de efetiva intervenção no controle do mercado, exigindo-
se CIDEs, no contexto da referibilidade, para financiar custos e 
encargos correspondentes. 
Foi considerada CORRETA a seguinte assertiva apresentada em 
Concurso Público: 
“É CERTO AFIRMAR QUE A CONTRIBUIÇÃO DE 
INTERVENÇÃO NO DOMINIO ECONOMICO (CIDE) A QUE SE 
REFERE O ART. 149, CF, SOMENTE PODE SER UTILIZADA, EM 
REGRA, COMO INSTRUMENTO REGULATÓRIO DA 
ECONOMICA, COBRÁVEL, QUASE SEMPRE DOS 
INTEGRANTES DO SETOR AO QUAL SEJA DIRIGIDA A 
ATUAÇÃO DA INTERVENÇÃO DA UNIÃO” 
A intervenção é feita, geralmente, por pessoas jurídicas de direito 
privado, que se responsabilizam, como entes para fiscais, pela 
regulação das atividades econômicas às quais se atrelam, 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
geralmente relativas às disposições constitucionais da ordem 
econômica e financeira (art. 170, IX, CF). 
Segundo o art. 149, § 2º, I, II e III e CF aplicam-se às CIDEs e 
igualmente às contribuições sociais as seguintes regras. 
1. Não incidirão sobre receitas decorrentes de exportação (art. 
149, §2º, I, CF – EC 33/2001) 
2. Incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros e 
serviços (EC 42/2003) 
3. Poderão ter alíquotas: I) ad valorem, tendo por base o 
faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso 
de importação, o valor aduaneiro, ou II) específica, tendo por 
base a unidade de medida adotada (EC 33/2001) 
4. Obedecerão a todos princípios constitucionais tributários, 
ressalvados os princípios da legalidade e da anterioridade no 
caso da CIDE-combustível (art. 177, §4º, I, b, CF) 
5. Poderão incidir uma única vez, conforme estipulação prevista 
em lei. 
 
 CIDE – Combustíveis 
Instituída pela Lei nº 10.336/2001, a CIDE-Combustíveis incide 
sobre a importação e comercialização de petróleo e gás natural – e 
seus derivados – e álcool etílico e combustível. 
Com a EC 42/2003 permitiu-se a possibilidade de criação de CIDE-
Combustíveis, alcançando a importação de produtos estrangeiros e 
serviços, em razão do alargamento do campo de incidência – e das 
contribuições sociais – que até então se atrelavam apenas à 
importação de petróleo, gás natural e seus derivados, bem como ao 
álcool combustível. 
Quanto à destinação do produto da arrecadação da CIDE-
Combustível, impede observar o art. 1º, §1º, I a III, da Lei nº 
10.336/2000, em total conformidade com o art. 177, §4º, II, “a”, “b”, 
“c”, da CF. 
Art. 1º. ...§1º... 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
I- pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de 
petróleo. 
II – financiamento de projetos ambientais relacionados com a 
indústria do petróleo e do gás. 
 
Destarte, trata-se de tributo que foi concebido para destinar 
recursos arrecadados ao financiamento de projetos ambientais, 
programa de infraestrutura de transportes e pagamento de 
subsídios a preços ou transporte de combustíveis. 
Desse modo, “uma das destinações do produto de arrecadação da 
contribuição de intervenção no domínio econômico incide sobre a 
importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás 
natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) é o 
financiamento de programas de infraestrutura e transportes. 
O texto constitucional não traz especificidades sobre as hipóteses 
de incidências das CIDEs, porém exterioriza detalhes afetos ao 
alcance da exação, consoante os arts. 149, §2º, II e 177, §4º, CF, 
dispondo que: 
I. o tributo será exceção aos princípios da legalidade e anterioridade 
tributárias, quanto ao reestabelecimento de alíquotas, que tenham 
sido reduzidas por ato do Poder Executiva. 
II. o tributo poderá ter sua alíquota diferenciada em razão da 
natureza do produto. 
 
São contribuintes da CIDE-Combustíveis o produtor, formulador e 
o importador, pessoa física ou jurídica, que realizarem operações 
de importação e de comercialização, no mercado interno de 
vários combustíveis, quais sejam: gasolinas e suas correntes, 
diesel e suas correntes; querosene de aviação e outros 
querosenes; óleos combustíveis (fuel-oil), gás liquefeito de 
petróleo, incluindo o derivado de gás natural e nafta, e o álcool 
etílico combustível. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
A base de cálculo da CIDE é a unidade de medida legal para 
produtos importados e comercializados no mercado interno, 
enquanto as alíquotas do tributo – que podem ser diferenciadas 
em razão da natureza do produto – são específicas (art. 5º, Lei nº 
10.336/2001) 
Vale lembrar que o contribuinte pode deduzir o valor da exação dos 
montantes de PIS e COFINS, devidos na comercialização no 
mercado interno (art. 8º, da Lei nº 10.336/2001). 
Frise-se, em tempo, que a CIDE-Combustíveis cabe à 
administração da SRFB. 
Vale frisar quanto à repartição tributária da CIDE combustíveis: * 
Da União para estados e Distrito Federal, devem ser repassados 
29% * Dos estados para municípios, devem ser repassados 25%. 
 
 CIDE- Royalties 
Foi instituída pela Lei nº 10.168/2000, que tem por fim atender o 
Programa de Estímulo à Integração Universidade-Empresa para 
Apoio à Inovação, com fito de fomentar o desenvolvimento 
tecnológico brasileiro, mediante o incentivo da pesquisa (art. 1º), 
em total ratificação ao art. 214, IV, CF: 
 
“A lei brasileira prevê a cobrança de contribuição de intervenção 
no domínio econômico, devida por pessoa jurídica adquirente de 
conhecimento tecnológicos”. 
 
A alíquota da contribuição é de 10%, e os sujeitos passivos 
serão conforme disposto no art. 2º, da Lei nº 10.168/2000, as 
seguintes pessoas jurídicas: 
I. A detentora de licença de uso ou adquirente de 
conhecimento tecnológicos; 
II. A signatária de contratos; 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
a) Que impliquem em transferência de tecnologia firmados 
com residentes ou domiciliados no exterior. 
b) Que tenham por objeto serviços técnicos e de 
assistência administrativa, a serem prestados por 
residentes ou domiciliados no exterior, e, por fim, 
c) A que pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter 
royalties, a qualquer título a beneficiários residentes ou 
domiciliados no exterior, pelos contratos de 
transferência mencionados. 
A administração da CIDE-Royalties cabe à SRFB. 
 
 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – 
AFRMM (Lei nº 10.893/2004) 
É uma contribuição parafiscal, conforme Súmula 553, STF. 
É cobrado mediante incidência de alíquotas diferenciadas sobre o 
frete, dependendo do tipo de navegação (internacional,de 
cabotagem, fluvial ou lacruste), por ocasião da entrada da 
embarcação no porto de descarga. 
À guisa de curiosidade, o AFRMM é um antigo tributo, tendente a 
fomentar, no Brasil, a atividade comercial da Marinha Mercante e a 
indústria de construção e reparação naval, crucial para o controle 
da balança comercial e, fundamentalmente, para atendimento das 
necessidades de qualquer nação comercial expansionista. 
A propósito, em nosso país, tal indústria apresenta-se 
desgraçadamente claudicante. Em rápida digressão histórica, nota-
se que AFRMM despontou a partir do governo de Kubitschek, em 
que foram previstos vários estímulos à indústria naval, destacando-
se a criação do Fundo da Marinha Mercante (FMM) e do indigitado 
Adicional de Frete. Logo após, foram lançados sucessivos planos 
nacionais de construção naval. Com tais medidas, o Brasil 
alcançou, nos anos 70, notável condição de segundo parque 
mundial de construção naval. Todavia, com o envolver dos anos, o 
país não conseguiu acompanhar as robustas indústrias 
exportadoras da Ásia (Japão, Coréia e mais recentemente da 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
China). O resultado era previsível: os estaleiros e armadores 
brasileiros sucumbiram, mesmo com os subsídios do AFRMM, à 
força avassaladora da industrial naval asiática. 
 
 Adicional de Tarifa Portuária – ATP (Lei nº 7.700/88) 
 
É uma contribuição parafiscal, na subespécie contribuição no 
domínio econômico. 
O fato gerador da contribuição adstringe-se “às operações 
realizadas com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do 
comércio na navegação de longo curso”. (art. 1º, §1º, Lei nº 
7.700/88). 
Por sua vez, o produto da arrecadação sempre esteve vinculado “à 
aplicação em investimentos para melhoramento, reaparelhamento, 
reforma e expansão de instalações portuárias”. (art. 2º, Lei 
7.700/88). 
 
Estudo das Contribuições Sociais 
 
No presente estudo, voltado às contribuições em geral, as 
contribuições sociais destacam-se como as mais importantes, tanto 
do ponto de vista do volume de arrecadação como também do 
ponto de vista acadêmico. 
“Elas são as relevantes, as que pesam nos bolsos e recheiam os 
cofres dos Estados”. 
“A contribuição social é espécie tributária vinculada à atuação 
indireta do Estado. Tem como fato gerador uma atuação indireta do 
Poder Público mediatamente referida ao sujeito passivo da 
obrigação tributária”. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Nesta trilha, o autor Luciano Amaro, define que: “a Constituição 
caracteriza as contribuições sociais pela sua destinação, vale dizer, 
são ingressos necessariamente direcionados a instrumentar a 
atuação da União no setor da ordem social”. 
Importante destacar que a Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007 
unificou as duas Receitas – Secretaria da Receita Federal e 
Secretaria da Receita Previdenciária – em único órgão, ou seja, a 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) ou Super-Receita. 
Esta novo órgão passou a acumular as atribuições quanto à 
fiscalização e arrecadação das contribuições sociais. 
O art. 16 da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007 dispões que 
compete privativamente à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, 
a representação judicial e extrajudicial e apuração da liquidez e 
certeza da dívida ativa da União, referentes às contribuições 
sociais. 
O art. 149, CF dá guarida às chamadas contribuições sociais, sendo 
que esta terminologia enseja discussões entre juristas. 
Segundo o STF, entende-se que as contribuições sociais poderão 
ser divididas em: 
**CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ** 
CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS GERAIS 
Contribuição salário-
educação e 
contribuições para o 
sistema S. 
CONTRIBUIÇÕES 
PARA 
SEGURIDADE 
SOCIAL 
 
Contribuições 
nominadas previstas 
no art. 195, I ao IV, 
CF 
OUTRAS 
CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS 
“contribuições 
residuais, constantes 
no art. 195, §4º, CF”. 
 
Essa classificação foi estabelecida no voto do Ministro do STF 
Carlos Velloso, postado em 1, de julho de 1992, Recurso 
Extraordinário 138.284-8/CE. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Para estudo, vamos desmembrar esta classificação da seguinte 
forma: 
 
1) Contribuições Sociais Gerais 
 
a) Contribuição Salário-Educação – art. 212, §5º, CF 
b) Contribuição do Sistema S – art. 240, CF 
 
2) Contribuições da Seguridade Social 
 
a) 1ª Fonte de Custeio: Importador (art. 195, IV, CF) 
b) 2ª Fonte de Custeio: Loterias (art. 195, III, CF) 
c) 3ª Fonte de Custeio: trabalhadores (art. 195, II, CF) 
d) 4ª Fonte de Custeio: empregador e empresa (art. 195, I, 
CF) 
d.1) Contribuição Social Patronal sobre Folha de 
Pagamento 
d.2) Contribuição PIS/PASEP 
d.3) Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 
d.4) Contribuição social sobre o financiamento da 
seguridade social (COFINS) 
 
3) As outras contribuições 
4) Estudo complementar sobre contribuições. 
a) Análise da Contribuição Provisória sobre Movimentação 
Financeira (CPMF) 
b) Análise da Contribuição para Serviço de Iluminação 
Pública (COSIP) 
 
1) As contribuições sociais gerais 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Em julgado proferido pelo STF, em julho de 1992, cuja questão 
envolvia a constitucionalidade da lei instituidora da CSLL, definiu-se 
alguns aspectos que caracterizam as especificidades das 
contribuições parafiscais. 
Nesse sentido, entendeu-se que as contribuições parafiscais são 
tributos classificados de acordo com a afetação respectiva, que é 
traçada pela Constituição Federal (pelo legislador constituinte). 
Desse modo, a afetação alfa legitimaria a contribuição alfa, bem 
como a afetação beta sinaliza a contribuição beta. 
Ocorre que em outubro de 2002, no julgamento de outra ação (no 
caso, tratava-se de uma Medida Cautelar, Adin nº 2.556-2/DF) por 
maioria de votos o STF reconheceu a natureza tributária para 
“certas” contribuições denominadas “contribuições sociais gerais”. 
Tratava-se de contribuições criadas pela Lei Complementar nº 
101/2001, cuja finalidade era obter recursos para o pagamento do 
acordo firmado com os correntistas do FGTS, que não tiveram as 
suas contas corrigidas em conformidade com os expurgos 
inflacionários referentes aos planos econômicos Collor, Bresser e 
Verão. 
O Ministro do STF Moreira Alves chegou a mencionar, neste 
julgamento, que diante da necessidade de buscar o exato 
enquadramento classificatório das contribuições previstas na LC 
101/2001, ou como contribuições sociais (art. 149, CF) ou como 
contribuições para seguridade social (art. 195, CF), preferia atrelá-
las à primeira terminologia, ou seja uma subespécie de contribuição 
social intitulada de contribuição social geral, afastando a aplicação 
do art. 195, CF. 
Assim, o STF entendeu que as contribuições sociais gerais não se 
restringiam aquelas delimitadas constitucionalmente, o que dava 
legitimidade às atípicas contribuições sociais gerais, àquelas 
instituídas sem uma finalidade estipulada pelo legislador 
constituinte. 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Sabe-se que até o advento da Lei Complementar 101/2001 
inexistiam contribuições despidas de afetação delimitada 
constitucionalmente, e tal posicionamento veio inaugurar uma nova 
perspectiva terminológica para as contribuições. 
Aliás, não há na Constituição dispositivo que autoriza a criação de 
“novas contribuições sociais gerais”, pois o art. 195, §4º, CF é 
aplicável a outras – e exclusivamente novas – contribuições sociais 
previdenciárias.Resumidamente, as contribuições sociais gerais apresentam as 
seguintes características: 
I. São de competência da União. 
II. São regidas pelo mesmo regime jurídico das demais 
contribuições instituídas no art. 149, CF. 
III. Sujeitam-se de forma integral ao regime constitucional 
tributário, sem comportar exceções. 
IV. São instituídas por lei ordinária e obedecem ao 
principio da anterioridade comum. 
V. Custeiam a atuação do Estado em outros campos sociais, 
diversos daqueles previstos no art. 195, CF, quais sejam, 
saúde, previdência e assistência social, pertencentes à 
Seguridade Social e financiados pelas contribuições à 
Seguridade Social. 
VI. só podem incidir sobre uma única base econômica, por 
contribuinte, para cada objetivo determinado. 
 
Feitas as observações, vamos passar para o estudo das 
contribuições sociais gerais, ou seja: 
a) Salário-educação (art. 212, §5º, CRFB) 
b) Contribuições do sistema S (art. 240, CRFB) 
 
a) Salário- Educação: a contribuição ao salário-educação foi 
concebida para financiar, como adicional, o ensino fundamental 
público, como prestação subsidiária da empresa ao dever 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
constitucional do Estado de manter o ensino primário gratuito de 
seus empregados e filhos destes. 
 
De acordo com o STF, esta contribuição é uma contribuição social 
geral, que foi concebida no art. 178 da EC 1/69 e recepcionada pela 
Constituição de 1988, em função do disposto no art. 212, §5º, CF. 
(Súmula 732, STF) 
 
A contribuição do Salário-educação é recolhida pela Secretaria da 
Receita Federal do Brasil (SRFB). Antes da criação do órgão, o 
recolhimento era feito pela extinta Secretaria da Receita 
Previdenciária do Brasil então vinculada ao Ministério da 
Previdência e Assistência Social. 
 
b) Contribuições destinadas aos Serviços Sociais 
Autônomos (Sistema S): tais contribuições, também denominadas 
contribuições de terceiros, são destinadas, conforme se estudou em 
tópico precedente às entidades privadas de serviços sociais 
autônomos e de formação profissional, vinculadas ao sistema 
sindical. 
 
Tais organismos SENAI, SESC, SESI, SEST, SENAT, SEBRAE, 
SENAC e etc, pertencentes ao chamado Sistema “S” dedicam-se ao 
ensino fundamental profissionalizante e à prestação de serviços no 
âmbito social e econômico. 
 
Exige-se as contribuições de terceiros dos empregados, 
destinando-se o recurso às entidades privadas mencionadas, 
uma vez que o importe arrecadado não é adequado para 
financiar a seguridade social, conforme exclusão prevista no 
art. 240, CF. 
 
A base de cálculo da exação atrela-se às remunerações pagas, 
devidas ou creditadas aos empregados e avulsos, ou seja, à 
folha de pagamento desses segurados. Por sua vez, a alíquota, 
de modo geral, pode chegar a 5,8% dependendo do ramo de 
atuação da empresa. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
 
Quanto à arrecadação e fiscalização do tributo (sujeição ativa), 
frise-se que as contribuições do sistema S passaram a ser 
recolhidas pela Secretaria Federal do Brasil (SRFB). Antes da 
criação do novo órgão, o recolhimento era feito pela extinta 
Secretaria da Receita Previdenciária, então vinculada ao Ministério 
da Previdência e Assistência Social. 
 
Existem discussões quanto ao enquadramento das contribuições ao 
sistema S, ou seja, há quem entenda que essas contribuições são, 
na verdade, profissionais e coorporativas, porém, o STF e o STJ 
atribuem-lhes o tratamento de contribuição social geral. 
 
 
2) As contribuições da seguridade social 
 
A CONTRIBUIÇÃO À SEGURIDADE SOCIAL CONSTITUI 
MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO, JÁ QUE OBJETIVA 
CUSTEAR A PREVIDENCIA SOCIAL. 
 
O orçamento da seguridade social é composto de receitas oriundas 
de Recursos de Entes Públicos (financiamento indireto) – por meio 
dos próprios impostos – e de receitas hauridas das contribuições 
específicas (financiamento direto). 
 
Estas últimas são instituídas por lei, com fundamento (respaldo) 
constitucional, para o custeio da seguridade social (art. 195, CD, c/c 
art. 11, da Lei nº 8.212/93) 
 
Neste diapasão, toda sociedade, de forma direta ou indireta, 
financia a seguridade social, o que revela a concretização do 
princípio da solidariedade do gravame. 
 
As contribuições da seguridade social estão baseadas no Principio 
da Solidariedade. 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
O Principio da Solidariedade possui fundamento no art. 195, I ao IV 
da Constituição e traduz que toda sociedade, todos, poderão ser 
chamados a contribuir, independente de pertencerem a 
determinado grupo. Isso marca de modo indelével as contribuições 
da seguridade social, estabelecendo o dever de solidariedade de 
todos os integrantes da sociedade em seu financiamento. 
 
A aplicação do Principio da Anterioridade Nonagesimal às 
contribuições para seguridade social se encontra expresso no 
art. 195, §6º, da Constituição, o qual excepciona a observação 
ao Principio da Anterioridade Anual (“aguardar o ano fiscal 
seguinte”). 
 
Portanto, as contribuições para seguridade social, incluindo as 
residuais (“novas”) obedecerão a um período de anterioridade 
especial de 90 dias, independentemente do ano civil (1º de janeiro a 
30 de dezembro), afeto à anterioridade anual (ou de exercício), 
aplicável aos tributos em geral. 
 
Observe as seguintes assertivas (questões de provas) que foram 
consideradas corretas: 
 
a) Considere que determinado Município institua contribuição para 
custeio do regime próprio de previdência e assistência social de 
seus servidores públicos. Neste caso, a referida contribuição poderá 
ser exigida no mesmo exercício financeiro em que tenha sido 
publicada lei instituidora, desde que haja observância do interregno 
de 90 dias entre a instituição e a cobrança. 
 
b) As contribuições previstas pelo art. 195, da Constituição da 
República só podem ser exigidas após o prazo de 90 dias contados 
da data da publicação da lei que as tiver instituído ou modificado. 
 
Observe as alternativas que foram consideradas INCORRETAS nas 
provas de concursos para Auditor Fiscal (concursos que requerem 
conhecimentos de administração de empresas e contabilidade) 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
a) Às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais 
da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagensimal 
(noventena), cumulativamente. 
 
b) A contribuição social criada por lei publicada em 20 de dezembro 
de determinado ano somente poderá ser exigida em 1º de janeiro 
do ano seguinte. 
 
c) As contribuições parafiscais destinadas à seguridade social 
podem ser exigidas no mesmo exercício fiscal em que forem 
instituídas, independentemente de qualquer prazo. 
 
d) As contribuições previstas no art. 195 da Constituição estão 
sujeitas ao principio da anterioridade, nos termo do art. 150, III, b, 
da Constituição. 
 
e) As contribuições sociais observam o principio da anterioridade 
anual, mas não observam o principio da anterioridade nonagesimal. 
f) As contribuições do sistema estadual de previdência social não 
poderão ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que haja 
sido publicada lei que as instituiu ou aumentou. 
 
g) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, 
previstas no art. 149, da Constituição, estão submetidas ao principio 
da anterioridade mitigada ou nonagesimal. 
 
A lei que institui a contribuição para seguridade social deve 
observar90 dias para tornar exigível a obrigação do contribuinte, 
porém, se outra lei posterior à lei que instituiu a dita contribuição 
alterar, por exemplo, o prazo para pagamento, não haverá 
necessidade de aguardar 90 dias, desde que a lei que criou a 
contribuição tenha respeitado o referido prazo. (entendimento que 
prevalece no STF. Súmula 660: Norma legal que altera o prazo de 
recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao principio da 
anterioridade). 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
O art. 149, §1º, CF prevê as contribuições previdenciárias estaduais 
e municipais, de competência dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, a serem exigidas dos servidores públicos 
estatutários para custeio de regime próprio de previdência social 
(RPPS). Frise-se que o tributo aqui versado é uma contribuição 
social-previdenciária, e não uma CIDE ou uma contribuição 
coorporativa. 
 
A alíquota, nesses casos, não será inferior à alíquota cobrada pela 
União de seus servidores públicos federais – hoje, no percentual de 
11%. Se a alíquota “não será inferior” significa que “poderá ser 
superior”, o que embora óbvio, pode tornar-se confundível no 
momento da resolução de testes de provas objetivas. 
 
Observe a assertiva abaixo, considerada INCORRETA: 
 
Os Municípios, os Estados e o Distrito Federal têm competência 
para instituir contribuição cobrada de seus servidores, para o 
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário próprio, cuja 
alíquota deverá ser inferior à da contribuição exigida pela União 
Federal dos servidores públicos federais ocupantes de cargos 
efetivos. 
 
 
O presente dispositivo é deveras relevante. Observe adiante as 
assertivas CORRETAS que foram colhidas de provas de concursos 
públicos, demonstrando que o tema é iterativamente solicitado: 
 
a) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
contribuições sociais, cobradas de seus servidores, para o custeio 
de sistema de saúde, previdência e assistência social estruturados 
em benefício dos referidos sujeitos passivos. 
 
b) Os Estados podem instituir contribuição social para custeio do 
plano de benefícios dos servidores públicos, porém não podem 
instituir empréstimos compulsórios. 
 
c) Considere que determinado Município institua contribuição para 
custeio do regime próprio de previdência e assistência social de 
seus servidores públicos. Nesse caso, a referida contribuição 
poderá ser exigida no mesmo exercício financeiro em que tenha 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
sido publicada a lei instituidora, desde que haja observância do 
interregno de 90 dias entre a instituição e a cobrança. 
 
Ademais, não se trata de tributo exclusivo da competência federal. 
Nesse sentido: “ a União não tem competência privativa para 
instituir contribuição previdenciária dos servidores dos estados, 
distrito federal e dos municípios, cuja alíquota não será inferior à da 
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União”. 
 
Por sua vez, temos que ressaltar no campo das imunidades, que 
existem dois casos que são aplicados às contribuições da 
seguridade social: 
 
I) Imunidade da seguridade social para entidades 
beneficentes de assistência social (art. 195, §7º,CF). 
II) Imunidade de todas as contribuições sociais para as 
receitas decorrentes de exportação (art. 149, §2º, I CF – 
EC 33/2001) 
 
Daí se afirmar que “as contribuições sociais e de intervenção no 
domínio econômico, previstas no art. 149, CF, não incidirão sobre 
as receitas decorrentes de exportação, mas poderão incidir sobre a 
importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível”. 
Vale a pena destacar, ainda, que haverá incidência normal das 
contribuições da seguridade social (COFINS e PIS) sobre o 
faturamento das empresas que realizam as operações relativas à 
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de 
petróleo, combustíveis minerais (art. 155, §3º,CF), uma vez o 
dispositivo trata de não incidência de certos impostos (II, IE, ICMS). 
Sumula 659, STF: é legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do 
FINSOCIAL sobre as operações relativas à energia elétrica, 
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis 
e minerais do País”. 
Como se pode notar, com o advento da EC 42/2003, passamos a 
ter quatro fontes de custeio da seguridade social, previstas art. 195, 
I a IV, CRFB. 
 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
a) 1ª Fonte de Custeio: Importador (art. 195, IV, CF) 
b) 2ª Fonte de Custeio: Loterias (art. 195, III, CF) 
c) 3ª Fonte de Custeio: trabalhadores (art. 195, II, CF) 
d) 4ª Fonte de Custeio: empregador e empresa (art. 195, I, 
CF) 
d.1) Contribuição Social Patronal sobre Folha de 
Pagamento 
d.2) Contribuição PIS/PASEP 
d.3) Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 
d.4) Contribuição social sobre o financiamento da 
seguridade social (COFINS) 
 
 
Todas elas estão previstas no art. 195 e podem ser instituídas por 
lei ordinária ou, até mesmo por medidas provisórias. 
Qualquer contribuição previdenciária, que venha ser criada além 
das fontes acima enumeradas, configurará o exercício da 
competência residual, cuja previsão subsiste no art. 195, §4º, CF. 
Estas, de outra banda, dependem de lei complementar, e não 
podem ser criadas via Medida Provisória (art. 62, §1º, III,CF) 
 
1ª Fonte de Custeio da seguridade social: o importador 
Com a EC 42/2003, que inseriu o inciso IV ao art. 195, CF, 
evidenciou-se a possibilidade de criação da contribuição para 
seguridade social, alcançando a importação de produtos e serviços 
estrangeiros, em razão do alargamento da incidência das 
contribuições sociais e de intervenção do domínio econômico 
(CIDEs), conforme art. 149, §2º, CF. 
Nessa esteira, em 29 de janeiro de 2004, com o advento da Medida 
Provisória 164 (Lei nº10.685/2004) foram instituídas as 
contribuições para: I) Programa de Integração Social e Formação 
do Patrimônio do Servidor Público (PIS) e II) Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS), incidentes sobre a importação de 
bens e serviços. 
Assim, surgiram as contribuições para seguridade social intituladas: 
PIS/PASEP-importação e COFINS-importação. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
PIS-importação e COFINS-importação 
Previsão Art. 195, IV e Lei nº 10.865/2004 (MP 164/2004) 
Fato Gerador A entrada de bens estrangeiros no território 
nacional ou o pagamento de crédito, a entrega ou 
remessa de valores a residentes e domiciliados no 
exterior, como contraprestação de serviços 
prestados (art. 3º, Lei nº 10.865/2004) 
Base de 
Cálculo 
I) o valor aduaneiro que servir de base para cálculo 
do II, acrescido do valor do ICMS incidente no 
desembaraço aduaneiro e do valor das próprias 
contribuições, quando o fato gerador for a entrada 
de bens estrangeiros no território nacional. 
II) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou 
remetido para o exterior, antes da retenção do IR, 
acrescido do ISS e do valor das próprias 
contribuições incidentes na importação do serviço. 
Sujeito 
Passivo 
I) o importador, pessoa física ou jurídica, que 
promova a entrada de bens estrangeiros no 
território nacional ou contrate serviços de 
residentes ou domiciliados no exterior. 
II) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o 
contratante também seja residente ou domiciliado 
no exterior (art. 1º e §1º, da Lei nº 10.865/2004) 
Sujeito Ativo Receita Federal do Brasil (SRFB) 
 
 
2ª Fonte de Custeio: Receita concurso de prognósticos 
(loterias) 
Trata-se de fonte de custeio da seguridade social, oriunda decontribuições incidentes sobre a receita de concurso de 
prognósticos, isto é, de todo e qualquer concurso de sorteios de 
números ou de outros símbolos, loterias e apostas, no âmbito 
federal, estadual, distrital ou municipal, promovidos por órgãos do 
Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis, ressalvados 
os jogos de azar. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Observe o quadro: 
 
 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
Contribuição sobre a Receita de Concursos de 
Prognósticos 
Previsão Art. 195, III c/c art. 212 do Decreto nº 3.048/99 
Fato Gerador Auferir receita de concursos de prognósticos. 
Base de 
Cálculo 
Receita Líquida (total da arrecadação) ou Receita 
Bruta (movimento global de aposta) do concurso de 
prognósticos. 
Sujeito 
Passivo 
Entidade que realiza o concurso de prognóstico 
(órgãos do Poder Público ou organismos privados) 
Sujeito Ativo Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) 
 
 
3ª Fonte de custeio: trabalhador 
A contribuição social-previdenciária recolhida pelo trabalhador 
apresenta-se como mais uma fonte de custeio da seguridade social. 
Houve por bem o legislador constituinte em incluir a contribuição do 
trabalhador no rol das fontes de financiamento da Seguridade 
Social, uma vez que este mesmo trabalhador, quando em 
necessidade, usufrui diretamente os benefícios previdenciários. 
Aqui se somam as contribuições previdenciárias do trabalhador 
avulso e dos segurado empregado, incluindo o doméstico, calculada 
mediante aplicação de certa alíquota sobre o salário-de-contribuição 
mensal. Este salário, consoante os ditames da legislação vigente, 
define-se em faixas de valor, sujeitas a limites máximo e mínimo, 
sobre as quais, destacadamente, recaem, de modo, 
correspondente, alíquotas variadas do tributo. 
Frise-se que o art. 30 da Lei nº 8.212/91 determina que a empresa, 
sob os efeitos da responsabilidade tributária, esta obrigada a reter a 
contribuição, descontando-a da respectiva remuneração dispendida, 
e a repassá-la ao Fisco, sob pena de configuração do crime de 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
apropriação indébita. Tal sistemática não se estende, por razões 
óbvias, ao empregado doméstico. 
Vamos observar o quadro abaixo: 
 
 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
Contribuição Social do Trabalhador 
Previsão Art. 195, II, CRFB 
Fato Gerador Remuneração paga ou creditada pelos serviços 
prestados pelo segurado, independente do título 
que lhe seja dado (art. 201, I, do Decreto 3.048/99) 
Base de 
Cálculo 
Salário-de contribuição (art. 214, I e II do Decreto nº 
3.048/99) 
As alíquotas variam de 8% a 11%. (as bases são 
fixadas em portaria do Ministério da Previdência 
Social) 
Sujeito 
Passivo 
Trabalhador (segurado empregado incluindo o 
doméstico e o trabalhador avulso) 
Sujeito Ativo Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) 
 
Observações à tabela: Quanto ao salário-de-contribuição, acima 
destacado, é importante memorizar as parcelas dele integrantes ou 
não. Veja: 
a) Parcelas integrantes do salário-de-contribuição: salário 
maternidade, gratificação natalina ou 13º salário, gratificações em 
geral (prêmios, gorjetas ...), férias, diárias para viagens excedentes 
a 50% da remuneração mensal, planos de saúde (quando não 
disponibilizados à totalidade dos empregados) ... 
b) Parcelas não integrantes do salário-de-contribuição: 
benefícios previdenciários, indenizações em geral (terço 
constitucional de férias, férias indenizadas, indenização do FGTS, 
aviso prévio indenizado, licença premio indenizada, abono do 
PIS/PASEP, etc 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
 
4ª Fonte de Custeio: o empregador e a empresa 
O art. 195, I faz menção: “empregador, da empresa, da entidade a 
ela equiparada”, o que deve ser traduzido por todos os 
empregadores e também todas e quaisquer empresas, sejam ou 
não empregadoras (equiparadas). Assim, o vocabulário 
“empregador” pode abranger a pessoa jurídica empregadora em 
potencial. 
A proposito, os conceitos de empregador e de equiparado podem 
ser extraídos do art. 2º, §1º, CLT. 
Além disso, vamos lembrar que estão nesse grupo: 
4ª Fonte de Custeio: empregador e empresa (art. 195, I, 
CF) 
1) Contribuição Social Patronal sobre Folha de Pagamento 
2) Contribuição PIS/PASEP 
3) Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 
4) Contribuição social sobre o financiamento da seguridade 
social (COFINS) 
Esta fonte de custeio atrela-se às contribuições do empregador e 
das pessoas jurídicas em geral incidentes sobre: 
 Folha de pagamento e rendimentos do trabalho, pagos ou 
creditados a pessoa física que lhe preste serviços. 
 A receita ou faturamento 
 Lucro 
Essas contribuições que estão previstas no art. 195, I, da CF 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão 
da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do 
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho, avocando-se-lhes, portanto, a aplicação do princípio da 
capacidade contributiva (ver art. 195, §9º, CRFB c/c art. 145, §1º, 
CF). 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Ademais, não se admitem remissões e anistias de contribuições 
previstas no art. 195, I, a e II1, cujo produto esta atrelado ao custeio 
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), 
conforme se depreende do §11, do art. 195, CF, inserido pela EC 
20/98. 
Frise-se que o art. 195, § 12, CF prevê que a lei deve estabelecer 
os setores de atividade econômica para os quais haverá a não 
cumulatividade das contribuições previstas no art. 195, I, “b” (sobre 
receita ou faturamento). 
Assim, não é considerado inconstitucional regimes tributários 
distintos (incidência ou não da cumulatividade) para tais 
contribuições. 
Aliás há previsão de não cumulatividade para Pis/Pasep (Lei nº 
10.637/2002), para COFINS (Lei nº 10.833/2003) e para Pis-
Importação e Cofins-Importação (Lei nº 10.865/2004). 
 
1) Contribuição Social Patronal sobre a folha de pagamentos 
 
Tal contribuição é comumente chamada de contribuição social 
patronal e visa custear o Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS) (arts. 1 a 193 do Decreto 3.048/99) 
O quadro abaixo remete a detalhes referentes a esta contribuição. 
 
 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
Contribuição Social Patronal sobre a Folha de 
Pagamentos 
Previsão Art. 195, I, a, CF c/c Decreto nº 3.048/99 
Fato Gerador Folha de salários e demais rendimentos pagos ou 
creditados a qualquer título a pessoa física. 
Base de Total das remunerações pagas, devidas ou 
 
1
 Art. 195. I. do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei incidentes 
sobre: a) folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço mesmo sem vínculo empregatício. 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Cálculo creditadas ao segurado empregado, ao trabalhador 
avulso ao contribuinte individual (20%) 
Sujeito 
Passivo 
Empregador, empresa ou equiparado 
Sujeito Ativo Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) 
 
 
2) Contribuição Pis/Pasep 
As contribuições Pis e Pasep são destinadas I) à promoção da 
integração do empregado na vida e no desenvolvimento das 
empresas e II) à formação do patrimônio do servidor público, 
respectivamente. 
Concebidas originariamente em leis complementares distintas 
(LC 7/70, para PIS e LC 8/70 para o PASEP), tais contribuições,destinadas ao financiamento da seguridade social, foram 
unificadas e, a partir de 1 de julho de 1976, passaram a ser 
denominadas, simplificadamente, por PIS/PASEP. 
Com o advento da Constituição de 1988 (art. 239,CF) ficou 
estipulado que os recursos do PIS/PASEP iriam financiam o 
programa de seguro-desemprego e o abono salarial, sendo este 
consistente no pagamento de um mínimo anual aos empregados 
que recebem até dois salários mínimos de remuneração mensal, 
desde que seus empregadores contribuam para o PIS/PASEP 
(art. 239, §3º, CF). 
Observe o quadro mnemônico com as principais informações sobre 
o PIS/PASEP: 
 
Tipos de Contribuições Para o PIS/PASEP 
Tipos Sujeito Passivo Fato Gerador Base de 
Cálculo 
PIS/PASEP 
(1) 
Pessoas Jurídicas 
de Direito Privado e 
as que lhes são 
equiparadas 
Obter 
faturamento 
mensal* 
Faturamento 
Mensal* (art. 1, 
§2, Lei n° 
10.637/2007) 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
PIS/PASEP 
(2) 
Entidades sem fins 
lucrativos 
(empregadoras) 
Pagamento de 
salários 
Folha de 
pagamentos 
PIS/PASEP 
(3) 
Pessoas Jurídicas 
de Direito Público 
Interno 
Arrecadação 
de receitas ou 
transferências 
correntes e de 
recitas de 
capital 
Valor das 
receitas ou das 
transferências 
correntes e de 
receitas de 
capital 
recebidas. 
* O faturamento mensal corresponde à receita bruta, assim 
entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, 
sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a 
classificação contábil adotada para essas receitas, observadas, as 
exclusões admitidas em lei específica. 
Para Kyoshi Harada: “faturamento é o ato de faturar, podendo 
significar, também o somatório de diversas faturas, conforme ficou 
consagrado na prática comercial, quando se diz que o faturamento 
mensal de determinada empresa é de tantos reais, expressando o 
volume de vendas realizadas”. 
 
 
A partir de 1º de janeiro de 2003, com redação pela Lei nº 10.637, 
de 30 de dezembro de 2002, foi instituída, com ressalvas previstas, 
a não cumulatividade na cobrança das contribuições PIS/Pasep 
sobre o faturamento cuja alíquota é de 1,65%. 
 
3) Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) 
A CSLL, instituída pela Lei nº 7.689/88 é gravame que incide sobre 
o lucro líquido das pessoas jurídicas. 
Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de 
pagamento estabelecidas para o IRPJ. 
Observe o quadro mnemônico: 
 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) 
Previsão Art. 195, I, c, c/c art. 28, da Lei nº 9.430/96 
Fato Gerador Auferimento de lucro 
Base de 
Cálculo 
Lucro, após certos ajustes (alíquota 9%) 
Sujeito 
Passivo 
Pessoas Jurídicas ou equiparadas 
Sujeito Ativo Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) 
 
 
4) Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
(COFINS) 
Instituída pela Lei nº 70/91, a COFINS veio substituir o FINSOCIAL. 
Observe o quadro mnemônico: 
 
Contribuição 
para 
Seguridade 
Social 
Contribuição para Financiamento da Seguridade 
Social 
Previsão Art. 195, I, b, CF c/c Lei nº 10.833/2003 
Fato Gerador Auferimento de faturamento mensal* 
Base de 
Cálculo 
Faturamento mensal ou receita bruta mensal, após 
dedução das parcelas do faturamento (art. 1º, §2º, 
Lei nº 10.833/2003). A alíquota será de 7,6%. 
Sujeito 
Passivo 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado e as que lhes 
são equiparadas nos termos da legislação (nos 
termos da legislação do IR) 
Sujeito Ativo Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) 
* O faturamento mensal corresponde à receita bruta, assim 
entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, 
sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a 
classificação contábil adotada para essas receitas, observadas, as 
exclusões admitidas em lei específica. 
 
 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
Com a Emenda Constitucional 42/2003 (art. 195, IV, CF) 
evidenciou-se a possibilidade de criação de contribuição 
previdenciária ou social, alcançando a importação de produtos e 
serviços estrangeiros, em razão do alargamento da incidência das 
contribuições sociais de intervenção no domínio econômico 
(CIDEs), conforme art. 149, §2º, CF. 
Nesta esteira, em 29 de janeiro de 2004, com o advento da Medida 
Provisória 164 (convertida na Lei nº 10.865/04) foram instituídas as 
contribuições para: I) Financiamento da Seguridade Social 
(COFINS) e II) Programas de Integração Social e Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PIS), incidentes sobre importação 
de bens e serviços. Assim, surgiram as contribuições “COFINS-
IMPORTAÇÃO” e “PIS-PASEP-IMPORTAÇÃO”. 
 
3) As “outras” contribuições sociais 
O STF intitula “outras contribuições” aquelas que podem ser 
instituídas no plano da competência residual da União, conforme 
disposto no art. 195, §4º, da CRFB. 
As contribuições residuais para seguridade social da União devem 
respeitar os seguintes parâmetros: 
a) instituição por lei complementar , vedando-se a utilização de 
medidas provisórias (art. 62, §1º,III, CF) 
b) instituição pela União 
c) respeito ao principio da NÃO CUMULATIVIDADE. 
d) proibição de coincidência entre o seu fato gerador ou da sua 
base de cálculo com o fato gerador ou base de cálculo de outras 
contribuições (e não com o fato gerador/base de cálculo de 
impostos!!!!). 
Esta adaptação derivou do STF: “não se aplica às contribuições 
sociais novas a segunda parte do inciso I, do artigo 154, da 
Constituição, ou seja, que elas não devam ter fatos geradores ou 
 Aula 05 - Direito Tributário – Espécies de Tributos – Parte II 
bases de cálculo próprios de impostos discriminados na 
Constituição”. 
Trata-se, portanto, da necessidade de uma inovação estrutural 
quanto às demais contribuições, e não quanto aos impostos 
propriamente ditos. Em outras palavras, nada obsta a que uma 
contribuição para seguridade social surja com fato gerador ou base 
de cálculo de um imposto listado na Constituição. 
Isso não lhe é defeso. O que lhe é proibido é a coincidência com a 
base de cálculo de outras contribuições. 
Lembre-se que a competência residual ou remanescente pode estar 
associada a impostos ou a contribuições para seguridade social 
sempre no bojo de lei complementar, o que repudia sua instituição 
por Medida Provisória (art. 62, §1º, III, CRFB) 
 
*** PROXIMO TEMA... CONTINUAÇÃO CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS: Estudo Complementar das contribuições: CPMF, COSIP 
e SIMPLES Nacional.

Outros materiais