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para sua então filha, familiares e para o irmão de acordo com as necessidades futuras. A criança, por exemplo, só receberia a informação de que não poderia ter filhos quando casasse e quisesse constituir uma família. O acompanhamento pós processo cirúrgico passou por um amplo contato com os pais a distância, por cartas, aparentemente, e visitas anuais. A criança inicialmente rejeitou usar vestidos, aceitando após algum tempo. Money narra a mudança de roupas, e a preferência da criança por vestidos, o gosto por arrumar seu grande cabelo, a criança não gostar de se sujar como sinais claros do sucesso do caso. A mãe teve problemas para fazer com que a criança urinasse sentada, o que Money atribuiu ao formato que a genitália da criança ficou após a cirurgia. Conseguise que a criança sentasse para urinar ao 5 anos de idade, ocasionalmente ainda copiando o irmão. Quando as crianças perguntaram para quê serviam os seios, a mãe retratou as diferenças dos papeis de mães e pais na criação dos bebês, dizendo que os seios servem paras mães darem leite aos bebês e os pais tem músculos para protegêlos. Quando a menina se deparou com os absorventes da mãe, ela lhe explicou sobre a menstruação e sua parte no papel feminino. Dr. Money diz que a mãe executou muito bem a tarefa de especificar o papel reprodutivo masculino e feminino para as crianças, em especial em um episódio no qual os gêmeos tomavam banho juntos e o irmão ficou com o pênis ereto e apontando “Olha o que eu tenho, olha o que eu tenho!”, a irmã ficou brava e bateu em seu pênis. Ao ver a menina chateada a mãe lhe disse para esperar quando ela crescer, porque mulheres podem ter bebês e homens não. O irmão, por sua vez, ficou chateado, então a mãe lhe explicou o papel dos homens na formação dos bebês com suas “sementes”. A menina ajudava a mãe nas tarefas da casa e queria bonecas de presente no natal. A mãe narra que enquanto o irmão queria ser bombeiro ou policial, ela desejava ser médica ou professora, mas não possuía nenhum desejo em se casar. Dr. Money aponta, no final de sua narração do caso, que a garota possuía bastantes traços masculinos como excesso de energia física, teimosia, grande nível de atividade, dominância em qualquer grupo que pertencia e dominância sobre o irmão gêmeo. Sua mãe tentou modificar esses comportamentos sem resultado. O pai pouco narrou sobre seus comportamentos para com as crianças e não acreditava que havia algum tipo de favoritismo para nenhuma delas. Porém Money afirma que ele reforça diferentes comportamentos para ambos. No artigo “Ablatio Penis: Normal Male Infant SexReassigned as a Girl” (1975), Money reconta o caso, que acompanhava há 9 anos e acrescenta algumas novas informações. Justifica a mudança de sexo para o feminino no seguinte trecho: “A razão de tal programa é simples: é possível com a cirurgia e terapia hormonal, habilitar um bebê com um pênis defeituoso mais efetivamente a ser uma garota que um garoto. Vaginoplastia permite uma vida sexual normal enquanto a faloplastia não. A vaginoplastia exige somente duas cirurgias, ao contrário da faloplastia que exige uma dúzia ou mais. Resposta orgásmica não é perdida. Maternidade pode ser adquirida por adoção. O indivíduo não se sente como uma aberração” Em uma das consultas com os gêmeos, ela contava sobre uma visita no zoológico, Money perguntou qual animal ela gostaria de ser. Ela respondeu que gostaria de ser um macaco, porque ele pode subir nas árvores e balançar no seus braços. O doutor então perguntou se ela gostaria de ser um macaco menino ou menina. Ela respondeu que gostaria de ser um macaco menina, quando questionada por que justificou porque já era uma. Caso por Milton Diamond Dr. Milton Diamond foi responsável pelo follow up do caso John/Joan. Diamond era um intenso crítico das teorias de Money e os dois nutriram uma richa por muitos anos. Ele contrapôs o sucesso do caso e realizou entrevistas com John, sua mãe e sua mulher, de 1994 à 1995, para relatar um outra visão do caso e a nova mudança de sexo de John para o masculino. Diamond defende a Teoria do desenvolvimento do gênero, que incorpora fatores biológicos como organizadores de predisposições em temperamentos e atitudes, com a ativação destes fatores, que ocorre a partir da interação da pessoa com a sociedade. Tendências herdadas mais interações sociais determinaram o gênero que a pessoa assumirá. A pessoa nasce com um background baseado na herança evolutiva, genética familiar, desenvolvimento uterino e saúde. Esses fatores organizados influenciarão os comportamentos subsequentes do indivíduo. As pessoas não são psicossexualmente neutras ao nascer, mas programadas a se comportarem de uma certa maneira. Todos os indivíduos se comparam com outras pessoas decidindo quem eles são parecidos e com quem são diferentes. Estas experiências e identificações levarão a pessoa se identificar com o gênero masculino ou feminino. Diamond narra o caso no artigo “Sex Reassignment at Birth: A Long Term Review and Clinical Implications” (1997). Segue um resumo de sua descrição: Diamond faz um resumo do caso e seguido de vários pequenos trechos do desenvolvimento de John apresentado pelos entrevistados. A mãe narra que ao tentar vestir Joan com vestidos, ela os negava veementemente, chegando a rasgálos. Porém Joan também era bastante feminina quando queria, a mãe se encabulava com o quanto era bonita e virtuosa como menina. Sua mãe também relata que Joan copiava muito mais seu pai do que seu irmão gêmeo o copiava, em um dia Joan viu o pai se barbeando e a mãe se maquiando, Joan logo começou a aplicar a espuma de barbear e mesmo com mãe a corrigindo dizendo que ela deveria se maquiar, Joan replicou que queria se barbear e não se maquiar. Como descrito por Dr. Money, Joan regularmente tentava urinar em pé, mesmo depois dos 5 anos, quando aprendeu a urinar sentada, ainda tentava urinar em pé ocasionalmente. Joan chegou a ser pega urinando em pé tantas vezes no banheiro feminino que as garotas a ameaçaram e a expulsaram do banheiro. Contrapondo