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LEI 11.445 - SANEAMENTO BÁSICO

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SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO
1
ASPECTOS DA LEI Nº 11.445/2007ASPECTOS DA LEI Nº 11.445/2007
(ESDM (ESDM –– Escola Superior de Direito Municipal)Escola Superior de Direito Municipal)
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
2
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
O Direito Sanitário e as normas constitucionais
� A caracterização da saúde como direito fundamental se deu pela
primeira vez com o advento da Constituição Federal de 1988, como
um dos direitos sociais, dispostos no artigo 6º, Capítulo II (“Dos
Direitos Sociais”), Título II (“Dos Direitos Fundamentais”)
� O artigo 196 da CF estabeleceu que o direito à saúde deve ser
3
� O artigo 196 da CF estabeleceu que o direito à saúde deve ser
“garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao
acesso universal igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”
� O direito à saúde elevou-se ao patamar de direito público, objeto de
prestações estatais. A saúde passou a ser um direito de todos e um
dever do Estado, devendo o seu acesso ser universal e igualitário,
conforme disposto no citado artigo 196
� Para que sejam atendidas as previsões constitucionais e garantida
sua efetiva concretização, o direito à saúde depende do
estabelecimento de condições que assegurem a todos o acesso
às ações e serviços de promoção, proteção e manutenção da
saúde. Tais ações ficaram sujeitas aos regulamentos impostos
pelo Direito Sanitário
O Direito Sanitário e as normas constitucionais
4
pelo Direito Sanitário
� Alguns princípios constitucionais passaram a nortear o campo do
Direito Sanitário, como os referentes à administração pública
(inseridos no artigo 37 da carta Magna), os princípios gerais da
ordem social (artigo 193), da seguridade social (artigo 194) e da
saúde (artigos 196 e 198)
� A noção de saúde alcançou a necessidade de meio ambiente
equilibrado e de saneamento básico, essencial para a saúde
preventiva e equilíbrio ambiental, interligados numa relação causa e
efeito
� O saneamento básico despontou como fator determinante e
condicionante, dentre outros, à saúde pública e, justamente
por tal razão, a Constituição Federal de 1988 associou-o ao
âmbito da política social. As medidas de saneamento passaram
a ser encaradas como uma atividade de prevenção e de
proteção à saúde da população
O Direito Sanitário e as normas constitucionais
5
proteção à saúde da população
� Nesse contexto, o serviço de saneamento passou a ser prestado
com vistas aos interesses tutelados pelo próprio Estado, quais
sejam, a saúde pública e a sobrevivência digna
� Constata-se, assim, a vinculação entre os serviços de saneamento,
a saúde e a dignidade humana, podendo ser considerado, inclusive,
o mais essencial de todos os serviços públicos
RECURSOS HÍDRICOSRECURSOS HÍDRICOS
6
RECURSOS HÍDRICOSRECURSOS HÍDRICOS
Principais normas correlatasPrincipais normas correlatas
� Constituição Federal
� Decreto n. 24.643/34 (“Código de Águas Brasileiro”): criado com a
finalidade de estabelecer o regime jurídico das águas no Brasil, dispôs
sobre a classificação e utilização, bem como sobre o aproveitamento
do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações
7
do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações
administrativas de interesse público
� Lei n. 9.433/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal
� Lei n. 9.984/00 - Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas
- ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências
� Resoluções ANA e os comitês de bacia
Competências constitucionaisCompetências constitucionais
“Art. 20. São bens da União:
(...)
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
8
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;”
“Art. 21. Compete à União:
(...)
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso;”
Competências constitucionaisCompetências constitucionais
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;”
9
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em
seus territórios;”
“Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União;”
SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO
Principais normas correlatas
� Constituição Federal 
� Lei n. 8.666/93 (Licitações)
11
� Lei n. 8.987/95 (Concessões e Permissões)
� Lei n. 11.079/04 (PPP)
� Lei n. 11.107/05 (Consórcios Públicos)
� Lei n. 11.445/07 (Diretrizes Nacionais para o Saneamento 
Básico)
Competências constitucionaisCompetências constitucionais
“Art. 21. Compete à União:
(...)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos;”
12
habitação, saneamento básico e transportes urbanos;”
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
IX - promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;”
Competências constitucionaisCompetências constitucionais
“Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;”
“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
13
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.”
“Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
(...)
IV - participar da formulação da política e da execução das
ações de saneamento básico;”
MARCO REGULATÓRIO MARCO REGULATÓRIO -- LEI 11.445/07LEI 11.445/07
Principais disposiçõesPrincipais disposições
I. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISI. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
15
I. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISI. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
� Conjunto de serviços, infraestruturas, instalações operacionais de:
Definição de saneamento básico (Lei n. 11.445/07)Definição de saneamento básico (Lei n. 11.445/07)
16
(i) abastecimento de água potável 
(ii) esgotamento sanitário 
(iii) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
(iv) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
Recursos hídricos não integram os serviços de saneamento
Disposições da Lei n. 11.445/07
� Princípios fundamentais
� Exercício da titularidade
� Prestação regionalizada
17
� Prestação regionalizada
� Planejamento
� Regulação
� Aspectos econômicos e sociais
� Aspectos técnicos
� Participação de órgãos colegiados no controle social
� Política Federal de saneamento básico
� Disposições finais
Princípios fundamentais
� universalização do acesso
� integralidade 
� saúde pública,segurança da vida, proteção ao meio ambiente, ao 
patrimônio público e privado
� adequação às peculiaridades locais e regionais� adequação às peculiaridades locais e regionais
� articulação com políticas de desenvolvimento urbano e regional, de 
habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção 
ambiental, de promoção da saúde
� eficiência e sustentabilidade econômica
� tecnologias condizentes com a capacidade de pagamento dos usuários 
e adoção de soluções graduais e progressivas
� transparência das ações
� controle social
� segurança, qualidade e regularidade
� integração das infraestruturas com a gestão dos recursos hídricos
Definições
� saneamento básico
� esgotamento sanitário
� limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos� limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
� drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
� gestão associada
� universalização
� controle social
� prestação regionalizada
� subsídios
� localidade de pequeno porte
II. TITULARIDADEII. TITULARIDADE
20
II. TITULARIDADEII. TITULARIDADE
NoNo queque consisteconsiste aa titularidadetitularidade dosdos serviçosserviços
� Atribuição de competência legislativa e executiva a um
determinado ente político
� O titular presta diretamente ou autoriza a delegação da
21
� O titular presta diretamente ou autoriza a delegação da
prestação, define o responsável pela regulação e
fiscalização, fixa parâmetros, direitos e deveres dos usuários
e pode intervir e retomar a operação dos serviços delegados
quando necessário
� A titularidade em Regiões Metropolitanas, Microrregiões e
Aglomerados Urbanos tem sido disputada por Estados e
Municípios
BreveBreve relatorelato históricohistórico (Estados(Estados XX Municípios)Municípios)
� Os Estados da Federação, incentivados pelo Plano Nacional de
Saneamento Básico – PLANASA, no começo da década de 70,
decidiram constituir empresas para implantação, prestação e
expansão dos serviços de saneamento nos Municípios interessados
22
� Por meio de entidade de sua administração indireta, passaram a
exercer competência municipal, por delegação, tendo acesso a
recursos do Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), geridos pelo
Banco Nacional de Habitação (BNH)
� Alguns Municípios mantiveram a operação local
� A promulgação da CF de 1988 (definição de seu art. 30) acirrou a
discussão quanto à titularidade dos serviços
DistribuiçãoDistribuição dede competênciascompetências entreentre osos entesentes dada
FederaçãoFederação
� Matérias de competência da União Federal→ arts. 21 e 22, CF
� Matérias de competência dos Municípios → art. 30, V, CF, que
atribuiu aos Municípios a tarefa de “organizar e prestar, diretamente
23
� Matérias de competência dos Municípios → art. 30, V, CF, que
atribuiu aos Municípios a tarefa de “organizar e prestar, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de
interesse local”
� Matérias não destinadas à União e aos Municípios, ou seja, de
competência residual dos Estados → art. 25, § 1º, CF: “São
reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição”
� Matérias de competência comum da União, dos Estados, do DF e
dos Municípios → art. 23, IX, CF, para promover “a melhoria das
condições de saneamento básico”
SistemaSistema dede competênciascompetências constitucionaisconstitucionais
relativasrelativas aoao saneamentosaneamento
� A Constituição Federal não atribui, de forma expressa, a
competência para prestação dos serviços de saneamento
� Interpretações constitucionais para a definição da titularidade:
24
� Interpretações constitucionais para a definição da titularidade:
� Integração Federativa (art. 23, IX, CF, cumulado com art. 241,
CF)→ UNIÃO, ESTADOS E MUNICIPIOS
� Interesse comum (art. 25, § 3º, CF)→ ESTADO
� Interesse local (art. 30, V, CF)→ MUNICÍPIO
� Titularidade a partir de interpretação constitucional ou de disposição
expressa (emenda constitucional)
STF E A TITULARIDADESTF E A TITULARIDADE
25
STF E A TITULARIDADESTF E A TITULARIDADE
HistóricoHistórico dada posiçãoposição dodo STFSTF sobresobre aa titularidadetitularidade
nono saneamentosaneamento
� Alguns precedentes do STF abordaram, de maneira incidental, a
questão da titularidade dos serviços de saneamento básico:
ADIN 2340/SC (Lei Estadual que estabelecia a obrigatoriedade do fornecimento de água
por caminhões pipa da Companhia Estadual em épocas de interrupção do
26
por caminhões pipa da Companhia Estadual em épocas de interrupção do
fornecimento)
ADIN 2299/RS (Lei Estadual que atribuiu isenções a determinados usuários, alterando
as condições da relação contratual entre o Poder Concedente Municipal e o
Concessionário Estadual)
ADIN 1746/SP (Suspendeu a execução e aplicabilidade do parágrafo único do art. 293,
da Constituição do Estado de São Paulo que previa a forma de indenização nos
casos de retomada dos serviços pelo Município)
ADIN 2095/RS (Lei Estadual que atribuiu atividade reguladora à agência estadual)
AA atualatual posiçãoposição dodo STFSTF sobresobre aa titularidadetitularidade nono
saneamentosaneamento
� ADIN 1842/RJ: PDT questiona constitucionalidade de artigos da
Lei Estadual n. 2.869/97 e LC n. 87/97 (cria a Região Metropolitana
do Rio de Janeiro e a Microrregião dos Lagos)
27
� ADIN 2077/BA: PT questiona artigos reformados da Constituição
Estadual da Bahia que atribuem competências materiais ao Estado
Alega-se ofensa ao princípio democrático e do equilíbrio
federativo, à autonomia municipal, às competências
municipais e à competência comum da União, Estados e
Municípios
ADIN 2077/BAADIN 2077/BA
� Julgamento iniciado em outubro/99
� 5 Ministros votaram pela inconstitucionalidade:
28
� 5 Ministros votaram pela inconstitucionalidade:
Ministros Ilmar Galvão, Nelson Jobim, Joaquim
Barbosa, Eros Grau e Gilmar Mendes
� Ministro Ricardo Lewandowsky pediu vista dos autos
após voto do Min. Gilmar Mendes em 03.04.08
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
� Ministros Joaquim Barbosa, Nelson Jobim e Gilmar
Mendes entenderam pela inconstitucionalidade de
dispositivos da Lei
29
� Ministro Maurício Corrêa entendeu pela
constitucionalidade
� Ministro Ricardo Lewandowsky pediu vista dos autos após
voto do Min. Gilmar Mendes em 03.04.08
O relator ordenou que fossem apensadas a essa ADIN outras três - ADIN 1826 (PT), ADIN 1843 (PFL) e ADIN
1906 (PPS)
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim
� Regiões Metropolitanas não são entidades políticas autônomas
do sistema federativo
� Não têm competência político-administrativa
30
� Não têm competência político-administrativa
� Representam a somatória das competências e atribuições dos
Municípios
� As funções administrativas e executivas devem exercidas por
órgão próprio ou por outro (público ou privado), a partir de
autorização ou concessão dos Municípios
� Interesse Metropolitano = Interesse dos Municípios (sob a
perspectiva intermunicipal)
� Art. 25, § 3º, CF somente pode ser entendido a partir do
princípio federativo, respeitada a autonomia municipal
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim
�Estados têm competência procedimental (instituição,
organização e funcionamento interno), que envolve dois
grupos de decisões:
(
31
(i) conformação geográfica e política das regiões, norteadas por critérios
de viabilidade financeira e técnica
(ii) forma interna de funcionamento e deliberação (criação de conselhos
deliberativos e executivos)
�Observância da viabilidade técnica (bacias hidrográficas)
e econômica (tarifas sociais e subsídios cruzados)
�Organização interna deve respeitar princípio da igualdade
(proporcional diante de circunstâncias sócio-econômicas
da região e proporção desuas respectivas populações)
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim
�Municípios decidem quem prestará serviço (administração
própria e direta de um, alguns ou todos os Municípios;
administração do Estado, empresa intermunicipal, Companhia
Estadual, concessão a particular)
32
Estadual, concessão a particular)
�Municípios, no âmbito de um Conselho Deliberativo, definem
forma de prestação dos serviços conjuntamente
� Não se admite a exploração individual dos serviços pelos
Municípios
� Competência de instituição (art. 25, CF) é diferente de
competência administrativa ou executória
� Declara inconstitucional a vinculação da indicação dos
representantes municipais à autorização ao Estado
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
Voto do Min. Maurício CorrêaVoto do Min. Maurício Corrêa
� Entende que a criação da Região Metropolitana “não significaria a
restrição de uma autonomia originária, mas sim a existência de uma
autonomia condicionada em face de interesses que transbordam as
fronteiras de cada Município.”
33
fronteiras de cada Município.”
� Prevê a participação dos Municípios, em conjunto com o Estado,
nas decisões de interesse dessas áreas, garantindo, assim, a
autonomia Municipal
� Aduz que “o interesse público prepondera, exigindo uma atuação
conjunta, organizada, dirigida e planejada por terceira entidade, no
caso, o Estado, ao qual estão vinculados os Municípios.”
� O art. 25, CF, atribui ao Estado a competência para fixação de
agrupamentos de Municípios, de modo a possibilitar soluções mais
eficazes aos problemas e interesses comuns
ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ
Voto do Min. Maurício CorrêaVoto do Min. Maurício Corrêa
� A instituição de regiões metropolitanas torna relativa a
autonomia municipal, uma vez que as soluções devem ser
alcançadas em conjunto e de forma integrada
� As regiões metropolitanas significam uma comunhão superior
34
� As regiões metropolitanas significam uma comunhão superior
de interesses, que impossibilita que os Municípios exerçam,
isoladamente, suas competências
� As regiões metropolitanas apenas teriam competência para
atuarem nos casos de Municípios dependentes,
concorrentes, confluentes ou integrados, o que
impossibilitaria, pela própria natureza, a atuação unilateral de
um Município
� As regiões metropolitanas atuam por meio de um conselho
deliberativo com ampla participação dos Municípios que fixa
suas diretrizes básicas
Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07
� Não define o titular, nem poderia
� Estabelece que o titular poderá delegar organização, regulação,
fiscalização e prestação (art. 241, CF e Lei n. 11.107/05)→ art. 8º
35
� Dispõe que o titular deve→ art. 9º:
� elaborar planos de saneamento básico
� prestar diretamente ou autorizar a delegação da prestação e definir responsável pela
regulação e fiscalização
� adotar parâmetros adequados à saúde pública
� fixar direitos e deveres dos usuários
� estabelecer mecanismos de controle social
� estabelecer sistema de informações articulado com o Sistema Nacional de
Informações em Saneamento
� intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade
reguladora
Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07
� A prestação de serviços públicos de saneamento básico por
entidade que não integra a administração do titular depende
da celebração de contrato. Não são considerados contratos
os convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de
36
da celebração de contrato. Não são considerados contratos
os convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de
natureza precária (exceto: cooperativas ou associações
restritas a condomínio ou comunidade de pequeno porte;
convênios e outros atos de delegação celebrados até o dia 6
de abril de 2005)→ art. 10
� Condições para validade dos contratos→ art. 11:
� plano de saneamento básico
� estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira do serviço contratado
� normas de regulação e designação da entidade de regulação e de fiscalização
� audiência e consulta públicas sobre o edital de licitação e minuta do contrato
Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07
� Prestação regionalizada: condições podem valer para o conjunto de
Municípios → art. 11, § 4º. Segundo a Lei “prestação regionalizada: aquela
em que um único prestador atende 2 (dois) ou mais titulares”
37
� Serviços com mais de um prestador: relações por contrato→ art. 12:
� Entidade única de regulação e de fiscalização que definirá:
� normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados
� normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços
prestados
� garantia de pagamento de serviços entre os diferentes prestadores
mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos usuários, perdas
comerciais e físicas e outros créditos devidos
� sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um Município
Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07
� O contratante é obrigado a destacar nos documentos de cobrança
aos usuários o valor da remuneração dos serviços prestados pelo
contratado e de realizar a respectiva arrecadação e entrega dos
valores arrecadados→ art. 12, § 3º
38
valores arrecadados→ art. 12, § 3º
� Quando as atividades interdependentes forem contratadas
mediante concessão, os editais devem prever os valores das tarifas
e de outros preços públicos a serem pagos aos demais prestadores
→ art. 12, § 4º
� Fundos para garantir a universalização – instituição facultativa →
art. 13
III. PRESTAÇÃO REGIONALIZADAIII. PRESTAÇÃO REGIONALIZADA
39
III. PRESTAÇÃO REGIONALIZADAIII. PRESTAÇÃO REGIONALIZADA
Prestação regionalizadaPrestação regionalizada
�Caracterizada por:
� um único prestador para vários Municípios, contíguos ou
não
� uniformidade de fiscalização e regulação, inclusive de� uniformidade de fiscalização e regulação, inclusive de
sua remuneração
� compatibilidade de planejamento em todos os Municípios
atendidos
�Atividades de regulação e fiscalização poderão ser por:
� órgão ou entidade de ente da Federação conveniado,
mediante delegação do titular;
� consórcio integrado pelos titulares dos serviços
Prestação regionalizadaPrestação regionalizada
�Para a elaboração dos planos, titular poderá:
� ter cooperação técnica dos Estados
� receber estudos do prestador� receber estudos do prestador
� decidir por plano conjunto com demais Municípios
�Prestadores que atendam mais de um Município devem ter
contabilidade com separação de custos e receitas
�Entidade reguladora definirá regras e critérios de estruturação
do sistema contábil
IV. PLANEJAMENTOIV. PLANEJAMENTO
42
IV. PLANEJAMENTOIV. PLANEJAMENTO
PlanejamentoPlanejamento
�O plano de saneamento abrangerá, no mínimo:
� diagnóstico
� objetivos e metas de curto, médio e longo prazos
(soluções graduais e progressivas)
� programas, projetos e ações (compatíveis com planos
plurianuais e com outros planos governamentais,
identificação de fontes de financiamento)
� ações para emergências e contingências
� mecanismos e procedimentos de avaliação
PlanejamentoPlanejamento
�Os planos de saneamento básico:
� serão editados pelos titulares
� podem ser baseados em estudos fornecidos pelos
prestadores de cada serviço
� terão a consolidação e compatibilização efetuadas pelos
respectivos titulares
� deverão ser compatíveis com os planos das bacias
hidrográficas
� serão revistos periodicamente, em prazo não superior a
quatro anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual
� deverão ser amplamente divulgados (audiências ou consultas
públicas)
� deverão englobar integralmente o território do ente da
Federação que o elaborou, exceto quandoregional
PlanejamentoPlanejamento
�As disposições dos planos de saneamento básico são:
� determinantes para o poder público que os editou;
� referência para os prestadores dos serviços
�O cumprimento dos planos de saneamento por parte dos
prestadores de serviços poderá ser exigido:
� Ente regulador, responsável pela fiscalização;
� para receber recursos orçamentários da União;
� para obtenção de financiamentos com entidades
controladas pela União;
� para obtenção de aval da União;
� pelo Ministério Público;
V. ASPECTOS ECONÔMICOS E V. ASPECTOS ECONÔMICOS E 
46
V. ASPECTOS ECONÔMICOS E V. ASPECTOS ECONÔMICOS E 
SOCIAISSOCIAIS
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
� Sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que
possível, pela cobrança dos serviços
�A instituição de tarifas, preços públicos e taxas observará:
� prioridade para atendimento das funções essenciais
� ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa
renda aos serviços
� recursos necessários para investimentos
� inibição de consumo supérfluo e desperdício
� recuperação de custos por meio de eficiência
� remuneração adequada do capital investido
� tecnologias modernas e eficientes
� incentivo à eficiência
�
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
�Estrutura da remuneração poderá levar em conta:
� categorias de usuários
� padrões de uso de qualidade
� quantidade mínima de consumo ou de utilização do� quantidade mínima de consumo ou de utilização do
serviço (garantia dos objetivos sociais, como a
preservação da saúde, o atendimento dos usuários de
menor renda e proteção ao meio ambiente)
� custo mínimo necessário
� ciclos significativos de aumento da demanda dos
serviços em períodos distintos
� capacidade de pagamento dos consumidores
�Permitida a adoção de subsídios tarifários e não tarifários para os
usuários e localidades de baixa renda
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
� Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidade
de baixa renda serão:
� diretos (destinados a usuários determinados)
� indiretos (destinados ao prestador)� indiretos (destinados ao prestador)
� tarifários (quando integrarem a estrutura tarifária)
� fiscais (alocação de recursos orçamentários, inclusive
por meio de subvenções)
� internos a cada titular ou entre localidades (prestação
regional)
� Reajustes:
� intervalos mínimos de 12 meses
� de acordo com normas legais, regulamentares e
contratuais.
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
� Revisões:
� periódicas: distribuição de ganhos de produtividade com
usuários e a reavaliação das condições de mercado
� extraordinárias: fatos não previstos no contrato, alheios à
vontade do prestador, que acarretem desequilíbrio
� extraordinárias: fatos não previstos no contrato, alheios à
vontade do prestador, que acarretem desequilíbrio
econômico-financeiro das condições inicialmente
pactuadas
� pautas definidas pela entidade reguladora
� mecanismos de indução à eficiência
� repasse de custos e encargos tributários aos usuários
� tarifas fixadas de forma clara, publicadas no mínimo 30 dias
antes de sua aplicação.
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
�Desde que previsto nas normas de regulação, grandes
usuários poderão negociar suas tarifas com o prestador dos
serviços, ouvido previamente o regulador
�Os valores investidos em bens reversíveis pelos
prestadores constituirão créditos perante o titular a serem
recuperados mediante a exploração dos serviços, nos
termos das normas regulamentares e contratuais e, quando
for o caso, observada a legislação pertinente à sociedade
por ações
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
�Interrupção dos serviços pelo prestador:
� situações de emergência / segurança de pessoas e
bens
� reparos, modificações ou melhorias nos sistemas� reparos, modificações ou melhorias nos sistemas
� usuário não permitir a instalação de dispositivo de
medição do consumo (notificação 30 dias antes da
suspensão)
� usuário manipular indevidamente qualquer
componente do sistema pertencente ao prestador
� inadimplência do usuário superior a trinta dias, após
formalmente notificação (notificação 30 dias antes
da suspensão)
Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais
�Interrupções programadas devem ser
comunicadas ao regulador e aos usuários
� A interrupção ou a restrição do fornecimento de
água por inadimplência a estabelecimentos de
saúde, a instituições educacionais e de internação
coletiva de pessoas, e a usuário residencial de baixa
renda, beneficiário de tarifa social, deverá obedecer
a prazos e critérios que preservem condições
mínimas de manutenção da saúde das pessoas
atingidas
Outras disposições legais a respeito da Outras disposições legais a respeito da 
interrupção dos serviços interrupção dos serviços 
�Art.175 da CF: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”
� O parágrafo único do art. 175, estabeleceu que a Lei
disporá, dentre outros, sobre os direitos dos usuários, sobre a
política tarifária e sobre a obrigatoriedade de manutenção dos
serviços adequados
Outras disposições a respeito da Outras disposições a respeito da 
interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços
� Art. 22 do CDC (Lei n. 8.078/90) estabeleceu que “Os órgãos
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento,
são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, segurossão obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros
e, quanto aos essenciais, contínuos”, sem qualquer exceção, nem
mesmo na hipótese de inadimplência dos usuários
� A Lei de Concessões (Lei n. 8.987/95) dispôs que “Toda
concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato”, definindo serviço adequado como aquele que atende
as “condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas” (art. 6º, § 1º).
Outras disposições a respeito da Outras disposições a respeito da 
interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços
� A Lei de Concessões, ainda, dispôs que : “Não se
caracteriza como descontinuidade do serviço a suacaracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio
aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou
de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento
do usuário, considerado o interesse da coletividade.”
A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da 
interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços
�“À prestadora do serviço exige-se fornecimento de serviço
continuado e de boa qualidade, respondendo ela pelos
defeitos, acidentes ou paralisações, pois é objetiva sua
responsabilidade civil, como claro está no parágrafo único doresponsabilidade civil, como claro está no parágrafo único do
art. 22 do CDC. Como então aceitar-se a paralisação no
cumprimento da obrigação por parte dos consumidores? Tal
aceitação levaria a idéia de se ter como gratuito o serviço, o
que não pode ser suportado por quem fez enormes
investimentos e conta com uma receita compatível com o
fornecimento dos serviços. Esta é a interpretação que dou ao
art. 22 e não consigo visualizar onde está a chancela
legislativa para a tolerância da inadimplência, com a
manutenção do serviço”. (Recurso Especial nº 337.965/MG,
em que a Ministra Eliana Calmon figurou como Relatora)
A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da 
interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços
Concluindo seu voto, a Ministra ponderou os seguintes aspectos:
“1) O Brasil é um país com um contingente de pobres e excluídos
em número assustador, o que leva a população merecedora deem número assustador, o que leva a população merecedora de
direito líquido e certo a não pagar porque é pobre e desempregada,
como alegou a impetrante, assumida inadimplente;
2) a continuidade da atividade empresarial só será viável dentro de
uma economia de livre mercado, se houver retorno nos
investimentos econômicos;
3) se parte dos consumidores têm razão social para não pagar o
consumo, este deverá ser suportado pelo contingente populacional
que paga as suas contas, por via do aumento das tarifas, o que é
profundamente injusto;
4) o inadimplemento por parte dos pobres e excluídos não pode ser
solucionado pelos normais meios de cobrança, porque de nada vale
executar quem não possui bens para garantir a execução; e
A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da 
interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços
5) quando a inadimplência vem de empresa, pode-se ver a absurda
hipótese dela incluir o valor das tarifas públicas como insumo, no
preço do produto ou do serviço, recebendo-o dos adquirentes, sem
repassar tais custos à concessionária.
Enfim, a conclusão a que se chega é a de que, sob o aspecto legal,Enfim, a conclusão a que se chega é a de que, sob o aspecto legal,
inexiste nos artigos 22 e 42 do CDC impedimento à paralisação do
serviço, se há inadimplência e está o consumidor avisado de que
será interrompido o fornecimento.
Sob o aspecto da norma específica, estão as concessionárias
autorizadas a suspender os serviços, quando não pagas as tarifas
(art. 6º, § 3º, Lei 8.987/95); sob o aspecto ontológico, não se
conhece contrato de prestação de serviço, firmado com empresa
pública, cujo não pagamento seja irrelevante para o contratado; sob
o ângulo da lógica capitalista, é impossível a manutenção do serviço
gratuito por parte de grandes empresas que fazem altos
investimentos”.
VI. ASPECTOS TÉCNICOSVI. ASPECTOS TÉCNICOS
60
VI. ASPECTOS TÉCNICOSVI. ASPECTOS TÉCNICOS
Aspectos técnicosAspectos técnicos
�Prestação dos serviços atenderá aos requisitos mínimos de
qualidade, regularidade e continuidade
� União define parâmetros mínimos para a potabilidade da água� União define parâmetros mínimos para a potabilidade da água
� Licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos e
de efluentes de tratamento de água:
� Etapas de eficiência
� Alcance progressivo de padrões da legislação
ambiental
� Capacidade de pagamento dos usuários
Aspectos técnicosAspectos técnicos
�Autoridade ambiental competente estabelecerá:
� Procedimentos de licenciamentos (porte e impactos
ambientais)
� Metas progressivas para que a qualidade atenda aos� Metas progressivas para que a qualidade atenda aos
padrões das classes dos corpos hídricos
�Ressalvadas as normas do titular e do contrato, toda edificação
permanente urbana será conectada às redes públicas de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e
sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos
decorrentes da conexão e do uso desses serviços
Aspectos técnicosAspectos técnicos
�Na ausência de rede pública serão permitidas soluções individuais
(observadas as normas do regulador e dos órgão responsáveis
pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos)
�A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de
abastecimento de água não poderá ser também alimentada por
outras fontes
�Regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência
em caso de situação crítica de escassez ou contaminação de
recursos hídricos
VII. CONTROLE SOCIALVII. CONTROLE SOCIAL
64
VII. CONTROLE SOCIALVII. CONTROLE SOCIAL
Participação de órgãos colegiados no Participação de órgãos colegiados no 
controle socialcontrole social
�O controle social dos serviços públicos de saneamento
básico poderá incluir a participação de órgãos colegiados de
caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais.caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
�Os órgãos colegiados (se houver) terão a representação de:
� titulares dos serviços
� órgãos governamentais relacionados ao setor de
saneamento básico
� prestadores dos serviços
� usuários dos serviços
� entidades técnicas, organizações da sociedade civil e
de defesa do consumidor relacionadas ao setor de
saneamento básico
Participação de órgãos colegiados no Participação de órgãos colegiados no 
controle socialcontrole social
�Poderá ser determinada, a critério de cada ente da
Federação, a participação de órgãos colegiados já existentes,Federação, a participação de órgãos colegiados já existentes,
com as devidas adaptações legais
VIII. POLÍTICA FEDERAL DE VIII. POLÍTICA FEDERAL DE 
67
VIII. POLÍTICA FEDERAL DE VIII. POLÍTICA FEDERAL DE 
SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO
Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico
� Política Federal - atuação dos órgãos e entidades federais
ligados ao saneamento básico. Não inclui os demais entes da
Federação.
� Para estabelecer uma Política Nacional de Saneamento é� Para estabelecer uma Política Nacional de Saneamento é
necessário dispor sobre competências e cooperação dos
entes da Federação (extrapola limites da lei ordinária)
� O estabelecimento de uma Política Nacional de
Saneamento deveria ser por meio de Lei complementar
baseada no parágrafo único do art. 23 da Constituição
Federal.
� Estabelece diretrizes e objetivos para a Política Federal de
Saneamento Básico
�Critérios para alocação de recursos públicos federais e de
financiamentos com recursos da União ou com recursos
geridos ou operados por órgãos ou entidades da União:
� Níveis mínimos desempenho técnico, econômico e
Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico
� Níveis mínimos desempenho técnico, econômico e
financeiro
� Níveis mínimos de eficiência e eficácia dos serviços
� Adequada operação e manutenção dos
empreendimentos anteriormente financiados pela
União
� Prioridade para municípios sem sustentabilidade
econômico-financeira
(Vedada a aplicação em serviços contratados (ou concedidos) de forma
onerosa, inclusive financiamentos com recursos do FGTS e do FAT (não
se considera ônus a assunção, por novo prestador, de dívidas
relacionadas à prestação do serviço)
�A União elaborará o Plano Nacional de Saneamento Básico
- PNSB, sob a coordenação do Ministério das Cidades
Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico
�Os demais planos serão elaborados a critério de cada ente
da Federação
� Institui o Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico – SINISA (já existe o SNIS)
IX. REGULAÇÃOIX. REGULAÇÃO
71
IX. REGULAÇÃOIX. REGULAÇÃO
O porquê da regulaçãoO porquê da regulação
� Exigência legal, restando vedada a “auto-regulação” do
prestador dos serviços
� Regulação por entidade independente é condição de validade
72
� Regulação por entidade independente é condição de validade
dos contratos (art. 11, inciso III, da Lei n. 11.445/2007)
� Boas experiências já observadas em muitos Estados
� Sistema que facilita avanço e modernização da infraestrutura
(viabilização de obtenção de recursos para investimentos)
�Autonomia e independência decisória, transparência, celeridade e
objetividade das decisões
�Exigência legal e condição de validade dos contratos
�Edição de normas técnicas, econômicas e socais da prestação
A importância da atividade regulatóriaA importância da atividade regulatória
73
�Garantia da prestação de serviços adequados, proporcionandoas
devidas condições de universalidade, regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade tarifária
�Definição de tarifas que assegurem a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro dos serviços públicos delegados
�Promoção da harmonia nas relações entre usuários,
concessionários e prestadores
Agência ReguladoraAgência Reguladora
�Integra a administração pública indireta, possuindo natureza
jurídica de autarquia de regime especial, com as seguintes
características:
74
� Criação por meio de lei
� Especialização técnica
� Autonomia e independência decisórias
� Possibilita, no caso de criação de agência
multisetorial, articulação entre práticas
regulatórias de diferentes setores
Lei instituidoraLei instituidora
�A lei que instituir a Agência Reguladora deverá versar sobre:
� Competências e atribuições
� Estrutura organizacional (Ex.: Diretoria, Conselhos e
Ouvidoria)
75
Ouvidoria)
� Recursos financeiros (Ex.: dotações orçamentárias e taxa de
fiscalização)
� Política Estadual de Saneamento (diretrizes ao conjunto de
Municípios atendidos, considerando-se a prestação
regionalizada dos serviços)
� Atuação
� Definição do quadro de pessoal da Agência (criação da
carreira específica de especialista em regulação e fiscalização
— atribuições, regime, investidura, carga horária e
remuneração).
Regulando o SaneamentoRegulando o Saneamento
� Devido ao advento das Leis Federais 11.107/05 (Lei dos
Consórcios Públicos) e 11.445/07 (Lei de Diretrizes para o setor
de saneamento básico), como já dito, é indispensável a criação
de agência reguladora independente
76
� O modelo poderá regular apenas o setor de saneamento básico
ou, além dele, outros serviços numa mesma estrutura, inclusive
todos os serviços públicos delegáveis em um único ente. O
caráter multisetorial é interessante nos seguintes aspectos:
� Articulação entre vários segmentos da ação reguladora
� Articulação entre práticas regulatórias de diferentes setores
� Racionalidade administrativa
� Ganhos de escala
X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 
77
X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 
CONCESSÕESCONCESSÕES
PossibilidadesPossibilidades
� Formalização da gestão associada dos serviços (com base
no que dispõe o art. 241, CF), na qual entes da Federação se
associam por meio de dois instrumentos contratuais
(Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação),
78
(Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação),
posteriormente firmando-se o contrato de programa com o
prestador do serviço
OU
� Retomada dos serviços pelo Poder Concedente (Município),
desde que observado o disposto no art. 42 da Lei de
Concessões
Gestão AssociadaGestão Associada
� Assegura estabilidade e ganhos de escala
� Mecanismo de aglutinação independentemente da discussão
79
� Mecanismo de aglutinação independentemente da discussão
sobre a titularidade
� Avanços no ambiente institucional
8080
X.1. GESTÃO ASSOCIADAX.1. GESTÃO ASSOCIADA
DisposiçõesDisposições constitucionaisconstitucionais
� Constituição Federal
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
8181
(...)
IX – promover programas de construção de moradias, e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico.”
“Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios
públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços
públicos, bem como transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos.”
PrevisãoPrevisão dada LeiLei nn.. 1111..107107//0505
“Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de
8282
consórcios públicos para a realização de objetivos de
interesse comum e dá outras providências.”
Buscando dar maior efetividade à disposição constitucional,
traça diretrizes básicas e normas gerais para que os entes da
Federação possam formar consórcios públicos e convênios
de cooperação para gestão associada dos serviços públicos
ou mesmo sua transferência
DefiniçõesDefinições dada LeiLei nn.. 1111..445445//0707
“Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
II - gestão associada: associação voluntária de entes
federados, por convênio de cooperação ou consórcio público,
conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;”
8383
conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;”
“Art. 15. Na prestação regionalizada de serviços públicos de
saneamento básico, as atividades de regulação e fiscalização
poderão ser exercidas:
I - por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular
tenha delegado o exercício dessas competências por meio de
convênio de cooperação entre entes da Federação,
obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal;”
Detalhamentos sobre a gestão associadaDetalhamentos sobre a gestão associada
Para gestão associada ou mesmo para a transferência dos
serviços, a Lei Federal prevê, portanto, a possibilidade dos
entes da Federação se associarem por meio de dois
8484
entes da Federação se associarem por meio de dois
instrumentos:
1 - Consórcios Públicos
2 - Convênios de Cooperação
Consórcios Públicos
� Prévia subscrição de Protocolo de Intenções (PI)
� Publicação do Protocolo de Intenções na Imprensa Oficial
85
85
� Publicação do Protocolo de Intenções na Imprensa Oficial
� Ratificação, mediante lei, do Protocolo de Intenções
� Poderá adquirir personalidade jurídica de direito público ou privado
� Elaboração de Estatuto que disporá sobre organização e funcionamento
dos órgãos consultivos
� Celebração de contrato de rateio caso haja entrega de recursos
financeiros
Consórcios Públicos
� A retirada de um ente depende de ato formal na assembléia geral
� Sua alteração ou extinção dependerá de aprovação da assembléia
86
86
� Sua alteração ou extinção dependerá de aprovação da assembléia
geral, ratificada mediante lei por todos os entes consorciados
� Caso não haja indicação clara dos responsáveis, os entes
consorciados respondem solidariamente pelas obrigações do consórcio
� Obrigações de um ente com o outro deve ser constituída por meio de
Contrato de Programa
Consórcios Públicos
� Constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado,
tendo personalidade jurídica própria (art. 1º, § 01º)
� Objetivos serão determinados pelos entes da Federação (art. 2º)
8787
� Objetivos serão determinados pelos entes da Federação (art. 2º)
� Para cumprimento de seus objetivos poderá (art. 2º):
� Firmar convênios, contratos, acordo, receber auxílio, contribuições e
subvenções sociais ou econômicas
� Promover desapropriações e instituir servidões
� Firmar contratos com um dos entes consorciados, dispensada a
licitação
� Emitir documentos de cobrança e atividades de arrecadação de tarifas
� Outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços
públicos
Convênio de CooperaçãoConvênio de Cooperação
� Não tem personalidade jurídica própria, portanto, não está
autorizado à prática de qualquer ato jurídico, devendo ser praticado
por um dos entes conveniados
8888
� Conteúdo:
� Objeto
� Planejamento
� Regulação e fiscalização
� Direitos e obrigações dos municípios
� Direitos e obrigações do estado
� Atribuições comuns
� Vigência
Contrato de ProgramaContrato de Programa
“Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa,
como condição de sua validade, as obrigações que um ente da Federação
constituir para com outro ente da Federaçãoou para com consórcio público
no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços
públicos ou transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou
bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.” (Lei n.
11.107/2005)
8989
11.107/2005)
� Podem ser parte:
� entes federativos entre si
� ente federativo e um consórcio público
� ente federativo e entidade da Administração Indireta
� O objeto do contrato de programa poderá contemplar:
� a prestação de serviços públicos ou
� a transferência, total ou parcial, de encargos, serviços, pessoal e bens
necessários à continuidade dos serviços transferidos
Contrato de ProgramaContrato de Programa
� Conteúdo:
� objeto
� prazo
� metas de expansão do serviço
� regulação e fiscalização
9090
� regulação e fiscalização
� características do serviço
� direitos do usuário
� deveres do usuário
� regime tarifário
� fontes de receita
� sistema de cobrança
� bens
� formas de extinção
� Intervenção
� contratos dos prestadores com terceiros
� expropriações e servidões administrativas
� proteção ambiental e recursos hídricos
� sanções
� pessoal transferido
Contrato de ProgramaContrato de Programa
� O contrato poderá ser celebrado por entidades de direito público ou
privado que integrem a administração indireta de qualquer dos
entes da Federação consorciados ou conveniados, sem
necessidade de licitação
9191
entes da Federação consorciados ou conveniados, sem
necessidade de licitação
� Deve atender à legislação de concessões e permissões de serviços
públicos
� Prever procedimentos que garantam a transparência da gestão
econômica e financeira
Contrato de ProgramaContrato de Programa
� É nula a cláusula que atribuir ao contratado o exercício dos poderes
de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele
prestados
9292
prestados
� O contrato continuará em vigor mesmo quando extinto o consórcio
público ou o convênio de cooperação
� Será extinto caso o contratado deixar de integrar a administração
indireta do ente da federação consorciado ou conveniado
Contrato de ProgramaContrato de Programa
� É expressa, na Lei de Licitações a dispensa de licitação na
celebração de contrato de programa para prestação de serviços
públicos, mediante gestão associada:
9393
Art. 24. É dispensável a licitação:
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de
forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
� Não há que se falar em afronta ao art. 175 da CF, já que a Lei n. 8.666/93 justamente
regulamenta essa disposição constitucional e, portanto, as necessárias exceções à regra
geral.
X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 
94
X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 
CONCESSÕESCONCESSÕES
PossibilidadesPossibilidades
� Formalização da gestão associada dos serviços (com base
no que dispõe o art. 241, CF), na qual entes da Federação se
associam por meio de dois instrumentos contratuais
(Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação),
95
(Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação),
posteriormente firmando-se o contrato de programa com o
prestador do serviço
OU
� Retomada dos serviços pelo Poder Concedente (Município),
desde que observado o disposto no art. 42 da Lei de
Concessões
X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE 
9696
X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE 
DE RETOMADA DOS SERVIÇOSDE RETOMADA DOS SERVIÇOS
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
9797
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município, em cuja competência se encontre o serviço público,
precedido ou não da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
e por prazo determinado;”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o
fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes.
9898
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder
concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da
intervenção e os objetivos e limites da medida.”
“Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no
prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para
comprovar as causas determinantes da medida e apurar
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
”§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os
pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade,
devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária,
sem prejuízo de seu direito à indenização.
9999
§ 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste
artigo deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias,
sob pena de considerar-se inválida a intervenção.”
“Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a
administração do serviço será devolvida à concessionária,
precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá
pelos atos praticados durante a sua gestão.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
100100
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento
ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os
bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao
concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no
contrato”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço
pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos,
avaliações e liquidações necessários.
101101
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a
utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder
concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá
aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos
montantes da indenização que será devida à concessionária, na
forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a
indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do
serviço concedido.”
102102
serviço concedido.”
“Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder
concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento
da indenização, na forma do artigo anterior.”
”Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério
do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a
aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste
artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“ § 1o A caducidade da concessãopoderá ser declarada pelo poder
concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e
parâmetros definidores da qualidade do serviço;
103103
parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou
disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;]
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força
maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço
concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por
infrações, nos devidos prazos;”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
”VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente
no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária for condenada em sentença transitada em
julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.
104104
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser
precedida da verificação da inadimplência da concessionária em
processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência
antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os
descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-
lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e
para o enquadramento, nos termos contratuais.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
Ҥ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a
inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder
concedente, independentemente de indenização prévia, calculada
no decurso do processo.
105105
§ 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na
forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das
multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
§ 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder
concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos
encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com
empregados da concessionária.”
A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95
“Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por
iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das
normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial
especialmente intentada para esse fim.
106106
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
serviços prestados pela concessionária não poderão ser
interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em
julgado.”
“Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas
anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas
pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o
disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, de 1995)”
•
Inovações da Lei n. 11.445/07Inovações da Lei n. 11.445/07
� Alterou a Lei n. 8.987/95:
� Fixando prazo de validade das concessões precárias,
vencidas, com prazo indeterminado, sem instrumento de
107107
vencidas, com prazo indeterminado, sem instrumento de
formalização e que possuam cláusula que estabeleça
prorrogação (outorgadas antes da vigência da Lei n.
8.987/95)
� Estabelecendo diretrizes para a elaboração do cálculo e
pagamento da indenização aos concessionários
Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07
“Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas
anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas
pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o
disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, de 1995)
108108
§ 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o
serviço poderá ser prestado por órgão ou entidade do poder
concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato.
§ 2o As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo
vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive
por força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo
necessário à realização dos levantamentos e avaliações
indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga
das concessões que as substituirão, prazo esse que não será inferior a
24 (vinte e quatro) meses.”
Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07
“§ 3º As concessões a que se refere o § 2o deste artigo, inclusive as
que não possuam instrumento que as formalize ou que possuam
cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxima até o dia 31
de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de 2009,
tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições:
109109
tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições:
I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos
constituintes da infra-estrutura de bens reversíveis e dos dados
financeiros, contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços,
em dimensão necessária e suficiente para a realização do cálculo de
eventual indenização relativa aos investimentos ainda não amortizados
pelas receitas emergentes da concessão, observadas as disposições
legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela
aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da publicação desta Lei;”
Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07
“II - celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário
sobre os critérios e a forma de indenização de eventuais créditos
remanescentes de investimentos ainda não amortizados ou
depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I
110110
depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I
deste parágrafo e auditados por instituição especializada escolhida de
comum acordo pelas partes; e
III - publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do
poder concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por
prazo de até 6 (seis) meses, renovável até 31 de dezembro de 2008,
mediante comprovação do cumprimento do disposto nos incisos I e II
deste parágrafo.”
Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07
“§ 4o Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3o deste artigo, o
cálculo da indenização de investimentos será feito com base nos critérios
previstos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão
deste, por avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial,
depreciação e amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações
111111
depreciação e amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações
fiscal e das sociedades por ações, efetuada por empresa de auditoria
independente escolhida de comum acordo pelas partes.
§ 5o No caso do § 4o deste artigo, o pagamento de eventual indenização será
realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais,
iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e de
outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com
capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de
operações de financiamento, ou obtidos mediante emissão de ações,
debêntures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o
último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão.”
Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07
“§ 6o Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5o
deste artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha
a disciplinar a prestação do serviço.”
112112
Síntese conclusivaSínteseconclusiva
� Condições introduzidas pelo artigo 42:
� Vencida a concessão → Serviço poderá ser prestado
diretamente pelo Poder concedente ou delegado a terceiros
113113
� Vencida a concessão → Serviço poderá ser prestado
diretamente pelo Poder concedente ou delegado a terceiros
por novo contrato (§ 1º)
� Concessões precárias, vencidas, com prazo indeterminado,
sem instrumento de formalização e que possuam cláusula que
estabeleça prorrogação → prorrogadas até 31.12.2010 desde
que tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes
condições até 30.06.2009 (§ 3º):
SínteseSíntese conclusivaconclusiva
I. Levantamento dos dados necessários ao cálculos da
recomposição patrimonial do concessionário
II. Acordo entre concedente e concessionário sobre os
114114
II. Acordo entre concedente e concessionário sobre os
critérios para o cálculo das indenizações, cujos dados devem
ser auditados por instituição especializada
III. Ato formal do concedente autorizando a prestação
precária dos serviços, por 6 meses, renovável até 31.12.2008
(com a comprovação do cumprimento dos itens I e II)
SínteseSíntese conclusivaconclusiva
� Se não ocorrer acordo → Cálculo da indenização com base (§
4º):
�Nas disposições do contrato de concessão, ou
115115
�Nas disposições do contrato de concessão, ou
�Na ausência de contrato, por empresa especializada eleita
de comum acordo pelas partes (observará legislação fiscal
e das sociedades por ações para avaliação)
� Pagamento das indenizações (§ 5º):
�Garantia real
�Pagamento em no máximo 4 parcelas anuais iguais e
sucessivas
SínteseSíntese conclusivaconclusiva
� Indenização contemplará:
� Investimentos não amortizados (realizados com i. capital
próprio ou do controlador, ii. financiamento e iii. emissão de
116116
próprio ou do controlador, ii. financiamento e iii. emissão de
ações, debêntures e outros títulos mobiliários)
� Indenizações relacionadas à prestação dos serviços
� Pagamento (§ 6º):
�Receitas do novo contrato, apenas na hipótese de acordo entre
Poder Concedente e Concessionária
117
XI. PARCERIAS PÚBLICOXI. PARCERIAS PÚBLICO--PRIVADASPRIVADAS
Principais aspectos da Lei n. 11.079/04Principais aspectos da Lei n. 11.079/04
� Sentido amplo: quaisquer vínculos entre o Estado e o
particular
� Sentido estrito: vínculos que tenham, necessariamente, a
forma de concessão patrocinada ou concessão administrativa
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forma de concessão patrocinada ou concessão administrativa
� Requisitos para uma PPP
� Riscos
� Vantagens e desvantagens
� Exemplos de PPP em saneamento
Obrigada!
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Alessandra Ourique de Carvalho
aoc@rnaves.com.br

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