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SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO 1 ASPECTOS DA LEI Nº 11.445/2007ASPECTOS DA LEI Nº 11.445/2007 (ESDM (ESDM –– Escola Superior de Direito Municipal)Escola Superior de Direito Municipal) INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO 2 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO O Direito Sanitário e as normas constitucionais � A caracterização da saúde como direito fundamental se deu pela primeira vez com o advento da Constituição Federal de 1988, como um dos direitos sociais, dispostos no artigo 6º, Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”), Título II (“Dos Direitos Fundamentais”) � O artigo 196 da CF estabeleceu que o direito à saúde deve ser 3 � O artigo 196 da CF estabeleceu que o direito à saúde deve ser “garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” � O direito à saúde elevou-se ao patamar de direito público, objeto de prestações estatais. A saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado, devendo o seu acesso ser universal e igualitário, conforme disposto no citado artigo 196 � Para que sejam atendidas as previsões constitucionais e garantida sua efetiva concretização, o direito à saúde depende do estabelecimento de condições que assegurem a todos o acesso às ações e serviços de promoção, proteção e manutenção da saúde. Tais ações ficaram sujeitas aos regulamentos impostos pelo Direito Sanitário O Direito Sanitário e as normas constitucionais 4 pelo Direito Sanitário � Alguns princípios constitucionais passaram a nortear o campo do Direito Sanitário, como os referentes à administração pública (inseridos no artigo 37 da carta Magna), os princípios gerais da ordem social (artigo 193), da seguridade social (artigo 194) e da saúde (artigos 196 e 198) � A noção de saúde alcançou a necessidade de meio ambiente equilibrado e de saneamento básico, essencial para a saúde preventiva e equilíbrio ambiental, interligados numa relação causa e efeito � O saneamento básico despontou como fator determinante e condicionante, dentre outros, à saúde pública e, justamente por tal razão, a Constituição Federal de 1988 associou-o ao âmbito da política social. As medidas de saneamento passaram a ser encaradas como uma atividade de prevenção e de proteção à saúde da população O Direito Sanitário e as normas constitucionais 5 proteção à saúde da população � Nesse contexto, o serviço de saneamento passou a ser prestado com vistas aos interesses tutelados pelo próprio Estado, quais sejam, a saúde pública e a sobrevivência digna � Constata-se, assim, a vinculação entre os serviços de saneamento, a saúde e a dignidade humana, podendo ser considerado, inclusive, o mais essencial de todos os serviços públicos RECURSOS HÍDRICOSRECURSOS HÍDRICOS 6 RECURSOS HÍDRICOSRECURSOS HÍDRICOS Principais normas correlatasPrincipais normas correlatas � Constituição Federal � Decreto n. 24.643/34 (“Código de Águas Brasileiro”): criado com a finalidade de estabelecer o regime jurídico das águas no Brasil, dispôs sobre a classificação e utilização, bem como sobre o aproveitamento do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações 7 do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações administrativas de interesse público � Lei n. 9.433/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal � Lei n. 9.984/00 - Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências � Resoluções ANA e os comitês de bacia Competências constitucionaisCompetências constitucionais “Art. 20. São bens da União: (...) III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um 8 terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;” “Art. 21. Compete à União: (...) XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;” Competências constitucionaisCompetências constitucionais “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;” 9 “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;” “Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;” SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO Principais normas correlatas � Constituição Federal � Lei n. 8.666/93 (Licitações) 11 � Lei n. 8.987/95 (Concessões e Permissões) � Lei n. 11.079/04 (PPP) � Lei n. 11.107/05 (Consórcios Públicos) � Lei n. 11.445/07 (Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico) Competências constitucionaisCompetências constitucionais “Art. 21. Compete à União: (...) XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;” 12 habitação, saneamento básico e transportes urbanos;” “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;” Competências constitucionaisCompetências constitucionais “Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;” “Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 13 e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.” “Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: (...) IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;” MARCO REGULATÓRIO MARCO REGULATÓRIO -- LEI 11.445/07LEI 11.445/07 Principais disposiçõesPrincipais disposições I. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISI. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 15 I. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISI. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS � Conjunto de serviços, infraestruturas, instalações operacionais de: Definição de saneamento básico (Lei n. 11.445/07)Definição de saneamento básico (Lei n. 11.445/07) 16 (i) abastecimento de água potável (ii) esgotamento sanitário (iii) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (iv) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas Recursos hídricos não integram os serviços de saneamento Disposições da Lei n. 11.445/07 � Princípios fundamentais � Exercício da titularidade � Prestação regionalizada 17 � Prestação regionalizada � Planejamento � Regulação � Aspectos econômicos e sociais � Aspectos técnicos � Participação de órgãos colegiados no controle social � Política Federal de saneamento básico � Disposições finais Princípios fundamentais � universalização do acesso � integralidade � saúde pública,segurança da vida, proteção ao meio ambiente, ao patrimônio público e privado � adequação às peculiaridades locais e regionais� adequação às peculiaridades locais e regionais � articulação com políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde � eficiência e sustentabilidade econômica � tecnologias condizentes com a capacidade de pagamento dos usuários e adoção de soluções graduais e progressivas � transparência das ações � controle social � segurança, qualidade e regularidade � integração das infraestruturas com a gestão dos recursos hídricos Definições � saneamento básico � esgotamento sanitário � limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos� limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos � drenagem e manejo de águas pluviais urbanas � gestão associada � universalização � controle social � prestação regionalizada � subsídios � localidade de pequeno porte II. TITULARIDADEII. TITULARIDADE 20 II. TITULARIDADEII. TITULARIDADE NoNo queque consisteconsiste aa titularidadetitularidade dosdos serviçosserviços � Atribuição de competência legislativa e executiva a um determinado ente político � O titular presta diretamente ou autoriza a delegação da 21 � O titular presta diretamente ou autoriza a delegação da prestação, define o responsável pela regulação e fiscalização, fixa parâmetros, direitos e deveres dos usuários e pode intervir e retomar a operação dos serviços delegados quando necessário � A titularidade em Regiões Metropolitanas, Microrregiões e Aglomerados Urbanos tem sido disputada por Estados e Municípios BreveBreve relatorelato históricohistórico (Estados(Estados XX Municípios)Municípios) � Os Estados da Federação, incentivados pelo Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANASA, no começo da década de 70, decidiram constituir empresas para implantação, prestação e expansão dos serviços de saneamento nos Municípios interessados 22 � Por meio de entidade de sua administração indireta, passaram a exercer competência municipal, por delegação, tendo acesso a recursos do Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), geridos pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) � Alguns Municípios mantiveram a operação local � A promulgação da CF de 1988 (definição de seu art. 30) acirrou a discussão quanto à titularidade dos serviços DistribuiçãoDistribuição dede competênciascompetências entreentre osos entesentes dada FederaçãoFederação � Matérias de competência da União Federal→ arts. 21 e 22, CF � Matérias de competência dos Municípios → art. 30, V, CF, que atribuiu aos Municípios a tarefa de “organizar e prestar, diretamente 23 � Matérias de competência dos Municípios → art. 30, V, CF, que atribuiu aos Municípios a tarefa de “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local” � Matérias não destinadas à União e aos Municípios, ou seja, de competência residual dos Estados → art. 25, § 1º, CF: “São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição” � Matérias de competência comum da União, dos Estados, do DF e dos Municípios → art. 23, IX, CF, para promover “a melhoria das condições de saneamento básico” SistemaSistema dede competênciascompetências constitucionaisconstitucionais relativasrelativas aoao saneamentosaneamento � A Constituição Federal não atribui, de forma expressa, a competência para prestação dos serviços de saneamento � Interpretações constitucionais para a definição da titularidade: 24 � Interpretações constitucionais para a definição da titularidade: � Integração Federativa (art. 23, IX, CF, cumulado com art. 241, CF)→ UNIÃO, ESTADOS E MUNICIPIOS � Interesse comum (art. 25, § 3º, CF)→ ESTADO � Interesse local (art. 30, V, CF)→ MUNICÍPIO � Titularidade a partir de interpretação constitucional ou de disposição expressa (emenda constitucional) STF E A TITULARIDADESTF E A TITULARIDADE 25 STF E A TITULARIDADESTF E A TITULARIDADE HistóricoHistórico dada posiçãoposição dodo STFSTF sobresobre aa titularidadetitularidade nono saneamentosaneamento � Alguns precedentes do STF abordaram, de maneira incidental, a questão da titularidade dos serviços de saneamento básico: ADIN 2340/SC (Lei Estadual que estabelecia a obrigatoriedade do fornecimento de água por caminhões pipa da Companhia Estadual em épocas de interrupção do 26 por caminhões pipa da Companhia Estadual em épocas de interrupção do fornecimento) ADIN 2299/RS (Lei Estadual que atribuiu isenções a determinados usuários, alterando as condições da relação contratual entre o Poder Concedente Municipal e o Concessionário Estadual) ADIN 1746/SP (Suspendeu a execução e aplicabilidade do parágrafo único do art. 293, da Constituição do Estado de São Paulo que previa a forma de indenização nos casos de retomada dos serviços pelo Município) ADIN 2095/RS (Lei Estadual que atribuiu atividade reguladora à agência estadual) AA atualatual posiçãoposição dodo STFSTF sobresobre aa titularidadetitularidade nono saneamentosaneamento � ADIN 1842/RJ: PDT questiona constitucionalidade de artigos da Lei Estadual n. 2.869/97 e LC n. 87/97 (cria a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos Lagos) 27 � ADIN 2077/BA: PT questiona artigos reformados da Constituição Estadual da Bahia que atribuem competências materiais ao Estado Alega-se ofensa ao princípio democrático e do equilíbrio federativo, à autonomia municipal, às competências municipais e à competência comum da União, Estados e Municípios ADIN 2077/BAADIN 2077/BA � Julgamento iniciado em outubro/99 � 5 Ministros votaram pela inconstitucionalidade: 28 � 5 Ministros votaram pela inconstitucionalidade: Ministros Ilmar Galvão, Nelson Jobim, Joaquim Barbosa, Eros Grau e Gilmar Mendes � Ministro Ricardo Lewandowsky pediu vista dos autos após voto do Min. Gilmar Mendes em 03.04.08 ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ � Ministros Joaquim Barbosa, Nelson Jobim e Gilmar Mendes entenderam pela inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 29 � Ministro Maurício Corrêa entendeu pela constitucionalidade � Ministro Ricardo Lewandowsky pediu vista dos autos após voto do Min. Gilmar Mendes em 03.04.08 O relator ordenou que fossem apensadas a essa ADIN outras três - ADIN 1826 (PT), ADIN 1843 (PFL) e ADIN 1906 (PPS) ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim � Regiões Metropolitanas não são entidades políticas autônomas do sistema federativo � Não têm competência político-administrativa 30 � Não têm competência político-administrativa � Representam a somatória das competências e atribuições dos Municípios � As funções administrativas e executivas devem exercidas por órgão próprio ou por outro (público ou privado), a partir de autorização ou concessão dos Municípios � Interesse Metropolitano = Interesse dos Municípios (sob a perspectiva intermunicipal) � Art. 25, § 3º, CF somente pode ser entendido a partir do princípio federativo, respeitada a autonomia municipal ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim �Estados têm competência procedimental (instituição, organização e funcionamento interno), que envolve dois grupos de decisões: ( 31 (i) conformação geográfica e política das regiões, norteadas por critérios de viabilidade financeira e técnica (ii) forma interna de funcionamento e deliberação (criação de conselhos deliberativos e executivos) �Observância da viabilidade técnica (bacias hidrográficas) e econômica (tarifas sociais e subsídios cruzados) �Organização interna deve respeitar princípio da igualdade (proporcional diante de circunstâncias sócio-econômicas da região e proporção desuas respectivas populações) ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ Voto do Min. Nelson JobimVoto do Min. Nelson Jobim �Municípios decidem quem prestará serviço (administração própria e direta de um, alguns ou todos os Municípios; administração do Estado, empresa intermunicipal, Companhia Estadual, concessão a particular) 32 Estadual, concessão a particular) �Municípios, no âmbito de um Conselho Deliberativo, definem forma de prestação dos serviços conjuntamente � Não se admite a exploração individual dos serviços pelos Municípios � Competência de instituição (art. 25, CF) é diferente de competência administrativa ou executória � Declara inconstitucional a vinculação da indicação dos representantes municipais à autorização ao Estado ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ Voto do Min. Maurício CorrêaVoto do Min. Maurício Corrêa � Entende que a criação da Região Metropolitana “não significaria a restrição de uma autonomia originária, mas sim a existência de uma autonomia condicionada em face de interesses que transbordam as fronteiras de cada Município.” 33 fronteiras de cada Município.” � Prevê a participação dos Municípios, em conjunto com o Estado, nas decisões de interesse dessas áreas, garantindo, assim, a autonomia Municipal � Aduz que “o interesse público prepondera, exigindo uma atuação conjunta, organizada, dirigida e planejada por terceira entidade, no caso, o Estado, ao qual estão vinculados os Municípios.” � O art. 25, CF, atribui ao Estado a competência para fixação de agrupamentos de Municípios, de modo a possibilitar soluções mais eficazes aos problemas e interesses comuns ADIN 1842/RJADIN 1842/RJ Voto do Min. Maurício CorrêaVoto do Min. Maurício Corrêa � A instituição de regiões metropolitanas torna relativa a autonomia municipal, uma vez que as soluções devem ser alcançadas em conjunto e de forma integrada � As regiões metropolitanas significam uma comunhão superior 34 � As regiões metropolitanas significam uma comunhão superior de interesses, que impossibilita que os Municípios exerçam, isoladamente, suas competências � As regiões metropolitanas apenas teriam competência para atuarem nos casos de Municípios dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados, o que impossibilitaria, pela própria natureza, a atuação unilateral de um Município � As regiões metropolitanas atuam por meio de um conselho deliberativo com ampla participação dos Municípios que fixa suas diretrizes básicas Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07 � Não define o titular, nem poderia � Estabelece que o titular poderá delegar organização, regulação, fiscalização e prestação (art. 241, CF e Lei n. 11.107/05)→ art. 8º 35 � Dispõe que o titular deve→ art. 9º: � elaborar planos de saneamento básico � prestar diretamente ou autorizar a delegação da prestação e definir responsável pela regulação e fiscalização � adotar parâmetros adequados à saúde pública � fixar direitos e deveres dos usuários � estabelecer mecanismos de controle social � estabelecer sistema de informações articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento � intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07 � A prestação de serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integra a administração do titular depende da celebração de contrato. Não são considerados contratos os convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de 36 da celebração de contrato. Não são considerados contratos os convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária (exceto: cooperativas ou associações restritas a condomínio ou comunidade de pequeno porte; convênios e outros atos de delegação celebrados até o dia 6 de abril de 2005)→ art. 10 � Condições para validade dos contratos→ art. 11: � plano de saneamento básico � estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira do serviço contratado � normas de regulação e designação da entidade de regulação e de fiscalização � audiência e consulta públicas sobre o edital de licitação e minuta do contrato Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07 � Prestação regionalizada: condições podem valer para o conjunto de Municípios → art. 11, § 4º. Segundo a Lei “prestação regionalizada: aquela em que um único prestador atende 2 (dois) ou mais titulares” 37 � Serviços com mais de um prestador: relações por contrato→ art. 12: � Entidade única de regulação e de fiscalização que definirá: � normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados � normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços prestados � garantia de pagamento de serviços entre os diferentes prestadores mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos usuários, perdas comerciais e físicas e outros créditos devidos � sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um Município Exercício da titularidade pela Lei n. 11.445/07 � O contratante é obrigado a destacar nos documentos de cobrança aos usuários o valor da remuneração dos serviços prestados pelo contratado e de realizar a respectiva arrecadação e entrega dos valores arrecadados→ art. 12, § 3º 38 valores arrecadados→ art. 12, § 3º � Quando as atividades interdependentes forem contratadas mediante concessão, os editais devem prever os valores das tarifas e de outros preços públicos a serem pagos aos demais prestadores → art. 12, § 4º � Fundos para garantir a universalização – instituição facultativa → art. 13 III. PRESTAÇÃO REGIONALIZADAIII. PRESTAÇÃO REGIONALIZADA 39 III. PRESTAÇÃO REGIONALIZADAIII. PRESTAÇÃO REGIONALIZADA Prestação regionalizadaPrestação regionalizada �Caracterizada por: � um único prestador para vários Municípios, contíguos ou não � uniformidade de fiscalização e regulação, inclusive de� uniformidade de fiscalização e regulação, inclusive de sua remuneração � compatibilidade de planejamento em todos os Municípios atendidos �Atividades de regulação e fiscalização poderão ser por: � órgão ou entidade de ente da Federação conveniado, mediante delegação do titular; � consórcio integrado pelos titulares dos serviços Prestação regionalizadaPrestação regionalizada �Para a elaboração dos planos, titular poderá: � ter cooperação técnica dos Estados � receber estudos do prestador� receber estudos do prestador � decidir por plano conjunto com demais Municípios �Prestadores que atendam mais de um Município devem ter contabilidade com separação de custos e receitas �Entidade reguladora definirá regras e critérios de estruturação do sistema contábil IV. PLANEJAMENTOIV. PLANEJAMENTO 42 IV. PLANEJAMENTOIV. PLANEJAMENTO PlanejamentoPlanejamento �O plano de saneamento abrangerá, no mínimo: � diagnóstico � objetivos e metas de curto, médio e longo prazos (soluções graduais e progressivas) � programas, projetos e ações (compatíveis com planos plurianuais e com outros planos governamentais, identificação de fontes de financiamento) � ações para emergências e contingências � mecanismos e procedimentos de avaliação PlanejamentoPlanejamento �Os planos de saneamento básico: � serão editados pelos titulares � podem ser baseados em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço � terão a consolidação e compatibilização efetuadas pelos respectivos titulares � deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas � serão revistos periodicamente, em prazo não superior a quatro anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual � deverão ser amplamente divulgados (audiências ou consultas públicas) � deverão englobar integralmente o território do ente da Federação que o elaborou, exceto quandoregional PlanejamentoPlanejamento �As disposições dos planos de saneamento básico são: � determinantes para o poder público que os editou; � referência para os prestadores dos serviços �O cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços poderá ser exigido: � Ente regulador, responsável pela fiscalização; � para receber recursos orçamentários da União; � para obtenção de financiamentos com entidades controladas pela União; � para obtenção de aval da União; � pelo Ministério Público; V. ASPECTOS ECONÔMICOS E V. ASPECTOS ECONÔMICOS E 46 V. ASPECTOS ECONÔMICOS E V. ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAISSOCIAIS Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais � Sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, pela cobrança dos serviços �A instituição de tarifas, preços públicos e taxas observará: � prioridade para atendimento das funções essenciais � ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços � recursos necessários para investimentos � inibição de consumo supérfluo e desperdício � recuperação de custos por meio de eficiência � remuneração adequada do capital investido � tecnologias modernas e eficientes � incentivo à eficiência � Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais �Estrutura da remuneração poderá levar em conta: � categorias de usuários � padrões de uso de qualidade � quantidade mínima de consumo ou de utilização do� quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço (garantia dos objetivos sociais, como a preservação da saúde, o atendimento dos usuários de menor renda e proteção ao meio ambiente) � custo mínimo necessário � ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços em períodos distintos � capacidade de pagamento dos consumidores �Permitida a adoção de subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e localidades de baixa renda Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais � Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidade de baixa renda serão: � diretos (destinados a usuários determinados) � indiretos (destinados ao prestador)� indiretos (destinados ao prestador) � tarifários (quando integrarem a estrutura tarifária) � fiscais (alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções) � internos a cada titular ou entre localidades (prestação regional) � Reajustes: � intervalos mínimos de 12 meses � de acordo com normas legais, regulamentares e contratuais. Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais � Revisões: � periódicas: distribuição de ganhos de produtividade com usuários e a reavaliação das condições de mercado � extraordinárias: fatos não previstos no contrato, alheios à vontade do prestador, que acarretem desequilíbrio � extraordinárias: fatos não previstos no contrato, alheios à vontade do prestador, que acarretem desequilíbrio econômico-financeiro das condições inicialmente pactuadas � pautas definidas pela entidade reguladora � mecanismos de indução à eficiência � repasse de custos e encargos tributários aos usuários � tarifas fixadas de forma clara, publicadas no mínimo 30 dias antes de sua aplicação. Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais �Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão negociar suas tarifas com o prestador dos serviços, ouvido previamente o regulador �Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão créditos perante o titular a serem recuperados mediante a exploração dos serviços, nos termos das normas regulamentares e contratuais e, quando for o caso, observada a legislação pertinente à sociedade por ações Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais �Interrupção dos serviços pelo prestador: � situações de emergência / segurança de pessoas e bens � reparos, modificações ou melhorias nos sistemas� reparos, modificações ou melhorias nos sistemas � usuário não permitir a instalação de dispositivo de medição do consumo (notificação 30 dias antes da suspensão) � usuário manipular indevidamente qualquer componente do sistema pertencente ao prestador � inadimplência do usuário superior a trinta dias, após formalmente notificação (notificação 30 dias antes da suspensão) Aspectos econômicos e sociaisAspectos econômicos e sociais �Interrupções programadas devem ser comunicadas ao regulador e aos usuários � A interrupção ou a restrição do fornecimento de água por inadimplência a estabelecimentos de saúde, a instituições educacionais e de internação coletiva de pessoas, e a usuário residencial de baixa renda, beneficiário de tarifa social, deverá obedecer a prazos e critérios que preservem condições mínimas de manutenção da saúde das pessoas atingidas Outras disposições legais a respeito da Outras disposições legais a respeito da interrupção dos serviços interrupção dos serviços �Art.175 da CF: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos” � O parágrafo único do art. 175, estabeleceu que a Lei disporá, dentre outros, sobre os direitos dos usuários, sobre a política tarifária e sobre a obrigatoriedade de manutenção dos serviços adequados Outras disposições a respeito da Outras disposições a respeito da interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços � Art. 22 do CDC (Lei n. 8.078/90) estabeleceu que “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, segurossão obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”, sem qualquer exceção, nem mesmo na hipótese de inadimplência dos usuários � A Lei de Concessões (Lei n. 8.987/95) dispôs que “Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato”, definindo serviço adequado como aquele que atende as “condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas” (art. 6º, § 1º). Outras disposições a respeito da Outras disposições a respeito da interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços � A Lei de Concessões, ainda, dispôs que : “Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a suacaracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.” A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços �“À prestadora do serviço exige-se fornecimento de serviço continuado e de boa qualidade, respondendo ela pelos defeitos, acidentes ou paralisações, pois é objetiva sua responsabilidade civil, como claro está no parágrafo único doresponsabilidade civil, como claro está no parágrafo único do art. 22 do CDC. Como então aceitar-se a paralisação no cumprimento da obrigação por parte dos consumidores? Tal aceitação levaria a idéia de se ter como gratuito o serviço, o que não pode ser suportado por quem fez enormes investimentos e conta com uma receita compatível com o fornecimento dos serviços. Esta é a interpretação que dou ao art. 22 e não consigo visualizar onde está a chancela legislativa para a tolerância da inadimplência, com a manutenção do serviço”. (Recurso Especial nº 337.965/MG, em que a Ministra Eliana Calmon figurou como Relatora) A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços Concluindo seu voto, a Ministra ponderou os seguintes aspectos: “1) O Brasil é um país com um contingente de pobres e excluídos em número assustador, o que leva a população merecedora deem número assustador, o que leva a população merecedora de direito líquido e certo a não pagar porque é pobre e desempregada, como alegou a impetrante, assumida inadimplente; 2) a continuidade da atividade empresarial só será viável dentro de uma economia de livre mercado, se houver retorno nos investimentos econômicos; 3) se parte dos consumidores têm razão social para não pagar o consumo, este deverá ser suportado pelo contingente populacional que paga as suas contas, por via do aumento das tarifas, o que é profundamente injusto; 4) o inadimplemento por parte dos pobres e excluídos não pode ser solucionado pelos normais meios de cobrança, porque de nada vale executar quem não possui bens para garantir a execução; e A jurisprudência a respeito da A jurisprudência a respeito da interrupção dos serviçosinterrupção dos serviços 5) quando a inadimplência vem de empresa, pode-se ver a absurda hipótese dela incluir o valor das tarifas públicas como insumo, no preço do produto ou do serviço, recebendo-o dos adquirentes, sem repassar tais custos à concessionária. Enfim, a conclusão a que se chega é a de que, sob o aspecto legal,Enfim, a conclusão a que se chega é a de que, sob o aspecto legal, inexiste nos artigos 22 e 42 do CDC impedimento à paralisação do serviço, se há inadimplência e está o consumidor avisado de que será interrompido o fornecimento. Sob o aspecto da norma específica, estão as concessionárias autorizadas a suspender os serviços, quando não pagas as tarifas (art. 6º, § 3º, Lei 8.987/95); sob o aspecto ontológico, não se conhece contrato de prestação de serviço, firmado com empresa pública, cujo não pagamento seja irrelevante para o contratado; sob o ângulo da lógica capitalista, é impossível a manutenção do serviço gratuito por parte de grandes empresas que fazem altos investimentos”. VI. ASPECTOS TÉCNICOSVI. ASPECTOS TÉCNICOS 60 VI. ASPECTOS TÉCNICOSVI. ASPECTOS TÉCNICOS Aspectos técnicosAspectos técnicos �Prestação dos serviços atenderá aos requisitos mínimos de qualidade, regularidade e continuidade � União define parâmetros mínimos para a potabilidade da água� União define parâmetros mínimos para a potabilidade da água � Licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos e de efluentes de tratamento de água: � Etapas de eficiência � Alcance progressivo de padrões da legislação ambiental � Capacidade de pagamento dos usuários Aspectos técnicosAspectos técnicos �Autoridade ambiental competente estabelecerá: � Procedimentos de licenciamentos (porte e impactos ambientais) � Metas progressivas para que a qualidade atenda aos� Metas progressivas para que a qualidade atenda aos padrões das classes dos corpos hídricos �Ressalvadas as normas do titular e do contrato, toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços Aspectos técnicosAspectos técnicos �Na ausência de rede pública serão permitidas soluções individuais (observadas as normas do regulador e dos órgão responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos) �A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá ser também alimentada por outras fontes �Regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência em caso de situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos VII. CONTROLE SOCIALVII. CONTROLE SOCIAL 64 VII. CONTROLE SOCIALVII. CONTROLE SOCIAL Participação de órgãos colegiados no Participação de órgãos colegiados no controle socialcontrole social �O controle social dos serviços públicos de saneamento básico poderá incluir a participação de órgãos colegiados de caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais.caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais. �Os órgãos colegiados (se houver) terão a representação de: � titulares dos serviços � órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico � prestadores dos serviços � usuários dos serviços � entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento básico Participação de órgãos colegiados no Participação de órgãos colegiados no controle socialcontrole social �Poderá ser determinada, a critério de cada ente da Federação, a participação de órgãos colegiados já existentes,Federação, a participação de órgãos colegiados já existentes, com as devidas adaptações legais VIII. POLÍTICA FEDERAL DE VIII. POLÍTICA FEDERAL DE 67 VIII. POLÍTICA FEDERAL DE VIII. POLÍTICA FEDERAL DE SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico � Política Federal - atuação dos órgãos e entidades federais ligados ao saneamento básico. Não inclui os demais entes da Federação. � Para estabelecer uma Política Nacional de Saneamento é� Para estabelecer uma Política Nacional de Saneamento é necessário dispor sobre competências e cooperação dos entes da Federação (extrapola limites da lei ordinária) � O estabelecimento de uma Política Nacional de Saneamento deveria ser por meio de Lei complementar baseada no parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal. � Estabelece diretrizes e objetivos para a Política Federal de Saneamento Básico �Critérios para alocação de recursos públicos federais e de financiamentos com recursos da União ou com recursos geridos ou operados por órgãos ou entidades da União: � Níveis mínimos desempenho técnico, econômico e Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico � Níveis mínimos desempenho técnico, econômico e financeiro � Níveis mínimos de eficiência e eficácia dos serviços � Adequada operação e manutenção dos empreendimentos anteriormente financiados pela União � Prioridade para municípios sem sustentabilidade econômico-financeira (Vedada a aplicação em serviços contratados (ou concedidos) de forma onerosa, inclusive financiamentos com recursos do FGTS e do FAT (não se considera ônus a assunção, por novo prestador, de dívidas relacionadas à prestação do serviço) �A União elaborará o Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB, sob a coordenação do Ministério das Cidades Política Federal de Saneamento BásicoPolítica Federal de Saneamento Básico �Os demais planos serão elaborados a critério de cada ente da Federação � Institui o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico – SINISA (já existe o SNIS) IX. REGULAÇÃOIX. REGULAÇÃO 71 IX. REGULAÇÃOIX. REGULAÇÃO O porquê da regulaçãoO porquê da regulação � Exigência legal, restando vedada a “auto-regulação” do prestador dos serviços � Regulação por entidade independente é condição de validade 72 � Regulação por entidade independente é condição de validade dos contratos (art. 11, inciso III, da Lei n. 11.445/2007) � Boas experiências já observadas em muitos Estados � Sistema que facilita avanço e modernização da infraestrutura (viabilização de obtenção de recursos para investimentos) �Autonomia e independência decisória, transparência, celeridade e objetividade das decisões �Exigência legal e condição de validade dos contratos �Edição de normas técnicas, econômicas e socais da prestação A importância da atividade regulatóriaA importância da atividade regulatória 73 �Garantia da prestação de serviços adequados, proporcionandoas devidas condições de universalidade, regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade tarifária �Definição de tarifas que assegurem a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos serviços públicos delegados �Promoção da harmonia nas relações entre usuários, concessionários e prestadores Agência ReguladoraAgência Reguladora �Integra a administração pública indireta, possuindo natureza jurídica de autarquia de regime especial, com as seguintes características: 74 � Criação por meio de lei � Especialização técnica � Autonomia e independência decisórias � Possibilita, no caso de criação de agência multisetorial, articulação entre práticas regulatórias de diferentes setores Lei instituidoraLei instituidora �A lei que instituir a Agência Reguladora deverá versar sobre: � Competências e atribuições � Estrutura organizacional (Ex.: Diretoria, Conselhos e Ouvidoria) 75 Ouvidoria) � Recursos financeiros (Ex.: dotações orçamentárias e taxa de fiscalização) � Política Estadual de Saneamento (diretrizes ao conjunto de Municípios atendidos, considerando-se a prestação regionalizada dos serviços) � Atuação � Definição do quadro de pessoal da Agência (criação da carreira específica de especialista em regulação e fiscalização — atribuições, regime, investidura, carga horária e remuneração). Regulando o SaneamentoRegulando o Saneamento � Devido ao advento das Leis Federais 11.107/05 (Lei dos Consórcios Públicos) e 11.445/07 (Lei de Diretrizes para o setor de saneamento básico), como já dito, é indispensável a criação de agência reguladora independente 76 � O modelo poderá regular apenas o setor de saneamento básico ou, além dele, outros serviços numa mesma estrutura, inclusive todos os serviços públicos delegáveis em um único ente. O caráter multisetorial é interessante nos seguintes aspectos: � Articulação entre vários segmentos da ação reguladora � Articulação entre práticas regulatórias de diferentes setores � Racionalidade administrativa � Ganhos de escala X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 77 X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS CONCESSÕESCONCESSÕES PossibilidadesPossibilidades � Formalização da gestão associada dos serviços (com base no que dispõe o art. 241, CF), na qual entes da Federação se associam por meio de dois instrumentos contratuais (Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação), 78 (Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação), posteriormente firmando-se o contrato de programa com o prestador do serviço OU � Retomada dos serviços pelo Poder Concedente (Município), desde que observado o disposto no art. 42 da Lei de Concessões Gestão AssociadaGestão Associada � Assegura estabilidade e ganhos de escala � Mecanismo de aglutinação independentemente da discussão 79 � Mecanismo de aglutinação independentemente da discussão sobre a titularidade � Avanços no ambiente institucional 8080 X.1. GESTÃO ASSOCIADAX.1. GESTÃO ASSOCIADA DisposiçõesDisposições constitucionaisconstitucionais � Constituição Federal “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) 8181 (...) IX – promover programas de construção de moradias, e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.” “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.” PrevisãoPrevisão dada LeiLei nn.. 1111..107107//0505 “Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de 8282 consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.” Buscando dar maior efetividade à disposição constitucional, traça diretrizes básicas e normas gerais para que os entes da Federação possam formar consórcios públicos e convênios de cooperação para gestão associada dos serviços públicos ou mesmo sua transferência DefiniçõesDefinições dada LeiLei nn.. 1111..445445//0707 “Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se: II - gestão associada: associação voluntária de entes federados, por convênio de cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;” 8383 conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;” “Art. 15. Na prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico, as atividades de regulação e fiscalização poderão ser exercidas: I - por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular tenha delegado o exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação entre entes da Federação, obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal;” Detalhamentos sobre a gestão associadaDetalhamentos sobre a gestão associada Para gestão associada ou mesmo para a transferência dos serviços, a Lei Federal prevê, portanto, a possibilidade dos entes da Federação se associarem por meio de dois 8484 entes da Federação se associarem por meio de dois instrumentos: 1 - Consórcios Públicos 2 - Convênios de Cooperação Consórcios Públicos � Prévia subscrição de Protocolo de Intenções (PI) � Publicação do Protocolo de Intenções na Imprensa Oficial 85 85 � Publicação do Protocolo de Intenções na Imprensa Oficial � Ratificação, mediante lei, do Protocolo de Intenções � Poderá adquirir personalidade jurídica de direito público ou privado � Elaboração de Estatuto que disporá sobre organização e funcionamento dos órgãos consultivos � Celebração de contrato de rateio caso haja entrega de recursos financeiros Consórcios Públicos � A retirada de um ente depende de ato formal na assembléia geral � Sua alteração ou extinção dependerá de aprovação da assembléia 86 86 � Sua alteração ou extinção dependerá de aprovação da assembléia geral, ratificada mediante lei por todos os entes consorciados � Caso não haja indicação clara dos responsáveis, os entes consorciados respondem solidariamente pelas obrigações do consórcio � Obrigações de um ente com o outro deve ser constituída por meio de Contrato de Programa Consórcios Públicos � Constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, tendo personalidade jurídica própria (art. 1º, § 01º) � Objetivos serão determinados pelos entes da Federação (art. 2º) 8787 � Objetivos serão determinados pelos entes da Federação (art. 2º) � Para cumprimento de seus objetivos poderá (art. 2º): � Firmar convênios, contratos, acordo, receber auxílio, contribuições e subvenções sociais ou econômicas � Promover desapropriações e instituir servidões � Firmar contratos com um dos entes consorciados, dispensada a licitação � Emitir documentos de cobrança e atividades de arrecadação de tarifas � Outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos Convênio de CooperaçãoConvênio de Cooperação � Não tem personalidade jurídica própria, portanto, não está autorizado à prática de qualquer ato jurídico, devendo ser praticado por um dos entes conveniados 8888 � Conteúdo: � Objeto � Planejamento � Regulação e fiscalização � Direitos e obrigações dos municípios � Direitos e obrigações do estado � Atribuições comuns � Vigência Contrato de ProgramaContrato de Programa “Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da Federaçãoou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.” (Lei n. 11.107/2005) 8989 11.107/2005) � Podem ser parte: � entes federativos entre si � ente federativo e um consórcio público � ente federativo e entidade da Administração Indireta � O objeto do contrato de programa poderá contemplar: � a prestação de serviços públicos ou � a transferência, total ou parcial, de encargos, serviços, pessoal e bens necessários à continuidade dos serviços transferidos Contrato de ProgramaContrato de Programa � Conteúdo: � objeto � prazo � metas de expansão do serviço � regulação e fiscalização 9090 � regulação e fiscalização � características do serviço � direitos do usuário � deveres do usuário � regime tarifário � fontes de receita � sistema de cobrança � bens � formas de extinção � Intervenção � contratos dos prestadores com terceiros � expropriações e servidões administrativas � proteção ambiental e recursos hídricos � sanções � pessoal transferido Contrato de ProgramaContrato de Programa � O contrato poderá ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da Federação consorciados ou conveniados, sem necessidade de licitação 9191 entes da Federação consorciados ou conveniados, sem necessidade de licitação � Deve atender à legislação de concessões e permissões de serviços públicos � Prever procedimentos que garantam a transparência da gestão econômica e financeira Contrato de ProgramaContrato de Programa � É nula a cláusula que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele prestados 9292 prestados � O contrato continuará em vigor mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação � Será extinto caso o contratado deixar de integrar a administração indireta do ente da federação consorciado ou conveniado Contrato de ProgramaContrato de Programa � É expressa, na Lei de Licitações a dispensa de licitação na celebração de contrato de programa para prestação de serviços públicos, mediante gestão associada: 9393 Art. 24. É dispensável a licitação: XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) � Não há que se falar em afronta ao art. 175 da CF, já que a Lei n. 8.666/93 justamente regulamenta essa disposição constitucional e, portanto, as necessárias exceções à regra geral. X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS 94 X. REGULARIZAX. REGULARIZAÇÇÃO DAS ÃO DAS CONCESSÕESCONCESSÕES PossibilidadesPossibilidades � Formalização da gestão associada dos serviços (com base no que dispõe o art. 241, CF), na qual entes da Federação se associam por meio de dois instrumentos contratuais (Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação), 95 (Consórcios Públicos ou Convênios de Cooperação), posteriormente firmando-se o contrato de programa com o prestador do serviço OU � Retomada dos serviços pelo Poder Concedente (Município), desde que observado o disposto no art. 42 da Lei de Concessões X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE 9696 X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE X.2. PROCEDIMENTOS NA HIPÓTESE DE RETOMADA DOS SERVIÇOSDE RETOMADA DOS SERVIÇOS A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o 9797 I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão; II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. 9898 Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.” “Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 ”§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização. 9999 § 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.” “Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “Art. 35. Extingue-se a concessão por: I - advento do termo contratual; II - encampação; III - caducidade; 100100 III - caducidade; IV - rescisão; V - anulação; e VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. § 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários. 101101 § 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. § 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.” 102102 serviço concedido.” “Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.” ”Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “ § 1o A caducidade da concessãopoderá ser declarada pelo poder concedente quando: I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; 103103 parâmetros definidores da qualidade do serviço; II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;] III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 ”VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e VII - a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. 104104 § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando- lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo. 105105 § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária. § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.” A Lei n. 8.987/95A Lei n. 8.987/95 “Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. 106106 Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.” “Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, de 1995)” • Inovações da Lei n. 11.445/07Inovações da Lei n. 11.445/07 � Alterou a Lei n. 8.987/95: � Fixando prazo de validade das concessões precárias, vencidas, com prazo indeterminado, sem instrumento de 107107 vencidas, com prazo indeterminado, sem instrumento de formalização e que possuam cláusula que estabeleça prorrogação (outorgadas antes da vigência da Lei n. 8.987/95) � Estabelecendo diretrizes para a elaboração do cálculo e pagamento da indenização aos concessionários Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07 “Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, de 1995) 108108 § 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato. § 2o As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses.” Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07 “§ 3º As concessões a que se refere o § 2o deste artigo, inclusive as que não possuam instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições: 109109 tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições: I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos constituintes da infra-estrutura de bens reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços, em dimensão necessária e suficiente para a realização do cálculo de eventual indenização relativa aos investimentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da concessão, observadas as disposições legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da publicação desta Lei;” Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07 “II - celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário sobre os critérios e a forma de indenização de eventuais créditos remanescentes de investimentos ainda não amortizados ou depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I 110110 depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por instituição especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e III - publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, renovável até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo.” Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07 “§ 4o Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3o deste artigo, o cálculo da indenização de investimentos será feito com base nos critérios previstos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações 111111 depreciação e amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das sociedades por ações, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes. § 5o No caso do § 4o deste artigo, o pagamento de eventual indenização será realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e de outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de operações de financiamento, ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão.” Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07Disposições introduzidas pela Lei n. 11.445/07 “§ 6o Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5o deste artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço.” 112112 Síntese conclusivaSínteseconclusiva � Condições introduzidas pelo artigo 42: � Vencida a concessão → Serviço poderá ser prestado diretamente pelo Poder concedente ou delegado a terceiros 113113 � Vencida a concessão → Serviço poderá ser prestado diretamente pelo Poder concedente ou delegado a terceiros por novo contrato (§ 1º) � Concessões precárias, vencidas, com prazo indeterminado, sem instrumento de formalização e que possuam cláusula que estabeleça prorrogação → prorrogadas até 31.12.2010 desde que tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições até 30.06.2009 (§ 3º): SínteseSíntese conclusivaconclusiva I. Levantamento dos dados necessários ao cálculos da recomposição patrimonial do concessionário II. Acordo entre concedente e concessionário sobre os 114114 II. Acordo entre concedente e concessionário sobre os critérios para o cálculo das indenizações, cujos dados devem ser auditados por instituição especializada III. Ato formal do concedente autorizando a prestação precária dos serviços, por 6 meses, renovável até 31.12.2008 (com a comprovação do cumprimento dos itens I e II) SínteseSíntese conclusivaconclusiva � Se não ocorrer acordo → Cálculo da indenização com base (§ 4º): �Nas disposições do contrato de concessão, ou 115115 �Nas disposições do contrato de concessão, ou �Na ausência de contrato, por empresa especializada eleita de comum acordo pelas partes (observará legislação fiscal e das sociedades por ações para avaliação) � Pagamento das indenizações (§ 5º): �Garantia real �Pagamento em no máximo 4 parcelas anuais iguais e sucessivas SínteseSíntese conclusivaconclusiva � Indenização contemplará: � Investimentos não amortizados (realizados com i. capital próprio ou do controlador, ii. financiamento e iii. emissão de 116116 próprio ou do controlador, ii. financiamento e iii. emissão de ações, debêntures e outros títulos mobiliários) � Indenizações relacionadas à prestação dos serviços � Pagamento (§ 6º): �Receitas do novo contrato, apenas na hipótese de acordo entre Poder Concedente e Concessionária 117 XI. PARCERIAS PÚBLICOXI. PARCERIAS PÚBLICO--PRIVADASPRIVADAS Principais aspectos da Lei n. 11.079/04Principais aspectos da Lei n. 11.079/04 � Sentido amplo: quaisquer vínculos entre o Estado e o particular � Sentido estrito: vínculos que tenham, necessariamente, a forma de concessão patrocinada ou concessão administrativa 118 forma de concessão patrocinada ou concessão administrativa � Requisitos para uma PPP � Riscos � Vantagens e desvantagens � Exemplos de PPP em saneamento Obrigada! 119 Alessandra Ourique de Carvalho aoc@rnaves.com.br
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