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PROCESSO PENAL I

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PRAZOS
PROCESSO PENAL I
Prof. Kaio Marcellus
Mestrando em Direito Constitucional - UNB
Especialista em Direito Penal Empresarial – FGV/DF
Especialista em Direito Constitucional – UCAM/DF
Formado em Direito pela UDF
Conceito: O processo penal tem por objetivo conferir efetividade ao direito penal, fornecendo os meios e o caminho para materializar a aplicação da pena ao caso concreto. 
Isso porque o jus puniendi (direito de punir) concentra-se na figura do Estado. Dessa forma, ao particular não é dado o direito de fazer justiça com as próprias mãos, visto que a vingança privada é crime (exercício arbitrário das próprias razões, art. 345, CP)
Assim, a finalidade do direito processual penal é:
- Pacificação social obtida como solução do conflito (mediata);
- Viabilizando a aplicação do Direito penal (imediata)
Características do Direito Processual Penal:
Autonomia: Tem princípios e regras próprias (CF/88, CPP)
Instrumentalidade: É o meio para fazer atuar o direito material penal, oferecendo as ferramentas e os caminhos a serem seguidos na obtenção de um provimento jurisdicional válido
Normatividade: É uma disciplina normativa, de caráter dogmático
Apesar das crítica atual da dicotomia romana, o direito processual penal é ramo do direito público.
Relembrando TGP
Interesse: É o desejo. Indica a relação entre necessidades humanas e os bens da vida aptos a satisfazê-las
Pretensão: é a intenção de subordinar interesse alheio ao próprio
Lide: É o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. No embate criminal, temos a pretensão do Estado de fazer valer a lei penal e do outro lado o status libertatis do imputado, que só pode ser apenado após o devido processo legal.
Ação: O Estado tem o dever de agir, cabendo-nos o direito público subjetivo de obter do mesmo uma decisão acerca da lide objeto do processo.
Processo: é o instrumento de atuação da jurisdição. Contempla um elemento constitutivo objetivo (procedimento), e um elemento constitutivo subjetivo (relação jurídica processual)
Relação jurídica processual
Sujeitos processuais: partes e magistrado
Objeto da relação: Aspecto material é o bem da vida, aspecto processual é o provimento jurisdicional desejado
Pressupostos processuais
Subjetivos:
Relativos ao Juiz ( Investidura, Competência, ausência de suspeição)
Relativos às partes (Capacidade de ser parte, Capacidade de estar em juízo, Capacidade postulatória)
Objetivos: 
Extrínsecos (ausência de fatos impeditivos para o regular tramitar procedimental, por exemplo inexistência de coisa julgada e litispendência
Intrínsecos (regularidade formal, respeito à disciplina normativa, ao devido processo legal) 
Sistemas processuais
Sistema Inquisitivo: Concentra em figura única as funções de acusar, defender e julgar (Juiz), não há contraditório e ampla defesa, o procedimento é escrito e sigiloso, com o início da persecução, produção de prova e decisão pelo magistrado.
Sistema acusatório: Há nítida separação entre as funções de acusar, defender e julgar; o contraditório, a ampla defesa e a publicidade regem todo o processo; o órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação das provas é do livre convencimento motivado.
Sistema misto ou acusatório formal: Caracteriza-se por uma instrução preliminar, secreta e escrita, a cargo do juiz, com poderes inquisitivos, no intuito da da colheita de provas, e por uma fase contraditória (judicial) em que se dá o julgamento, admitindo-se o exercício da ampla defesa e de todos os direitos dela decorrentes. 
Qual Sistema processual adotado no Brasil?
Resposta: O Brasil adota o sistema acusatório, com algumas mitigações.
Fontes do direito
Fonte de produção ou material: É aquela que elabora a norma (art. 22, I; 24, I e XI, 84, XII, 62, I, b, todos da CF/88)
A competência para legislar sobre direito processual penal é da União. Lei Complementar pode atribuir aos Estados a competência para legislarem sobre processo penal. Já direito penitenciário e procedimentos a competência para legislar é concorrente da União, Estados e Distrito Federal.
Atenção: O Presidente da República pode legislar via Decreto sobre o Indulto, sendo-lhe vedado por medida provisória legislar acerca de direito penal e processual penal. 
Fonte formal ou de cognição: é aquela que revela a norma:
Imediata ou direta: Leis, Constituição, tratados internacionais de direitos humanos, jurisprudência
Mediata, indiretas ou supletivas: Princípios gerais de direito, doutrina e Costumes.
Os Costumes podem ser: - secudum legem (ratificam a lei), praeter legem (viabilizam a supressão da lei), contra legem (contrariam a lei)
Analogia
Analogia é a forma de autointegração da lei (art. 3º, CPP e 4º da LINDB). Pela analogia, aplicamos a um fato não regido pela norma jurídica, disposição legal aplicada a fato semelhante. Atenção: Ao contrário do direito penal, no qual a analogia não pode ser utilizada em prejuízo do réu, na esfera processual penal ela goza de ampla aplicação. Todavia, deve-se interpretar com reservas a admissão da analogia quando se tratar de restrição cautelar da liberdade ou flexibilização de garantias. Espécies:	
Analogia legis: Em face da lacuna da lei, aplicamos a norma positivada que rege caso semelhante.
Analogia Iuris: São aplicados princípios jurídicos ante a omissão da lei. Ex: princípio do favor rei.
Interpretação da lei processual
Quanto à origem
 
Autêntica ou legislativa: É realizada pelo próprio legislador que, através de outro texto de lei, faz os esclarecimentos necessários sobre determinado assunto, podendo ser contextual. Ex: art. 302 do CPP, que explica o que é prisão em flagrante.
Doutrinária ou científica: É aquela realizada pelos estudiosos do direito. Atente-se que a exposição de motivos do Código é forma de interpretação doutrinária.
Judicial ou jurisprudencial: É a interpretação conferida pelos juízes e tribunais.
Quanto ao modo
Literal, gramatical ou sintática: é a forma mais simples de interpretar, leva-se em conta o texto da lei e a significação das palavras;
Teleológica: busca-se a finalidade da norma, a vontade da lei;
Lógica: regras de raciocínio e conclusão para compreender o espírito da lei;
Histórica: analisa o contexto da votação do diploma legislativo, os debates, as emendas propostas, etc;
Sistemática: Leva em conta a norma colocada num todo, como integrante de um ordenamento jurídico.
Quanto ao resultado
Declarativa: há uma exata correspondência entre o texto da lei e aquilo que ela desejou externar;
Restritiva: a norma disse mais do que desejava, cabendo ao intérprete aparar as arestas, para aferir seu real alcance; (ex: Art. 28 do CP, a embriaguez patológica exclui a imputabilidade penal)
Extensiva ou ampliativa: o texto da lei ficou aquém do que desejava. Necessita-se ampliar seu alcance, para que assim possamos atingir seu significado. (art. 235 do CP, a lei também proíbe a poligamia)
Progressiva, adaptativa ou evolutiva: o direito é dinâmico e os fenômenos sociais não são estanques, exigindo do intérprete que dê efetividade a norma desatualizada. (art. 5º, §2º, CPP, Chefe de Polícia torna-se Secretário de Segurança Pública)
Lei processual penal no tempo
A lei processual penal tem aplicação imediata, atingindo processos em curso, pouco importando se traz ou não situação gravosa ao imputado. É o princípio tempus regit actum. Claro que por imperativo constitucional há de ser respeitado o direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF/88)
Problemas do direito intertemporal:
O Sistema da unidade processual: o processo só pode ser regulado por uma única lei, razão pela qual a lei nova não se aplica ao rito já iniciado.
O Sistema das fases processuais: diz que as fases processuais de um mesmo processo pode ser regulado por leis distintas promulgadas sucessivamente. Foi adotado excepcionalmente no art. 6º, da Lei de introdução ao Código de Processo Penal.
O Sistema do isolamento dos atos processuais:diz que os atos praticados sob a vigência da lei anterior são perfeitos, enquanto os atos ainda não praticados devem ser editados sob a lei nova. O CPP adotou o Sistema do Isolamento dos Atos Processuais. (art. 2º, CPP) Atenção, Não confundir! A lei penal é diferente da lei processual penal. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, CF)
Conceitos importantes
Ab-rogação é a revogação total de uma lei por outra
Derrogação é a revogação parcial
E se lei for híbrida? No caso de heterotopia (lei com conteúdo de direito material e de direito processual), a lei nova vai retroagir? 
 Depende. Se o conteúdo de direito penal material for mais benéfico pro Réu, a lei nova retroagirá e a parte processual será imediatamente aplicada aos atos a serem praticados, preservando os atos já editados.
Mas se a parte de direito material penal for mais prejudicial ao Réu, não haverá retroatividade, e o processo será regido pela lei processual antiga.
Ex: Lei 9.099/95 - Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Direito Material: Renúncia do direito de queixa (art. 107, CP) A lei 9.099 vai retroagir, por ser mais benéfica ao réu.
Aplica-se o princípio da territorialidade absoluta (locus regit actum). Ou seja, a lei processual penal tem aplicação em todos os processos em trâmite no território nacional.
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
	A Convenção de Viena garante imunidade diplomática aos agentes diplomáticos, embaixadores, secretários de embaixada, seus familiares e funcionários de organizações internacionais tal qual a ONU, visto que terá aplicação a lei material do seu país.
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial; Antigo Tribunal de Segurança Nacional da CF de 1937
V - os processos por crimes de imprensa. Norma não recepcionada, julgamento da ADPF 130
 
Princípios Processuais Penais
Princípio da Presunção de inocência ou da não culpabilidade: o reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sentença condenatória transitada em julgado. 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Atenção: O STF alterou a jurisprudência formatada desde 2009. Atualmente, a Corte entende que pode haver execução imediata da sentença criminal condenatória, quando esta for confirmada pelo Tribunal ad quem, não sendo mais necessário aguardar o trânsito em julgado e o esgotamento dos recursos excepcionais (Recurso Especial e Recurso Extraordinário).
No entanto, consideramos equivocado o julgamento do STF. Por isso, devemos continuar adotando o entendimento de que somente pode haver execução da pena após o trânsito em julgado.
Princípio da imparcialidade do juiz: O juiz não pode ter vínculos subjetivos de modo a lhe tirar o afastamento necessário para conduzir com isenção o processo. (art. 112, 252 e 254, CPP)
Princípio do Juiz Natural: Consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente (art. 5º, LIII, CF) e a vedação constitucional à criação de juízo ou tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, CF).
Princípio da Identidade física do juiz: O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (art. 399, § 2º, CPP)
Princípio da Igualdade processual ou paridade das armas: consagra o tratamento isonômico das partes no transcorrer processual (art. 5º, caput, CF). Deve prevalecer a igualdade material, os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades.
Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência: Impõe que às partes deve ser dada a possibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se a participação e manifestação nos atos que constituem a evolução processual. (art. 5º, LV, CF)
Princípio da ampla defesa: O contraditório protege ambas as partes (autor e réu), já a ampla defesa é garantia do destinatário acusado. A defesa se divide em técnica e autodefesa. A técnica sempre é obrigatória, a autodefesa é conveniência do réu. (art. 5º, LV, CF) Atenção: A ampla defesa não deve ser confundida com a plenitude de defesa (art. 5º, XXXVIII, a, CF), que autoriza não só o uso de argumentos técnicos como também de natureza sentimental, social para convencer os jurados no Tribunal do Júri.
Princípio da ação, demanda ou iniciativa das partes: ne procedat judex ex officio, Sendo a jurisdição inerte, cabe as partes a provocação do Poder Judiciário, exercendo o direito de ação no intuito de obter provimento jurisdicional. Não se admite mais o processo judicialiforme (art. 26 do CPP, não foi recepcionado pela CF)
Princípio da Oficialidade: Os órgãos incumbidos da persecução criminal (inquérito e ação penal) são oficiais por excelência, tendo a Constituição Federal atribuído a titularidade da ação penal ao MP (art. 129, I) e disciplinado a polícia judiciária (§4º, art. 144)
Princípio da Oficiosidade: A atuação oficial na persecução criminal ocorre sem a necessidade de autorização, prescinde de qualquer condição para agir, desempenhando suas funções ex officio. Excepcionalmente, o início da ação penal necessita de autorização como no caso da ação penal pública condicionada a representação da vítima ou requisição do ministro da justiça (art.24, CPP).
Princípio da verdade real: O magistrado pauta seu trabalho na reconstrução da verdade dos fatos, superando eventual desídia das partes na colheita probatória. Contudo, a proatividade judicial na produção probatória encontra forte resistência. A verdade real também é conhecida como princípio da livre-investigação da prova no interior do pedido, princípio da investigação judicial da prova. Atenção: A Constituição Federal estabelece limites na busca da verdade real (substancial, art. 566, CPP), quando impede o uso de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CF, art. 157, CPP)
Princípio da obrigatoriedade: Os órgão incumbidos da persecução criminal estão obrigados a atuar, não cabendo juízo de conveniência ou oportunidade. Exceção é o art. 76 da Lei nº 9.099/95, que permite que o MP ofereça transação penal. O princípio da obrigatoriedade não se aplica nas ações penais privadas, pois cabe a vítima escolher se dá ou não início à persecução criminal.
Princípio da indisponibilidade : Decorre do princípio da obrigatoriedade e dispõe que uma vez iniciado o inquérito policial e a ação penal, o delegado não pode arquivar o inquérito, nem o promotor pode desistir da ação penal ajuizada. Atenção: Caso o promotor se convença da inocência do réu, ao final do processo pode pedir a sua absolvição, como fiscal da lei, o que não significa disponibilidade do processo. Atenção: A suspensão condicional do processo (art. 89, lei nº 9.099/95) é exceção ao princípio da indisponibilidade. 
Princípio do impulso oficial: Uma vez iniciado o processo, com o recebimento da inicial acusatória, cabe ao magistrado velar para que o mesmo chegue ao seu final, marcando audiências, determinando intimações etc.
Princípio da motivação das decisões: Assevera que o juiz é livre para decidir, desde que o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável. (art. 93, IX, CF)
Princípio da publicidade: É a garantia de acesso dos atos praticados no curso do processo. O sigilo é admissível quando a defesa da intimidade ou interesse social exigirem (art. 5º, LX, 93, IX, CF) ou a publicidade puder resultar em escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem (art. 792, §1º, CPP). O inquérito policial é sigiloso, podendo o advogado ter acesso aos autos (Súmula 14, STF)Princípio do duplo grau de jurisdição: A exigência do duplo grau de jurisdição, enquanto garantia individual, permite ao interessado a revisão do julgado contrário aos seus interesses, implicando o direito à obtenção de uma nova decisão em substituição à primeira. Fundamentação: Título IV–Da organização dos Poderes, Capítulo III – Do Poder Judiciário (arts.92, 93, III, e 125, §3º), e quando há atribuições recursais para os Tribunais 	(arts. 102, II e III, 105, II e III, e 108, II)
Princípio do Promotor Natural: Veda a designação arbitrária pela chefia da instituição de promotor para patrocinar causa específica. Também impede o direcionamento de denúncias anônimas para investigar alguém. 
A nomeação do grupo “força tarefa” do Ministério Público Federal para trabalhar especificamente na Operação Lava Jato pode ser considerada ofensa ao Princípio do Promotor Natural? 
Resposta: Depende. O princípio do promotor natural está relacionado com o princípio da independência funcional e a inamovibilidade dos membros, de sorte a impedir qualquer substituição que não atendam a critérios fundados em motivações impessoais. O promotor natural é um órgão investido nas suas atribuições por critérios legais prévios.
PORTARIA Nº 217, DE 3 DE ABRIL DE 2014 
O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições e tendo em vista o contido no Ofício nº 1899, de 26 de março de 2014, da Procuradoria da República no estado do Paraná, resolve: Designar os Procuradores Regionais da República JANUÁ- RIO PALUDO, lotado na Procuradoria Regional da República da 4ª Região, CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA e ORLANDO MARTELLO JUNIOR, lotados na Procuradoria Regional da Repú- blica da 3ª Região, e os Procuradores da República DELTAN MARTINAZZO DALLAGNOL, lotado na Procuradoria da República no Paraná, ANDREY BORGES DE MENDONÇA, lotado na Procuradoria da República em São Paulo e DIOGO CASTOR DE MATTOS, lotado na Procuradoria da República em Jacarezinho/PR, para, com exclusividade, pelo prazo de 5 (cinco) meses, comporem forçatarefa para atuar nos feitos relacionados aos IPL's nos 2006.70.00.018662-8 e 2009.70.00.003250-0, em trâmite na 2ª Vara Criminal de Curitiba, bem como nas medidas e processos judiciais deles decorrentes. 
RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS
Quais foram as motivações que levaram o Procurador Geral a fazer as nomeações?
Os procuradores eram do órgão de combate à corrupção dentro do MPF?
Algum procurador possui relação de inimizade com algum político investigado? 
Princípio do Defensor Natural: Consiste na nomeação de defensor diverso daquele defensor que tem atribuição legal para atuar na causa.
Princípio do devido processo legal: o devido processo legal é o estabelecido em lei. A pretensão punitiva deve perfazer-se dentro de um procedimento regular, perante autoridade competente, tendo por alicerce provas devidamente colhidas, respeitando o contraditório e a ampla defesa. O processo deve ser instrumento de garantia contra os excessos do Estado, como garantia suprema do jus libertatis.
Princípio do favor rei ou favor réu: A dúvida sempre milita em favor do acusado (in dubio pro reo). Em verdade, na ponderação entre o direito de punir do Estado e o status libertatis do imputado, este último deve prevalecer. (art. 386, VII, CPP)
Princípio da economia processual: Deve-se buscar a maior efetividade, com a produção da menor quantidade de atos possível.
Princípio da oralidade: Assegura a produção de atos processuais de viva voz, de forma verbal, sem impedimento da redução a termo dois atos mais relevantes, o que vai refletir na maneira de conduzir o procedimento.
Princípio da autoridade: Consagra que os órgãos incumbidos da persecução penal são autoridades públicas. Suas decisões devem prevalecer contra a vontade de seus destinatários. Mas a vontade da autoridade pública estará sempre limitada pela lei e pela Constituição, responsabilizando-se por eventual excesso.
Princípio da duração razoável do processo: O direito à celeridade pertence à vítima e ao Réu. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (art. 5º, LXXVIII, CF)
Princípio da proporcionalidade: Requer o perpassar do intérprete por 3 etapas: Necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito. No processo penal, tem especial aplicação na disciplina legal da validade da prova. (Ex: intimidade vs quebra de sigilo)
Princípio da inexigibilidade de autoincriminação: Nemo tenetur se detegere, assegura que ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si mesmo, tem pontos de contato com o princípio da presunção de inocência e com o direito ao silencio assegurado pela Carta Magna.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), ao exigir que o condutor de veículo realize o teste do bafômetro ou outros testes científicos para atestar o seu estado de embriaguez, respeita o princípio do Nemo tenetur se detegere?
Art. 165.  Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:
Infração - gravíssima; 
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: 
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o  As condutas previstas no caput serão constatadas por: 
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou  
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.   
§ 2o  A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
Art. 277
§ 2o  A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas. 
§ 3o  Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.  
Diante de uma interpretação sistemática, verifica-se que o CTB desrespeita o princípio da não autoincriminação.
Inquérito Policial
Na Persecução penal, para apuração das infrações penais, comporta 2 fases bem delineadas: inquérito policial e a fase processual.
Polícia Judiciária : Atuação repressiva, age após a ocorrência de infrações e visam angariar elementos para apuração de autoria e materialidade delitiva. (art. 144, §4º, CF) (Polícia Civil e Polícia Federal)
Polícia Administrativa ou de segurança: Polícia de atuação preventiva. (Polícia Militar)
 
Polícia Legislativa: Polícia do Senado Federal (Secretaria de Polícia no Senado Federal) e a Polícia Legislativa Federal da Câmara dos Deputados (Departamento de Polícia Legislativa –Depol), têm as atribuições de garantir a segurança dos servidores e de investigar inquéritos nas dependências do Senado e da Câmara. Não pode investigar Senadores e Deputados, apenas a Corregedoria de cada casa. Atuação Repressiva e Preventiva
Conceito: Procedimento administrativo, preliminar, presidido pelo delegado de polícia, no intuito de identificar o autor do ilícito e a materialidade delitiva (provas da existência do crime), contribuindo parta a formação da opinio delicti do titular da ação penal.
Natureza jurídica: É um procedimento administrativo, caráter informativo, preparatório para ação penal. 
Inquéritos não policiais (alguns exemplos):
Inquérito parlamentar (súmula 397 do STF)
Inquérito Policial Militar (art. 8º, Código de Processo Penal Militar)
Inquérito CivilPúblico (art. 8º, §1º, Lei nº 7.347/85)
Inquéritos por crimes praticados por magistrados ou promotores (art. 33, parágrafo único, LOMAN e art. 41, parágrafo único, da LONMP)
Inquéritos contra autoridade com foro por prerrogativa de função (Quem preside o inquérito é o Ministro do STF no caso de crimes praticados por Deputado Federal
Investigações particulares (investigação criminal defensiva, ainda não tem regulamentação, mas a CF não proíbe, desde que respeitados os direitos da personalidade (intimidade, privacidade etc.)
Características do inquérito policial:
Sigiloso: Não comporta publicidade. O Advogado pode consultar os autos. Súmula Vinculante nº 14, STF
Escrito: Os atos produzidos oralmente serão reduzidos a termo.
Indisponibilidade: Uma vez iniciado o inquérito, o delegado não pode dispor do mesmo.
Discricionariedade: O delegado de polícia conduz a investigação que melhor que aprouver. Só não pode indeferir a realização de exame de corpo de delito, quando a infração praticada deixar vestígios.
Oficialidade: O delegado de polícia é órgão oficial do Estado.
Inquisitivo: Não há contraditório, nem ampla defesa.
Dispensabilidade: Não é imprescindível para a ação penal.
Oficiosidade: Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a atuação é de ofício. Na ação penal privada, o delegado precisa de autorização (representação) dá vítima.
residual
Critério em razão da pessoa: Leva em conta a vítima. Ex: Delegacia da Mulher, Idoso, do turista, etc. Competência no Inquérito Policial 
Critério territorial: Leva-se em conta a circunscrição que se consumou a infração (art. 4º, CPP)
Critério material: Tem-se a segmentação da atuação da polícia, com delegacias especializadas na investigação e no combate a determinado tipo de infração.
Polícia Federal – A lei nº 10.446/2002 prevê a regulamentação da PF no tocante as infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional, ou seja, delitos federais e crimes praticados contra a União.
Polícia Civil – Atua de forma 
Valor probatório: Relativo, pois carece de confirmação por outros elementos colhidos. Para ter valor probatório, é preciso que seja realizado sob o crivo do contraditório e ampla defesa. (art. 155, CPP)
Vícios: Tem prevalecido tanto nos tribunais como na doutrina, que sendo o inquérito dispensável, algo que não é essencial ao processo, não tem o condão de, uma vez viciado, contaminar a ação penal. Contudo, caso a inicial acusatória esteja embasada tão somente em inquérito viciado, deverá ser rejeitada por falta de justa causa, pela falta de lastro probatório mínimo (art. 395, III, CPP)
Notitia criminis (Notícia do crime)
É o conhecimento espontâneo ou provocado de um fato aparentemente criminoso.
Espécies:
Espontânea (cognição imediata): é o conhecimento direto dos fatos pela autoridade policial ou através de comunicação informal 
Provocada (cognição mediata): Requisição do juiz ou do MP, representação da vítima 
Coercitiva: Decorre de prisão em flagrante (espontânea ou provocada)
Denúncia apócrifa (anônima): Admitida desde que precedida de diligências policiais para apurar a veracidade das informações. Não pode instaurar inquérito apenas com base em denúncia anônima.
Incomunicabilidade
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Atenção: Este dispositivo não foi recepcionado pela Carta Magna (art. 136, §3º, IV, CF/88)
Reprodução simulada dos fatos: 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
O investigado pode se recusar a participar da reprodução simulada dos fatos?
Sim. Rege o princípio da vedação a autoincriminação. (nemo tenetur se detegere)
Indiciamento
É a cientificação ao suspeito de que ele passa a ser o principal foco do inquérito. Saímos do juízo de possibilidade para o de probabilidade e as investigações são centradas em pessoa determinada. O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. (art. 2º, §6º, Lei nº 12.830/2013)
Desindiciamento: nada impede que a autoridade policial desindicie o indiciado quando verificar no curso da investigação policial que a pessoa não está vinculada ao fato investigado. O desindiciamento pode ocorrer também por determinação do juiz, quando arquiva o inquérito policial.
Vedação ao indiciamento: Algumas autoridades não podem ser objeto de indiciamento formal por parte da autoridade policial. (i) Magistrados (art. 33, parágrafo único, LC nº 35/79, (ii) Ministério Público (art. 18, parágrafo único, LC nº 75/93, art. 41, parágrafo único, Lei nº 8.625/93), (iii) Parlamentares federais: O indiciamento de Senador ou Deputado Federal depende de prévia autorização do Ministro Relator do STF. 
Conclusão do Inquérito Policial
Ação Penal Pública: Ao final do inquérito policial, o Delegado elaborará relatório final acerca da autoria e da materialidade delitiva, e encaminhará ao juiz. O Magistrado encaminhará ao Ministério Público que poderá:
Oferecer denúncia, - Requisitar novas diligências, - Arquivar 
Hipóteses de arquivamento:
I – Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
II – Faltar Justa causa;
III – Causas de absolvição sumária (excludente de ilicitude, excludente de culpabilidade, salvo de inimputabilidade, fato não constitui crime, causa extintiva da punibilidade)
Atenção: A decisão de arquivamento não faz coisa julgada materiDesarquivamento: É ato privativo do MP, ocorre quando o Promotor vislumbra a existência de novas provas (Súmula 524, STF)
Arquivamento implícito: Ocorre quando o MP deixa de pedir o arquivamento para outros delitos ou criminosos. Não é aceito pela doutrina, nem pela jurisprudência.
Arquivamento indireto: O MP deixa de oferecer denúncia pela incompetência do juiz, remetendo os autos ao juiz competente.
Arquivamento originário: Quando parte direto do Procurador Geral, nas ações em que o mesmo atue originariamente.
Arquivamento provisório: Quando há ausência de condição de procedibilidade, como no caso de vítima de crime de ação penal pública condicionada à representação, que se retrata antes da denúncia ser oferecida.
Ação Penal Privada: Os autos do inquérito ficam aguardando o procurador da vítima mover queixa-crime no prazo de 6 meses.
Termo Circunstanciado (TCO): Previsto para os crimes de menor potencial ofensivo, é uma peça destituída de rigor formal, contendo breve narrativa dos fatos e dos envolvidos, indicando eventuais testemunhas, devendo ser remetido ao Juizado Especial Criminal. A legitimidade para a presidência é da Autoridade Policial. Na Lei nº 11.343/06, a presidência do TCO é do magistrado, nos delitos de porte para uso de substância entorpecente e cultivo ou semeio para consumo (art. 48)
Controle Externo da Atividade Policial: É dever do MP (art. 129, VII, CF/88)
Ação Penal
Conceito: É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto. 
Características: 
Autônomo: O direito de ação é preexistente à pretensão punitiva do Estado, que surge com a ocorrência da infração penal;
Abstrato: Independe do resultado do processo. 
Subjetivo: Em regra, o titular da ação penal é o Ministério Público, com exceção da própria vítima quando se tratar de ação penal privada.
Público: a atividade provocada é de natureza pública, sendo a ação exercida contra o próprio Estado.
Instrumental: é o meio para se alcançar a efetividade do direito material. 
Condições da ação
São requisitos necessários ao exercício regular do direito de ação:
Possibilidade jurídica do pedido (Foi suprimida pelo Novo CPC)
Interesse de agir
Legitimidade
Justa Causa:ação só pode ser exercida se a parte autora lastrear a inicial com o mínimo probatório que indique os indícios de autoria e materialidade delitiva.
 Justa causa duplicada: Para apuração do crime de lavagem de dinheiro, é necessário a demonstração dos indícios do crime de lavagem e do crime antecedente (art. 2º, §1º, Lei nº 9.613/98)
Condições específicas:
	e1:Condições de procedibilidade – Representação da vítima, requisição do Ministro da Justiça
e2:Condições específicas constitucionais – Admissão da acusação pela Câmara dos Deputados para o início de processo contra o Presidente da República, bem como contra os Ministros (art. 51, I e art. 86, caput, CF)
e3: Condições específicas legais – Laudo pericial nos casos de crimes que deixe vestígios (art. 525, CPP)
e4:Condições específicas jurisprudenciais – Súmula 524 STF, lançamento definitivo do crédito tributário para os crimes da Lei nº 8.137/1990 (súmula vinculante nº 24 STF) 
Condições objetivas de punibilidade
São condições necessárias para o exercício do jus puniendi, aferidas em momento subsequente à instauração do processo. Exemplo: Sentença anulatória de casamento, no crime de induzimento a erro ao matrimônio (art. 236, CP); Ingresso no país do auto de crime praticado no estrangeiro (art. 7º, §§2º, a e b, 3º, CP); Declaração da procedência da acusação pela Câmara dos Deputados no julgamento do Presidente da República (art. 86, CF); A sentença que decreta falência nas infrações falimentares (art. 180, Lei nº 11.101/2005) 
Condições de prosseguibilidade
São condições para a continuidade da ação penal. Exemplo: Necessidade do agente recobrar a higidez mental nas hipóteses de insanidade superveniente. (art. 152, caput, CPP)
Atenção: As condições da ação, objetivas de punibilidade e prosseguibilidade podem ser aferidas a qualquer tempo, embora haja entendimento doutrinário no sentido de que o momento correto seria o ato de recebimento da denúncia.
Espécies
Ação Penal Pública Incondicionada: É a regra do CPP e é de titularidade do MP. Princípios informadores – Obrigatoriedade, indisponibilidade, oficialidade, autoritariedade, oficiosidade. Destaca-se o princípio da indivisibilidade: o Ministério Público deve ofertar denúncia contra todos os envolvidos . Princípio da intranscedência ou pessoalidade: a ação deve ser proposta contra quem praticou a infração penal. 
Ação Penal Pública Condicionada: Depende da representação da vítima e ou de requisição do Ministro da Justiça. Exemplo: Art. 225, CP. (A súmula 608 do STF não se aplica mais) Art. 145, parágrafo único, CP. 
	Atenção: O prazo para representação é de 6 meses contados do conhecimento da 	autoria 	delitiva.
	Retratação: Enquanto não for oferecida a denúncia, a vítima pode se retratar, inibindo o processo.
Ação Penal Privada: É cabível nas infrações que ofendem de sobremaneira a intimidade da vítima. Princípios informadores: Oportunidade e conveniência, disponibilidade, indivisibilidade, intranscendência e pessoalidade. Pode ser:
Exclusivamente Privada ou propriamente dita: É exercida pela vítima ou por seu representante legal. Caracteriza-se pela possibilidade de sucessão (art. 30 c/c art. 31 do CPP)
Personalíssima: Só pode ser exercida pela vítima. Único exemplo é o crime de induzimento a erro essencial e ocultação e impedimento ao casamento (art. 236, CP), já que o adultério foi revogado (art. 240)
Subsidiária da pública ou supletiva ou acidentalmente privada: Tem cabimento diante da inércia do MP (art. 5º, LIX, CF, art. 29, CPP, art. 100, §3º, CP). Prazo de 6 meses contados a partir do encerramento do prazo que o MP dispõe para atuar (art.46 do CPP)
Ação de Prevenção Penal: é aquela instaurada contra os absolutamente inimputáveis que devem ser absolvidos (absolvição imprópria), destinada a aplicação de medida de segurança (art. 26, CP).
Ação Penal Ex officio: Exceção ao princípio da inércia. Ex: Habeas Corpus de ofício.
Ação Penal Pública Subsidiária da Pública: O Decreto-Lei nº 201/1967, art. 2º. §2º, permite a atuação do MPF em caso de inércia do MP Estadual nos crimes praticados por prefeito. Porém, esse dispositivo não foi recepcionado pela CF/88.
Ação Penal Popular: Prevista na Lei nº 1.079/1950, prevê que qualquer cidadão pode oferecer denúncia nos crimes de responsabilidade praticados contra o Presidente da República e demais autoridades. Deve ser interpretado não como uma denúncia (ação penal), mas sim como uma mera notícia crime, pois a CF atribui ao MP (art. 129, I, CF)
Ação Penal nos crimes contra a dignidade sexual: Quando a vítima é menor de 18 anos ou vulnerável (Para o STJ vulnerável é o menor de 14 anos, portador de enfermidade ou doença mental para prática de ato de forma definitiva), a ação penal será pública incondicionada. Nos demais casos, será ação penal condicionada a representação da vítima.
Ação Penal nos crimes praticados contra funcionário público: Quando houver ofensa a honra de servidor público que diga respeito ao exercício de suas funções, a ação penal pode ser pública condicionada ou privada. Súmula 714 do STF.
Ação Penal extensiva: Nos casos de crimes complexos, se um deles é de ação pública, o delito decorrente da junção também o será por extensão. Exemplo: Injúria real do art. 140, §2º c/c art. 145 do CP.
Ação Penal de Segundo Grau: São as ações penais manejadas diretamente no Tribunal. São regidas pela Lei nº 8.038/90.
É a peça que inaugura a persecução criminal.
CPP
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Prazo:
Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
Prazos Especiais para ofertar a denúncia:
10 dias para crime eleitoral (art. 357, Código Eleitoral)
10 dias para tráfico de drogas (art. 54, III, Lei nº 11.343/2006)
48 horas para crime de abuso de autoridade (art. 13, Lei nº 4.898/1965)
2 dias para crimes contra a economia popular (art. 10, §2º, Lei nº 1.521/1951)
Obs: O prazo tem seu início quando o membro do MP recebe os autos do Inquérito Policial.
Consequências da Perda do prazo pelo promotor:
Não impede que a denúncia seja apresentada a destempo, mas pode acarretar:
a oferta da ação penal privada subsidiária da pública;
Relaxamento da prisão cautelar em caso de excesso desazarroado;
Responsabilização criminal pelo promotor por prevaricação (art. 319, CPP)
Prazo para oferecer queixa-crime: É 6 meses contados do conhecimento da autoria da infração.
Prazos especiais para oferta da queixa-crime: 
a) Crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento a casamento: 6 meses após o trânsito em julgado da sentença no cível que anule o casamento.
b) Crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígios: o prazo é de 30 dias contados da homologação do laudo pericial. (art. 184 e seguintes do CP)
Obs: O Ministério Público pode aditar a queixa-crime como custos legis.
Causas de rejeição da denúncia
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:    
I - for manifestamente inepta; 
A denúncia será inepta quando não atender os requisitos do art. 41 do CPP.
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
Quando não conjugar algumas dos pressupostos processausi
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Ausência de lastro probatório mínimo de autoria e materialidade delitiva.
OBS: As causas que acarretam absolvição sumária também devem justificar a rejeição da denúncia.
 Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, ojuiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente. 
Jurisdição
É o poder-dever pertinente ao Estado-Juiz de aplicar o direito ao caso concreto.
Jurisdição típica – ordinariamente, a prestação jurisdicional é feita pelos órgãos que compõem a estrutura do Poder Judiciário.
Jurisdição atípica – a Justiça Extraordinária é constituída de órgãos do Poder Legislativo. (crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, art. 51, I; art. 52, I da CF; Lei nº 1.079/1950 e Decreto-Lei nº 201/1967) 
Princípios:
A) Investidura – para exercer jurisdição é necessário ser magistrado.
B) Indelegabilidade – a função jurisdicional não pode ser delegada a outro órgão.
C) Juiz Natural – “Ninguém será processado nem sentenciado se não pela autoridade competente” (art. 5º, LIII, CF).
D) Inafastabilidade – “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (Art. 5º, XXXV, CF).
E) Inevitabilidade – a jurisdição não está sujeita à vontade das partes.
F) Correlação – deve haver correspondência entre a sentença e o pedido feito na inicial acusatória. Obs: emendatio libelli e mutatio libelli.
G) Devido processo legal – “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (Art. 5º, LIV, CF).
Características:
A) inércia – em regra, os órgãos jurisdicionais dependem de provocação.
B) substitutividade – cabe ao Estado, substituindo a atividade das partes, resolver os litígios.
C) lide – o entendimento majoritário pressupõe a existência de lide para o exercício jurisdicional.
D) atuação do direito – a atividade jurisdicional tem por objetivo aplicar o direito ao caso concreto, restabelecendo-se a paz social violada pela infração cometida.
E) imutabilidade – a sentença reveste-se do caráter da imutabilidade após o seu trânsito em julgado, não podendo ser modificada, salvo exceções, a exemplo da revisão criminal pro réu
Competência	
Competência é a medida ou limitação da jurisdição
Leva-se em conta as características da questão criminal: ratione materiae, ratione personae e ratione loci.
Territorial: A competência do local da infração é relativa.
Pessoa: É absoluta (Ex: foro por prerrogativa de função)
Matéria: É absoluta (Ex: Militar, Eleitoral)
Dicas:
Numa questão de competência, sempre analise a competência pela mais especializada (militar, eleitoral, Tribunal do Júri), depois veja se não há foro privilegiado, para então analisar se é caso de Justiça Comum, pois esta é residual. 
Para Renato Brasileiro, há também a Competência funcional. 
Competência funcional por fase do processo: Ex: Tribunal do Júri. Na 1ª fase, o Juiz prolata decisões de acordo com o iudicium accusationis, proferindo sentença de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária. Na 2ª fase, o Juiz prolata sentença condenatória ou absolutória, iudicium causae, a depender do veredicto dos jurados.
Competência funcional por objeto do juízo: Ao conselho de sentença compete condenar ou absolver o Réu, ao Juiz de direito compete fazer a dosimetria da pena e decidir questões incidentais, como por exemplo suspeição.
Competência funcional por grau de jurisdição: divide em órgãos superiores e inferiores. 
- Competência funcional horizontal: não há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais
- Competência funcional vertical ou hierárquica: há hierarquia.
Competência absoluta: Tem origem em norma constitucional, tem força cogente. Não admite modificações, cuidando-se de competência improrrogável, imodificável. É o caso da competência em razão da matéria, da pessoa ou da função.
Caso o juiz absolutamente incompetente decida, a decisão não é considerada inexistente, sendo necessária a declaração da incompetência do juízo. A nulidade absoluta deve ser reconhecida, diferente do direito privado, no qual o ato é inexistente. A nulidade dos atos processuais não é automática, necessita de um pronunciamento judicial. O prejuízo é presumido.
A nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer momento. O único limite do reconhecimento da incompetência absoluta refere-se à coisa julgada pro reo, diante da vedação constitucional da reformatio pro societate. Assim a sentença absolutória proferida por juiz absolutamente incompetente é capaz de transitar em julgado e produzir seus efeitos regulares, impedindo um novo processo pela mesma imputação.
Competência relativa: o interesse é das partes. Pode ser prorrogada. Deve ser arguida no primeiro momento em que a parte se manifesta no processo, no caso do Réu, em resposta à acusação (oportuno tempore). O prejuízo deve ser comprovado.
Exemplos: Competência territorial, seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio ou residência do réu. Competência por prevenção, Súmula 706 do STF, competência por distribuição, competência por conexão ou continência.
A exceção de incompetência está prevista no art. 95, II do CPP. Diferente do processo civil, esse instrumento pode ser utilizado tanto para reconhecimento da incompetência relativa, como para incompetência absoluta. 
A Súmula 33 do STJ não se aplica ao processo penal.
Competência ratione materiae
Competência da Justiça Especializada Militar: julga somente os crimes militares. (art. 9º, Código Penal Militar)
Composição:
A) Justiça Militar dos Estados: definida pelo local onde o policial militar desempenha suas funções. (juiz da auditoria militar/ órgão de 1º grau, e Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar com efetivo superior a 20 mil. Ex: TJMSP)
B) Justiça Militar Federal: julga membros das forças armadas, e, além deles, os civis que incorram em crime militar. (Conselho de Justiça/órgão colegiado de 1º Grau, e Superior Tribunal Militar/órgão de 2º grau) Exemplo: 12ª Auditoria Militar que abrange os estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia é órgão de 1º grau.
Advirta-se que os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil, tentados ou consumados, foram retirados da alçada militar, passando para a Justiça Comum, dentro da competência do júri, em razão da redação do art. 9º, parágrafo único, do CPM e do art. 125, §4º, da CF. 
Se o crime é culposo, subsiste a competência da Justiça Militar. Da mesma forma, se o delito doloso contra a vida se deu entre militares.
Ler Súmula 53 do STJ Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
Ler Súmula 6 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem Policiais Militares em situação de atividade. Se a vítima for civil, o competência é da Justiça Comum.
Crime abuso de autoridade (lei nº 4.898) não será julgado pela justiça militar.
No crime praticado por civil contra instituição Militar Estadual, a competência é da Justiça Comum. Súmula 53 do STJ.
PROCESSUAL PENAL MILITAR. HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA. SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO. SOLDADO PM TEMPORÁRIO. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. LEI FEDERAL 10.029/00 E LEI ESTADUAL 11.064/02. JUSTIÇA ESTADUAL MILITAR. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA 53/STJ. PRECEDENTE DO STF. ORDEM CONCEDIDA. 1. Ao contrário do que sucede com a Justiça Militar da União, cujo âmbito de incidência, por expressa previsão constitucional – art. 124, caput, da CF/88 –, abrange também os civis, a competência da Justiça Militar Estadual abrange apenas os policiais e os bombeiros militares. 2. "Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais" (Súmula 53/STJ). 3. A Lei Federal 10.029, de 20/10/00, possibilitou aos Estados e ao Distrito Federal a instituição da "prestação voluntária de serviços administrativos e de serviçosauxiliares de saúde e de defesa civil nas Polícias Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares", sendo o Serviço Auxiliar Voluntário instituído pela Lei 11.064, de 8/2/02, no âmbito da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 4. O Soldado PM temporário, nos termos da legislação do Estado de São Paulo, presta serviços administrativos e auxiliares de saúde e de defesa civil, não sendo, portanto, policial militar, mas civil, de modo que não pode ser processado e julgado pela Justiça Militar Estadual. 5. Habeas corpus concedido para restabelecer a decisão proferida pela 1ª Auditoria da Justiça Militar do Estado de São Paulo, que reconheceu a incompetência da Justiça Militar para processamento e julgamento do feito e determinou a remessa dos autos à Justiça Comum, anulando-se, por consequência, eventual condenação imposta contra o paciente pela Justiça Castrense. (STJ - HC: 133359 SP 2009/0065422-8, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 15/09/2009, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/10/2009)
Se civil praticar crime contra interesse da Justiça Militar Federal, a competência é da Justiça Militar Federal, diferente da Súmula 53 do STJ.
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA MILITAR E JUSTIÇA FEDERAL.CRIME DE CORRUPÇÃO ATIVA PRATICADO POR CIVIL EM DETRIMENTO DAJUSTIÇA MILITAR. CRIME COMUM. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR. 1. Para a hipótese colacionada na parte final do art. 9º, III, b, do Código Penal Militar, é dispensável a coexistência de dois pressupostos para o crime militar, a saber, que o delito seja praticado contra militar em atividade ou contra funcionário da Justiça Militar (no exercício da função) e em local sujeito à administração militar. 2. Na espécie, o denunciado (civil) foi acusado da suposta prática do crime de corrupção ativa por ter oferecido vantagem indevida a servidor da Justiça Militar (analista judiciário), no exercício de sua função (cumprimento de mandato de citação), a fim de que deixasse de praticar ato de ofício. Fato delituoso que ocorreu na residência do denunciado, fora do recinto militar. 3. Crime considerado como militar em tempo de paz, tendo em vista ter sido praticado contra funcionário da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo. 4. Conflito conhecido para se declarar a competência do Juízo Auditor da 3ª Auditoria da Primeira Circunscrição Judiciária Militar do Rio de Janeiro, o suscitante. (STJ - CC: 88600 RJ 2007/0181454-6, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 14/09/2011, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 29/09/2011)
Competência da justiça especializada eleitoral: apreciar as infrações eleitorais e as que lhes sejam conexas. É também competente para apreciar o habeas corpus e o mandado de segurança, desde que exista a pertinência temática.
Quando houver crime eleitoral conexo com crime comum, a competência da Justiça Eleitoral vai prevalecer por força da conexão da Justiça Especializada.
Só não vai ocorrer conexão nos crimes dolosos contra a vida. Nessa situação, o crime eleitoral será julgado pela justiça eleitoral e o crime doloso pelo tribunal do júri.
Competência da Justiça Comum Federal: a competência da justiça comum federal é residual em relação às Justiças Especializadas (Eleitoral e Militar) e está prevista no art. 109, CF:
A) os crimes políticos (inciso IV, primeira parte). (crimes políticos são aqueles praticados com fundamento no art. 2º da Lei nº 7.170/1983, o art. 30 não foi recepcionado pela CF/88)
B) Infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades autárquicas, empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (inciso IV, parte final).
C) Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente (inciso V).
D) As causas relativas a direitos humanos (inciso V-A).
E) Crimes contra a organização do trabalho (inciso VI, primeira parte). 
Crimes previstos nos artigos 197 a 207
F) Crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira (inciso VI, parte final).
Crimes previstos na Lei nº 7.492/86
G) O habeas corpus e o mandado de segurança em matéria criminal (incisos VII e VIII).
H) Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar (inciso IX).
I) Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro (inciso X).
J) A disputa sobre direitos indígenas (inciso XI). Essa matéria é de jurisdição cível, não penal.
Os crimes ambientais são de competência da Justiça Estadual, salvo se for de interesse da União. É de competência federal crimes praticados contra o §4º, do art. 225 da CF/88 (há divergência jurisprudencial)
Ler Súmula 140 do STJ – Crime em que figure autor ou réu o Índio a competência é Estadual.
K) Competência territorial da Justiça Federal.
Ler Súmula 38 do STJ – As Contravenções praticadas contra o interesse da União serão julgadas pela Justiça Comum Estadual. 
Ler Súmula 42 do STJ – Os crimes praticados contra sociedade de economia mista serão julgados pela Justiça Comum Estadual. Exemplo: Banco do Brasil. 
A competência para julgar crime praticado contra os Correios é da Justiça Federal, mas se a loja for franqueada ao particular será Justiça Comum Estadual.
Ler Súmula 147 do STJ – Compete a Justiça Federal julgar crime praticado por servidor público federal ou contra servidor público federal.
Ler Súmula 522 do STF – Internacionalidade do crime de tráfico de drogas, a competência é FEDERAL.
A extraterritorialidade do delito (art. 7º, Código Penal) por si só não atrai a competência da Justiça Federal, devendo ser demonstrado o interesse da União (art. 109, CF).
Competência da Justiça estadual comum: é a Justiça residual por excelência, sendo competente para apreciar, por exclusão, todas as infrações que não sejam da alçada da justiça especializada ou da Justiça comum federal.
Ler Súmula 122 do STJ – Eventual conflito entre Justiça Estadual e Justiça Federal, vai prevalecer a competência da Justiça Federal.
Competência ratione loci
Em regra a competência é determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Três teorias a respeito do local do crime:
Teoria da atividade: a competência seria fixada pelo local da ação ou omissão. É adotada nas hipóteses de crime tentado e também nos Juizados Especiais Criminais. No crime de homicídio, o STJ tem construído sólida jurisprudência no sentido de que a competência é fixada pelo local da ação, e não do resultado.
B) Teoria do resultado: o juízo territorialmente competente é o do local onde se operou a consumação do delito. Crimes materiais. (art. 171, CP) (art. 70 do CPP)
C) Teoria da ubiquidade: a competência territorial no Brasil é estabelecida tanto pelo local da ação quando pelo resultado, desde que um ou outro aqui ocorram. É aplicada nos crimes à distância (§§1º e 2º, art. 70, CPP).
Domicílio ou residência do réu: em caso de não conhecimento do local do crime, a competência é determinada pelo domicílio ou residência do réu (art. 72, caput, CPP). Trata-se de foro supletivo. 
Nas ações exclusivamente privadas, o querelante pode, mesmo sabido o local da consumação, optar por propor a ação no domicílio ou residência do réu.
Critério subsidiário: se além de desconhecido o local da consumação, são também desconhecidos a residência e o paradeiro do réu, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato (§2º, art. 72, CPP).
Competência da justiça federal
Crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves: 
A) Viagens nacionais: se o navio ou a aeronave iniciar a viagem e a encerrar em território brasileiro, o juízo competente é o do local onde primeiro a aeronave pousar ou o navio atracar após a ocorrência da infração.
B) Viagens internacionais: se o navio ou a aeronave vem do estrangeiropara o Brasil, ou parte do Brasil em direção ao exterior, a competência será firmada, pressupondo que a infração aconteceu em território brasileiro, no local da chegada, no primeiro caso, ou no da saída, no último.
Direito de passagem inocente: (Lei nº 8.617/93)
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
§ 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro.
Crimes praticados no exterior: o juízo competente será o da Capital do Estado onde por último tiver residido o acusado, e caso o mesmo nunca tenha residido no Brasil, será julgado na Capital da República (art. 88, CPP).
Competência pela natureza da infração
Permite a identificação do juízo competente a depender da qualidade da infração a ser julgada. É o que ocorre com os crimes dolosos contra a vida, que por sua natureza, vão a Júri.
Colegiado de primeiro grau de jurisdição
A lei nº. 12.694/2012 inseriu no direito positivo a faculdade de ser instituído órgão colegiado no âmbito do juízo criminal de primeiro grau. Tal pode ocorrer quando da existência de alguns pressupostos referentes à situação de segurança do magistrado competente para a condução do processo criminal em curso ou futuro.
O objetivo geral da previsão legal é diluir a responsabilidade do juízo de primeiro grau, essencialmente singular (um único juiz), em três membros. Tudo visando a personificação da jurisdição em um único magistrado não seja motivo de causar-lhe riscos, notadamente diante de fatos concretos que indiquem perigo a sua integridade física.
Competência ratione personae/funcionae
Prerrogativa de função e manutenção de cargo ou mandato - atualmente não há mais de se falar em manutenção do foro privilegiado uma vez encerrado o cargo ou mandato, nem muito menos em prerrogativa de função para as ações de improbidade administrativa.
Crimes cometidos ANTES do exercício de função com prerrogativa de foro ou regra da atualidade – o Agente adquire a prerrogativa quando assumir. É a regra da atualidade.
Crimes cometidos DURANTE o exercício de função com prerrogativa de foro – o Agente tem a prerrogativa de foro.
Crimes cometidos DEPOIS de cessado o exercício de função com prerrogativa de foro – o Agente perde o foro privilegiado.
Vigora o princípio da atualidade do exercício da função.
Não existe foro por prerrogativa de função para ações de improbidade administrativa (art. 84, §1 e §2, do CPP são inconstitucionais).
A Súmula 394 do STF não é mais aplicável em nosso sistema tal regra.
Ler Súmula 451 do STF.
Prerrogativa vs Tribunal do Júri – as autoridades com foro privilegiado estatuído na CF não irão a Júri, sendo julgadas pelo respectivo tribunal competente. Já aquelas com foro por prerrogativa de função previsto na Constituição Estadual, caso incorram em crime doloso contra a vida, irão a Júri, com exceção dos Deputados Estaduais. 
Os deputados estaduais e os Prefeitos que praticarem crime doloso contra a vida serão julgados pelo Tribunal de Justiça, considerando o princípio da simetria. (art. 27, §1º, CF)
Prerrogativa funcional dos prefeitos – serão julgados perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X, CF). Nos crimes contra a União, autarquias e suas empresas públicas, quem julgará o prefeito é o TRF, e nos crimes eleitorais, o TRE. Aplica-se também este entendimento aos Deputados Estaduais.
Foro privilegiado e deslocamento – sempre que a autoridade que goza de foro privilegiado incorrer em infração penal, mesmo que esteja fora da jurisdição territorial do respectivo tribunal, será julgada pelo tribunal de origem. Ex: Deputado Estadual do Acre pratica peculato contra o Estado de Rondônia. A competência é do TJAC.
Prerrogativa de função: crime de responsabilidade vs improbidade administrativa – prevalece o entendimento de que crime de responsabilidade em sentido estrito é ilícito diverso daquele que caracteriza improbidade administrativa. Em outras palavras, é possível o acionamento do agente em esferas distintas: seja na criminal-política, seja na judicial por improbidade administrativa.
Duplo grau de jurisdição vs cessação da prerrogativa de função – o duplo grau de jurisdição para acusados com prerrogativa de função é limitado e, nas ações originárias perante o STF, inexiste.
A cessação da prerrogativa de função não torna nulos os atos praticados e os recursos contra as decisões e prazos correspondentes são aqueles previstos na data de suas prolações.
Prerrogativa de função fixada na Constituição Estadual e princípio da simetria – deve haver relação de semelhança relativamente à prerrogativa de função conferida pela Constituição Federal em razão de exercício de determinado cargo, para ser válida a regra do constituinte estadual que estabelece prerrogativa de função em face do cargo que guarda correspondência na esfera estadual, ou seja, com atribuições similares ao cargo que conta com previsão de foro privilegiado na Carta Magna. 
Súmula 721 do STF não é aplicável aos deputados estaduais. A jurisprudência do STJ entende que a prerrogativa de função assegurada pela Constituição Estadual aos Deputados Estaduais prevalece sobre a competência do Tribunal do Júri (art. 27, §1º, CF/88). Mas no caso de vereador, este responderá no tribunal do júri por crime doloso contra a vida, ainda que tenha foro por prerrogativa de função, pois sua imunidade decorre de Constituição Estadual.
Prerrogativa de função e a exceção da verdade – a síntese para inferir a competência para julgar a exceção da verdade é:
A) querelante que detenha prerrogativa de função junto a tribunal;
B) crime contra honra de calúnia (é a regra, posição majoritária), sendo viável o manejo em face de crime de difamação e deslocamento do seu julgamento para o tribunal em casos restritos, como o de narrar contravenção;
C) preservação da competência do tribunal para o exame de mérito de crime que eventualmente possa ser atribuído à autoridade pública, considerando que a autoridade pública que move ação penal privada temerária pode responder por delito de denunciação caluniosa (art. 339).
COMPETÊNCIA ABSOLUTA VS RELATIVA
Os critérios de competência absoluta são previstos em atenção ao interesse público. Eventual desatendimento não convalidará os atos praticados no transcorrer do processo.
A competência relativa atende sobretudo o interesse das partes. A transgressão aos ditames legais para a fixação da competência relativa, se não suscitada em tempo hábil, implica em preclusão, e consequente prorrogação da competência. 
Tanto a incompetência absoluta quanto a relativa podem ser declaradas de ofício.
Na incompetência relativa, poderá se afastar até a absolvição sumária (art. 397, CPP).
PREVENÇÃO
		Prevenção significa antecipação, e concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, prevalente é aquele que primeiro pratica atos do processo ou medidas relativas ao mesmo. Hipóteses:
A) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, e a infração tenha sido praticada em suas divisas (art. 70, §3º);
B) tratando-se de crime continuado ou permanente, que se estenda pelo território de mais de uma jurisdição (art. 71);
C) não sendo conhecido o local da consumação do delito e se o réu tiver mais de uma residência, não possuir residência ou for desconhecido o seu paradeiro, a competência é firmada pela prevenção (art. 72, §§1º e 2º);
D) havendo conexão entre duas ou mais infrações e não ocorrendo a solução pelasregras do art. 78, II, “a” e “b” (art. 78, II, “c”).
Distribuição
Havendo mais de um juiz competente na comarca, a competência firmar-se-á pela distribuição.
Conexão
É a interligação entre duas ou mais infrações, levando a que sejam apreciadas perante o mesmo órgão jurisdicional.
A) Conexão intersubjetiva (art. 76, I, CPP): duas ou mais infrações interligadas, e estas infrações devem ter sido praticadas por duas ou mais pessoas;
Por simultaneidade ou ocasional: nesta modalidade, ocorrem várias infrações, praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. (duas ou mais pessoas praticam dois ou mais crimes sem que umas saibam das condutas das outras – autoria colateral) Ex: Manifestação para reduzir o preço das passagens de ônibus. Várias pessoas começam a praticar pequenos delitos (furto, danos, lesão corporal)
Concursal: ocorre quando várias pessoas, previamente acordadas (prévio ajuste), praticam várias infrações, embora diverso o tempo e o lugar. (Ex: Uma quadrilha que para roubar um banco furta dois veículos em dias diferentes)
Por reciprocidade: ocorre quando várias infrações são praticadas, por diversas pessoas, umas contras as outras. (lesões corporais recíprocas, brigas entre torcidas de futebol) (o crime de rixa não diz respeito a conexão, por que é um só crime)
) Conexão objetiva (art. 76, II, CPP) ocorre quando uma infração é praticada para facilitar ou ocultar outra, ou para conseguir impunidade ou vantagem. 
	Teleológica: Pratica um crime visando a prática de outro. Exemplo: (v.g. 	homicídio do segurança para o fim de se sequestrar o seu patrão) 
	Sequencial ou consequencial: o agente que pratica o primeiro crime pratica 	outro crime pra obter mais vantagem. (v.g. matar comparsa de roubo para 	ficar com todo o produto do crime patrimonial ou matar testemunha para 	que 	não deponha contrariamente em processo, cuja acusação seja de um 	crime 	anterior de roubo)
C) Conexão instrumental (art. 76, III, CPP) tem cabimento quando a prova de uma infração ou de suas elementares influir na prova de outra infração. Há dois crimes, sendo que para condenação de um tem que 	provar a existência do outro. (Ex: para que alguém seja condenado pelo 	crime 	de receptação, necessariamente, dever-se-á realizar a prova da 	existência do crime anterior.)
D) Conexão na fase preliminar investigatória: a princípio não haverá reunião de inquéritos em razão da conexão. Contudo, se for necessário, ocorrerá com autorização judicial e com a oitiva do Ministério Público.
Continência
É o vínculo que une vários infratores a uma única infração, ou a ligação de várias infrações por decorrerem de conduta única, ou seja, resultarem no concurso formal de crimes, ocasionando a reunião de todos os elementos em um processo único. Exemplo: Coautoria de homicídio.
A) Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I, CPP): ocorre quando duas ou mais pessoas concorrerem para a prática da mesma infração.
B) Continência por cumulação objetiva (art. 77, II, CPP): implica na reunião em um só processo de vários resultados lesivos advindos de uma só conduta. (Ex: agente arremessa pedra para quebrar vidro da janela da casa de um desafeto, e acaba sem querer matando o desafeto.)
Foro prevalente
Havendo conexão ou continência, eis as regras de determinação do foro prevalente (art. 78): 
A) Concurso entre júri vs jurisdição comum ou especial: se um crime doloso contra a vida for conexo a um crime comum, ambos serão apreciados pelo Tribunal Popular, pois este é o prevalente. Se houver a concorrência entre o júri e crime de competência da Justiça Federal, ambos serão apreciados dentro do júri a ser realizado na esfera federal. Havendo a concorrência entre júri e crime de competência da jurisdição especial, seja militar ou eleitoral, deverá ocorrer a separação dos processos.
B) Concurso entre jurisdições de diversas categorias: havendo concorrência entre órgãos de hierarquia distinta, prevalecerá a de maior graduação. Caso em que um dos autores possua foro privilegiado (divergência).
C) Concurso entre jurisdição comum vs especial: a justiça especializada prevalecerá. A regra não se aplica à Justiça Militar, afinal, esta só aprecia infrações militares. Havendo conexão entre crime militar e qualquer outra infração que não seja militar, resta a separação de processos.
D) Concurso entre jurisdições da mesma categoria:
D.1) prevalecerá o local da consumação da infração mais grave;
D.2) se as infrações interligadas tiverem igual gravidade, prevalecerá o juízo do local da consumação de maior número de crimes;
D.3) se as infrações forem de igual gravidade e quantidade, resolve-se pela prevenção.
Se mesmo havendo conexão ou continência, os processos tramitarem separadamente, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros magistrados, salvo se já tiver, no processo desgarrado, a prolação de sentença definitiva (art. 82, CPP).
Para compreendermos o art. 78 devemos responder as seguintes perguntas, pois a ordem do artigo está errada. A ordem correta que deve ser lido é (IV, II, I, II) 
Algum dos crimes é da Justiça Militar? Caso positivo, o crime militar separa o processo, sendo julgado pela justiça militar e o outro crime pela justiça competente. Se a reposta for negativa, passamos para outra pergunta.
Algum dos crimes é eleitoral? Caso positivo, a Justiça Eleitoral julgará todos, salvo se for crime militar. Se a resposta for negativa, passamos para outra pergunta.
Algum dos agentes tem prerrogativa de foro? Se sim, todos serão julgados pelo foro privilegiado. Caso haja crime de tribunal do júri, devemos observar as regras de concurso entre Júri e foro por prerrogativa de função.
Algum dos crimes é de competência da Justiça Federal? Se sim, todos serão julgados pela Justiça Federal, que atrai a competência para julgar crimes estaduais.
Se for afastadas todas essas jurisdições, estaremos diante de um conflito de jurisdição estadual. Nesse caso, vamos observar o art. 78, I e II, CPP.
Última pergunta, algum dos crimes é de competência do Tribunal do Júri? Se sim, todos serão julgados pelo Júri popular.
SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS
Separação obrigatória (art. 79):
A) concurso entre jurisdição comum e a militar;
B) concurso entre a jurisdição comum e o juízo de menores;
C) superveniência de doença mental (§1º);
D) fuga do réu (se o réu for citado por edital e não comparecer o processo ficará suspenso quanto a ele e seguirá em razão dos demais de acordo com o art. 366, CPP)
E) Estouro de urna (se os advogados de cada réu recusar os jurados (pode recusar até 3 sem motivo) e não formar o conselho de sentença com 7 jurados, cada réu será julgado de forma separada em sessão distinta)
Separação facultativa:
A) infrações praticadas em circunstâncias de tempo ou lugar diferentes;
B) Número excessivo de acusados;
C) Qualquer outro motivo relevante.
Perpetuatio jurisdictionis
Havendo reunião de infrações e/ou infratores pela conexão ou continência, o juiz prevalente, mesmo que venha a absolver ou desclassificar a infração que determinou a atração, continuará competente para julgar as demais.
No procedimento do júri, é necessária a distinção:
A) se ao final da primeira fase o juiz desclassificar a infração, entendendo que não se trata de crime doloso contra a vida, remeterá os autos ao juízo competente. Da mesma forma, caso o magistrado impronuncie o réu ou o absolva sumariamente, havendo infrações conexas, serão remetidas ao juízo competente (parágrafo único, art. 81, CPP).
B) já na segunda fase, em plenário, se os jurados desclassificam o crime doloso contra a vida, o julgamento, não só deste, mas também dos crimes conexos, fica afeto ao juiz Presidente do Júri. Já se os jurados absolverem o réu pelo crime doloso contra a vida, estão reconhecendo que são competentes, e por isso continuam aptos para apreciar as infrações conexas (§2º, art. 492, CPP).
PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Cuida-se do fenômeno que estende a competência de um órgão jurisdicional parao fim de abarcar o processamento e o julgamento de causas que não estariam, originariamente, na sua alçada jurisdicional. 
A incompetência absoluta não pode ser objeto de prorrogação.
Prorrogação necessária é a que não depende de ação ou omissão das partes, mas decorre de fato jurídico por si só suficiente para determinar que haja modificação de competência relativamente a um ou mais crimes que não estariam abrangidos pela competência fixada para um órgão jurisdicional.
Prorrogação facultativa
A) quando tal prorrogação acontece em razão de fato omissivo, recebe o nome de tácita;
B) será expressa quando houver pedido das partes para que o feito seja remetido para outro juízo, relativamente incompetente, mas que as circunstâncias do fato recomendam a prorrogação.
Competência - stf
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Competência - stj
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
Competência - trf
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
EXERCÍCIOS
1 Ano: 2016 Banca: NUCEPE Órgão: SEJUS-PI Prova: Agente Penitenciário
Almerinda, domiciliada em São Luís -MA, foi sequestrada em Teresina-PI, onde passou alguns dias em cativeiro, posteriormente foi levada pelos sequestradores para a cidade de Fortaleza-CE, onde foi desvendado o crime e presos os sequestradores. Em face a esta situação, pode-se dizer que será competente para processar a Ação Penal: 
a) o juízo de São Luís, uma vez que Almerinda era lá domiciliada. 
b) com exclusão de qualquer outro, o juízo de Teresina, pois foi o local no qual foi iniciada a infração. 
c) o juízo de Fortaleza-CE, com exclusão de qualquer outro. 
d) o juízo que primeiro tiver praticado algum ato do processo ou de medida a esta relativa. 
e) o juízo de Fortaleza-CE, por ter sido lá praticado o último ato de execução do crime. 
 Resposta D.
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I - o lugar da infração:
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
 Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
2 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil
No que tange à competência, o Direito Processual Penal brasileiro adotou, como regra, a teoria da(o):
a) ubiquidade.
b) atividade.
c) alternatividade.
d) equivalência dos antecedentes causais.
e) resultado.
resposta E.
O CPP adota o como regra a Teoria do Resultado (A competência será definida pelo local da consumação do crime), é o que prevê o art. 70, "caput" do CPP.
>>> A exceção fica justamente por conta da aplicação da Teoria da Ação ou Teoria da atividade (local dos atos executórios). Aplicação:
-Juizados Especiais;
-Crimes dolosos contra a vida. 
As bancas sempre perguntam sobre a competência e a TEORIA adotada no JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL.
Lei 9.099/95 Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. ( TEORIA DA ATIVIDADE)
3 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil
A competência é a medida da Jurisdição, distribuída entre os vários magistrados, que compõem organicamente o Poder Judiciário do Estado. A conexão e a continência integram os critérios para a fixação dessa competência. A doutrina brasileira no âmbito do processo penal traz diversas classificações e consectários a respeito da conexão e da continência. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) A conexão intersubjetiva por concurso é a situação de vários agentes que cometem infrações penais em tempo e lugares diferentes, embora umas sejam destinadas, pelo liame subjetivo que liga os autores, a servir de suporte às seguintes.
b) A conexão instrumental, chamada também pela doutrina de conexão consequencial, lógica ou teleológica, demonstra que há vários autores cometendo crimes para facilitar ou ocultar outros, bem como para garantir a impunidade ou vantagem do que já foi feito.
c) A conexão intersubjetiva por simultaneidade trata-se da situação dos agentes que cometem crimes uns contra os outros. 
d) A conexão subjetiva é o nome dado à autêntica forma de conexão processual. Denomina-se, também, conexão ocasional, significando que todos os feitos somente deveriam ser reunidos se a prova de uma infração servisse, de algum modo, para a prova de outra, bem como se as circunstâncias elementares de uma terminassem influindo para a prova de outra.
e) No processo penal brasileiro não se admite a fixação da competência pela continência.
Resposta A.
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas (conexão intersubjetiva por simultaneidade), ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar (conexão intersubjetiva por concurso), ou por várias pessoas, umas contra as outras; (Conexão intersubjetiva por reciprocidade)
4 Ano: 2016 Banca: UFMT Órgão: DPE-MT Prova: Defensor Público
Em relação à competência jurisdicional decorrente da prerrogativa de função e à competência do Tribunal do Júri, marque a afirmativa correta. 
a) Caso um Prefeito Municipal venha a cometer um crime de homicídio no exercício de seu mandato, deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri do lugar do crime, tendo em vista que este último é o órgão competente constitucionalmente para o julgamento. 
b) Um Juiz de Direito do Estado de Mato Grosso que comete um crime de homicídio no Estado do Acre deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre, já que tem foro por prerrogativa de função. 
c) Um Promotor de Justiça do Estado de São Paulo que comete um crime de tentativa de homicídio simples no Estado de Mato Grosso deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, já

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