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QUESTÕES CIVIL 1. Em razão ao estado da pessoa natural, em sua classificação quanto ao estado político, sabemos que o estado civil da pessoa regula-se por normas de ordem pública, que não podem ser modificadas pela vontade das partes, dai sua indivisibilidade. Qual a exceção a esta mencionada indivisibilidade? O estado da pessoa é indivisível, indisponível e imprescritível. Ele é, via de regra, provado através dos designados atos de estado. No estado político, ele se caracteriza, também, como indivisível, não podendo ser, portanto, duas coisas ao mesmo tempo, como por exemplo, casado e solteiro. A sua única exceção a essa regra é a dupla nacionalidade, visto que uma pessoa pode ter nacionalidades distintas. 2. Explique a razão de os Direitos da Personalidade serem considerados incomunicáveis. São considerados incomunicáveis pois, nas suas características, citadas no art. 11 do Código Civil, essa é considerada uma delas, visto que o direito da personalidade não pode ser compartilhado com outro indivíduo, pois é algo unitário e pessoal. 3. Um grupo de amigos estudantes viajou para acampar em uma praia do litoral de Pernambuco. Dois deles, Márcio (17 anos) e Pedro (18 anos) afogaram-se sem que os amigos pudessem fazer algo para evitar tal infortúnio. Pedro era casado e tinha um filho, Rafael, com Ana. Márcio era solteiro. Apesar das buscas efetuadas, os corpos nunca foram encontrados. Pergunta-se: a) Pode Ana requerer a decretação de ausência de Pedro e consequentemente a sucessão provisória dos bens do de cujos para si e para seu filho, bem como sua nomeação como curadora? Não houve ausência de Pedro, visto que o mesmo não se ausentou de seu domicílio sem deixar quaisquer informações sobre seu paradeiro. A sucessão dos seus bens será, sim, para Ana, pois de acordo com o art. 1829 do CC, a ordem da vocação hereditária se dá ao cônjuge, se este estiver casado com o falecido no regime da comunhão universal de bens. Não haverá curador nesse caso, visto que como o acontecimento foi morte presumida e não ausência, o Juiz encaminhará diretamente para a sucessão definitiva dos bens. b) Podem os pais de Márcio alegar em Juízo a comoriência como a consequente presunção para a morte simultânea? Obteriam resultados positivos com tal presunção? Os pais de Márcio não vão poder alegar comoriência, visto que apesar da morte ter sido simultânea, eles não eram da mesma família, logo, não sucediam nada um ao outro. No art. 8 do CC, pode se averiguar que caso eles fossem sucedentes entre si, devido ao caso de não poder se identificar qual faleceu primeiro, iria ser apontado caso de comoriência, mas não é o que a questão aponta. 4. Dissertação: “O Novo Código Civil e a Modernização do Direito Civil”. 5. Dissertação: “O Código Civil de 2002 e a nova sistemática para o Direito Privado na perspectiva principiológica de Miguel Reale”. 6. Amadeu é analfabeto e mora na pequena cidade de Montes Claros/MG. No dia de ontem, encontrou um homem morto na calçada de sua casa. Na comunidade ninguém conhece o falecido. Poderá ser feito um registro de morte presumida acidental sem decretação de ausência? Como Amadeu deve proceder? Fundamente em lei. Amadeu deve chamar as autoridades policiais da sua cidade, Montes Claros, para que a partir delas se dê início ao processo de registro de óbito (inserir art. RP aqui). Não ocorrerá morte presumida acidental sem decretação de ausência, visto que não se aplica aos casos apresentados no art. 7 do CC, que afirma morte presumida sem decretação de ausência apenas se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida e, também, aos desaparecidos de guerra. A morte, em si, não poderá ser decretada como presumida, pois o corpo do indivíduo foi encontrado, caracterizando-se, portanto, como morte real. 7. Considerando a situação de João que litiga no Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Olinda/PE contra Paulo. Considerando, ainda, que ambos realizaram acordo extrajudicial, posteriormente, homologado por sentença do referido Juízo. Pergunta-se: após transito em julgado, a sentença de homologação provocará os efeitos da coisa julgada material ou formal? Coisa julgada é quando a decisão judicial não cabe mais recurso, não podendo, dessa forma, ser modificada. Ela pode ser de dois tipos, material e formal. A coisa julgada material ocorre quando há análise resolução do mérito, análise do juiz sobre o conflito, quando, no entanto, coisa julgada formal ocorre quando não há análise e resolução do mérito. Nesse caso, devido a homologação, pode caracterizar como tendo sido ocorrida a coisa julgada formal. 8. José foi tido como ausente, iniciando-se assim a sucessão provisória de seus bens. Amaral, credor de José, pobre na forma da lei e justificando ao Juiz a sua condição, não pode oferecer caução nos termos do art. 30 do CC. Contudo, o Juiz nomeou Bruno para administrar os bens que caberiam a Amaral, procedendo Bruno o determinado no caput do art. 33 do CC. Passados 4 anos, José retornou e confessou em Juízo que por não suportar as brigas familiares resolveu ausentar-se do país por um tempo, sem avisar a ninguém, e resolveu morar no Nepal. Pergunta-se: a) De quem serão os frutos capitalizados por Bruno? Os frutos capitalizados por Bruno serão, de acordo com o art. 34 do CC, parte do excluído, no caso, Amaral, visto que ele foi excluído devido à falta de meios, dinheiro para oferecer caução, podendo, desde então, requerer que lhe seja entregue metade dos rendimentos que lhe tocaria. b) Se o ausente retorna, na fase da Sucessão Definitiva, terá direito aos frutos percebidos nesta fase? Não, pois o ausente, José, confessou em Juízo que se ausentou do país devido a problemas familiares, estabelecendo, portanto, ausência injustificada e voluntária, que de acordo com o art. 33 do CC, parágrafo único, ele perderá, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 9. Matias, residente em Recife, foi interditado como pródigo tendo Amélia, sua tia, residente em Olinda, como curadora. Juliana, por sua vez, tem como profissão a prestação de serviços de tradução de textos em inglês. Entretanto, mês passado, também foi interditada como pródiga por sua genitora Matilde, que é sua curadora. No dia de ontem, Juliana concordou em prestar serviço voluntário no Setor de Oncologia Infantil do IMIP. Sua curadora Matilde pretende judicialmente, através de Medida Cautelar, coibir a prática de tais atos, uma vez que sequer foi consultada. Pergunta-se: a) Se Matias realizar uma doação “em pecúnia” a uma ONG, poderá estabelecer domicílio contratual? Não sei o que é doação em pecúnia, mas se for algo de teor administrativo, sua curadora, Amélia, terá que ser consultada e o domicílio citado será o dela, de acordo com o art. 1782 do CC. b) Suponha que você é o Juiz que recebe a ação cautelar de Matilde. Como você decidiria? Como se trata de uma prestação de serviços voluntária, negaria o pedido da curadora, visto que ela só tem aparato jurídico para privar o pródigo de, sem o curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, atos que não sejam de mera administração, tal como cita o art. 1782 do CC. c) Qual o domicílio de Matias? O domicílio de Matias, visto que ele foi interditado como pródigo, passa a ser considerado, desde então, o domicílio do seu/sua curador(a), no caso acima, sua tia Amélia. 10. Ciro recebeu uma triste notícia de sua tia Maria, que afirmou que seu tio José havia falecido na noite anterior quando estava em companhia de alguns amigos em um bar, e, em virtude de uma bala perdida, faleceu. A tia comunicou que não se conformava com a atitude do Juiz de Direito da Comarca em se negar a autorizar a cremação do corpode José, pois toda a familía sabia o quanto José não suportava a ideia de ser enterrado. Você é o advogado de Ciro. Pergunta-se: ao seu ver, o Juiz feriu algum direito da personalidade? Não, pois além de não ter nenhum documento especificando a vontade do de cujus, e como sua morte foi violenta, fica a critério do Juiz determinar, de acordo com o art. 77 da LRP, não tendo, assim, nenhum direito de personalidade ferido. 11. Lucas e Joabe são credores de Márcio, este último declarado ausente pelo Juiz da Comarca. Joabe, pobre na forma da Lei, foi excluído da sucessão provisória de bens de Márcio. Lucas, todavia, não foi. O Juiz elaborou um erro? Não, pois, como Joabe é pobre na forma da lei, e tendo em vista isso, não conseguiria pagar os quinhões estabelecidos, não teria como concretizar o pedido no art. 30, sendo necessário, dessa forma, ser excluído, mantendo os bens que lhe deviam saber sobre a administração de outro curador, no caso, apenas Lucas. 12. Falar sobre oponibilidade dos direitos da personalidade. Os direitos da personalidade são oponíveis erga omnes, isto é, podem ser defendidos e exercidos por todos, visto que irradiam efeitos em todos os campos e impõe que a coletividade tem o dever de respeitá-los 13. Josias sumiu e Manoel, credor de Josias, não tinha dinheiro para a penhora. Diante dessa circunstância o juiz nomeou Bartolomeu como curador. Passado algum tempo, Josias voltou e relatou que sua ausência foi para fugir de problemas familiares. Nesse caso quem poderá ter o direito de adquirir os frutos capitalizados por Bartolomeu? Josias, por ter relatado que sua ausência ocorreu para fugir dos problemas familiares, admite, assim, que foi de forma voluntária e injustificada, fazendo com que, de acordo com o artigo 33 do CC, parágrafo único, perca os rendimentos e frutos em favor do sucessor. Como Manoel, credor de Josias, não tinha dinheiro para pagar os quinhões respectivos aos bens, foi excluído da curadoria, mas, segundo o artigo 34 do CC, ele pode requerer que lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. Os frutos capitalizados seriam, portanto, de Bartolomeu e Manoel. 14. João, nascido em Portugal, domiciliado na África do Sul e com última residência em Portugal, resolveu passar as férias no Brasil e aqui sofreu um acidente de carro, falecendo. Nesse caso, haverá registro de óbito de Manoel com elemento de conexão? O registro de óbito ocorrerá segundo a lei de registros públicos brasileira, havendo elemento de conexão lex domicilae, segundo o qual a lei do domicílio será aplicada em casos que envolvam os direitos da personalidade. De acordo com a Lei de Introdução, artigo 7, o país em que for domiciliado a pessoa vai determinar as regras sobre o começo e o fim da personalidade, sendo aplicada, portanto, neste caso, visto que se trata de morte (extinção da personalidade). 15. Durante a ditadura militar, um determinado cantor, conhecido pelo seu pseudônimo, desapareceu, atribuindo-se ao seu desaparecimento o sentido de perseguição política. Durante o seu desaparecimento, sua mulher ingressou com a ação de desquite e a citação do compositor foi feita, naturalmente,por edital, no qual constou o real nome do compositor e todas as formalidades legais. Posteriormente, foi decretada a anulação do desquite por vício (defeito) de citação. Na sua opinião e considerando os Direitos da Personalidade, qual foi o fundamento legal para que o juiz considerasse o instrumento de citação não apto a produzir o efeito desejado? Como o cantor era reconhecido pelo seu pseudônimo, seria necessário que ele estivesse inserido na citação, visto que, de acordo com o artigo 19 do Código Civil, ele foi adotado para atividades lícitas, tendo que ter, portanto, a mesma proteção que se dá ao nome. Pergunta-se, ainda, se o ausente retorna, na fase de Sucessão Definitiva, terá direito a frutos percebidos nessa fase? Regressando nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva de bens, o ausente terá direito em receber seus bens de volta, visto que está previsto no artigo 39 do Código Civil. 16. A quem compete a concessão do Exequatur? O exequatur é um documento autorizador de um Estado para executar as funções de um cônsul. A competência para a concessão do exequatur é do Superior Tribunal de Justiça, visto que o documento será autorizador para o cumprimento de rogatórias no Brasil, elaborado pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
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