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Artigo Delinquencia Juvenil

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DOS VINHEDOS
CURSO DE DIREITO
FERNANDO SARTORI LUCERO
GUILHERME ZATT
VINÍCCIUS ANDRÉ MORONI
VINÍCIUS MARINI VARONI
DELINQUÊNCIA JUVENIL
BENTO GONÇALVES
2013
FERNANDO SARTORI LUCERO
GUILHERME ZATT
VINÍCCIUS ANDRÉ MORONI
VINÍCIUS MARINI VARONI
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Artigo acadêmico apresentado no curso de graduação a Universidade de Caxias do Sul, curso de Direito para cadeira de Sociologia Jurídica.
Professor: Rozalia Brandao Torres.
BENTO GONÇALVES
2013
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Fernando Sartori Lucero
Guilherme Zatt
Viníccius André Moroni
Vinícius Marini Varoni
RESUMO
O seguinte artigo possui como objetivo a compreensão do que é a delinquência juvenil como um todo, e ainda, entender todos os aspectos legais que definem este conceito. Trazemos aqui a ideia de uma redução da maioridade penal para podermos tratar de um jeito diferente este assunto que não é tratado com tanta importância atualmente.
Palavras-chave: Delinquência juvenil, maioridade penal, 
Sumário: 1. A delinquência juvenil; 2. As normas; 3. O Estatuto da Criança e Adolescente ; 4. Maioridade Penal
1. A Delinquência Juvenil
A delinquência juvenil se caracteriza pelo conceito trazido por Allan G. Jhonson em seu livro o Dicionário de Sociologia como:
Delinquência é um conceito que em geral se refere a comportamento criminoso ou desviante cometido por crianças e adolescentes, ainda não considerados como maiores de idade. Em alguns casos refere-se a atos que, no caso de adultos, seriam tratados como crimes – como o furto -, mas que, quando cometidos por crianças, são considerados em termos menos severos. Como resultado, “jovens transgressores” talvez não sejam julgados em juizados comuns ou postos na mesma prisão que adultos, e seus antecedentes criminais podem ser mantidos em sigilo e mesmo suprimidos por completo quando atingem o status de adultos. (Allan G. Johnson, Dicionário de Sociologia p. 66).
A delinquência trata não apenas de condutas criminosas, mas de desvio de condutas cometidos contra uma ideia concreta de atitudes a serem praticadas pelos menores de idade.
A delinquência inclui também comportamento que viola a lei apenas quando cometido por não adultos, tais como fugir de casa, recusar-se a estudar, desobedecer habitualmente aos pais ou (especialmente no caso de meninas) ter vida sexual ativa ainda com pouca idade. Esses atos são às vezes conhecidos como delitos contra o status, porque são definidos principalmente em relação ao status de idade do transgressor. (Allan G. Johnson, Dicionário de Sociologia p. 66).
A delinquência juvenil é trazida como um desvio de conduta cometido por um menor de idade. O desvio é qualquer comportamento ou aparência que violam uma norma. 
2. As Normas
Émile DURKHEIM, comenta, que o desvio, do ponto de vista da perspectiva funcionalista, é uma criação cultural porque só através da criação de normas é que existe a possibilidade de elas serem violadas.
Normas e, daí, desvio, são socialmente importantes porque ajudam a definir e regular as FRONTEIRAS dos sistemas sociais. Nossa lealdade comum, visível às normas de uma cultura nos define como membros da mesma. Mas, de maneira semelhante, os que as violam aguçam a conscientização de fronteiras ao violá-las. Ao fazer isso, reformam o senso de coesão e integração daquelas que se conforma a elas. (Allan G. Johnson, Dicionário de Sociologia p. 69).
O poder de criação das normas não cabe à sociedade propriamente dita, este poder está investido apenas para as pessoas que ocupam cargos específicos, os quais foram criados para manter a sociedade bem organizada.
Da PERSPECTIVA DE CONFLITO, o poder de definir normas e, portanto, desvios é em geral desigualmente distribuído na sociedade. Isso significa que os grupos dominantes podem moldá-las para servir a seus interesses, incluindo controle sobre grupos subordinados, a expensas de outros. Da PERSPECTIVA INTERACIONISTA, desvio e conformidade são criados pelo comportamento do individuo em relação a outros e através da maneira de ver e interpretar a aparência e o comportamento dos demais. A criminologia interessa-se principalmente em descrever e explicar padrões de desvio que violam as leis criminais. A sociologia do desvio, podem, adota uma visão mais ampla, que inclui todas as maneiras em que uma pessoa se conforma ou se desvia das expectativas normativas vigentes nos sistemas sociais e como esses tipos de comportamento produzem consequências não só para si mesma e para outras, mas para sistemas sociais como um todo. Na sociologia do desvio o foco não e apenas no motivo porque indivíduos violam normas, mas como as características de sistemas sociais geram padrões ou taxas de desvio, tais como taxas de homicídios e suicídio ou a taxa de “cola” em uma universidade. As taxas de desvio revestem-se de interesse porque descrevem sistemas sociais e as categorias de pessoas neles incluídas. (Allan G. Johnson, Dicionário de Sociologia p. 69).
3. O Estatuto da Criança e Adolescente e a Delinquência Juvenil
A solução encontrada pela sociedade para proteger o menor e combater a crescente criminalidade destes inimputáveis foi a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que se encontra na Lei n.º 8.069, de 13 de Julho de 1990, sendo que esta vem a estabelecer normas gerais reguladoras dos direitos, deveres e garantias, de modo que dentre estes estão o desenvolvimento mental, físico e educacional, demonstrando respeito a dignidade da criança.
Pode ser considerado um normativo legal condensado a codificações para assim facilitar as questões jurídicas no âmbito da menoridade.
O ECA é esse instrumento legal que toda sociedade brasileira tem em mãos para garantir o presente e o futuro das crianças e jovens brasileiros. Como afirmou a filósofa Hannah Arendt (1968) no livro “Retratos dos direitos da criança e do adolescente no Brasil: pesquisa de narrativa sobre a aplicação do ECA”:
A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele (...) e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse à renovação e a vinda dos novos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos e, tampouco, arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as, em vez disso, com antecedências para a tarefa de renovar um mundo comum. (Hannah Arendt, Retratos dos direitos da criança e do adolescente no Brasil: pesquisa de narrativa sobre a aplicação do ECA, p. 10)
Conforme os seguintes artigos pode-se analisar que a Lei n.º 8.069/90 trata-se de uma legislação especial em substituição ao que é aplicado aos maiores no Código Penal:
“Art. 228, CF. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Art. 27, CP. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.”
Ressaltando que o limite mínimo de idade para imputabilidade penal de 18 (dezoito) anos é consagrado na maioria dos países.
No Estatuto da Criança e do Adolescente para os menores infratores são aplicadas as medidas socioeducativas, sendo este a maneira utilizada pelo Estado para sancionar estes indivíduos. Esta possui a mesma função que o Código Penal, ou seja, deve inibir a reincidência e impor uma sanção que tem característica pedagógica e educacional, de maneira que possibilite o infrator a compreender o caráter ilícito do fato.
Uma prisão assemelha-se a internação do menor, o que define o regime de semiliberdade (internação), deste modo os menores sofrem medidas socioeducativas ao invés de uma pena privativa de liberdade nos moldes do Código Penal, isto levando em conta que delinquentejuvenil na visão do legislador é considerado uma pessoa em desenvolvimento, que tem sua fundamentação na Proteção Integral, sendo que esta rege o ECA.
Após a pratica do ato infracional ser verificada, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
Advertência – consiste na repressão verbal e assinatura de um termo (art. 115, ECA);
Obrigação de reparar o dano – caso o adolescente tenha condições financeiras (art. 116, ECA);
Prestação de Serviços à Comunidade – tarefas gratuitas de interesse geral, junto a entidades, hospitais, escolas etc... Pelo tempo máximo de 06 (seis) meses e até 08 (oito) horas por semana (art. 117, ECA);
Liberdade assistida – acompanhamento do infrator por um orientador, por no mínimo 06 (seis) meses, para supervisionar a promoção social do adolescente e de sua família; sua matrícula, frequência e aproveitamento escolares; e sua profissionalização e inserção no mercado de trabalho (arts. 118 e 119, ECA);
Regime de semiliberdade – sem prazo fixo, mas libertação compulsória aos 21 (vinte e um) anos, o regime permite a realização de tarefas externas, sem precisar da autorização judicial; são obrigatórias a escolarização e a profissionalização; pode ser usado também como fase de transição entre a medida de internação (regime fechado) e a liberdade completa (art. 120, ECA).
* Com relação à internação em nenhuma hipótese o período deverá ultrapassar os 03 (três) anos.
E por fim, para auxiliar na aplicação das medidas socioeducativas devem funcionar entidades que desenvolvem programas de abrigo, sendo que estes deverão nortear suas atividades dentro dos princípios da preservação dos vínculos familiares, integração com a família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem, atendimento personalizado e em pequenos grupos, desenvolvimento de atividades em regime de coeducação, não desmembramento de grupos de irmãos, evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados, participação na vida da comunidade local, preparação gradativa para o desligamento, participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
4. Maioridade Penal
Atualmente este é um tema de grande discussão em nosso país. Verificam-se muitos casos em que os menores infratores estão associados aos crimes, seja por tráfico de drogas, assassinatos, como tantos outros.
	A preocupação com a violência na sociedade é uma questão já instalada em nosso meio social. Criminalistas, políticos, juízes discutem diariamente meios para alcançar a diminuição da violência social em que convivemos. Porém, nem todas as pessoas são a favor da redução da maioridade penal.
	A maioridade penal no Brasil é de 18 anos, de acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 288:
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
	Objetivo
A maioridade penal busca definir o indivíduo como sendo uma pessoa capaz de responder por seus próprios atos, ou seja, capaz de responsabilizar-se por processos criminais, mesmo não tendo completado 18 anos de idade. Esta pessoa será reconhecida como adulta e seus atos terão consequências legais.
Maioridade Penal no Mundo
Em muitos países, nota-se que existe um relaxamento nos indivíduos que estão abaixo da maioridade penal, sendo estes punidos de uma forma mais leve, como por exemplo: advertências, acompanhamento social, trabalhos voluntários, dentre tantos outros.
A maioridade penal é diferente em vários países, alguns têm o limite de 18 anos e outros têm idade menor, como se observa a seguir:
“Esse mesmo limite de idade para a imputabilidade penal é consagrado na maioria dos países (Áustria, Dinamarca, Finlândia, França, Colômbia, México, Peru, Uruguai, Equador, Tailândia, Noruega, Holanda, Cuba, Venezuela, etc.). Entretanto, em alguns países podem ser considerados imputáveis jovens menores, como: 17 anos (Grécia, Nova Zelândia, Federação Malásia); 16 anos (Argentina, Birmânia, Filipinas, Espanha, Bélgica, Israel); 15 anos (Índia, Honduras, Egito, Síria, Paraguai, Iraque, Guatemala, Líbano); 14 anos (Alemanha, Haiti); 10 anos (Inglaterra). Algumas nações, porém, ampliam o limite até 21 anos (Suécia, Chile, Ilhas Salomão, etc.). Entretanto, há países em que funcionam tribunas especiais (correcionais), aplicando-se sanções diversas das utilizadas em caso de adultos.” Mirabete (2008, p. 214).
Portanto, em muitos países, inclusive o Brasil a idade mínima para a responsabilização criminal é 18 anos, e ainda, existem países que a idade chega a ser de 10 anos, como no caso da Inglaterra. Seria difícil acreditar que uma criança com esta idade poderá ser condenada/presa por atos que talvez nem conheça que não é permitido.
Redução da Maioridade Penal
Tramitam atualmente no Senado Federal, algumas PECs (Propostas de Emenda à Constituição), onde propõem a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos de idade ou até menos.
O senador Acir Gurgacz defende na PEC 74/2011 que quem tem 15 anos também deve ser responsabilizado penalmente na prática de homicídio doloso e roubo seguido de morte, tentados ou consumados.
A PEC 83/2011 apresentada pelo senador Clésio Andrade é mais ampla, pois estabelece o limite de 16 anos para qualquer tipo de crime cometido. A nova redação para o artigo 228 é: “A maioridade é atingida aos 16 anos, momento a partir do qual a pessoa é penalmente imputável e capaz de exercer todos os atos da vida civil”.
E ainda, a PEC 33/2012, do senador Aloysio Nunes Ferreira, restringe a redução da maioridade penal para 16 anos no caso de crimes de alta gravidade, como tortura, terrorismo, tráfico de drogas, homicídio por grupo de extermínio, homicídio qualificado e estupro.
O argumento usado para aprovação da PEC é: "a sociedade não pode mais ficar refém de menores que, sob a proteção da lei, praticam os mais repugnantes crimes".
A Favor da Redução da Maioridade Penal
Quem é a favor dessa medida, pensa que os menores são plenamente conscientes de seus atos. A lei atual protege os menores infratores da consequência de seus atos.
(...) o que é comumente utilizado a favor da redução da maioridade penal é o fato de que o adolescente com 16 anos de idade pode votar, o que poderia, então, justificar uma prisão com a mesma idade. (Saraiva, 2002, p.)
Se o menor infrator tem idade para tirar a vida de alguém, também tem idade para ser preso.
Contra a Redução da Maioridade Penal
Há também quem seja contrário a redução de maioridade penal, com o fundamento que não é simplesmente trocando a idade da responsabilização penal que estes menores deixarão de praticar atos ilícitos.
"A redução da maioridade até seria interessante, só que não resolveria o problema. O fato de baixar de 18 para 16 vai fazer com que esses menores passem a ingressar no sistema carcerário, e o sistema não consegue atender nem a demanda que já existe, afirma o juiz. Cristian Bataglia de Medeiros, que atua no Distrito Federal’’ (Entrevista à revista Veja)
O que estrutura o problema da criminalidade na sociedade está nas condições sociais que o Brasil proporciona ao adolescente. Como por exemplo: A educação, saúde, estruturas básicas, saúde, que hoje estão praticamente abandonadas no país.
Considerações Finais
O presente artigo procurou esclarecer alguns pontos da delinquência juvenil e suas normas gerais.
A discussão dos argumentos a favor e contra a redução da maioridade penal está em alta no Brasil. Percebe-se que o comportamento do menor infrator está ligado ao desenvolvimento do comportamento dele na sociedade.
Apresentamos a comparação entre a gravidade dos delitos cometidos por adolescentes em conflito com a Legislação atual, ou seja, a violência social está um passo a frente das normas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Lei 8.069 de 1990 e suas alterações.
FABRINI, R. N.; MIRABETE, J. F. Manual de Direito Penal: Parte Geral – arts. 1º a 120 do Código Penal. 24 ed. rev.e atual. São Paulo: Atlas, 2008. vol.1. 464p.
FISCHER, M. R.; SCHOENMAKER, L. Retratos dos direitos da criança e do adolescente no Brasil: pesquisa de narrativa sobre a aplicação do ECA. São Paulo: Secretaria de Direitos Humanos – SDH, 2010. 10p.
LIVRO DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA: Guia prático da Linguagem Sociológica de Allan G. Johnson 
Constituição Federal de 1988.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/maioridade-penal-um-dogma-que-precisa-derrubado
http://noticias.terra.com.br/brasil/maioridade-penal-pelo-menos-5-projetos-estao-parados-no-congresso
http://www.infoescola.com/direito/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente/
ENTREVISTA PARA DISCIPLINA SOCIOLOGIA JURÍDICA
DR. GÉRSON MARTINS DA SILVA
JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE GARIBALDI – RS
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Como o senhor enxerga a imagem do menor infrator?
Em regra geral, o que mais acontece são casos em que o menor tem uma baixa escolaridade, e uma família desestruturada.
Quais as condições que levam o menor a praticar tais atos?
	A principal causa é a falta de limites, pelos próprios pais e na formação escolar.
	Convivemos em um meio social permissivo.
Na prática, com o passar dos anos, o problema da delinquência juvenil vem aumentando?
	Sempre aumentando, principalmente em razão das drogas.
As leis atuais apresentam uma efetiva solução para esta problemática?
Não, faltam medidas mais atuais e eficazes. Mas também falta a aplicação efetiva do Estatuto da Criança e do Adolescente. Não é caso de aplicação do Código Penal para menores infratores.
Ex: Um menor que é submetido a 3 anos de internação em determinado instituto, dificilmente cumpre o período completo. Em alguns casos, em 4 meses o menor já está novamente livre.
Qual a sua opinião sobre a maioridade penal? Tem que ser diminuída ou mantida?
Deve ser mantida, porém, as medidas socioeducativas devem ser revistas para melhor adequação e agravamento.
O que pode ser feito para evitar que o menor chegue a se tornar infrator?
A família deve ser trabalhada, a escola e principalmente a educação.
O acompanhamento por assistência social que identifique as situações de risco e adote as medidas necessárias.
Ex: Em uma casa em que o pai é viciado e bebida alcóolica e a mãe viciada em drogas, o filho vai achar normal conviver e praticas aquelas condições de vida.
ENTREVISTA PARA DISCIPLINA SOCIOLOGIA JURÍDICA
DRA. FERNANDA GHIRINGHELLI DE AZEVEDO
JUIZA DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BENTO GONÇALVES – RS
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Como à senhora enxerga a imagem do menor infrator?
É predominante no perfil do infrator, o consumo de drogas e que venham de famílias de baixa condição financeira. Muitas vezes de uma família desestruturada, família mono parental, onde somente está presente a figura da mãe, que trabalha o dia inteiro para o sustento da família e não sabe o que o filho anda fazendo, ou quem são suas companhias. São menores que não frequentam a escola e que possuem muito tempo livres e com poucas opções de lazer.
Quais as condições que levam o menor a praticar tais atos?
Uma vida sem valor, a falta de cultura, não possuem limites nem valores, falta uma noção do bem e do mal, do que é certo ou errado. Nem a vida deles vale algo.
Na prática, com o passar dos anos, o problema da delinquência juvenil vem aumentando?
O problema vem aumentando, foi percebido um grande aumento com o crack sendo uma droga mais acessível.
As leis atuais apresentam uma efetiva solução para esta problemática?
O presídio daria menos resultado.
Entre CASE e presídio, o CASE ainda é a melhor opção, mas não a ideal. No CASE é possível ainda se recuperar o menor, o que é muito mais difícil no presídio.
Qual a sua opinião sobre a maioridade penal? Tem que ser diminuída ou mantida?
A maioridade penal deve ser mantida aos 18 anos como está hoje, colocar o menor na prisão não é a solução. O menor no presídio não se recupera, sai pior ainda do que quando entrou, o menor é um indivíduo ainda em formação, tendo mais chance de ser recuperado do que um adulto que está preso, que é mais velho.
Nos casos que o menor assume o crime praticado pelos maiores não justifica mudar o sistema.
O que pode ser feito para evitar que o menor chegue a se tornar infrator?
Políticas públicas, maior investimento em educação, tratamento para os consumidores de drogas, é necessário um acompanhamento do menor e da sua família por assistente social. Tem que ser investido em mais opções de lazer e esporte para os menores.
Hoje em dia “o ter vale mais o que ser”. Os menores precisam aprender mais sobre valores.
Na hora de praticar o crime não pensam nas consequências que o mesmo irá trazer.
Os delitos mais comuns são o furto e roubo.
ENTREVISTA PARA DISCIPLINA SOCIOLOGIA JURÍDICA
NOEL MEDEIROS VARONI
COMISSÁRIO DE POLÍCIA CIVIL – RS
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Como o senhor enxerga a imagem do menor infrator?
A imagem do menor infrator está marginalizada junto opinião pública devido às medidas do Estatuto da Criança e do Adolescente serem muito paternalistas.
Quais as condições que levam o menor a praticar tais atos?
Há uma infinidade de prováveis fatores que levam o menor infrator a delinquir, como nível de pobreza de suas famílias, desemprego, falta de moradia digna, entre outras coisas, mas principalmente atreladas na desigualdade social do país.
Na prática, com o passar dos anos, o problema da delinquência juvenil vem aumentando?
Vem aumentando assustadoramente, principalmente nos grandes centros populacionais, onde a grande parte de crimes hediondos estão sendo praticados por menores. Crimes que noticiados pelos meios de imprensa estão deixando a sociedade muito apreensiva e solicitando soluções efetivas ao poder público. 
As leis atuais apresentam uma efetiva solução para esta problemática?
O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei moderna (1990), mas que valeu num período de transição e que precisa de ajustes urgentes para ser efetiva, pois houve um crescimento na delinquência juvenil, mudaram o “ modus operandi” dos crimes, onde os menores são “usados” para quadrilhas de criminosos ficarem impunes. 
Qual a sua opinião sobre a maioridade penal? Tem que ser diminuída ou mantida?
É basicamente fundamental que seja adequada ao grau de desenvolvimento e maturidade do ser humano, por isso deve ser diminuída, mas que essa medida seja ajustada com outras sócios educativas, como exigir conclusão de estudos e profissionalização dos menores internados e que o sistema penal brasileiro cumpra com o seu papel que é de ressocialização do infrator.
O que pode ser feito para evitar que o menor chegue a se tornar infrator?
O país, como governante, deveria tratar a sua população com seriedade, desenvolver políticas públicas que venham ao encontro da população, diminuir as desigualdades sociais, como um todo, seria fundamental para a criação de jovens de mentes sadias. 
ENTREVISTA PARA DISCIPLINA SOCIOLOGIA JURÍDICA
CAROLINE GOLDBECK DIAS
ASSISTENTE SOCIAL DO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) – GARIBALDI/RS
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Como o senhor enxerga a imagem do menor infrator?
A imagem do adolescente autor de atos infracional nada mais é do que a imagem da sociedade, o quanto ela investe nas crianças e adolescentes.
Quais as condições que levam o menor a praticar tais atos?
É multifatorial. Fazendo uma breve e superficial leitura dos casos de adolescentes em conflito com a lei aqui em Garibaldi, que é um município pequeno, vemos que os adolescentes que estão cumprindo PSC tem histórico de violência intrafamiliar, conflitos familiares, alcoolismo e uso de outras drogas na família, situações de negligência e abandono. Acredito que essa também é a imagem do Brasil.
Na prática, com o passar dos anos, o problema da delinquência juvenil vem aumentando?A criminalidade vem aumentando, em consequência, o envolvimento de adolescentes no crime também. Se levarmos em consideração o que se passa na mídia, os casos que envolvem adolescentes tem muito mais repercussão e isso dá a impressão de que aumentou de forma desenfreada. Mas se vermos as pesquisas, ainda que tenham aumentado, os crimes envolvendo adolescentes tem índices muito mais baixos do que envolvendo adultos.
As leis atuais apresentam uma efetiva solução para esta problemática?
O problema é a não efetivação destas. Os direitos às condições básicas não são atendidos. E esse é o problema. O Estado não cumpre com a obrigação de dar assistência aos adolescentes. O que concordo é em tratar de forma diferente os adolescentes que cometem crimes graves dos que cometem pequenos delitos.
Qual a sua opinião sobre a maioridade penal? Tem que ser diminuída ou mantida?
Sou contra a redução da maioridade penal. A discussão é anterior: a efetivação dos direitos básicos como educação, trabalho, habitação. E também é sabido que o sistema carcerário brasileiro não passa de escola para o crime, imagina colocar dentro desses presídios pessoas que estão em desenvolvimentos e não têm claras as suas convicções. Pensando pelo lado prático, sai muito mais barato e é mais resolutivo para o Estado manter as crianças e adolescentes em escolas (ensino público de qualidade) do que manter presidiários. 
O que pode ser feito para evitar que o menor chegue a se tornar infrator?
Efetivação das leis existentes e políticas públicas para crianças, adolescentes e famílias.

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