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Guia de Estudos da Unidade 4 - Filosofia da Educação

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Filosofia da Educação
UNIDADE 4
1
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
UNIDADE 4
 Para início de conversa
Caríssimo (a) aluno (a), daremos continuidade aos nossos estudos da disciplina de Filosofia da Educação 
com a Unidade 4.
Vamos dá início aos nossos estudos, e com a colaboração das novas tecnologias faremos uma interação 
com o conhecimento no Ambiente Virtual de forma sistemática e agradável. 
Vamos averiguar a importância da Filosofia na formação do educador, analisar teorias pedagógicas 
reprodutivistas e críticas, investigar as novas propostas filosóficas para a educação do século XX, e por 
último estudar o paradigma da complexidade conforme Edgar Morin. 
 Orientações da Disciplina
Enquanto você estiver fazendo o estudo da quarta unidade, irá observar que serão sugeridas leituras e 
pesquisas na internet, que trarão como referência os nossos estudos. Sendo assim, você deverá fazer as 
leituras, bem como analisar a importância dos textos, vídeos que promoveram a compreensão dos seus 
estudos. 
As sugestões do material a distância têm como finalidade a maior interação do aluno com o conteúdo 
apresentado, além da flexibilidade de acesso aos mesmos e ao material de pesquisa, e assim, se dará o 
encontro com o conhecimento. 
 Acesse o Ambiente Virtual
No Ambiente Virtual do aluno serão indicados exercícios de ensino aprendizagem e fórum de discussões, 
que serão disponibilizados no ambiente de estudos. Isso fará com que onde você estiver poderá acessar 
o Ambiente Virtual e realizar suas atividades sem prejuízos nos seus estudos. 
 Biblioteca Virtual
Para dá sustentação teórica dos conteúdos apresentados vamos destacar como bibliografia 
básica, o livro-texto de Filosofia da Educação do autor Paulo Ghiraldelli da editora Ática, São Paulo, 2006. 
Além de outros livros de Filosofia da Educação que estarão disponibilizados na Biblioteca Virtual no link: 
http://www.aulaaberta.bvirtual.com.br/
2
Vamos começar?
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR 
Quando falamos de Filosofia, estamos falando da capacidade que o homem tem de buscar o saber das 
coisas por meio do questionamento, da capacidade de pensar, de perguntar o porquê de tudo que ele 
acredita. 
Se para pensar Educação é importante, então a Filosofia é importante, vamos pensar essa importância. 
De modo que, se abandonarmos os preconceitos e a submissão das ideias dominantes na sociedade 
for importante? Então, a filosofia é importante, se pensarmos na utilidade das ciências, da História for 
importante? Então, a Filosofia é importante; se buscar compreender o sentido das criações humanas for 
importante? Então a Filosofia é importante, se desejarmos conhecer o universo e tomar consciência de 
si for importante? Então, a filosofia é importante, se desejarmos a liberdade a felicidade for importante? 
Então, a filosofia é importante. 
 Leitura complementar
Sendo assim, pensar a importância da filosofia na formação do educador é o que há de mais 
importante e útil ao professor. Fonte: texto baseado na obra de Marilena Chauí, “Convite à Filosofia”, 
editora Atlas, São Paulo, 2000. Disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/convite.pdf 
Mas, a questão é: qual a importância da Filosofia para a Educação?
Depois de analisar a importância da Filosofia para a construção do saber. Vamos perceber que ela está 
em tudo e aí chegamos a conclusão que essa forma de conhecimento dá sustentação lógica e coerente 
para compreender a prática da educação. Nesse sentido, podemos afirmar que de posse da capacidade 
de filosofar, questionar, também vamos encontra a criticidade, a reflexão sobre a continuidade das formas 
de educar, de fazer o outro entender o que estamos ensinando, elaborando, aprendendo, além de que a 
filosofia nos permitir reformular, mudar uma realidade e a realidade dos outros.
A filosofia põe em questão tudo que acreditamos saber, aqui podemos por em questão a formação do 
professor. Como qual o modelo de professor que nós queremos hoje? Será que queremos professor? Nós 
temos? Porque o professor que nós temos hoje no Brasil, tanto na escola pública como na escola privada, 
é trabalhador insatisfeito com sua categoria profissional. Quando a sociedade não está preocupada com 
a sua formação continuada. 
Para que isso aconteça é necessária uma forma de fazer política que reconheça o profissional da docência. 
É bem verdade que houve recentemente mudanças na lei de piso dos salários do professor. Mas, isso 
ainda é muito pouco para a formação do profissional da educação de base.
3
Há na sociedade brasileira uma necessidade de formarmos professores com atitude filosófica. Mas o que 
é atitude filosófica? É a capacidade que temos de fazer uma reflexão. Para tanto, a educação no Brasil 
necessita de professores com capacidade de refletir a sua realidade de trabalho, refletir a sua prática 
de ensino. Então, para formar esse perfil de professor, temos de formar profissionais que busque tomar 
consciência da sua identidade, ou seja, quem é ele? O que faz? O que pretende fazer? Esse professor 
precisa refletira sobre a sua realidade, o seu “EU”. E não importa quem ele é, mas o que ele tem de saber 
enquanto profissional da educação. Ele deverá saber de seus propósitos quanto à sua prática educativa. 
Isso, porque o professor vai lidar com seres humanos, pessoas que ele não conhece, e elas são pessoas 
ímpares, que fazem parte de famílias distintas umas das outras e com histórias também diferentes.
 
 Guarde essa ideia!
A Filosofia deverá levar o professor a refletir sobre a sua condição na sala de aula, ele tem de dominar 
os conteúdos em sala de aula, é um a forma de manter o controle no ambiente educativo, bem como 
estabelece a segurança do professor em sala de aula. Conforme Francis Bacon, “O conhecimento dá 
poder”, de modo, que só o domínio do conhecimento é capaz de fazer o educador sentir firmeza em sala 
de aula. 
O curriculum lattes dá a certeza de que o professor possui o discurso e a certificação curricular legitimada 
pela instituição credora do conhecimento, mas não dá a experiência em sala de aula. Por isso, é muito 
importante a reflexão do professor sobre uma prática escolar, seja ela onde for, o professor preparado e 
disponível para a prática de sala de aula, ele já leva no bojo uma condição favorável à prática pedagógica.
Hoje temos um problema que está se manifestando na sociedade, que é a falta de professores na área 
das licenciaturas, faltam profissionais da Educação, ou seja, professores licenciados em várias áreas 
do conhecimento. As pessoas não querem as licenciaturas, estão preferindo os bacharelados, mas e 
os professores estão sendo formados em que? Qual é a formação dos nossos professores? O que está 
acontecendo é que muitos professores tem outras formações e não possuem licenciaturas.
 
 Exemplo
Um professor de Matemática ensina Física, ensina? Um professor de Biologia ensina Química, 
ensina? Para exercer a prática da docência é necessário estudar a licenciatura, afinal de contas 
à criança, o adolescente, ou mesmo o adulto precisa de um Professor, e não de um técnico. A 
adaptação desse tecnicismo a realidade da prática da Educação vai nos custar muito caro, e 
não diria mais tarde, quem sabe se já não está perto de pagarmos esse tributo tão alto. 
É bem verdade que no Brasil se fala muito em Educação, esse discurso está presente em todos os âmbitos 
da política. Até a própria Constituição Federal garante o direito à Educação, mas as condições em que ela 
se encontra deixam muito a desejar. Então, nós profissionais da educação devemos está atentos a essa 
urgência para com a educação, e só a filosofia com o senso crítico poderá nos resgatar desse infortúnio 
político econômico que cerca o povo brasileiro. 
4
AS TEORIAS PEDAGÓGICAS REPRODUTIVISTAS E CRÍTICAS 
As teorias pedagógicasque tratam do pensamento reprodutivista estão de acordo com uma política 
imposta por uma determinada camada da sociedade. Para justificar essa afirmativa cabe sustentar o 
argumento com o apoio da teoria de Luis Altusser (1918-1990), filósofo francês. 
O mesmo afirma que a educação reprodutivista é o resultado do aparelho ideológico do Estado, o Estado 
tem o poder de manipular as consciências individuais e coletivas por meio de um mando disfarçado, no 
caso da educação, ele usa as propostas pedagógicas para formar o tipo de cidadão que o interessa ao 
Estado. Assim , ele forma a elite intelectual que irá reproduzir o que o Estado deseja, é essa mesma elite 
que irá comanda a sociedade e o próprio Estado, mais tarde. 
No contexto social o Estado está de acordo com uma ação pedagógica arbitrária, e esta vai utilizar-
se de uma cultura das classes dominantes, e consequentemente essa prática pedagógica reproduz as 
relações ideológicas do sistema capitalista. O sistema capitalista promove a divisão social do trabalho, a 
competição e o individualismo.
 
 Dica!
É bom lembrar que para efetividade das práticas do aparelho ideológico do Estado estão 
presentes, o aparelho repressivo composto pelo: Governo, Administração geral do Estado, o Exército, a 
Polícia e os Tribunais; para o aparelho ideológico estão: a Religião, a Escola, Família, Sindicatos, Política, 
Imprensa e a Cultura, dentre outros.
Para Pierre Bordieu e Jean Claude Passeron, a teoria do ensino tradicional ou reprodutivista, aborda uma 
violência simbólica sobre os alunos na escola, isso quer dizer, que a “Teoria do Sistema de Ensino enquanto 
Violência” afirma que a ação pedagógica do ensino tradicional poda as capacidades, competências de 
aprendizagem com sua ação reprodutora. 
A imposição arbitrária imposta pelo Estado usando a educação como canal para efetiva essa prática é 
capaz de matar simbolicamente o aluno. Daí o nome de violência simbólica, ou seja, nesse contexto, a 
educação é uma forma de violência simbólica. Essa ação pedagógica ela é imposta por um poder também 
arbitrário centrado na cultura dominante de uma camada da sociedade. Sendo assim, a autoridade 
pedagógica será usada na escola como a dissimulação do poder arbitrário do Estado. 
 Praticando
A monografia do curso de Pós – Graduação em Pedagogia, com o título “Educação e Morte, a questão 
da morte da imaginação criativa”, da Professora Marjone Leite ilustrará as teorias reprodutivistas sobre 
violência simbólica conforme o pensamento de Pierre Bordier e Jean Clade Passeron. Esse trabalho 
traz à tona as violências simbólicas nas escolas brasileiras durante o processo educativo do ensino 
5
aprendizagem. O trabalho analisa o processo de morte simbólica na Educação por meio de algumas 
estorinhas que servirão como exemplo para a compreensão para nosso estudo. Segue abaixo a primeira 
estorinha:
Zilda vai à escola:
Esta é a história de Zilda. Ela é uma menina alegre e brincalhona, amiga 
de todo mundo na rua em que morava. Ajudava a mãe no serviço de casa, fazia 
as compras, andava por toda parte. Nas horas vagas brincava com as vizinhas, 
contava casos e batia papo. Zilda era muito feliz do jeito como vivia. Desde que fez 
seis anos, só falava numa coisa: no próximo ano, iria para a escola. Estava muito 
contente com a novidade. Enfim, chegou o dia tão esperado. Animada e cheia de 
curiosidade, lá foi Zilda para seu primeiro dia de aula. No começo ficou um pouco 
decepcionada, por que tinha hora certa pra tudo, só ouvia ordens e imposições. 
Mas, pouco a pouco foi se acostumando, e vendo que era preciso seguir a disciplina 
e as ordens. 
No entanto, tinha problemas sérios. Por exemplo: vira e mexe a professora dizia algo 
que Zilda não entendia eram as palavras que ela não conhecia. Cheia de dúvidas, 
a menina queria fazer perguntas. E aí, novo problema: mal começava a falar, a 
professora interrompia, corrigindo seu jeito de falar, os colegas riam dela. Zilda foi 
ficando envergonhada, em pouco tempo, não tinha mais coragem de perguntar, ou 
mesmo de falar algo em voz alta na classe. Ela foi ficando cada vez mais quieta, 
tinha medo de responder às perguntas, de dizer qualquer coisa que pudesse está 
errado. Quando terminou o primeiro bimestre, a professora anotou, na avaliação do 
comportamento de Zilda: tímida.
 
O que diz a estorinha? Ela conta a experiência vivida por Zilda, na sua experiência escolar. Zilda imaginava 
que a escola fosse um lugar onde as crianças pudessem fazer aquilo que quisessem, além de estudar, 
aprender a ler e escrever. Mas, o que Zilda não imaginava, era que a escola tivesse regras e normas a 
serem obedecidas. Para ela, a disciplina era novidade! Logo que entrou para a escola, sentiu as diferenças 
com relação a sua realidade. O cotidiano de Zilda na vida familiar, não era orientado com tantas regras 
disciplinares.
A vida de Zilda era muito simples, ela ajudava a mãe nas tarefas domésticas, na comunidade a qual 
ela pertencia era também muito simples, sem tantas exigências, as crianças eram educadas de forma 
simples, ou como se diz na linguagem comum, muito à vontade, com regalias. Ela não estava acostumada 
a cumprir regras. Na escola tinha hora para tudo, não se podia falar sempre que se queria, tinha que calar 
para que o professor explicasse a lição, tinha que sentar e prestar atenção na aula, e assim seguia, sendo 
determinada a ordem e os alunos tinham que obedecer. 
 
6
 Guarde essa ideia!
A educação é a formação do social e necessita de regras para fixar os deveres dos escolares, pois só 
assim eles poderem transformar a conduta. (Durkheim,1978 : 84 ) O indivíduo que tem a educação ao seu 
alcance estar se socializando. A socialização do indivíduo com a comunidade, se dá pelas maneiras de 
“pensar, de agir e de sentir” de um grupo, que se processa desde o nascimento até a fase adulta. Também 
ocorre a socialização, por meio da cultura passada pelos membros mais velhos da comunidade, isso 
acontece pela imposição moral das regras de consciência coletiva. A consciência coletiva tem a função 
de proteger o social, é uma exigência dos participantes da comunidade, em criar normas que delimite as 
vontades dos indivíduos.
Os indivíduos se adaptam ao meio social e passam a compartilhar das ideias, gostos, crenças religiosas 
e sentimentos. Portanto, quando a criança vai a escola, a família como também a comunidade esperam 
que ela integre não só os conhecimentos científicos, mas a cultura, as crenças, os valores e as regras que 
interessam para o crescimento e bem-estar social. 
Analisando, a dificuldade que Zilda sentia, quando a professora falava palavras que ela não entendia. 
Podemos afirmar que tais dificuldades estão presentes na falta de comunicação entre a menina 
e a professora. Em primeiro lugar é bom lembrar, que Zilda morava em uma comunidade simples, 
consequentemente as pessoas que também moram lá são pessoas simples, sem um conhecimento 
aprimorado, desenvolvido pela escola.
 
Está aí a dificuldade de Zilda em compreender algumas palavras, que a professora falava. Assim, dizemos 
que o tipo de educação que Zilda tinha antes de entrar para a escola, era uma educação assistemática, 
como também a maioria das pessoas do seu convívio social. A educação assistemática ou informal é aquela 
em que o saber é transmitido de geração a geração. E tudo que se aprende é através do conhecimento 
empírico. 
 Guarde essa ideia!
A escola é a instituição reconhecida pela sociedade, para educar seus membros em função dos seus 
interesses. A escola é o lugar da educação formal. Por isso, a escola utiliza meios de tornar a educação 
sistemática. A educação sistemática ela é violenta, porque ela é coercitiva, ela impõe regras de organização 
de disciplina e obediência. Então, no momento que um indivíduo qualquer é obrigado a cumprir ordens, 
determinações; ele está sendo violentado pelosocial. 
Nesse caso a Zilda, ao ter que cumprir regras disciplinares na escola, sentiu-se violentada. Zilda vivia 
em conflito, diante da nova situação, queria participar das aulas, mas sempre que falava, a professora 
interrompia corrigindo suas palavras. A professora de Zilda também não tinha a consciência de que estava 
violentado a criatividade e desenvolvimento da menina.
7
Aos poucos a Zilda vai se tornando introspectiva, não faz mais perguntas, pois tem medo de ser podada 
e também tem medo de ser ridicularizada pelo grupo de referência, que no caso dela são os coleguinhas 
de classe.
A avaliação da professora de Zilda, no final do semestre foi de que a aluna é tímida. Essa é a forma 
apresentada pelo processo educativo de como o professor deve proceder. Podemos dizer, que nesse 
processo educativo, muitas vezes o professor está tão ligado no seu trabalho, que é o de imposição, 
de transmissão de um tradicional, ele está tão envolvido no ato de transmissão de conhecimentos que 
não percebe que o seu aluno está ali sinalizando ajuda, pedindo por socorro. Então, passa o tempo, 
acaba semestre, começa semestre e o processo de reprodução, quase acrítico, por parte do professorado 
continua numa sociedade. 
 Praticando
Agora, vamos fazer uma leitura sobre a morte simbólica da imaginação pelo ato educativo por meio de 
outra estorinha. 
O cartaz de Joana
Durante a semana inteira, Joana não fez outra coisa. Voltava da 
escola, ajudava a mãe e rapidinho terminava as tarefas caseiras corria 
a fechar-se no único quarto da casa. Lá ficava quietinha, às voltas com 
os jornais e revistas, durante um tempo. Quando parava de trabalhar, 
guardava tudo, com muito cuidado, em cima do armário, onde os 
irmãozinhos menores não podiam alcançar.
 A mãe já estava curiosa. Afinal, Joana era a mais irrequieta de seus 
filhos. Costumava passar a maior parte do dia pela rua, a pular corda, 
amarelinha, subir em árvore e brincar de pega. Era bem raro interessar-
se pelas lições de casa. Mas, o que estaria acontecendo? 
A mãe de Joana não entendia. Um dia perguntou, e acabou descobrindo. 
O segredo de Joana era a tarefa nova que a professora passara. Cada 
aluno devia achar dez palavras e figuras que começassem com sílabas 
dadas em classe. Deveria encontrar tudo isso em jornais e revistas, 
separando os recortes de acordo com cada sílaba inicial. A lição não 
era fácil. Mas Joana gostou da ideia, ficou bem interessada, e por isso 
resolveu dedicar-se à tarefa.
 Finalmente, chegou o dia da entrega do trabalho. Joana levantou mais 
cedo, para dar os últimos retoques. Orgulhosa, mostrou o cartaz para a 
mãe. Os recortes não estavam muitos bem feitos, as colunas um pouco 
tortas; os dedinhos, sujos de cola, haviam deixado algumas marcas no 
8
trabalho. Também apareciam alguns pequenos erros, como por exemplo: 
em uma palavra, a sílaba pedida não aparecia no começo, como deveria 
ser, mas tudo bem, para Joana seu trabalho estava lindo. Em todo caso, 
era um trabalho feito pela menina, ela o fez sem ajuda de ninguém.
 Quando Joana voltou da escola largou o trabalho num canto, nem ligou 
quando o irmãozinho pequeno agarrou a cartolina e foi brincar com o seu 
trabalho. Ela já estava longe jogando bola. Não falou nada, não comentou 
sobre o seu dia de aula. Mas, o que poderia ter acontecido? Mas tarde, 
Joana contou para a mãe que a professora não gostou do seu cartaz, 
dizendo que estava sujo e mal acabado. E ela até sugeriu para Joana 
da seguinte maneira: “É melhor você pedir ajuda a alguém, para fazer 
ficar mais bonito.” Dias depois Joana levava novo trabalho para a escola. 
Estava quase perfeito. Mas, ela levava aquele trabalho sem entusiasmo. 
Mas, é claro, agora o trabalho fora feito quase todo pela mãe de Joana. 
A estorinha de Joana gira em torno da motivação. O ato de sentir-se com vontade de participar, com a 
alegria de conhecer e ajudar no processo de criação de alguma coisa ou de um projeto é o que chamamos 
de motivação. É esse ato de agregar esforços na confecção do trabalho é estimulante e Joana demonstrava 
durante a elaboração de seu projeto, no sentido da confecção seu cartaz, que era a tarefa exigida pela 
professora. 
Joana havia gostado muito quando a sua professora explicou a tarefa de confeccionar o cartaz. Ela foi para 
sua casa muito feliz, muito interessada em começar a dedicar-se ao trabalho. Pesquisar em revistinhas 
e jornais, recortar palavrinhas, fazer colagens, isso tudo agradava muito, ela fazia a tarefa com muito 
prazer. E assim passava a maior parte do seu tempo trabalhando. Foi com dedicação que ele construiu o 
seu trabalho, ela esqueceu até de brincar na rua como era de seu costume.
A mãe de Joana não entendia por que aquele interesse todo pelas tarefas, pois a menina não tinha nem 
o hábito de fazer lições de casa. O hábito de estudar é o instrumento fundamental, que dá a continuidade 
histórica da educação, o “hábitus é produto da interiorização dos princípios de um arbitrário cultural”, 
(Bourdier & Passeron, 1993: 44), com o tempo, o hábito torna-se contínuo, e se reproduz. Aos pais, como 
os primeiros educadores cabe-lhes a tarefa de incentivar, estimular as crianças no exercício da prática 
pedagógica.
Essa nova tarefa deixava Joana motivada a trabalhar, apesar de não ser fácil, ela conseguira concluir, 
fez com muito cuidado e carinho. A imagem que Joana tinha de si, era de uma menina inteiramente 
satisfeita, independente, pois conseguia fazer sempre o que tentava realizar. Ela tinha certeza de que 
todos iriam elogiar o seu trabalho, porém não aconteceu o esperado. Joana ficou frustrada, o seu ideal 
não foi atingido, ela não conseguiu completar o desejo no resultado do trabalho. A professora de Joana 
ao avaliar o cartaz não percebeu o desenvolvimento da menina, ela poderia ter entendido que aquele 
trabalho era o resultado do esforço e por isso já seria motivo de brilho, de avanço no processo educativo. 
O que mais Joana queria era receber um elogio, tipo: muito bem você conseguiu! Joana esperava a 
recompensa, mas não veio, não houve a avaliação da professora.
9
Sendo assim, a professora contribui para reforçar a auto-imagem negativa de Joana. Aos poucos ela vai 
perdendo o interesse pelo aprendizado e o seu entusiasmo vai se apagando. Joana já não liga mais para 
o cartaz, quando chega a sua casa e joga o cartaz para lá; essa atitude de desprezo é simbolicamente 
o resultado do desinteresse pela escola e pelas atividades escolares. Observe que nesse momento o 
sentimento de incapacidade começa a brotar.
Apesar da professora de Joana perdeu a oportunidade de estimular a criatividade da menina, ela não 
pode ser penalizada já que a própria professora também é parte de um processo educacional reprodutor. 
A professora de Joana não soube ser cultivar o aprendizado da aluna quando avaliar o cartaz, ela poderia 
ter qualificado o trabalho da menina de alguma forma, é certo que nem todos conseguem valorizar um 
trabalho ainda que seja reproduzir, só o ato do esforço já é uma forma de trabalhar.
O sentimento de incapacidade provocou prejuízo na imagem que a menina tinha de si. Joana teve a sua 
imaginação criativa morta pelo processo educativo. 
REPENSANDO A EDUCAÇÃO E AS NOVAS PROPOSTAS DO SÉCULO XX 
Agora repensando as filosofias que realçaram as novas tendências da educação para o século XX, e os 
próximos séculos, enquanto não mudem as tendências, destacamos em especial a filosofia pragmática 
de John Dewey. Como filósofo pragmaticista, embora o mesmo não se considere, conforme o filósofo, as 
escolas que praticam as ações pedagógicas na linha da obediência não eram efetivas nos processos de 
ensino aprendizagem. Dewey alinhou o sua filosofia aos dos norte americanos e seu pensamento muito 
influenciou a Escola Nova no Brasil. 
Para Dewey critica a filosofia da educação de Platão e Rousseau, quando ambos pensam umafilosofia 
democrática, o primeiro quando destaca a influência da sociedade no indivíduo que está nela contido e 
no segundo, quando isola o homem da sociedade. Aqui, nos dois casos apresentados, tanto em Platão 
como em Rousseau, o indivíduo é excluído e isolado por meio da educação em função da sociedade. Para 
John Dewey, “a educação deveria está centrada na capacidade de raciocínio e espírito crítico do aluno”.
 
O PARADIGMA DA COMPLEXIDADE CONFORME EDGAR MORIN 
“Pensar a complexidade – esse é o maior desafio do pensamento contemporâneo, que necessita 
de uma reforma no nosso modo de pensar.” (Edgar Morin, 2000.p. 199) 
“O pensamento científico clássico se edificou sobre três pilares: a ‘ordem’, a ‘separabilidade’, a 
‘razão’. Ora, as bases de cada um deles encontram-se hoje em dia abaladas pelo desenvolvimento, 
inclusive a das ciências, que originalmente foram fundadas sobre esses três pilares.” (Edgar 
Morin, 2000.p. 199) 
O fundo filosófico do Paradigma da Complexidade conforme Edgar Morin é uma questão atualmente muito 
discutida. Em primeiro lugar por abordar questões que envolvem as mudanças científicas, filosóficas, 
10
políticas e sociais. Científicas, porque trata do desenvolvimento a partir das revoluções científicas, e estas 
interferem em todo o complexo social, seja de natureza filosófica, político e social.
Aí surgem as questões, como educar uma sociedade apenas com modelos científicos? Aqui a questão 
já aparece filosófica, então vamos educar os futuros cidadãos ensinando a eles apenas técnicas? E o 
homem em si mesmo como ele está, porque ele não é uma máquina, ele é um ser vivo, com capacidade de 
pensar, de sentir e de agir. Esse é o primeiro passo para se pensar a complexidade dos novos modelos de 
educação. Essas questões acima citadas elas envolvem uma complexidade, que não encontra-se soluções 
imediatas.
Segundo Morin, “A segunda revolução científica, mais recente, ainda indetectada, é a revolução sistêmica 
nas ciências da terra e a ciência ecológica. Ela não encontrou ainda seu prolongamento epistemológico.” 
(Edgar Morin, 2000.p. 205) Interpretando o que pensou Morin, as revoluções científicas estão acontecendo 
com muita velocidade e o homem contemporâneo está encantado. 
Mas, ao mesmo tempo que as coisas estão acontecendo com muita rapidez, o homem não está sabendo 
lidar com os novos saberes das novas descobertas científicas. Ao mesmo tempo que ele é induzido pelo 
progresso científico a saber mais, porque ele é um ser intelectivo, de razão, ele também encontra-se 
diante de si mesmo, dos sentimentos. 
E sendo assim, o homem contemporâneo se pergunta, Será que necessitamos de educação para chegar 
a tudo o que estamos vivendo? Estamos diante de um homem cada vez mais globalizado em relação ao 
mundo do conhecimento. Esse homem faz parte de uma sociedade global cada vez mais conhecedora e 
descobridora de novos modelos de ciências. Ele é ao mesmo tempo ele é capaz de entender que é um ser 
muito simples e, portanto, singular. 
 Palavras do Professor
Prezado (a) estudante, com o destaque dos aspectos importante para a Filosofia da Educação fica a certeza 
de que chegamos ao fim dos nossos objetivos sobre a que se destinam os conteúdos dessa disciplina.
Gostaria de agradecer a você aluno pela atenção, e dizer que estamos à disposição para qualquer dúvida. 
Um forte abraço! Bons estudos! 
 
11
 Referências Bibliográficas
CESCON, Everaldo; NODARI, Paulo César. Temas de Filosofia da Educação. EDUCS, Caxias do Sul, RS, 
2009.
GHIRALDELLI, Paulo Jr. Introdução à Filosofia, textos básicos de Filosofia e Ciências Humanas. Paulo 
Ghiraldelli Jr. Manole, Barueri, SP, 2003.
______, Filosofia da Educação, Ática, São Paulo, 2006.
LEITE, Marjone Socorro Farias de Vasconcelos. “Educação e morte, a questão da morte simbólica da 
imaginação criativa”, Monografia do curso de Pós- Graduação em Pedagogia, FUNESO, Olinda, 1998.
MORIN, Edgar; LE MOIGNE, Jean-Louis. A Inteligência da Complexidade. São Paulo: 
Petrópolis, 2000. 
VASCONCELOS, José Antônio. Fundamentos de Filosóficos da Educação. Manole, Barueri, SP, 2003.
Links:
http://www.aulaaberta.bvirtual.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Althusser
https://www.youtube.com/watch?v=VtsEbI2cmIQ
http://www.pb.utfpr.edu.br/mcosta/arquivos/HistEducXIII-TeoriasCritico-Reprodutivistas%20.pdf
http://prezi.com/tpt7l3m9daft/novas-tendencias-filosoficas-para-educacao-do-seculo-xx/

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