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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru CAPÍTULO 5 MATRIZ DE MUDANÇA DE BASE Conforme se estabeleceu, no Capítulo 4, com exceção do espaço nulo { }0=V , que não possui base, todos os demais espaços vetoriais possuem infinitas bases. Uma vez que existem infinitas bases, capazes de gerar o mesmo espaço vetorial, pode-se pensar que elas tenham algo em comum. Cabe, assim, o seguinte questionamento: como relacionar os vetores de uma base B com os vetores de uma base C? Ainda no Capítulo 4, viu-se que é possível determinar as coordenadas de um dado vetor em diferentes bases e que, embora essas coordenadas sejam expressas de formas diferentes, elas representam o mesmo vetor. Se, por exemplo, [ ]Bv são as coordenadas de um vetor v em relação à base B e [ ]Cv são as coordenadas de v em relação à base C, pergunta-se: é possível, a partir de [ ]Bv , obter [ ]Cv e vice-versa? Ver-se-á, neste capítulo, que isto é possível; ressalta- se, ainda, que, em muitas aplicações práticas, é necessário passar de um sistema de coordenadas para outro, o que é feito através de uma matriz de mudança de coordenadas. Exemplo: Considerem-se o espaço vetorial real 2ℜ e o vetor ( )26,v = . A representação de v em relação à base canônica ( ) ( ){ }1001 ,j,,iC === rr é ( ) ( )102016 ,,v += e, portanto, suas coordenadas em relação à base canônica C são [ ] = 2 6 Cv . Considere-se, agora, a base ( ) ( ){ }1111 21 ,f,,fB =−== rr ; para determinar as coordenadas do vetor v r em relação a essa base, escreve-se v como combinação linear dos vetores de B: ( ) ( ) ( ) ( )ba,ba,(b,a, +−+=+−= 111126 , de onde se segue que: +−= += ba ba 2 6 , e, portanto, 2=a e 4=b . Logo, as coordenadas de v em relação à base B são [ ] = 4 2 Bv . É possível interpretar geometricamente esses resultados. Quando se considera o espaço 2ℜ com a base canônica, a representação geométrica desse espaço é o sistema de coordenadas cartesianas ortogonais, usualmente designado por plano Oxy. O eixo horizontal Ox tem a direção do vetor ( )01,i = r e o eixo vertical Oy tem a direção do vetor ( )10,j = r . Na Figura 8, vê- se a representação geométrica dos vetores da base C e do vetor v. Considerar uma nova base B significa considerar um novo sistema de coordenadas, que será indicado por yxO ′′ , cujos eixos têm a direção dos vetores ( )111 −= ,f r e ( )112 ,f = r , INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru respectivamente. Representando-se, geometricamente, esses novos eixos no mesmo sistema de coordenadas Oxy, vê-se que o sistema yxO ′′ está rotacionado, em relação ao sistema Oxy. Entretanto, é claro que, independentemente do sistema considerado (ou seja, independentemente da base considerada), a representação geométrica de v é a mesma. FIGURA 8 Considerando-se a expressão do vetor v, escrito como combinação linear dos vetores da base C, ou seja, ( ) ( )102016 ,,v += , vê-se que o segundo membro pode ser expresso, equivalentemente, como um produto de matrizes: ⋅ = 2 6 10 01 v . Observe-se que os vetores da base C constituem as colunas da matriz 10 01 ; chamando de C essa matriz, ou seja, escrevendo a base na forma matricial = 10 01 C , escreve-se, simbolicamente: [ ]CvCv ⋅= . Considerando-se, agora, a expressão do vetor v, escrito como combinação linear dos vetores da base B, ou seja, ( ) ( )114112 ,,v +−= , vê-se que o segundo membro pode ser expresso, equivalentemente, como um produto de matrizes: ⋅ − = 4 2 11 11 v . Observe-se que os vetores da base B constituem as colunas da matriz − 11 11 ; chamando de INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru B essa matriz, ou seja, escrevendo a base na forma matricial − = 11 11 B , escreve-se, simbolicamente: [ ]BvBv ⋅= . Conforme se viu, o vetor v tem coordenadas diferentes, quando se consideram bases diferentes do 2ℜ ; esse fato leva às questões: como obter [ ] = 4 2 Bv a partir de [ ] = 2 6 Cv e como obter [ ] = 2 6 Cv a partir [ ] = 4 2 Bv ? Essas questões são equivalentes à seguinte questão: qual é a relação entre as bases − = 11 11 B e = 10 01 C ? Uma vez que tanto B quanto C geram o 2ℜ , pois são bases, espera-se que haja uma relação entre elas. De fato, pode-se verificar que as matrizes B e C são equivalentes, isto é, pode-se obter uma delas a partir da outra, utilizando-se as operações elementares com as filas (linhas ou colunas) de uma delas, como se mostra a seguir: − → − → ++− 11 11 11 01 10 01 1221 2LLLL . Mostra-se, agora, como mudar de uma base para outra, matricialmente. Considerem-se um espaço vetorial V sobre um corpo K e duas de suas bases: { }nv,,v,vB L21= e { }nu,,u,uC L21= . Uma vez que B gera o espaço V, cada um dos vetores da base C pode ser escrito como combinação linear dos vetores da base B. Então, existem escalares Kaij ∈ , tais que: +++= +++= +++= nnnnnn nn nn vavavau vavavau vavavau :S L M L L 2211 2222112 12211111 2 . A matriz P, de ordem n, constituída dos escalares ija , isto é: = nnnn n n aaa aaa aaa P L MMMM L L 21 22221 11211 é chamada de matriz mudança da base B para a base C. Notação: [ ]BCMP = . Observações: 1) As colunas da matriz P são constituídas das coordenadas de cada vetor ( )niui ≤≤1 da base C em relação à base B, ou seja: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru [ ] [ ] [ ] = = = nn n n Bn n B n B a a a u,, a a a u, a a a u M L MM 2 1 2 22 12 2 1 21 11 1 . 2) A matriz mudança de base é sempre uma matriz quadrada, pois as bases B e C têm a mesma quantidade de vetores. Além disso, como cada vetor da base C se escreve de maneira única como combinação linear dos vetores da base B e essas coordenadas formam um conjunto de vetores LI, o determinante da matriz P é diferente de zero e, portanto, ela é inversível. 3) A notação [ ]BCMP = indica a matriz mudança da base B para a base C; entretanto, ressalta- se que são os vetores da base C que são escritos como combinação linear dos vetores da base B. 4) Escrevendo-se a matriz dos coeficientes do sistema linear S, isto é: nnnn n n aaa aaa aaa L MMMM L L 21 22212 12111 , vê-se que a matriz mudança de base é a sua transposta. 5) É claro que se pode considerar também a matriz de mudança da base C para a base B. Para isso, basta escrever cada vetor da base B como combinação linear dos vetores da base C e considerar a matriz cujascolunas são constituídas pelas coordenadas dos vetores da base B em relação à base C. Nesse caso, obter-se-ia a matriz [ ]CBMQ = . Exemplo: Sejam ( ) ( ){ }0111 21 ,v,,vB === e ( ) ( ){ }3421 21 −−=== ,u,,uC duas bases do espaço vetorial real 2ℜ . (a) Determinar a matriz P de mudança da base B para a base C. (b) Determinar a matriz Q de mudança da base C para a base B. (c) Que conclusões se obtêm a partir dos produtos QP ⋅ e PQ ⋅ ? (a) Para determinar [ ]BCMP = , escrevem-se os vetores da base C como combinação linear dos vetores da base B, isto é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )a,ba,,b,a, +=⇒+= 21011121 , de onde se segue que: = =+ 2 1 a ba , ou seja, 2=a e 1−=b . Logo, o vetor ( )211 ,u = da base C se escreve: ( ) ( ) ( )0111221 ,,, −= , INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru isto é, suas coordenadas em relação à base B são: [ ] − = 1 2 1 Bu . Considerando-se, agora, o vetor ( )342 −−= ,u , tem-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )c,dc,,d,c, +=−−⇒+=−− 34011134 . Então: −= −=+ 3 4 c dc , de onde se obtém: 3−=c e 1−=d . Logo, o vetor ( )342 −−= ,u da base C se escreve: ( ) ( ) ( )0111334 ,,, −−=−− , ou seja, suas coordenadas em relação à base B são: [ ] − − = 1 3 2 Bu . O sistema linear S, é então: −−= −= 212 211 3 2 vvu vvu :S e, portanto, a matriz dos coeficientes é: −− − 13 12 . A matriz P é a transposta dessa matriz; suas colunas são formadas pelas coordenadas de 1u e 2u em relação à base B: [ ] −− − == 11 32B CMP . (b) Quer-se, agora, determinar a matriz [ ]CBMQ = . Para isso, escrevem-se os vetores da base B como combinação linear dos vetores da base C. Tem-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ba,ba,,b,a, 32411342111 −−=⇒−−+= , de onde vem que: =− =− 132 14 ba ba ; então: 5 1 =a e 5 1 −=b . Logo, o vetor ( )111 ,v = da base B se escreve: ( ) ( ) ( )34 5 1 21 5 1 11 −−−= ,,, , isto é, suas coordenadas em relação à base C são: [ ] − = 5 1 5 1 1 Cv . Por outro lado, tem-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( ) ( ) ( ) ( ) ( )dc,dc,,d,c, 32401342101 −−=⇒−−+= , ou seja, tem-se o sistema linear: =− =− 032 14 dc dc , de onde se obtém: 5 3 −=c e 5 2 −=d . Logo, o vetor ( )012 ,v = da base B se escreve: ( ) ( ) ( )34 5 2 21 5 3 01 −−−−= ,,, , ou seja, suas coordenadas em relação à base B são: [ ] − − = 5 2 5 3 2 Cv . O sistema linear S, é então: −−= −= 212 211 5 2 5 3 5 1 5 1 uuv uuv :S e, portanto, a matriz dos coeficientes é: −− − 5 2 5 3 5 1 5 1 . A matriz Q é a transposta dessa matriz; suas colunas são formadas pelas coordenadas de 1v e 2v em relação à base C: [ ] −− − == 5 2 5 1 5 3 5 1 C BMQ . (c) Efetuando-se os produtos solicitados, têm-se: = −− − −− − = 10 01 5 2 5 1 5 3 5 1 11 32 PQ e = −− − −− − = 10 01 11 32 5 2 5 1 5 3 5 1 QP . Conclui-se, assim, que as matrizes P e Q são inversas entre si, ou seja, [ ] [ ]( ) 1−= BCCB MM e [ ] [ ]( ) 1−= CBBC MM . Teorema: Sejam: V um espaço vetorial de dimensão n; B e C duas bases de V; P a matriz de INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru mudança da base B para C. Então: (a) BPC t ⋅= (b) ( ) CPB t ⋅= −1 Demonstração: (a) Hipóteses: { }nv,,v,vB L21= e { }nu,,u,uC L21= são bases do espaço vetorial V; P é a matriz de mudança da base B para a base C Tese: BPC t ⋅= Escrevendo-se os vetores da base C como combinação linear dos vetores da base B, obtém-se o sistema linear: +++= +++= +++= nnnnnn nn nn va...vavau va...vavau va...vavau :S 2211 2222112 12211111 2 M . Portanto, por definição, a matriz de mudança da base B para a base C é: = nnnn n n a...aa ............ a...aa a...aa P 21 22221 11211 . A forma matricial do sistema é: ⋅ = nnnnn n n n v v v aaa aaa aaa u u u M L MMMM L L M 2 1 21 22212 12111 2 1 . Vê-se, assim, que a matriz dos coeficientes do sistema é a transposta de P. Se as bases B e C forem escritas na forma de matrizes-colunas, isto é, = nv v v B M 2 1 e = nu u u C M 2 1 , conclui-se que BPC t ⋅= (b) Hipóteses: { }nv,,v,vB L21= e { }nu,,u,uC L21= são bases do espaço vetorial V; P é a matriz de mudança da base B para a base C. Tese: ( ) CPB t ⋅= −1 De (a), tem-se que BPC t ⋅= ; sendo a matriz P inversível, pode-se determinar 1−P e sua transposta ( )tP 1− . Uma vez que, por propriedade de matrizes, tem-se que ( ) ( ) 11 −− = tt PP , pode-se escrever: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( ) ( ) BPPCP ttt ⋅⋅=⋅ −− 11 , ou seja, ( ) BIdCP nt ⋅=⋅−1 , onde nId é a matriz identidade de ordem n. Logo, vem: ( ) CPB t ⋅= −1 . Exemplo: considerando-se, novamente, o espaço vetorial real 2ℜ , com as bases ( ) ( ){ }0111 21 ,v,,vB === e ( ) ( ){ }3421 21 −−=== ,u,,uC , pode-se verificar os resultados apresentados no teorema anterior. (a) Do desenvolvimento feito anteriormente, tem-se a matriz de mudança da base B para a base C: −− − = 11 32 P ; sua transposta é: −− − = 13 12tP . Escreve-se a matriz B da seguinte maneira: na 1ª linha, colocam-se as coordenadas do vetor 1v e, na 2ª linha, as coordenadas do vetor 2v . Efetuando-se o produto BP t ⋅ , vem: CBP t = −− = ⋅ −− − =⋅ 34 21 01 11 13 12 Observa-se que a 1ª linha de C contém as coordenadas do vetor 1u e a 2ª, as coordenadas do vetor 2u . Mostrou-se, assim, que BPC t ⋅= . (b) Para mostrar que ( ) CPB t ⋅= −1 , calcula-se a matriz inversa de tP : ⇒ = −− − 10 01 13 12 dc ba ⇒ = −−−− −− 10 01 33 22 dbca dbca =−− =− ⇒ 03 12 ca ca e =−− =− 13 02 db db Resolvendo os sistemas lineares, obtém-se a solução: −= −= −= = 5 2 5 3 5 1 5 1 d c b a ; assim, conclui-se que a matriz inversade tP é: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( ) −− − = − 5 2 5 3 5 1 5 1 1tP . Efetuando-se, agora, o produto ( ) CP t ⋅−1 , vem: ( ) BCP t = = −− −− − =⋅ − 01 11 34 21 5 2 5 3 5 1 5 1 1 , o que mostra o resultado do teorema. Teorema: Sejam: V um espaço vetorial e B, C e D, três de suas bases. Se [ ]BCMP = é a matriz de mudança da base B para C e [ ]CDMQ = é a matriz de mudança da base C para D, então a matriz [ ]BDMR = , de mudança da base B para a base D, é igual ao produto das matrizes P e Q, isto é, [ ] [ ]CDBC MMQPR ⋅=⋅= . Demonstração: Hipóteses: B, C e D são bases de um espaço vetorial V; [ ]BCMP = , [ ]CDMQ = e [ ]BDMR = são matrizes de mudança de base Tese: QPR ⋅= Pelo teorema anterior, tem-se: BPC t ⋅= , CQD t ⋅= e BRD t ⋅= . Então, vem: BPQCQD ttt ⋅⋅=⋅= ; Por propriedade de matrizes transpostas, tem-se que: ( ) BQPD t ⋅⋅= . Como BRD t ⋅= , conclui-se que QPR ⋅= , ou seja, a matriz de mudança da base B para a base D é: [ ] [ ]CDBC MMQPR ⋅=⋅= . Teorema: Sejam: V um espaço vetorial e B e C duas de suas bases. Se [ ]BCMP = é a matriz de mudança da base B para C e w é um elemento qualquer de V, então: (a) [ ] [ ]CB wPw ⋅= (b) [ ] [ ]BC wPw ⋅= −1 Demonstração: (a) Hipóteses: B e C são bases de um espaço vetorial V; [ ]BCMP = é a matriz de mudança da base B para a base C; w é um elemento genérico de V INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru Tese: [ ] [ ]CB wPw ⋅= Sejam { }nv,,v,vB L21= e { }nu,,u,uC L21= as bases consideradas. Então, os vetores da base C podem ser escritos como combinação linear dos vetores da base B, isto é, existem escalares ( )nj,iaij ≤≤1 , tais que: +++= +++= +++= nnnnnn nn nn vavavau vavavau vavavau :S L M L L 2211 2222112 12211111 2 . Portanto, por definição, matriz mudança da base B para a base C é = nnnn n n aaa aaa aaa P L MMMM L L 21 22221 11211 . Considerando-se um vetor w de V, este se escreve como combinação linear dos vetores das bases B e C: nnvvvw ααα +++= L2211 e nnuuuw βββ +++= L2211 . Assim, têm-se suas coordenadas em relação a cada uma das bases: [ ] = n Bw α α α M 2 1 ⇒ [ ] = n Cw β β β M 2 1 . Igualando-se as duas expressões de w, vem: nnnn uuuvvvw βββααα +++=+++= LL 22112211 . Substituindo-se, no segundo membro dessa equação, as expressões dos vetores ( )niui ≤≤1 que constam do sistema S, obtém-se: ( ) ( ) +++++++++=+++ LLLL nnnnnn vavavavavavavvv 22221122122111112211 ββααα ( )nnnnnn vavava ++++ L2211β , ou seja, ( ) ++++=+++ 111221112211 vaaavvv nnnn βββααα LL ( ) ( ) nnnnnnnn vaaavaaa ββββββ +++++++++ LLL 221122222211 Uma vez que cada vetor se escreve de maneira única como combinação linear dos vetores de uma mesma base, segue-se que: +++= +++= +++= nnnnnn nn nn aaa aaa aaa βββα βββα βββα L M L L 2211 22222112 11221111 ; a forma matricial desse sistema é: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru = nnnnn n n n aaa aaa aaa β β β α α α M L MMMM L L M 2 1 21 22221 11211 2 1 . Portanto, [ ] [ ]CB wPw ⋅= . (b) Hipóteses: B e C são bases de um espaço vetorial V; [ ]BCMP = é a matriz de mudança da base B para a base C; w é um elemento genérico de V. Tese: [ ] [ ]BC wPw ⋅= −1 Sabe-se que a matriz P é inversível e, do item (a), tem-se que [ ] [ ]CB wPw ⋅= . Então, multiplicando-se ambos os membros dessa expressão pela matriz 1−P , obtém-se: [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]CCnBCB wwIdwPwPPwP =⋅=⋅⇒⋅⋅=⋅ −−− 111 Conclui-se, assim, que [ ] [ ]BC wPw ⋅= −1 . Exemplos: 1) Sejam: ( )ℜ2P , o espaço vetorial real dos polinômios de grau menor ou igual a 2; { }t,C += 22 , uma base desse espaço; = 10 22 P a matriz mudança da base B para a base C. Determinar a base B. Sendo = 10 22 P , tem-se que ( ) − = − 11 0 2 1 1tP . Sabe-se que [ ] CPB t ⋅= −1 . A matriz C tem como linhas as coordenadas dos vetores da base que, nesse caso, são os coeficientes dos polinômios que a compõem, isto é: = 12 02 C . Então: = ⋅ − = 10 01 12 02 11 0 2 1 B , ou seja, os vetores da base B são: ( )01, e ( )10, . Uma vez que as coordenadas dos vetores são os coeficientes dos polinômios que compõem a base, tem-se: { }t,B 1= , que é a base canônica de ( )ℜ2P . Essa é a forma mais simples de obter a base B; poder-se-ia tê-la encontrado através da matriz de mudança da base B para a base C, como segue. Para isso, escreve-se cada vetor da base C INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru como combinação linear dos vetores da base B. Tomando-se B como sendo { }tbb,taaB 1010 ++= , tem-se, então: ( ) ( ) ( ) ( ) +++=+ +++= tbbtaat tbbtaa 1010 1010 122 022 , ou seja, ( ) ( ) +++=+ +=+ tbtabat taat 1100 10 2212 2202 , de onde se obtêm os sistemas lineares = = 1 0 20 22 a a e += += 11 00 21 22 ba ba . Assim, têm-se as soluções: 10 =a , 00 =b , 01 =a e 11 =b , isto é, obtêm-se os vetores ( )01, e ( )10, . Portanto, a base B é: { }t,B 1= . 2) Sejam: ( ) ( ){ }1121 ,,,B −= uma base do espaço vetorial real 2ℜ e = 3 5 3 1 3 2 3 1 P a matriz de mudança da base B para uma base C. Determinar as coordenadas do vetor ( )32,v = em relação à base C. Conforme resultado anterior, tem-se: [ ] [ ]BC vPv ⋅= −1 . Assim, é preciso determinar as coordenadas de v em relação à base B e a matriz inversa de P. Escrevendo o vetor v como combinação linear dos vetores de B, vem: ( ) ( ) ( ) ( )ba,ba,b,a, +−=−+= 2112132 ; Então: += −= ba ba 23 2 , de onde se obtêm: 3 5 =a e 3 1 −=b . Assim, as coordenadas de v em relação à base B são: [ ] − = 3 1 3 5 Bv . Usando-se qualquer um dos métodos vistos anteriormente, calcula-se a inversa da matriz P, obtendo-se: − − =− 11 251P . Assim: [ ] − = − − − = 2 9 3 1 3 5 11 25 Cv . De modo análogo ao exemplo anterior, poder-se-ia determinar as coordenadas de v em INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru relação à base C através da definiçãoda matriz de mudança da base de B para C. Considerando-se a base C como sendo: ( ) ( ){ }d,c,b,aC = , tem-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −+= −+= 11 3 5 21 3 2 11 3 1 21 3 1 ,,d,c ,,b,a , de onde se obtêm os vetores ( )10, e ( )31,− . Assim, ( ) ( ){ }3110 ,,,C −= . Determinam-se, agora, as coordenadas do vetor ( )32,v = em relação à base C: ( ) ( ) ( ) ( )βαββα 3311032 +−=−+= ,,,, , que leva ao sistema linear: += −= βα β 33 2 , cuja solução é 9=α e 2−=β . Portanto, tem-se: [ ] − = 2 9 Cv . Exercícios Propostos 1) Sejam: ( ) ( ){ }1101 ,,,B = , ( ) ( ){ }2312 ,,,C −= e D três base do espaço vetorial real 2ℜ ; − = 31 02 Q a matriz de mudança da base C para a base D. Determinar a matriz de mudança da base B para a base D e a base D. R: [ ] − = 64 35B DM ; ( ) ( ){ }6941 ,,,D −= 2) Determinar a matriz de mudança da base { }22132 t,t,B +−+−= para a base { }22 321 t,tt,tC ++−+= . R: [ ] − −− == 2 1 2 1 4 7 4 13 0 021 1 B CMP 3) Sejam: B a base canônica do espaço ( )ℜ2M e − = 85 32 A um elemento desse espaço. Sabendo que a matriz de mudança da B para a base C é − − = 1100 0110 0012 0001 P , determinar as coordenadas de A em relação à base C e a base C. R: [ ] − − = 4 12 7 2 CA ; − − = 10 00 11 00 01 10 00 21 ,,,C INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru 4) Considerem-se, no 3ℜ , as bases { }321 e,e,eB = e { }321 g,g,gC = , relacionadas da seguinte forma: ++= ++= += 3213 3212 311 2 2 eeeg eeeg eeg . Sabendo que [ ] − − = 1 5 2 Bv são as coordenadas do vetor v em relação à base B, determinar [ ]Cv . R: [ ] − − = 3 1 3 Cv 5) Dadas as bases ( ) ( ) ( ){ }111243121 ,,,,,,,,B −= e ( ) ( ) ( ){ }001011111 ,,,,,,,,C = , verificar que a matriz de mudança da base B para a base C pode ser determinada por [ ] [ ]tBC BCMP 1−⋅== .
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