Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Pauta de Correção da 1 a Avaliação de Cálculo I - 30 de julho de 2016 1. Calcule os limites, caso existam: a) (1 ponto) lim h→0 (a+ h)3 − a3 h b) (1 ponto) lim x→0− 3 √ xesen(1/x). Resolução: (a) A priori, o domínio da função é definido pelo conjunto D(f) = {h ∈ R; h 6= 0} Note que não podemos substituir h = 0, pois isso resulta em um numerador igual a zero, assim como o denominador. Deste modo, podemos simplificar tal função, utilizando a fatoração de polinômios especiais, e em seguida o cancelamento de um fator comum, ou seja (a+ h)3 − a3 h = [(a+ h)− a][(a+ h)2 + a(a+ h) + a2] h = (a+ h)2 + a(a+ h) + a2, Logo, lim h→0 (a+ h)3 − a3 h = lim h→0 [(a+ h)2 + a(a+ h) + a2] = 3a2. (b) A priori, nota-se que: −1 ≤ sin ( 1 x ) ≤ 1, ∀x 6= 0. Como a função exponencial ex é uma função crescente a = e > 1 para todo número real, segue que: e−1 ≤ esin ( 1 x ) ≤ e Como almejamos lim x→0− 3 √ xesen(1/x), temos x < 0, assim 3 √ x < 0. Multiplicando este fator pela desigualdade acima: e−1 3 √ x ≥ 3√xesin ( 1 x ) ≥ 3√xe Haja vista que lim x→0− e−1 3 √ x = lim x→0− e 3 √ x = 0, segue pelo Teorema do Confronto que: lim x→0− 3 √ xesen(1/x) = 0. Pauta: (a) Concluir tudo corretamente - 1 ponto. Penalizar em 0,3 ponto caso esqueça do símbolo de limx→x0 . Penalizar em 0,2 ponto por cada erro de conta. Pauta: (b) Analisar que a função sin ( 1 x ) é limitada por −1 e 1 para todo x 6= 0, que a função exponencial é crescente e a realização do estudo das desigualdades para x < 0 - 0,4 ponto. Concluir tudo corretamente - 1 ponto. Penalizar em 0,3 ponto caso esqueça do símbolo de limx→0− . Penalizar em 0,2 ponto por cada erro de conta. Penalizar em 0,2 ponto, caso não informem que estão utilizando o Teorema do confronto. 2. (2 pontos) Determine para quais valores de x a função F (x) = x 2 − 4 x− 2 + 10, se x < 2 2x3 − x, se x ≥ 2 é contínua. Resolução: Para x < 2 a função F (x) é racional e no caso em que x > 2 temos que F (x) é uma função polinomial e, portanto, contínua em ambos os casos. Resta mostrar que F (x) é contínua para x = 2. De fato, note que x = 2 faz parte do domínio de F (x) (neste caso F (2) = 2.23 − 2 = 14); além disso, desde que lim x←2+ F (x) = lim x←2+ (2x3 − x) = 2.23 − 2 = 14 e lim x←2− F (x) = lim x←2− [ (x− 2)(x+ 2) x− 2 + 10 ] = lim x←2− (x+ 12) = 14 temos que lim x←2 F (x) = 14 = F (2). Logo F (x) é contínua em x = 2. Concluímos assim que F (x) é contínua para qualquer que seja x ∈ R. Pauta: i) 2 pontos se justificar devidamente que F (x) é contínua para todo x ∈ R; ii) 1 ponto de justificar devidamente que F (x) é contínua para todo x 6= 2; iii) 1 ponto se justificar devidamente que F (x) é contínua para x = 2; iv) 1.5 se não justificar devidamente que lim x←2 F (x) = 14, mas o resto da questão estiver correta; 3. (2 pontos) Determine as assíntotas horizontais e verticais, caso existam, do gráfico da função f(x) = |x|+ 1 x− 2 . Resolução: Para determinar, caso existam, assíntotas horizontais determina-se: lim x→−∞ f(x) e limx→+∞ f(x). Observação: Podemos fazer mudança na variável independente de modo a não necessitar análise de sinal de f(x) a saber: se x = −h2 então x→ −∞⇔ h→∞ Vejamos: L− = lim x→−∞ f(x) = lim x→−∞ |x|+ 1 x− 2 = lim h→∞ | − h2|+ 1 −h2 − 2 = lim h→∞ h2 + 1 −h2 − 2 = lim h→∞ h2 + 1 h2 −h2 − 2 h2 = lim h→∞ 1 + 1 h2 −1− 2 h2 = 1 + lim h→∞ 1 h2 −1− 2 lim h→∞ 1 h2 Como lim h→∞ 1 h2 = 0 temos: L− = 1 + 0 −1− 2× 0 = 1 −1 = −1 Logo temos y = −1 como uma assíntota horizontal. Podemos fazer outra mudança na variável independente a saber: se x = +h2 então x → +∞⇔ h→∞ Vejamos: L+ = lim x→+∞ f(x) = lim x→−∞ |x|+ 1 x− 2 = lim h→∞ |+ h2|+ 1 +h2 − 2 = lim h→∞ h2 + 1 h2 − 2 = lim h→∞ h2 + 1 h2 h2 − 2 h2 = lim h→∞ 1 + 1 h2 1− 2 h2 = 1 + lim h→∞ 1 h2 1− 2 lim h→∞ 1 h2 Como lim h→∞ 1 h2 = 0 temos: L+ = 1 + 0 1− 2× 0 = 1 1 = 1 Logo temos y = 1 como outra assíntota horizontal. Para determinar assíntotas verticais, procuraremos pontos a ∈ dom(f) tais que lim x→a∓ f(x) = ∓∞ ou lim x→a∓ f(x) = ±∞. Para a nossa função o candidato natural é a = 2. Senão vejamos: Limite à esquerda. Fazemos x = 2− h2 e temos x→ 2− ⇔ h→ 0. l− = lim x→2− f(x) = lim x→2− |x|+ 1 x− 2 = lim h→0 |2− h2|+ 1 2− h2 − 2 Para h próximo de zero temos |2− h2| = 2− h2 e temos: l− = lim h→0 2− h2 + 1 −h2 = lim h→0 ( −3 1 h2 + 1 ) = 1− 3 lim h→0 1 h2 = −∞ Limite à direita. Fazemos x = 2 + h2 e temos x→ 2+ ⇔ h→ 0. l+ = lim x→2+ f(x) = lim x→2+ |x|+ 1 x− 2 = lim h→0 |2 + h2|+ 1 2 + h2 − 2 Para h próximo de zero temos |2 + h2| = 2 + h2 e temos: l+ = lim h→0 2 + h2 + 1 h2 = lim h→0 ( 3 1 h2 + 1 ) = 1 + 3 lim h→0 1 h2 = +∞ Portanto x = 2 é uma assíntota vertical (a única). Pauta: i) Se o aluno sabe como determinar assíntotas verticais e horizontais 0,5 pontos; ii) Se o aluno escreveu corretamente os limites necessários para determinar as assíntotas 0,5; iii) Se o aluno calculou corretamente os limites 0,5 pontos; iv) Se o aluno concluiu corretamente as assíntotas 0,5 pontos. 4. (2 pontos) Use o Teorema do Valor Intermediário para mostrar que existe solução para a equação sen(x) = x2 − 1. Resolução: Considere a função g(x) = sinx− (x2 − 1). Para x = 0 tem-se g(0) = 1 > 0 e para x = pi, g(pi) = 1 − pi2 < 0. Sabemos que g(x) é contínua no intervalo fechado [0, pi]. Desde que g(0) e g(pi) tem sinais contrários e g é contínua em [0, pi] segue, pelo teorema do valor intermediário, que g assume todos os valores entre 1 − pi2 e 1 no intervalo [0, 1]. Em particular, existe x0 ∈ [0, pi] tal que g(x0) = sinx0 − (x20 − 1) = 0 ∈ [1− pi2, 1]. Logo, a equação sinx = x2 − 1 tem solução em [0, pi]. Pauta: i) Considerar qualquer variação textual e valores nos termos da solução acima; ii) Considerar 1,0 para o aluno que enunciar o Teorema do Valor Intermediário; iii) Considerar 0,5 ao aluno que considerar a função g(x); iv) Considerar 1,5 ao aluno que mostrar a existência da solução por meio do gráfico das funções. 5. (a) (1 ponto) Encontre a inclinação da reta tangente à curva y = 1/x no ponto onde x = a. (b) (1 ponto) Encontre a equação da reta tangente à curva y = 1/x no ponto (1, 1). Resolução: (a) A inclinação solicitada corresponde à derivada da função f(x) = 1/ √ x no ponto x = a. Calculando a derivada temos, f ′(a) = lim x→a 1/ √ x− 1/√a x− a = limx→a ( √ a−√x)/√xa x− a = lim x→a ( √ a−√x)(√a+√x)√ xa(x− a)(√a+√x) = lim x→a a− x√ xa(x− a)(√a+√x) = limx→a− 1√ xa( √ a+ √ x) = − 1 2a3/2 . Notar que a > 0. (b) Assuma que a equação da reta tangente em (1, 1) é y = mx + k. Pelo item anterior m = f ′(1) = −1/2, desde que 1 = m × 1 + k, segue que k = 1 + 1/2 = 3/2. Portanto, a equação da reta solicitada é y = −12x+ 32 . Pauta: (a) Entender que a inclinação da reta tangente corresponde à derivada e começar o cálculo corretamente pela definição de derivada - 0,5 ponto. Concluir tudo corretamente - 1 ponto. Penalizar em 0,2 ponto caso esqueça de enfatizar a > 0. Penalizar em 0,2 ponto por cada erro de conta. (b) Saber que a equação de uma reta é da forma y = mx + k - 0,4 ponto. Sa- ber que o coeficiente angular da reta tangente é f ′(1) - 0,5 ponto. Concluir tudo corretamente - 1 ponto. Penalizar em 0,2 ponto por cada erro de conta.
Compartilhar