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AULA 02 MEIOS DE PROVA.docx 1496588544595

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1
MEIOS DE PROVA
Aula 02
PROVA
O termo prova origina-se do la�m proba�o, que significa verificação, argumento ou confirmação. 
Também veio do la�m o verbo provar – probare – que significa ensaiar, verificar ou confirmar.
Para Nucci, existem três sen�dos para o termo prova:
a) ato de provar: é o processo pelo qual se verifica a exa�dão ou verdade do fato alegado
pela parte no processo; 
b) meio: é o instrumento pelo qual se demonstra a verdade de algo; 
c) resultado da ação de provar: é o produto extraído da análise dos instrumentos de prova
oferecidos, demonstrando uma verdade daquele fato. 
É importante frisar que a ideia de u�lizar o conjunto probatório para encontrar “a verdade” resta
superada pela doutrina, pois é impossível saber o que ocorreu, ou seja, remontar exatamente o
que aconteceu no passado. 
As partes u�lizam-se das provas para “convencer o Magistrado de sua noção de realidade”,
segundo NUCCI, e não para mostrar precisamente o que ocorreu.
Aury Lopes Júnior explica que existe um “paradoxo temporal ínsito ao ritual judiciário”, visto que o
juiz julga, no presente, um homem por um fato ocorrido em um passado – às vezes distante – com
base nas provas colhidas, em um passado menos remoto, e que projetará efeitos futuros: a pena. 
Tal “verdade”, observada pelo Magistrado através do processo é limitada, e deve respeitar as regras
do Ordenamento Jurídico vigente, que restringe o direito à produção da prova em face de direitos
que são considerados mais importantes que esse pelo próprio Ordenamento, como o Direito à
2
Vida e a Dignidade da Pessoa Humana.
PROVAS EM ESPÉCIE
Interrogatório
Prova Pericial
Declarações do Ofendido
Prova Testemunhal
Prova Documental
INTERROGATÓRIO – Art. 185 CPP
O interrogatório, além de ser meio de defesa, se traduz como meio probatório, tanto que
apresenta um discreto contraditório.
O ar�go 188 do CPP, trazido pela Lei nº 10.792/03, permite às partes, ques�onamentos per�nentes
e relevantes para melhores esclarecimentos. 
Assim, no interrogatório haverá par�cipação dos sujeitos parciais, não se tratando mais de um ato
priva�vo do juiz. 
E mais, como meio de prova, o interrogatório poderá ser u�lizado como produção probatória
defensiva, tanto que o ar�go 187, § 2º, VIII, do CPP esclarece que será perguntado ao interrogado
se tem algo mais a alegar em sua defesa. 
Qual a natureza jurídica do interrogatório?
Tourinho e Paccelli - Com as alterações providas pela Lei 10.792 ficou claro que se trata de meio de
defesa, onde o réu exerce a auto defesa cons�tucional.
Polastri - Meio de prova, pois o juiz extrairá elementos para formar sua convicção.
Acórdãos do TJRJ - Misto – tanto meio de prova como meio de defesa.
Qual a consequência processual da não realização de interrogatório de réu presente?
1º posicionamento - É causa de nulidade absoluta por cerceamento de defesa.
2ª posição - É causa de nulidade rela�va (cada vez mais no STF), pois há possibilidade do réu ser
3
absolvido.
É possível que o réu não seja interrogado sem qualquer irregularidade?
Quando o réu foragido, cons�tui defensor técnico com poderes para atuar no processo.
O interrogatório é dividido em 2 partes:
1ª. Interrogatório de qualificação: onde o réu responde seus dados.
2ª. Interrogatório de mérito: onde o réu será ques�onado sobre o crime.
O direito ao silêncio a�nge todo o interrogatório?
Não, a�nge apenas o interrogatório de mérito.
 A origem do direito ao silêncio é evitar a autoacusação forçada.
É possível o interrogatório por vídeo conferência?
A videoconferência - geralmente u�lizada na ocasião em que o réu encontra-se preso, ou também
na hipótese em que o acusado ou uma testemunha esteja em localidade distante do juízo
processante -, é a modalidade de interrogatório ou depoimento em que o juiz colhe o testemunho
no estabelecimento prisional por intermédio da via eletrônica, tanto na sede do juízo processante
(interligado ao réu ou testemunha que podem estar localizados no estabelecimento prisional)
como também em outra comarca, permanecendo juiz e réu conectados por um sistema de
teleconferência.
Lei 11.900/2009 (alterou CPP)
Art. 185 § 2º e ss CPP
É cons�tucional a videoconferência?
Não obstante o advento da Lei 11.900/2009, suprimindo os argumentos da incons�tucionalidade
da videoconferência pela ausência de previsão legal, a questão da cons�tucionalidade de sua
regulamentação ainda é amplamente discu�da entre os doutrinadores e os Tribunais Superiores,
sob o contexto da garan�a dos princípios da ampla defesa e da publicidade, consagrados na Lei
Maior.
CONFISSÃO – Art. 197 CPP
Trata-se da assunção da responsabilidade do crime, declarada pelo indivíduo. Ou seja, ele assume
ter pra�cado o delito. 
4
Juiz pode condenar só com base em uma confissão?
1º posicionamento - Não pode, pois o art. 197 exige que a confissão seja confrontada com outras
provas (se concordar se estará tarifando a prova).
2º posicionamento - A confissão como qualquer prova tem valor rela�vo, podendo embasar uma
condenação desde que o juiz fundamente a sua decisão.
Caracterís�cas da Confissão
Divisível: o juiz pode considerar uma parte e desconsiderar a outra.
Retratável: pode se arrepender de ter confessado e mudar a narra�va de seu depoimento. De valor
também rela�vo.
Espontânea.
Classificação da Confissão
Judicial.
Extrajudicial.
Simples: é aquela onde o agente reconhece a veracidade dos fatos imputados na denúncia.
Qualificada: além de reconhecer a narra�va da denúncia ele alega excludente de ilicitude ou
excludente de culpabilidade.
Explícita (ou direta): categoricamente afirma a autoria do delito. 
Implícita (ou indireta): O agente procura ressarcir os prejuízos causados pelo crime.
PROVA PERICIAL – Art. 159 CPP
Perícia é a prova promovida por técnicos e que esclarece uma verdade que depende de
conhecimentos específicos. 
É o perito quem tem o saber especializado sobre pontual assunto. 
O art.159 do CPP, com a redação dada pela Lei nº 11.690/08, es�pula que o exame de corpo de
delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
Assim, a lei refere que a perícia seja feita por, somente, um perito oficial. 
De outra banda, o art.159, §1º do CPP prescreve que na falta de perito oficial, o exame será
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realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente
na área específica, dentre as que �verem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
Em 2 hipóteses é imprescindível o exame pericial sob pena de nulidade absoluta, pois tem
natureza jurídica de condição de procedibilidade, a saber: - Drogas; - Propriedade imaterial;
EXAME DO CORPO DO DELITO
Corpo de delito é o conjunto de ves�gios materiais deixados pela infração penal, a materialidade
do crime, aquilo que se vê, apalpa, sente, pode ser examinado através dos sen�dos. 
O corpo de delito é a prova da existência do crime. 
Para Nucci exame de corpo de delito é a verificação da prova da existência do crime feita pelos
peritos ou por intermédio de outras evidências quando os ves�gios desaparecem. Para ele, o
corpo de delito é a materialidade do crime, a prova de sua existência. 
Há infrações que deixam ves�gios materiais, como os crimes de homicídio, lesões corporais,
falsificação, estupro.
Há outros crimes que não deixam ves�gios, como a calúnia, a difamação, a injúria, o desacato. 
Em crimes onde há ves�gios materiais haverá sempre o corpo delito. 
ESPÉCIES DE EXAME DO CORPO DO DELITO
A) Direto: exame feito nos ves�gios deixados pelo crime. 
B) Indireto: realizado quando os ves�gios desapareceram. Art. 167 do CPP. Parte da doutrina afirma
que tecnicamente falando não tem natureza de exame pericial, mas sim oi�va de testemunha.
Exceção: Se tratando de droga e propriedade imaterial a jurisprudência não admite a aplicação
do art. 167.
C) Complementar: Art.168. Finalidade de esclarecer as lesões, para que se possa verificar se são
leves, graves ou gravíssimas.
Se por algum mo�vo não for realizado este exame complementar a jurisprudência é pacifica de
que se presume que a lesão é leve. 
D) Autópsia ou necropsia: exame feito no cadáver quando a morte é violenta ou suspeita. Art. 162
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do CPP.
E) Exumação: exame pericial em que o cadáver será desenterrado para melhor esclarecer a causa
mor�s. Art. 163 do CPP.
F) Exame do Local: examinar o local do crime (qualquer crime). Art. 169 do CPP.
G) Laudo de avaliação da res – art.172 do CPP
H) Exame grafotécnico. Art. 174 do CPP. O inciso IV obriga o réu a fazer este exame (deve ser visto
com muita cautela). 
OBS: Art. 182 do CPP. 
Paccelli discordando do restante da doutrina entende que nosso CPP não adotou o sistema
da prova tarifada em relação às perícias, pois o art. 182 deixa claro que o juiz não está vinculado ao
resultado do exame.
DECLARAÇÕES DO OFENDIDO – Art. 201 CPP
Sempre que possível o juiz deverá proceder à oi�va do ofendido, por ser ele pessoa apta, em
muitos casos, a fornecer informações essenciais em relação ao fato criminoso. 
Regularmente in�mado, se não comparecer poderá ser conduzido coerci�vamente.
Será ele indagado sobre as circunstâncias da infração, se sabe quem é o autor e quais as provas que
pode indicar. 
OBS: Ofendido não é testemunha, logo não precisa ser arrolado para ser ouvido.
OBS 2: O ofendido não pra�ca o crime previsto no art. 342 do CPP (falso testemunho).
VALOR PROBATÓRO DAS DECLARAÇÕES DO OFENDIDO 
Tourinho - diz que Acusado e ofendido são sujeitos da relação jurídico-material e situam-se em
pólos diferentes e que suas declarações devem ser aceitas com reservas.
 O ofendido não presta compromisso nem se sujeita a processo por falso testemunho. 
7
Desse modo sua palavra deve ser aceita com reservas, devendo o Juiz confrontá-la com os demais
elementos de convicção por se tratar de parte interessada no desfecho do processo.
Em certos casos, porém é relevan�ssima a palavra da ví�ma do crime. Assim naqueles delitos
clandes�nos (nos crimes contra a dignidade sexual), a palavra da ví�ma é de valor extraordinário
(têm valor crucial mas não absoluto). 
ACAREAÇÃO – Art. 229 CPP
É o ato processual em que se colocam frente a frente duas ou mais pessoas que fizeram
declarações divergentes sobre o mesmo fato. 
Pode ser realizada entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado
ou testemunha e ví�ma, ou entre ví�mas.
É pressuposto essencial que as declarações já tenham sido prestadas, caso contrário não haveria
possibilidade de se verificar ponto conflitante entre elas. 
O art. 230 do Código de Processo Penal dispõe sobre a acareação por carta precatória, na hipótese
de um dos acareados residir fora da Comarca processante.
PROVA DOCUMENTAL – ART. 231 CPP
Nos termos do Código de Processo Penal, consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou par�culares (art. 232). Instrumento é o documento
cons�tuído especificamente para servir de prova para o ato ali representado, por exemplo, a
procuração, que tem a finalidade de demonstrar a outorga de poderes.
O Código adotou o conceito de documento em sen�do estrito. No sen�do amplo, podemos dizer
que “é toda base materialmente disposta a concentrar e expressar um pensamento, uma ideia ou
qualquer manifestação de vontade do ser humano, que sirva para demonstrar e provar um fato ou
acontecimento juridicamente relevante” (NUCCI). De acordo com essa interpretação, então, são
considerados documentos: vídeos, fotos, CDs etc.
Os documentos podem ser:
a) públicos: aqueles formados por agente público no exercício da função. Possuem presunção juris
tantum (rela�va) de auten�cidade e veracidade;
b) par�culares: aqueles formados por par�cular.
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Em regra, os documentos podem ser juntados em qualquer fase do processo (art. 231 do CPP).
Dispõe a lei processual, contudo, que não será permi�da a juntada de documentos no Plenário do
Júri, sem comunicar à outra parte com antecedência mínima de três dias (art. 479 do CPP). 
Os documentos em língua estrangeira deverão ser traduzidos por tradutor público.
A cópia auten�cada de documento terá o mesmo valor que o documento original (art. 232,
parágrafo único, do CPP). 
PROVA TESTEMUNHAL – Art. 202 CPP
TESTEMUNHA - é todo homem estranho ao feito chamado ao processo para falar sobre fatos
relevantes ao mesmo.
Apesar de ser a prova mais comum é chamada de “pros�tuta das provas” por conta da falibilidade
humana. Cada pessoa tem uma percepção dos fatos.
Caracterís�cas Da Prova Testemunhal 
A) Oralidade:
Exceção: art. 221, § 1º do CPP. 
Tourinho e Demoro afirmam que o referido disposi�vo é incons�tucional por ofensa ao
contraditório, pois não seria possível realizar uma nova pergunta a par�r da resposta.
Para Polastri não há incons�tucionalidade, pois qualquer dúvida será sanada com a expedição de
o�cio.
B) Obje�vidade: a testemunha não emite juízo de valor, salvo quando a reprodução do fato assim o
exigir. (crime de trânsito é conduta muito subje�va).
C) Retrospec�vidade: testemunho é sempre rela�vo a um fato pretérito.
D) Judicialidade: só é prova testemunhal aquela produzida em juízo.
E) Individualidade: cada testemunha prestará o seu depoimento isolado das demais. (art. 210)
Classificação Da Prova Testemunhal 
9
A) Direta (ou de viso): testemunha que presenciou o fato.
B) Indireta (ou de aldito): aquela que irá depor sobre fatos que tomou conhecimento por terceiros.
C) Própria: aquela que presta depoimento acerca do tema probandi, ou seja, do fato objeto da
prova.
D) Imprópria (ou instrumentária): aquela que irá depor sobre fatos processuais ou pré-processuais.
(presenciou algo no curso do IP)
E) Numerária: aquelas que entram em cômputo legal (são contadas).
F) Extranumerária: aquelas que não entram no cômputo legal (referidas e os informantes).
- referidas: surgiram no depoimento de outras testemunhas, são normalmente ouvidas
como testemunha do juízo.
-informantes: aquelas que não prestam compromisso. 
G) De caráter (ou de antecedentes): aquelas que depõem sobre a personalidade do réu.
Os informantes, que não prestam compromisso, podem responder pelo crime de falso
testemunho?
Polastri. O CP do Império colocava o compromisso como elementar do crime de falso testemunho,
o que não ocorre nos dias atuais. Desta forma, qualquer testemunha pra�ca o crime do art. 342.
Tourinho. Em razão dos laços familiares não seria razoável a testemunha responder pelo crime.
Inexigibilidade de conduta diversa – excludente de culpabilidade.
Qual o valor do depoimento de policiais?
1ª posição - Não tem valor algum, pois são suspeitos. Eles par�ciparam das inves�gações e têm
interesse em ver seu trabalho reconhecido. (DP)
2ª posição - Como os policiais são funcionários públicos seus atos gozam da presunção de
legi�midade atributos dos atos pra�cados pelo funcionário público.
3ª posição - Capez. Tem valor rela�vo como qualquer meio de prova.
10
Testemunhas - Pessoas Impedidas De Depor – Art. 207 Cpp
OBS: O advogado não pode depor sobre aquilo que teve conhecimento no exercício de sua
profissão, mesmo desobrigado pelo cliente ele não pode falar em razão de proibição expressa no
Estatuto da OAB.
O mesmo ocorre com o médico que mesmo desobrigado pelo acusado não pode falar, por
expressa proibição do Código de É�ca Médica. 
Deveres Da Testemunha
Comparecer sob pena de ser conduzida coerci�vamente e pagar multa;
Falar a verdade sob pena do art. 342 do CP;
Atual redação do art. 210 (lei 11690) - 
Antes da reforma o sistema era presidencialista, ou seja, o próprio juiz fazia as perguntas (refazia as
perguntas formuladas pelas partes). 
Hoje o sistema é outro, sistema do exame cruzado, as partes perguntam diretamente para a
testemunha.
A testemunhapode eventualmente se recusar a responder uma ou outra pergunta?
O STF já demonstrou entendimento de que em relação às perguntas que possam incriminá-la ela
possa permanecer calada.
O delegado pode mandar conduzir e aplicar multa – arts. 218 e 219 CPP?
Pelo CPP juiz pode mandar conduzir e pode aplicar multa.
Em relação à condução coerci�va prevalece o entendimento de que o delegado pode determinar a
condução (Hélio Tornagui é o único que diz que não pode, pois o art. 218 fala apenas em juiz)
Em relação à multa é pacífico que não pode. 
As partes deverão ser in�madas da expedição da carta precatória ou da data da audiência no juízo
deprecado?
MAJORITÁRIA – Súmula 155 do STF - Deverão ser in�madas da expedição da carta precatória sob
pena de nulidade rela�va.
11
Tourinho (com alguns precedentes no STF – M. Marco Aurélio). Em nome da ampla defesa as
partes deverão ser in�madas da data de audiência no juízo deprecado sob pena de nulidade
absoluta.
NÚMERO LEGAL DE TESTEMUNHAS
Procedimento comum ou ordinário (reclusão): 08 testemunhas (art. 401 do CPP);
Procedimento sumário (detenção): 05 testemunhas (art. 532 do CPP);
Procedimentos especiais: 08 testemunhas.
JECRIM: 3 orientações:
a. Devemos aplicar o art. 34 da lei 9099: 3 testemunhas;
b. Crime: 05 testemunhas; Contravenção: 03 testemunhas.
c. 05 testemunhas. MAJORITÁRIA.
As testemunhas são contadas para cada imputação.
O número é relacionado diretamente a imputação (e não ao número de réus).
SISTEMA DE INQUIRIÇÃO
O sistema anteriormente adotado pela lei processual para inquirição de testemunhas era o
denominado presidencialista, onde a parte não pergunta diretamente à testemunha, mas formula
a indagação ao magistrado, que repete a quem es�ver depondo. 
Com a alteração promovida pela Lei n. 11.690/2008, a inquirição passou a ser feita de forma direta
pelas partes, devendo o juiz interferir e não admi�r as indagações que puderem induzir a resposta,
não �verem relação com a causa ou importarem na repe�ção de outra já respondida. 
O juiz poderá complementar a inquirição se verificar que existem pontos não esclarecidos (art. 212
do CPP).
RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISAS – Art. 226 CPP
“É o ato pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a iden�dade de outra ou a qualidade de
12
uma coisa” (NUCCI).
Procedimento Para Reconhecimento
Procedimento: primeiro, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que
será reconhecida. 
Esta será, então, se possível, colocada ao lado de outras que, com ela, tenham semelhança, para
que o reconhecedor possa apontá-la, tomando-se cuidado, se houver receio, para que uma não
veja a outra. 
Entende-se que a semelhança deve ser �sica, não exatamente de fisionomia, o que poderia tornar
impossível a realização do ato. 
Se forem várias as pessoas que irão fazer o reconhecimento, cada uma o fará em separado. 
Dispõe ainda a lei processual que, em Juízo ou em plenário de julgamento, não se aplica a
providência de impedir que uma pessoa veja a outra no ato do reconhecimento.
De tudo o que se passou, lavrar-se-á termo, assinado pela autoridade, pela pessoa chamada para
efetuar o reconhecimento e por duas testemunhas. 
O mesmo procedimento deve ser observado no que diz respeito e no que couber ao
reconhecimento de coisas que �verem relação com o delito.
Qual a consequência da inobservância do art. 226 CPP e seus incisos?
Ada. Se o reconhecimento ocorrer durante a instrução criminal sob o manto do contraditório ele é
válido;
Capez. Trata-se de prova ilegí�ma por violação ao art. 226 do CPP.
Tourinho. A prova é válida, porém, fica descaracterizado o reconhecimento sendo uma pergunta a
mais feita a testemunha.
OBS: Apesar do art. 226, p.u. exigir que o reconhecimento seja feito na presença do réu, na prá�ca
os juízes aplicam o art. 217 em nome do princípio da verdade real.
OBS: Prevalece que o réu não pode se recusar a comparecer, para fins de reconhecimento.
13
STJ - Este Superior Tribunal sufragou entendimento "no sentido de que o
reconhecimento fotográfico, como meio de prova, é plenamente apto para a
identificaçãodoréuefixaçãodaautoriadelituosa,desdequecorroborado
por outros elementos idôneos de convicção" (HC 22.907/SP, Rel. Ministro
FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJ 04/08/2003)
Oreconhecimentofotográficodoacusado,quandoratificadoemjuízo,soba
garantiadocontraditórioeampladefesa,podeservircomomeioidôneode
provaparalastrearoéditocondenatório.(Desdequetenhacumpridooart.
226 do CPP)

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