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UNIDADE I: INTRODUÇÃO À TEORIA DA PERSONALIDADE Teorias Cognitivas da Personalidade Psicologia - 4º período Profª. Ana Clara Aubin Por que as pessoas são como são? Por que eu sou da forma que sou? Por que as pessoas são tão diferentes uma das outras? Por que alguns parecem ser capazes de sair-se bem em áreas em que outros fracassam? Por que alguns sofrem com um estresse considerável e outros não? Uma Teoria da Personalidade oferece uma promessa de respostas para essas questões... O estudo da personalidade é um domínio interessante e complexo. Existem várias definições de personalidade e nenhuma está certa ou errada, elas podem ser mais ou menos úteis de acordo com seu objetivo de estudo. Personalidade Definição: Para o senso comum - pode representar um julgamento de valor; se gosta de alguém - personalidade boa, tranquila; se não gosta de alguém - personalidade forte, difícil. Para cientistas e estudiosos - representa aquelas características da pessoa que explicam padrões consistentes de sentimento, pensamentos e comportamentos. - é uma definição ampla que permite prestarmos atenção as qualidades internas de cada indivíduo. Nosso interesse é avaliar como esses pensamentos, sentimentos e comportamentos se relacionam entre si para formar o indivíduo único e peculiar. O que buscamos explicar com uma Teoria da Personalidade? Quando estudamos um indivíduo queremos descobrir: o quê eles são (características da pessoa); como se tornaram daquela forma (determinantes da personalidade; em que nível e de que maneiras as forças genéticas e ambientais interagem); por quê se comportam de uma certa maneira (razões para o comportamento do indivíduo; aspectos motivacionais) Ex.: se um indivíduo deseja muito dinheiro, porque esse caminho foi escolhido? Perguntas principais a serem respondidas ao realizar um estudo de caso: 1.Por que esta pessoa? 2.Por que neste momento? 3.Por que este problema continua? 4.Por que o problema se apresenta desta forma (e não pior)? Cinco áreas que uma Teoria da Personalidade deveria descobrir: 1 - Estrutura 2 - Processo 3 - Crescimento e Desenvolvimento 4 - Psicopatologia 5 - Mudança 1 -Estrutura: Aspectos mais estáveis e duradouros da personalidade; representam os blocos constitutivos da teoria da personalidade; Podem ser comparados aos átomos e moléculas em física.; Conceitos estruturas - traço e tipo (ex.: extrovertido; introvertido; honesto; divertido; sério). 2 - Processo: conceitos motivacionais dinâmicos que explicam o comportamento. 3 categorias principais de conceitos motivacionais: 1 - motivos de prazer ou hedônicos ( busca do prazer e evitação da dor; modelos de redução da tensão e modelos de incentivo - ex.: fome ou sede criam uma tensão que pode ser aliviada quando o indivíduo como ou bebe) 2 - motivos de crescimento ou auto-regulação ( esforços para atingir o crescimento e realizar o seu potencial) 3 - motivos cognitivos ( a ênfase está nos esforços da pessoa para compreender e prever eventos do mundo) 3 - Crescimento e desenvolvimento: um dos desafios que os psicólogos da personalidade enfrentam é explicar o desenvolvimento das diferenças individuais e o desenvolvimento do indivíduo único que cada um de nós é. Tradicionalmente os determinantes da personalidade foram divididos em determinantes genéticos e determinantes ambientais, ambos são importantes na formação da personalidade. 4 - Psicopatologia - uma Teoria da personalidade deve analisar porque certas pessoas são capazes de enfrentar os estresses da vida cotidiana, ao passo que outros desenvolvem respostas psicopatológicas. 5 - Mudança - uma teoria deve sugerir psicoterapias através das quais as formas psipatológicas possam ser modificadas. Além disso, uma teoria da personalidade deveria sugerir como e por que as pessoas mudam ou resistem à mudança. Determinantes genéticos: teóricos recentes reconhecem que a importância desses fatores pode variar de uma característica para outra. Os fatores genéticos são geralmente mais importantes em características como a inteligência e o temperamento e menos com relação a valores, ideias e crenças. Psicólogos enfatizam que as emoções básicas (raiva, tristeza, alegria, nojo, medo) são inatas; isso não quer dizer que a experiência também não desempenha um papel importante ( ex.: em quais situações vão ser expressadas). Em resumo: os genes desempenham o papel de nos tornar parecido como humanos e diferentes como indivíduos. Determinantes ambientais: CULTURA: cada cultura tem os seus próprios padrões institucionalizados de comportamento aprendido, rituais e crenças. Isso significa que a maioria dos membros de uma cultura terão certas características de personalidade comum. Não temos consciência de influências culturais até termos contato com outra cultura diferente, que enxergam o mundo de maneira diferente. CLASSE SOCIAL: o grupo social do indivíduo seja classe alta, baixa, classe operária ou profissional, tem importância particular. Os fatores relacionados a classe social determinam o status do indivíduo, os papéis que ele desempenha, os deveres e os privilégios que desfrutam. Esses fatores influenciam a maneira como os indivíduos veêm a si mesmos e como eles percebem os membros de outras classes sociais, assim como o modo como ganham e gastam dinheiro. FAMÍLIA: um dos fatores ambientais mais importantes. Os pais podem ser afetuosos e amorosos ou hostis e indiferentes, superprotetores ou possessivos, ou conscientes das necessidades de liberdade e autonomia de seus filhos. Cada padrão de comportamento parental afeta o desenvolvimento da personalidade da criança. Os pais influenciam o comportamento de seus filhos pelo menos de 3 maneiras: 1 - através de seu comportamento, eles apresentam situações que produzem certos comportamentos nas crianças ( ex.: frustração leva à agressão); 2 - Eles servem como modelos de identificação; 3 Eles recompensam comportamentos de forma seletiva. Estilos parentais: Práticas que desenvolvem comportamentos pró- sociais Práticas que desenvolvem comportamentos anti- sociais Pais são agentes de socialização dos filhos! Práticas Educativas Positivas: Monitoria positiva – pais devem proporcionar um conjunto de regras, garantir o seguimento obediente de tais regras e, além disso, ter uma ação disciplinar efetiva quando as regras são violadas. Disciplinas consistentes e controlar ativamente os comportamentos de seus filhos e suas companhias. Ação calorosa e compreensiva, promovendo autonomia e firmes nas diretrizes comportamentais. Supervisão, estabelecimento de limites, posicionamentos claros em relação às regras, relacionamento estreito. Pais deveriam ter conhecimento sobre as atividades de suas crianças pelo menos de três modos: as crianças deveriam falar e contar aos pais espontaneamente, sem qualquer persuasão (revelação infantil). Segundo, pais deveriam obter informações de suas crianças e de seus amigos através de solicitações. Terceiro, pais deveriam impor regras e restrições sobre as atividades infantis e sobre as companhias da criança controlando assim a quantidade de liberdade que a criança tem para fazer coisas sem contar aos pais (controle parental). Apego, afeto, aceitação emocional, supervisão e modelagem pró-social. Comportamento moral – efeito da transmissão de valores para a inibição do comportamento anti-social. Moral, obediência, autonomia, respeito mútuo,relações sociais, empatia, ações generosas, justas, dignidade. Práticas Educativas Negativas Abuso físico Abuso psicológico – excesso de destituição de privilégios, retirada inapropriada de diversão, tratamento diferencial entre irmãos, abuso de poder, humilhação pública. Disciplina relaxada – não cumprimento de regras estabelecidas. Os pais estabelecem as regras, ameaçam e quando se confrontam com comportamentos opositores dos filhos abrem mão de seu papel educativo. Monitoria negativa – fiscalização e ordens excessivas dadas aos filhas, relação pais-filhos baseada na hostilidade, insegurança e dissimulações. Negligência – pais que se retiram nas situações difíceis; ignoram a maioria dos comportamentos da criança e respondem muito pouco às iniciativas de comunicação das crianças. Pais passivos. Punição inconsistente – a criança aprende a discriminar o humor da mãe ou do pai e não o ato praticado, se adequado ou inadequado. Relação entre determinantes genéticos e ambientais: a personalidade é determinada por muitos fatores que interagem,incluindo forças genéticas, culturais de classe social e de família. A hereditariedade estabelece os limites na amplitude de desenvolvimento de características; as características são determinadas por forças ambientais. A hereditariedade nos proporciona talentos que uma cultura pode ou não recompensar e cultivar.
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