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PCA As implicações didático-pedagógicas

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ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
Manaus—AM 
AS IMPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DA TEORIA DAS 
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS 
 
Hebert Balieiro TEIXEIRA [e-mail: balieiroteixeira@yahoo.com.br]
 
Ricardo Moreira de QUEIROZ [e-mail: ricardomdequeiroz@hotmail.com] 
Danielle Portela de ALMEIDA [e-mail: danizinha_lana@hotmail.com] 
Thaiany Guedes da SILVA [e-mail: silva.thaianyguedes@gmail.com]
 
 
Universidade do Estado do Amazonas (UEA) 
 Programa de Pós Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (PPGEEC). 
 
Evandro GHEDIN [e-mail: eghedin@bol.com.br]
 
 
 
Universidade do Estadual de Roraima (UER). Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. 
 
RESUMO: Trata-se de um ensaio teórico partindo de uma reflexão sobre a teoria das 
Inteligências Múltiplas aplicada na educação em Ciências aplicada na área da formação de 
professores do ensino de Ciências. O procedimento metodológico que sustenta este ensaio 
toma os conhecimentos neurocientíficos e cognitivos como epistemologias estruturantes 
para uma educação em Ciências, tendo como abordagem de nível uma pesquisa de cunho 
qualitativo sob perspectiva hermenêutica, desenhando-se, por conseguinte, em um 
movimento da fenomenologia dos processos cognitivos para uma fenomenologia dos 
processos educativos do Ensino de Ciências. O objetivo desta pesquisa é destacar a 
importância da compreensão das várias inteligências para a práxis didático-pedagógica da 
aprendizagem no ensino das Ciências. Entendemos que este trabalho é de grande 
relevância, pelo fato de o profissional do ensino das Ciências, tomando pose deste 
conhecimento, possa desenvolver metodologias facilitadoras para a estimulação destas 
habilidades no estudante de forma que o processo de ensino-aprendizagem seja prazeroso, 
sendo a utilização de parques e bosques e outras atividades extraclasse de fundamental 
importância na educação em Ciências, pois nestes locais há uma interação entre a teoria de 
sala de aula e a prática com o ambiente, proporcionando um processo de construção de 
novos conhecimentos pelo estudante. 
PALAVRAS-CHAVE: Inteligências. Inteligências Múltiplas. Educação em Ciências 
 
ABSTRACTS: This is a theoretical starting with a reflection on the theory of Multiple 
Intelligences applied in education in applied sciences in the area of teacher training in 
science teaching. The methodological procedure that underpins this essay takes the 
knowledge and cognitive neuroscience as epistemologies for structuring an education in 
science, with the approach of one level qualitative research under hermeneutic perspective, 
drawing is therefore a movement of phenomenology processes cognitive processes to a 
phenomenology of Educational Science Teaching. The objective of this research is to 
highlight the importance of understanding the various intelligences to practice 
pedagogical-didactic learning in Science Teaching. We believe that this work is of great 
importance, because the professional science teaching taking pose this knowledge, to 
develop methodologies that facilitate the stimulation of these skills in students so that the 
teaching-learning process is enjoyable, and the use parks and forests and other 
 
ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
Manaus—AM 
extracurricular activities class of fundamental importance in science education, because 
these sites there is an interaction between classroom theory and practice with the 
environment, providing a process of building new knowledge by the student. 
KEYWORDS: Intelligence. Multiple Intelligences. Science Education 
 
INTRODUÇÃO 
O estudo sobre a inteligência vem sendo pesquisado com profundidade há bastante tempo, 
e, mais precisamente com os estudos de Alfred Binet, por volta de 1900, na tentativa de 
quantificá-la. Estes estudos avançaram ainda mais, devido à descoberta de Binet sobre a 
mensuração do intelecto humano, onde começou-se a medir o Quociente de Inteligência 
(QI) do ser humano. 
A partir deste momento, o teste de QI pareceu o maior sucesso da psicologia behaviorista, 
como um instrumento científico genuinamente útil para se testar a inteligência. Agora, a 
inteligência parecia ser quantificável, podia-se medir a altura real ou potencial intelectual 
de alguém. 
Com isso, a busca da medida perfeita da inteligência prosseguiu a passo acelerado. Pois 
Gardner (1994) nos fala que após esta descoberta, duas concepções principais referentes ao 
constructo da inteligência foram instituídas, um grupo dos estudiosos denominados 
“ouriço”, simpáticos à noção de uma inteligência geral, de fator (“g”), formulada a priori 
pelo próprio Alfred Binet e os “raposas”, simpáticos a uma visão pluralista da inteligência, 
que assumiam uma abordagem multifatorial do intelecto, como por exemplo, L. L. 
Thurstone (1938) que definia a inteligência a partir de fatores, onde as Capacidades 
Mentais Primárias eram divididas em 7 fatores (ou vetores da mente). 
Teorias alternativas atuais, no entanto, foram formuladas no avançar das pesquisas, como 
por exemplo: “A do Contexto Cultural” e “A Teoria Triárquica – Prática, analítica, 
criativa” de Sternberg; E, mais recentemente, a Teoria das Inteligências Múltiplas, 
formulada por Gardner. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
A concepção de inteligência segundo Gardner 
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner é uma alternativa para a 
ressignificação do conceito de inteligência, pois quebra com o paradigma de uma 
inteligência única e geral de fator (g), que alguns poucos pesquisadores do século XX, com 
suas convicções, tentaram transmitir ao público em geral e que reflete até os dias atuais. 
Gardner insatisfeito com a ideia de se medir as habilidades humanas com a visão de um 
todo indissociável, utilizando-se de testes ortodoxos do intelecto, compreendeu que o 
conceito de inteligência, no seu sentido mais amplo, pode ser definido como a composição 
de diversas “faculdades mentais” relativamente autônomas. Dessa forma as inteligências, 
segundo ele, são dependentes umas das outras e não apenas em uma combinação das 
habilidades isoladas como se faz no teste de QI de Wechsler, pois na sua concepção as 
habilidades humanas são multifatoriais e se interligam. 
 
ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
Manaus—AM 
Howard Gardner através de pesquisa criou a Teoria das Inteligências Múltiplas que 
engloba as Inteligências Lógico-Matemática, Linguística, Musical, Espacial, Corporal-
Cinestésica, as Pessoais: Intrapessoal e Interpessoal, a Naturalista e a Inteligência 
Existencial. No entanto, precisamos saber como o professor pode trabalhar cada uma 
dessas competências no ensino de Ciências. 
A princípio foram relacionados oito tipos de inteligências, sendo duas delas pessoais e 
recentemente estuda-se a inserção de outra, a existencial. As inteligências não nascem 
prontas no indivíduo como se pode pensar, embora se apresentem em níveis mais elevados 
em uns do que em outros. Para Gardner (1994) todos nós temos capacidades para 
desenvolver tipos de habilidades, sendo o potencial de cada um o fruto da interação dessas 
competências. 
A presença das capacidades humanas é o sinal da existência da inteligência. Neste sentido 
nos indagamos: como o professor de ensino de ciências pode utilizar-se deste 
conhecimento para proporcionar ao estudante um estímulo que proporcione uma educaçãocientífica? 
Na práxis didático-pedagógica, por meio da observação, o educador pode se valer do 
conhecimento epistemológico da teoria das inteligências múltiplas para estimular o 
estudante a desenvolver as suas habilidades cognitivas para auxiliá-lo na resolução de seus 
problemas de caráter social, familiar, afetivo e principalmente educacional. 
Dentro desta perspectiva apresentaremos os conceitos e características das inteligências 
múltiplas e as possíveis metodologias a ser utilizadas pelo educador para facilitar o 
processo de ensino-aprendizagem e como consequência, uma educação científica. 
 
Inteligência Lógico-Matemática 
Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner (1994; 1995; 2001) 
como sensibilidade para padrões, ordem e sistematização, ou seja, uma habilidade para 
confrontar e avaliar objetos e abstração, discernindo suas relações e princípios subjacentes 
para experimentar de forma controlada. É a habilidade para lidar com séries de raciocínios, 
para reconhecer problemas e resolvê-los, esta inteligência é encontrada mais 
frequentemente em matemáticos, cientistas e filósofos. 
O entendimento sobre a inteligência lógico-matemática é embasado nos estudos de Piaget 
que deriva inicialmente das ações da criança sobre o mundo, ainda no seu no berço, onde 
explora os objetos ao alcance dela, e nas expectativas de como esses objetos irão se 
comportar em circunstâncias diversas. 
 
Inteligência Linguística 
Os componentes centrais desta inteligência são as sensibilidades para o domínio e o amor 
pela linguagem e pelas palavras, com desejo de explorá-las. Esta inteligência se destaca 
nos escritores, linguistas e poetas, de acordo com Gardner (1994), o poeta simbolizado 
pelo autor é destacado como tendo um grau superlativo aguçado de desenvolvimento maior 
que os indivíduos normais por estar em constante contato com a literatura. 
 
ANAIS 
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VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
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17 a 21 de setembro de 2012 
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A alfabetização fonética é a espinha dorsal da inteligência linguística sendo esta 
inteligência a de maior influência na nossa cultura, mesmo sendo inata em algumas 
crianças, esta competência pode ser ensinada e estimulada pelo professor para que a 
criança desenvolva a sua oralidade. No Ensino de Ciências o professor pode aproveitar esta 
habilidade através da leitura de pequenos textos em sala, proporcionando o 
desenvolvimento desta habilidade. 
Crianças que crescem em lares extremamente silenciosos, provavelmente têm limitações 
de expressão verbal do que outras que são rodeados de muitos pares, pelo fato de não 
estarem em contato com estimulantes desafios (falantes), pois segundo Antunes (2003, p. 
46), “[...] contar histórias para crianças, desde a mais tenra infância, constitui uma prática 
sadia para que possa ampliar suas inteligências lingüísticas”. 
 
Inteligência Musical 
Existem significativas diferenças entre o que hoje se conhece sobre a inteligência musical e 
a ideia que se faz de um “talento”. Em primeiro lugar, é importante perceber que o talento 
é, por definição, uma capacidade excludente. Jamais se acredita que todos possuam, e, 
assim, os que os possuem se destacam dos demais. Além de disso, a ideia de que se faz do 
talento é que ele apresenta praticamente “pronto” nas pessoas e que, quando surge, quase 
sempre dispensa aperfeiçoamento. A ideia sobre inteligência é bem diferente, todas as 
inteligências existem em quase todas as pessoas. É possível perceber que, em algumas 
pessoas, a inteligência pode ser mais acentuada ou mais limitada, mas, em todas as 
pessoas, todas as inteligências se apresentam prontas para serem estimuladas. 
Gardner (2001) considera que a habilidade musical, inata ou adquirida, como uma das 
capacidades intelectuais humanas, é importante como processo facilitador de aprendizagem 
e deve ser estimulada desde a tenra infância. Por sua vez, Ferreira e Caldas (1995), nos fala 
que a música combate à agressividade, desenvolve a criatividade e trabalha a auto 
expressão. A música é um importante meio de recreação e entretenimento e está presente 
na nossa vida tanto nos momento felizes, quanto nos momentos de tristes. Ela nos faz 
recordar situações que vivemos e presenciamos com uma riqueza de detalhes fascinante. 
De acordo com Nogueira (2003), 
 
Em países com mais tradição que o Brasil no campo da educação da criança 
pequena, a música recebe destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos 
países nórdicos. Nesses países o educador tem na sua graduação profissional, um 
espaço considerável dedicado a sua formação musical, inclusive com a prática de 
um instrumento, além do aprendizado de um grande número de canções. Este é, 
por sinal, um grande entrave para nós: o espaço destinado à música em grande 
parte dos currículos de formação de professores é ainda incipiente, quando 
existe. 
 
Para Ramos (2008) recentemente alguns pesquisadores buscavam relacionar as emoções 
humanas à percepção musical, ao desempenho, e suas correlações com as atividades do 
cérebro humano, para melhor entender a organização do mesmo. Com relação à emoção, 
 
ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
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diferentes teorias têm sido utilizadas envolvendo a música. Isto se dá pela ausência de um 
paradigma teórico dominante ocasionando diversos focos e conceitos de muitos 
pesquisadores em geral. 
Nos estudos de Gardner (1994) na Europa, nas duas primeiras décadas do século XX, 
começou-se a estimular esta inteligência, acarretando num aumento da competência 
musical fazendo com que a Europa vivesse num momento de exaltação musical e o 
desenvolvimento das habilidades artísticas em crianças. 
 
Inteligência Espacial 
Esta inteligência refere-se à capacidade de compreender o mundo visual e espacial, 
modificar percepções e recriar experiências visuais mesmo sem estímulo físico, 
destacando-se em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e enxadristas 
(GARDNER, 1994). 
A inteligência espacial é importante para nossa orientação tanto no uso da lateralidade 
como o reconhecimento de cenas e objetos quando trabalhamos com representações 
gráficas, ou outras formas geométricas, desta feita o professor utilizando da compreensão 
desta inteligência deve estimular esta inteligência no estudante através de métodos 
didáticos pedagógicos para que o mesmo possa se orientar e perceber o mundo à sua volta. 
A inteligência espacial pode ter diferentes estímulos em diferentes faixas etárias e contar 
histórias sem concluí-las deixando a imaginação da criança livre para criar o seu próprio 
final, trabalhando assim, estímulos dessa inteligência. 
 
Inteligência Cinestésica-Corporal 
Esta inteligência se refere à habilidade de controlar os movimentos do corpo e manejar 
objetos habilmente, ela se destaca em dançarinos, atletas e atores, pois segundo Gardner 
(1994, p. 161), esta inteligência, 
 
É a capacidade de usar o próprio corpo de maneiras altamente diferenciadas e 
hábeis para propósito expressivos assim como voltados a objetivos; estes que 
vemos quando Marceau finge correr, subir no trem ou carregar uma maleta 
pesada. Igualmente característica é a capacidade de trabalhar habilmente com 
objetos, tanto os que envolvem movimentos motores finos dos dedos e mãos 
quanto os que exploram movimentos motores grosseiros do corpo. 
 
A inteligência sinestésica corporal tem a capacidade de usar o próprio corpo na solução de 
problemas, sendo outro elemento marcante dessa inteligência acapacidade de trabalhar 
habilmente a motricidade dos dedos como o uso integral do corpo. Segundo Antunes 
(2003) a localização desta inteligência situa-se no lado esquerdo do hemisferio cerebral. 
A inteligência sinestésica corporal deve ser estimulada através de jogos tradicionais e de 
esportes múltiplos, para que a criança possa através dos jogos desenvolverem-se 
cognitivamente e ter o controle do seu corpo. 
 
ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
Manaus—AM 
 
Inteligências Pessoais (Intrapessoal e Interpessoal) 
Algumas formas de inteligência são similares em diversas culturas, sendo resistentes à 
moldagem cultural. Mas no que se refere às inteligências pessoais, a cultura assume um 
papel importante, pois a aprendizagem e o uso do sistema simbólico da cultura fazem com 
que as inteligências pessoais assumam a sua característica. 
Gardner (2008) admite a existência de duas inteligências pessoais que são a “inteligência 
intrapessoal” e a “inteligência pessoal”. A inteligência intrapessoal pode ser descrita 
como uma habilidade para determinar humores, sentimentos e outros estados mentais em si 
mesmo, ou seja, esta inteligência é a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, 
sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mãos deles na solução de problemas pessoais. 
É a capacidade de habilidades, necessidades desejos e inteligências próprias, é a 
capacidade para formular uma imagem de si própria, permite que detectemos e 
simbolizemos conjuntos de sentimentos altamente complexos e diferenciados. 
A inteligência pessoal, no entanto, pode ser descrita como uma habilidade para determinar 
humores, sentimentos e outros estados mentais em outras pessoas. Estas inteligências se 
destacam em psiquiatras, políticos, religiosos e líderes antropólogos. “Examinada em sua 
forma mais elementar, a interpessoal acarreta a capacidade da criança pequena de 
discriminar entre os indivíduos ao seu redor e detectar seus vários humores” (GARDNER, 
1994, p. 185). 
Segundo (Brennand e Vasconcelos, 2005, p. 32). “O autismo e a esquizofrenia 
exemplificam casos de indivíduos com esse tipo de inteligência intrapessoal prejudicada”, 
pois muitos das pessoas com esta deficiência não apresenta a capacidade de compreender o 
outro e nem se compreender. 
Nas inteligências intrapessoal e interpessoal os circuitos do sistema límbico começam a se 
conectar e se mostram muito sensíveis a estímulos provocados por outras pessoas. Segundo 
Antunes (2003), a estimulação da emoção é importante para o desenvolvimento dessas 
inteligências. 
 
Inteligência Naturalista 
Na sua obra as “Estruturas da mente: A teorias das inteligências múltiplas” não há nada 
sobre esta inteligência, mas em uma entrevista para o jornal da tarde no primeiro semestre 
de 1996 Gardner apresenta a oitava inteligência. “Eu agora, na verdade, falo sobre oito 
tipos de inteligência. A oitava inteligência tem a ver com o mundo natural: ser capaz de 
entender diferenças entre diversos tipos de plantas, de animais. Todos nós a temos em 
nosso cérebro” (GARDNER, 1996 apud ANTUNES, 2003, p. 61). 
Esta inteligência se refere a reconhecer e categorizar objetos naturais. Provavelmente a 
inteligência naturalista localiza-se no hemisfério direito do cérebro, e destacou-se em 
pessoas como Darwin, Mendel, Noel Nutels, os irmãos Vilas-Lobos, Burle Marx, e está 
presente em muitas pessoas que mal a percebem como singular e em naturalistas, 
botânicos, geógrafos, paisagistas e jardineiros. A inteligência naturalista causa no ser 
humano certo sentimento de êxtase diante do não construído pelo homem. 
 
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Para Antunes (2003), os pais e professores devem estimular essa inteligência desde a 
infância com jogos e aventuras interativas. A associação entre o estímulo naturalista e o 
sinestésico corporal manifesta-se em atividades ciclísticas em áreas de proteção ambiental 
como os bosques, onde o professor e seu aluno podem fazer descobertas incríveis, na qual 
Antunes (2003, p. 63), nos diz, 
[...] Um passeio ao jardim botânico, ao zoológico, à praça pública ou ao bosque 
pode ricamente se transformar em descobertas de pegadas de animais. E um 
gravador [...] percebe-se por essas propostas que o estímulo da inteligência 
naturalista caminha ao lado do exercício sinestésico corporal e interage com a 
sensibilidade olfativa e aditiva e com o emprego de múltiplas habilidades 
operatórias. 
Desta forma, estas atividades extraclasse podem estimular a percepção naturalista, visto 
que há uma interação com a natureza, propiciando a expansão da inteligência naturalista do 
estudante. 
 
Inteligência Existencial ou Espiritual 
Algumas pessoas podem confundir a Inteligência Existencial ou Espiritual com 
Inteligência Emocional (IE) de Goleman que só vê o lado emocional positivo do sujeito 
que a possui. A inteligência espiritual ou existencial da teoria de Gardner não vê apenas o 
lado positivo do sujeito, mas também do lado negativo, pois se uma pessoa possui esta 
inteligência, como as demais, ela pode utilizá-la tanto para o bem como para o mal, como 
no caso de um psicopata, que calcula previamente o que faz. Esta inteligência se refere a 
aprender as questões fundamentais da existência. Ele se destaca em líderes espirituais, 
pensadores filósofos. 
Gardner (2008) considera que esta competência não seja uma inteligência completa, mas 
uma meia inteligência, pois ainda não foi encontrado com precisão o local em que esta se 
encontra no cérebro humano. 
 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
O procedimento metodológico que sustenta este ensaio toma os conhecimentos 
neurocientíficos e cognitivos como epistemologias estruturantes para uma educação em 
Ciências, tendo como abordagem de nível uma pesquisa de cunho qualitativo sob 
perspectiva hermenêutica que segundo Ghedin e Franco (2008, p. 72) “o processo de 
investigação implica numa interpretação do objeto, que não fala por si só, mas pela 
comunicação estabelecida entre o sujeito, o objeto e os conceitos que possibilitam sua 
comunicação com a realidade cognoscível”. 
Neste processo hermenêutico realizou-se a priori com a leitura, o fichamento e a síntese 
das obras para uma análise epistemológica do tema em questão, portanto o movimento 
metodológico utilizado para a reflexão e construção deste ensaio, parte da análise 
cognoscível de uma educação para a compreensão. 
 
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O objetivo deste trabalho foi de vislumbrar a teoria das inteligências múltiplas e suas 
implicações didáticas no ensino de ciências, sendo este tema de grande relevância, pelo 
fato de tratar da subjetividade humana. 
 
Resultados e/ou discussão: As implicações das inteligências múltiplas nos processos de 
ensino aprendizagem em Educação em Ciências 
A educação em Ciências pode aproximar os jovens à carreira científica, isto é, ser 
cientificamente culto, o que implica em compreender atitudes, debater responsavelmente 
um ponto de vista, entender como ciência e tecnologia são usadas em situações sociais, 
culturais e econômicas. Porém, as tentativas educacionais ao perpassarem à verificação 
pela experiência e o comportamentalismo, transformam o estudante em um receptor 
passivo de informação e não um construtor crítico-reflexivo do conhecimento 
(CACHAPUZ, PRAIA E JORGE, 2004). 
Para que estasituação mude Gardner (1994) nos alerta que o planejamento de uma escola 
ideal do futuro que todos desejam deve basear-se em duas suposições. A primeira é a de 
que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem todos aprendem da 
mesma maneira. A segunda é a de que, atualmente, ninguém pode aprender tudo o que há 
para ser aprendido. Com base nos dados observados, uma educação centrada no indivíduo 
seria rica na avaliação das capacidades e tendências individuais deste, proporcionando o 
desenvolvimento de suas habilidades cognitivas, que por sua vez, procuraria adequar os 
indivíduos não apenas a áreas curriculares, mas também a maneiras particulares de ensinar 
esses assuntos de forma multidisciplinar possibilitando as várias maneiras de o estudante 
visualizar um determinado conhecimento. 
Ainda nesta perspectiva Gardner (1994) nos fala que o estudante estaria mais bem servido 
se as disciplinas pudessem ser apresentadas de diversos modos e a aprendizagem pudesse 
ser abordada através de meios variados, pois a exposição a estímulos iguais ou 
semelhantes, eventualmente resulta na perda de interesse. Em sua opinião, o propósito da 
escola deveria ser o de desenvolver as inteligências e ajudar as pessoas a atingirem 
objetivos, adequando ao seu espectro particular de inteligências. As pessoas que são 
ajudadas a fazer isso se sentem mais engajadas e competentes e, portanto, mais inclinadas a 
servirem à sociedade de uma maneira construtiva. 
Cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura, 
mas infelizmente a educação costuma errar ao não levar em conta os vários potenciais de 
cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador 
de grande parte das escolas. Por isso Gardner entende que a escola deve reconhecer estas 
habilidades e estimulá-las proporcionando o desenvolvimento cognitivo do estudante 
através de metodologias adequadas, proporcionando o aproveitamento desta habilidade no 
processo de ensino, para que sua aprendizagem seja mais eficaz (GARDNER, 2006). 
No entanto, de acordo com Krasilchik (2000) a cada governo que sai e entra ocorre um 
surto reformista, principalmente no ensino básico prejudicando uma formação adequada do 
estudante. Todavia, a diversidade de estratégias e ferramentas utilizadas de forma 
adequada pode levar o estudante a deixar o seu papel passivo de informações para ser o 
que busca e cria novas invenções. Porém, é notória a ausência de investimento formativo 
 
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para auxiliar o professor neste processor de ensino. Contudo, compreendendo que a teoria 
das inteligências múltiplas parte de um entendimento multifatorial da mente, no processo 
de aprendibilidade, entendemos que as inteligências múltiplas, mesmo assim, devem ser 
valorizadas e estimuladas na educação em ciências, afim, de que os estudantes construam 
relações mais permanentes com o saber científico. 
Ao se refletir sobre o papel da teoria das inteligências múltiplas na aprendizagem escolar, 
verifica-se que são muitos os fatores ligados à relação professor-estudante. O professor tem 
uma função muito importante e de grande relevância dentro do processo de aprendizagem 
do estudante, pois sua interação e metodologia utilizada refletem diretamente no 
desenvolvimento cognitivo deste. 
Logo, o professor em seu processo didático-pedagógico deve utilizar-se de metodologias 
estimuladoras, no processo de ensino-aprendizagem, de modo que o estudante desenvolva-
se cognitivamente, proporcionando o aproveitamento das habilidades que porventura 
possua, para a resolução dos problemas, pois é a partir do estímulo dessas habilidades que 
o estudante poderá se desenvolver intelectualmente com mais facilidade, construindo 
novos conhecimentos relevantes para a sua vida tanto escolar como cotidiana, como por 
exemplo: a alfabetização cartografia que é um dos estímulos importantes para se trabalhar 
com estudantes das séries iniciais do ensino fundamental proporcionando um maior 
desenvolvimento desta habilidade, de forma a localizar-se no seu contexto. 
A utilização de parques e bosques, por sua vez, é fundamental na educação em Ciências, 
pois nestes locais há uma interação entre a teoria de sala de aula e a prática com o 
ambiente, ocorrendo, assim, uma estimulação das habilidades cognitivas dos estudantes, 
proporcionando um processo de construção do conhecimento prazeroso. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A presente pesquisa teve como base a teoria das Inteligências Múltiplas, na busca da 
compreensão dos processos cognitivos da aprendizagem e a elaboração de metodologias 
facilitadoras para o processo de ensino-aprendizagem do estudante. Nesta perspectiva, 
entendemos que a relação entre o cérebro e a mente pode ser descrita como um conjunto de 
oito (ou até mais) sistemas cognitivos distintos de elaborações fundamentais. Um pode 
funcionar muito bem, enquanto outro pode apresentar rendimento mediano e um terceiro 
com rendimento mal, no entanto, é saliente ressaltar que todos possuem em algum grau as 
habilidades cognitivas apresentadas neste texto. 
Para defender esta tese, recorremos a Gardner como autor da teoria que cita pessoas com 
excepcional habilidade espacial e matemática (os jogadores de xadrez), porém são 
desfavorecidos no que tange à inteligência interpessoal, sendo incapazes de compreender 
os outros e manter relacionamentos. 
Não há uma inteligência superior uma da outra, mas o que ocorre é que as inteligências são 
distintas. E a relação dessas inteligências é explícita, como é o caso da inteligência lógico-
matemática com a cinestésica-corporal, pois nada mais matemático que a dança de um 
grande bailarino, e a relação com a inteligência musical, pois fazem parte de uma 
matemática sonora e ainda com a linguística através dos versos que sintetizem poemas. E o 
 
ANAIS 
2o Simpósio em Educação em Ciências na Amazônia 
VII Seminário de Ensino de Ciências na Amazônia 
ISSN 2237-146X 
17 a 21 de setembro de 2012 
Manaus—AM 
professor neste processo é o agente facilitador da estimulação destas inteligências em cada 
estudante. 
Pretendeu-se nesta pesquisa abordar os vários conceitos de inteligência para facilitar a 
compreensão de como ocorre à aprendizagem das inteligências no ser humano para que o 
profissional do ensino das Ciências possa desenvolver metodologias facilitadoras para o 
processo de ensino-aprendizagem. 
O paradigma do ensino tradicional deve ser quebrado, ainda que o esforço de renovação 
esteja em processo, pois muitos dos professores dão mais ênfase a um ensino de 
simplesmente na transmissão dos conhecimentos, por meio de aulas expositivas do que a 
construção do conhecimento por parte tanto do professor como do estudante, mas para isso 
ocorrer é necessário a utilização de novas metodologias de ensino, de forma que os 
estudantes desenvolvam as suas inteligências e que não venham a serem inibidas no seu 
desenvolvimento cognitivo, sendo simples ouvintes passivos do conhecimento, mas 
críticos-reflexivos. 
Através do já exposto neste estudo, pode-se dizer que estamos ainda no começo, sendo este 
o início de um trabalho em busca da compreensão do processo individual cognitivo de 
aprendizagem do estudante, que necessita de novos estudos para o avanço e a 
sistematização deste tema na educação em Ciências. 
 
Referências 
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