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Agora, responda as questões abaixo e verifique seu desempenho 1. Qual é o tema central deste texto? 2. Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao que é afirmado no texto: (A) No Brasil, os protestos duram apenas o tempo de o fato que os gerou ser esquecido. (B) O que surtiria efeito, segundo o autor, seria a punição efetiva dos infratores, mesmo que pequena. (C) A impunidade não é exclusiva do Brasil, se repetindo em outros países, como é o caso dos Estados Unidos. (D) Campanhas educativas são essenciais, mas precisam ser bem planejadas e bem lançadas. (E) O respeito dos motoristas à faixa de pedestres em Brasília é um exemplo de campanha bem-sucedida. Veja a resposta do exercício Elementos que podem comprometer a eficácia na comunicação Solução Percebeu como é mais fácil falarmos de um assunto quanto dispomos de informações suficientes sobre ele? Portanto, procure manter-se sempre informado, tanto sobre seu próprio campo de atuação quanto de assuntos gerais que estejam em evidência. 4 Infelizmente, nem sempre conseguimos nos comunicar de forma eficiente, isto é, a mensagem que tentamos passar, por uma série de fatores, pode resultar confusa, incoerente ou, o que é pior, ambígua. Vamos estudar cada um desses fatores e ver como evitá-los: A) Quando o texto resulta confuso: A qualidade fundamental de um texto para que sua mensagem seja passada com eficiência é a clareza. Um texto claro, mesmo que contenha erros gramaticais, por exemplo, consegue passar sua mensagem. Frequentemente a falta de clareza do texto resulta do não-domínio dos elementos a que ele se refere. Leia, por exemplo, o texto abaixo: Eu disse a ele para não ir lá naquele dia, pois a garota estava zangada com o que tinha acontecido e com certeza revidaria. Não deu outra. Foi por isso que aquilo aconteceu. A menos que você conheça a história toda, todos os fatos e personagens envolvidos, não entenderá nada do que está sendo dito... B) Quando o texto resulta incoerente: A coerência tem a ver com lógica interna do texto. Um texto incoerente resulta do choque entre as informações nele contidas. Se no começo do texto, por exemplo, eu digo que um cientista está fazendo pesquisas no Pólo Norte, ficaria incoerente afirmar mais adiante que ele está estudando a vida dos camelos... C) Quando o texto resulta ambíguo: A ambiguidade é outro tipo de problema que pode comprometer a eficácia comunicacional e também tem a ver com a lógica interna do texto. Dá-se o nome de ambiguidade ao duplo sentido, intencional ou não, que um texto pode apresentar. Por exemplo, uma frase como “Joana viu Maria com seu marido numa boate” se torna ambígua devido à imprecisão do pronome “seu”. Afinal, de quem era o marido? Foi Joana quem viu a amiga Maria com o próprio marido dançando na boate e ficou feliz ao ver como o casamento da amiga era bem-sucedido ou Joana flagrou o próprio marido com outra mulher, e aí foi caso de divórcio? A quem se refere esse “seu”? Mas a ambiguidade também pode ser usada de modo intencional, muitas vezes visando criar humor, como nos textos publicitários a seguir, cuja dupla leitura é possível por se tratar de anúncios de uma conhecida agência funerária: "Nossos clientes nunca voltaram para reclamar." "O seguro de vida que você vai dar graças a Deus. Pessoalmente." "Como planejar a morte da sua sogra." Vamos exercitar! 1. O texto que se segue, escrito por Millôr Fernandes, faz uma brincadeira com a imprecisão da linguagem, ou seja, tira partido da falta de eficácia comunicacional com 5 fins humorísticos. Reescreva-o, definindo o contexto no qual a situação ocorre e especificando os aspectos envolvidos. Em outras palavras, torne o texto claro e eficiente na transmissão de sua mensagem. A vaguidão específica "As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica." Richard Gehman - Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. - Junto com as outras? - Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. - Sim senhora. Olha, o homem está aí. - Aquele de quando choveu? - Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. - Que é que você disse a ele? - Eu disse pra ele continuar. - Ele já começou? - Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. - É bom? - Mais ou menos. O outro parece mais capaz. - Você trouxe tudo pra cima? - Não, senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera. - Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. - Está bem, vou ver como. O Pif-Paf / O Cruzeiro / 1956 Validade das declarações Vamos dar continuidade, agora, à questão da eficiência comunicacional, que iniciamos no módulo anterior, trabalhando o conceito de validade de uma declaração. Fazemos e ouvimos declarações ou afirmações a todo momento. Mas como saber se são válidas? É o que vamos discutir, a seguir Uma declaração, assim como apreciações, julgamentos, pronunciamentos, expressam opinião pessoal; é subjetiva, indicando aprovação ou desaprovação. Mas, para ser plenamente aceita, sua validade deve ser demonstrada ou provada. Ora, só os fatos provam; sem eles, que constituem a essência dos argumentos convincentes, toda declaração é gratuita, porque infundada, e, por isso, facilmente contestável. Saiba mais Um texto muito interessante sobre a eficácia comunicacional em textos publicitários pode ser encontrado no link abaixo: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11864 6 Por exemplo: sem uma prova concreta, o pronunciamento “Fulano é ladrão” vale tanto quanto a sua contestação: “Não, Fulano não é ladrão”. E nenhum dos dois convence. Limitando-se apenas a afirmar ou negar sem fundamentação, isto é, sem a prova dos fatos, os interlocutores acabam travando um bate-boca estéril. Nenhum dos dois convence, porque ambos expressam opinião pessoal, certamente não isenta de prevenções ou preconceitos. Respeitável ou não, essa opinião ou julgamento terá de ser posta de quarentena... Até que seja provado o que se nega ou se afirma. Agora, se a declaração for seguida por uma citação de prova, por exemplo: “Fulano é ladrão porque foi preso em flagrante e está respondendo a processo por furto”, a coisa muda de figura e a declaração ganha plena validade. Em suma: toda declaração (ou juízo) que expresse opinião pessoal ou pretenda estabelecer a verdade só terá validade se devidamente demonstrada, isto é, se apoiada ou fundamentada na evidência dos fatos, quer dizer, se acompanhada de prova. A declaração sem a devida prova é chamada, popularmente, de “opinião”. Uma vez provada, a declaração passa a ser considerada plenamente válida. Há, porém, certas ordens de declarações que prescindem de prova: I. Quando a declaração expressa uma verdade universalmente aceita; Se eu digo, por exemplo, que a Terra gira em torno do Sol, não é necessário provar para a afirmativa ser aceita. II. Quando é evidente por si mesma (axiomas, postulados); Quando se diz, por exemplo, que todos os seres vivos são mortais. III. Quando tem o apoio de autoridade (testemunho autorizado); Exemplo: O Ministério da Saúde adverte: fumar faz mal à saúde. Neste caso, o Ministério da Saúde é a autoridade que valida a declaração. IV. Quando escapa ao domínio puramente intelectual, ou seja, abrange outras áreas do conhecimento ou da vivência humana, como: a) é de natureza puramente emocional (“o amor desconhece outras razões que não as do próprio coração”); b) implica a apreciação de ordem