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Leitura Aula 1[1]

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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO 
	DISCIPLINA
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS 
	Aula 1
LINGUAGEM, CÓDIGOS VERBAIS E NÃO VERBAIS, TEXTO (S)
	CÓDIGO 
 GINS0003
	CRÉDITOS 
03 
	TOTAL DE AULAS NO SEMESTRE 
60h/a 
	OBJETIVOS
	
O texto verbal e não verbal;
Conceituar e identificar diferentes textos verbais e não verbais;
Ler textos de diferentes códigos.
	CONTEÚDO
	
Conceituação de texto verbal e não verbal. Leitura de textos de diferentes códigos. Relação de conteúdo entre textos verbais e não-verbais: charges, cartuns, quadrinhos, poemas, propagandas, quadros etc.
	ESTRATÉGIA
	
 Divisão da turma em grupos; cada grupo trabalha com um código específico; leitura e discussão dos textos pelo grupo; apresentação das observações de cada grupo à turma.
 
	BIBLIOGRAFIA MÍNIMA
	
 PLATÃO E FIORIN. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo:Ática, 2002;
 ---------. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2000.
 INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1998. 
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Processo de comunicação
O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem a outra pessoa.
Há, então, um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, sinais de trânsito...).
Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.
E para melhor compreensão das funções de linguagem, é necessário que estudemos os elementos da comunicação, são eles:
Elementos da comunicação
Emissor: o que emite, que codifica a mensagem; Aquele que diz algo a alguém;
Receptor: o que recebe, decodifica a mensagem; Aquele com que o emissor se comunica
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas do emissor para o receptor;
Código: a combinação ou o conjunto de sinais utilizados na transmissão e recepção de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem; (Ex. Língua Portuguesa)
Referente: o assunto ou situação a que a mensagem se refere, também chamado de Contexto;
Canal de Comunicação: meio pelo qual a mensagem é transmitida, ou circula: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...;
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, significa "ocorrência incerta, sem solidez".
Temos, portanto, o seguinte:
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.
Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.
Temos, portanto, o seguinte:
Signo = significante + significado.
Significado = idéia ou conceito (inteligível)
A noção ampla de texto
Em casa, na rua, na escola, no clube, no restaurante, todos nós, no dia‑a‑dia, circulamos entre textos. O que é texto? Uma conversa telefônica informal entre amigos é um texto? A letra de uma música que ouvimos pelo rádio é um texto? Um capítulo de novela, um outdoor, um letreiro de ônibus, uma conta de telefone, um debate político, um anúncio publicitário, uma notícia de jornal, uma bula de remédio, são textos? Quando falamos, também produzimos textos ou são textos apenas os escritos? Para que servem os textos? O que diferencia um texto do outro?
O texto escrito
A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever.
Na linguagem oral o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O conhecimento da situação facilita a produção oral. Nela o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de pedir esclarecimentos, ou até de mudar o curso da conversação. O falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente lingüísticos, como gestos ou expressões faciais. Na linguagem escrita a falta desses elementos extratextuais precisa ser suprimida pelo texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua inteligibilidade.
Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos. O fato de um texto escrito não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da linguagem cotidiana e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita.
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia - que, evidentemente, não é marcada na fala - de pontuação, de concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso de um texto escrito. Não basta, também, saber que escrever é diferente de falar. É necessário preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato de linguagem que representa uma interação entre o produtor do texto e seu receptor; além disso, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual o texto foi produzido.
Para que esse discurso seja bem-sucedido deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se mutuamente, só fazendo sentido quando consideradas em relação umas com as outras.
 (Disponível em <http://www.juliobattisti.com.br/artigos/carreira/mercado.asp>. Acesso em 15/12/2006).
Diferentes tipos de textos
 
CARTUM
Outro tipo de texto humorístico é o Cartum. Espécie de anedota gráfica sobre o comportamento humano, o Cartum pode usar apenas linguagens não-verbal ou misturá-la com a verbal. Em geral, aborda situações atemporais e universais, isto é, que poderiam acontecer em qualquer tempo ou lugar.
O nome Cartum veio de um fato ocorrido em 1841, em Londres: para redecorar o Palácio de Westminster, o príncipe Albert promoveu um concurso de desenhos, feitos em grande cartões (cartoons, em inglês) que seriam colados às paredes. Para satirizar os desenhos oficiais, a revista inglesa Punch, a primeira revista humorística do mundo, resolveu publicar seus próprios cartoons, dando novo significado à palavra.
	
Leia estes exemplos de Cartum.
O Cartum é um texto humorístico que usa a linguagem não-verbal, combinada ou não com a verbal. Normalmente, retrata situações universaise atemporais, satirizando os costumes humanos.
CHARGE
	Ao contrário do Cartum, que, como vimos, retrata situações genéricas, a charge satiriza um fato específico, situado no tempo e no espaço. Outra diferença é que, enquanto os personagens do Cartum costumam ser pessoas comuns, as da charge muitas vezes são personalidades públicas – um político ou artista, por exemplo.
	Tanto o Cartum quanto a charge, porém, têm em comum o fato de poderem usar a linguagem verbal, a não-verbal, ou as duas ao mesmo tempo. Finalmente, ambos costumam ser publicados em veículos de comunicação de massa, como jornais ou revistas.
	Em francês, a palavra charge significa “carga”: de fato, o chargista “vai à carga”, atacando com ironia e mordacidade uma situação política ou social. Veja, por exemplo, esta charge do Angeli.
Charge é um desenho humorístico, acompanhado ou não de texto verbal. Normalmente, critica um fato ou acontecimento específico e aborda temas sociais, econômicos e sobretudo, políticos.
O chargista denuncia um problema social que tem sido combatido, mas que ainda representa uma questão preocupante.
A. Relacione o título do texto a seu conteúdo.
C. Observe a linguagem não-verbal e comente outras idéias expressas no texto.
A compreensão da crítica feita pelo chargista depende da cumplicidade estabelecida entre autor e leitor. Por isso, o leitor precisa ter um conhecimento prévio do assunto abordado e conhecer as circunstâncias, os personagens e os fatos retratados. Assim, a charge pode perder seu sentido se o acontecimento que a inspirou já tiver sido esquecido pelo público. 
2. Leia a tira a seguir:
Como o quadrinista conseguiu criar humor nessa tira?
O que se pode concluir quanto ao comportamento de Hagar?
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
O quadrinista pode nos transmitir mensagens importantes por meio da linguagem dos quadrinhos, empregando também o humor. Leia os quadrinhos a seguir e observe.
3. No texto, os autores desenvolvem uma narrativa com diálogos colocados em balões da fala.
Em que se baseia o humor nesses quadrinhos?
Qual foi a intenção dos quadrinistas na criação desse trabalho?
Que recursos os autores utilizaram para enfatizar a conduta errada do motorista?
Enquanto a charge costuma transmitir a sua mensagem em uma única imagem, as histórias em quadrinhos podem ser definidas como arte seqüencial, pois são desenhos em seqüência que narram uma história. A charge tem geralmente conteúdo humorístico, e as histórias em quadrinhos podem ou não ter o humor como efeito de sentido.
	Na arte seqüencial, a comunicação se faz por intermédio de imagens que o emissor e o receptor identificam. Para “ler” uma história em quadrinhos, é preciso interpretar imagens, relacionar estas com as palavras e perceber relações de causa e efeito. 
	Os quadrinhos estão por toda a parte. Servem para entreter, mas podem veicular uma mensagem instrucional – podem ser usados para uma campanha de economia de água, para alertar sobre riscos de doenças ou para transmitir informativos de trânsito, por exemplo. 
	A história em quadrinhos (HQ) em geral envolve várias técnicas narrativas através dos canais: imagem e texto. Para compreender a mensagem, o leitor precisa relacionar os elementos de imagem (icônicos) com os de texto (lingüísticos).
	O diálogo na HQ é apresentado na forma direta; no entanto, não é transcrito do mesmo modo que, por exemplo, o diálogo em contos ou peças teatrais. As falas são indicadas, em geral, por meio de balões, estabelecendo-se uma comunicação mais imediata entre os personagens e o leitor, já que o texto é incorporado à imagem.
História em quadrinhos é uma narrativa visual que, normalmente, expressa a língua oral e apresenta um enredo rápido, empregando somente imagem ou associando palavra e imagem.
Conheça alguns elementos das histórias em quadrinhos.
Localização dos balões: indica a ordem em que se sucedem as falas (de cima pra baixo, da esquerda para a direita).
Contorno dos balões: varia conforme o desenhista; no entanto, alguns são comuns, como os que apresentam linha contínua (fala pronunciada em tom normal); linhas interrompidas (fala sussurrada); um ziguezague (um grito, uma fala de personagem falando alto, ou som de rádio ou televisão); em forma de nuvem (pensamento).
Sinais de pontuação: reforçam sentimentos e dão maior expressividade à voz do personagem.
Onomatopéias: conferem movimento à história, imitando sons do ambiente (crash para uma batida, ou buuuum para uma explosão, por exemplo) ou produzidos por pessoas e animais (zzzz, para sono, rrrrrr, para o rosnado de um cão, etc).
O CARTAZ
Leia este cartaz da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos:
4. O cartaz é um gênero textual que tem a finalidade de informar as pessoas, sensibilizá-las, convencê-las ou conscientizá-las sobre determinado assunto.
Observe o logotipo que aparece no canto direito da parte de baixo do cartaz em estudo. Quem produziu o cartaz?
Na sua opinião, para quem o cartaz é direcionado?
 
Qual é a finalidade do carz?
De acordo com o cartaz, copiar livros é crime. Levante hipóteses: Por que copiar uma obra literária, artística ou científica é considerado crime?
Os cartazes são afixados em lugares públicos, geralmente em paredes ou murais, e têm por finalidade ajudar a divulgar uma campanha. Considerando quem produziu o cartaz lido e a finalidade de sua divulgação, levante hipóteses: Onde você acha que ele foi afixado?
Os cartazes geralmente apresentam linguagem verbal e linguagem visual. No cartaz lido, o enunciado principal faz um jogo de sentido com a imagem. Que sentido é esse?
O texto principal do cartaz lido não explicita nem a quem as ações expressas pelos verbos se referem nem o tipo de cópia se faz de livros. O autor do cartaz conta com conhecimentos que o leitor já tem, isto é, imagina que ele saiba quem foi flagrado copiando livros e de que tipo de cópia se trata.
A que tipo de cópia o autor do cartaz se refere?
Quem pode ter sido flagrado fazendo esse tipo de cópia de livros?
O texto verbal dos cartazes normalmente é curto e em linguagem simples e direta. Observe a linguagem empregada no texto verbal do cartaz em estudo.
Que variedade lingüística foi usada?
Que modo verbal foi empregado na frase “Denuncie”? Por quê?
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Texto 1:
Sebastião Salgado retrata escolas do mundo inteiro no livro O berço da desigualdade
Luiza Villaméa
	Algumas são quase-escolas. Não têm teto, não têm parede, não têm quase nada. No meio da adversidade, chama atenção o brilho nos olhares dos meninos e das meninas. São alunos de escolas do mundo inteiro, retratado no livro O berço da desigualdade. Com fotografias em preto-e-branco, registradas nas últimas três décadas por Sebastião Salgado e emolduradas por textos do senador Cristovam Buarque, a obra é mais contundente do que qualquer estatística. Suas páginas refletem em profundidade uma fórmula bombástica: a crise mundial da educação começa na carência de cada dia e se aguça na desigualdade social. “Por causa do avanço técnico para poucos, as crianças de hoje poderão ser os primeiros adultos de uma humanidade dividida”, ponderam os autores. O livro, com textos em português, inglês, espanhol e francês, foi publicado primeiro em Paris, em exposição sobre as atividades da Unesco no Brasil. Não por acaso, sua capa reflete a imagem de uma escola em um assentamento do MST.
Texto 2:
	O texto 1 usa como recurso expressivo as palavras. Nele o narrador relata a publicação de uma obra do fotógrafo Sebastião Salgado, que focaliza a desigualdade social no mundo inteiro, ao retratar escolas sem nenhuma estrutura. Trata-se de um texto em linguagem verbal.
	O texto 2 é uma charge de Angeli que, por meio da linguagem não-verbal e também da verbal, aborda a questão da desigualdade social em nosso país. Para tanto, o chargistamostra as pessoas carentes, dentre elas crianças perguntando onde estão as câmeras, porque o “show real” para elas é a própria miséria.
	Você observou que, na leitura de um texto, interpretam-se palavras e frases, enquanto na de uma imagem existem estímulos visuais que devem ser interpretados. Se você vai produzir um texto a partir de uma foto ou outra imagem, e de um poema ou outro texto, é importante ler e interpretar, separadamente, a imagem e o texto. Depois você deve unir os dois para identificar o tema comum, a idéia central, e só então elaborar seu texto.
 
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