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aula 12.1 novo código florestal Tela Cheia2

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Novo Código Florestal
 
Lei nº 12.651/2012 – Novo Código Florestal
Lei nº 4.771/1965:
“Art. 1º. – As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta lei estabelecem.”
Lei nº 12.651/2012:
“Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.”
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Principais Tópicos
Área de Preservação Permanente – APP
Reserva Legal 
Cadastro Ambiental Rural – CAR
Penalizações
Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs)
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1. Área de Preservação Permanente - APP
“Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (Art.3º, Inciso II).
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O que mudou: 
A medição da área de proteção leva em consideração o leito do rio em períodos regulares e não mais nas cheias (Art. 4º, Inciso I).
As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive (Art. 4º, Inciso V).
Fonte da ilustração: Estadão, nov/2011.
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Lembrete: O Código Florestal de 1965 considerava como faixa de APP de encosta as ”áreas de inclinação entre 25 e 45 graus” (Lei nº 4.771/1965, Art. 10º).
1. Plantações em APPs de Encostas e Topos de Morro
Fonte das ilustrações: Agência Brasil, 2011.
Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável, atividades agrossilvipastoris, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social (Art. 11).
As áreas com altitude superior a 1.800 metros, as encostas e topos de morros, continuam como de preservação permanente, mas poderão ser utilizadas para atividades florestais, para pastoreio extensivo e para culturas lenhosas, perenes ou de ciclo longo (Art. 63).
Como ficou:
Como era:
Lei de 1965: Ao proibir plantações em encostas e topos de morro, o antigo Código Florestal tornou irregular diversas propriedades.
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- Lei de 1965 – Proteção de Encostas e Topos de Morros – Para evitar erosão do solo, assoreamento dos corpos d´agua e possíveis inundações e enchentes a jusante.
1. APPs de Encostas e Topos de Morro
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Lembrete: Art. 4º, Inciso IX – ”no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d'água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação.”
Segundo o levantamento apresentado pela Promotora Cristina Godoy ao Senado, só na região da Serra do Guararu, no Guarujá, com o Novo Código sobram ”apenas cerca de 1% da área protegida” . De 489,4 hectares de APP de topo de morro no local, restaram, com as novas mudanças, somente 4,7 ha. – Fonte: O Estado de SP, 21 de set. de 2011.
Em São José dos Campos, existiam 721 ha de APPs de topo de morro, com a mudança do Novo Código, sobram apenas 6,2 ha. – Fonte: O Estado de SP, 21 de set./2011.
Na Serra da Pedra Azul (ES), com a referida mudança no Código Florestal há uma perda de 1.219,3 ha de APP. – Fonte: O Estado de SP, 21 de set./2011.
Rios menosque10 m
30 m
Rios entre 10 m e 50 m
50 m
Rios entre 50 m e 200 m
100 m
Rios entre 200m e 600 m
200 m
Rios com largura igual ou maior que600 m
500 m
Nascentes e Olhos d´agua
Raio de 50 m
Lagoas e Lagos Naturais em Zona Urbana
30 m
Lagoas e Lagos Naturais em Zona Rural
100 m, exceto para corpos d´agua com até 20 ha, cujas faixas serão de 50 m
Reservatórios Artificiais
Faixa definida na Licença do empreendimento, exceto em casos quenãodecorram de barramento ou represamento
Manguezais
Protegidos em toda a sua extensão
Restingas
Protegidas
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1. APPs de Cursos d´agua
1. Áreas Rurais Consolidadas* em APPs
* A recomposição de matas ciliares não irá variar de acordo com a largura do rio, mas sim de acordo com o tamanho da propriedade.
RECUPERAÇÃOOBRIGATÓRIA DA APP
Área do imóvel Rural(em módulos fiscais)
APP
independenteda Largura do Corpod‘água
APP
Nascentes
APP
Lagose Lagoas Naturais
APP Veredas
Limite deRecomposição(% de APP nos Imóveis Rurais)
≥ 1
5 m
5 m
5 m
30 m
10%
1 ≥ 2
8 m
8 m
8 m
30 m
10%
2 ≥ 4
15 m
15 m
15 m
30 m
20%
> 4
de 20 a 100 m, conforme PRA
30 m
30 m
50 m
Não há limites
Área Rural Consolidada: Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio.
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Seção II – Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente – APP – Art. 7º - Parágrafo 1º - Obrigatoriedade de Recomposição da Vegetação; 
- Tabela: Art. 61-A, incluído pela Lei nº 12.727 de 17 de outubro de 2012
1. Recuperação Obrigatória da APP
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Lembrete: 
Rio de 10 m de largura  APP de 30 m  No cenário com a menor faixa de APP possível, mesmo as propriedades menores não precisam recuperar quase nada da faixa de APP.
Rio de 50 m de largura  APP de 100 m  Em casos com grandes faixas de APP as propriedades menores são obrigadas a recuperar uma faixa extremamente insignificante em relação a faixa de preservação  Onde está o ganho ambiental? 
As faixas de APP mesmo que ”preservadas” não desenvolverão as funções ambientais previstas para as APPs.
1. Recuperação Obrigatória da APP
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Lembrete: 
E.S.P – 120.000 Km de margens de curso d´agua
 120.000.000 x 60 m (30 m de cada margem)
 = 720.000 ha = 3% de superfície do Estado
2. Reserva Legal
Fonte : Agência Brasil, 2011.
De acordo com a Lei de 1965 – Percentual mínimo obrigatório de Mata Nativa que permaneceu com a nova lei:
Amazônia 80%
Cerrado 35%
Outros biomas 20%
O que mudou:
Propriedades pequenas, até quatro módulos fiscais (5 a 400 hectares):
Isentas de recompor área desmatada. Sem obrigatoriedade de cumprir percentual mínimo de preservação.
Será válida para o cálculo a quantidade de
vegetação nativa existente até julho de 2008.
O Novo Código também autoriza a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo bioma.
Nas propriedades maiores, o cálculo da R.L. será feito com base na parte do terreno que exceder quatro módulos fiscais.
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Lembrete: 
- Caput da Lei nº 12.651 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa – Porque diferencia a propriedade familiar da média e grande? Para o meio ambiente ou especificamente para a vegetação não há qualquer diferença. 
- Neste caso levou vantagem quem descumpriu a legislação. Como se sentem os produtores rurais que obedeceram a legislação? Os que não obedeceram e tiveram vantagens terão que cumprir algum compromisso?
2. Reserva Legal
As áreas poderão ser somadas desde que não implique em conversão das áreas para o uso alternativo do solo .
Como era: 
O cálculo da área da R.L. não incluía as APPs.
Como ficou: 
Cálculo da área de R.L. admite soma com as APPs, desde que estejam preservadas ou em recomposição.
Fonte: R7, de maio de 2012.
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Capítulo IV – De Área de Reserva Legal – Art. 15 – Inciso II – Inclusão de APP em Reserva Legal – Área deverá estar preservada ou em processo de restauração.
- Uso Alternativo do Solo: substituição de vegetação
nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.
Área de Proteção Permanente (APP) x Reserva Legal:
- Área de Proteção Permanente: protegem áreas mais frágeis ou estratégicas, como aquelas com maior risco de erosão de solo ou que servem para recarga de aquífero. Não podem ter manejo.
- Reserva Legal: são áreas complementares que devem coexistir nas paisagens para assegurar sua sustentabilidade biológica e ecológica em longo prazo. Podem ser manejadas pelos proprietários para extrair madeiras, essências, flores, frutos e mel, desde que as atividades não comprometam a sobrevivência das espécies nativas.
2. Reserva Legal - Agricultura Familiar
Fonte: R7, de maio de 2012.
Como era:
Não mencionava regras exclusivas de propriedades com até 20 hectares.
Como ficou: 
Aos imóveis de agricultura familiar, permite-se incluir como R.L. áreas com árvores frutíferas e ornamentais, ou seja, trocar a mata nativa por uma plantação. Além disso, este manejo não precisa de autorização de órgãos ambientais se for para uso próprio, embora apresente um limite anual. 
Como fiscalizar a retirada anual de 2 m³ por hectare de material lenhoso para consumo próprio da Reserva Legal? (Capítulo XII – Da Agricultura Familiar – Art. 56, § 1º).
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Lembrete: 
- Capítulo XII – Da Agricultura Familiar – Art. 56 – E quando a pequena propriedade for vendida para uma grande propriedade?
3. Cadastro e Regularização Ambiental
O novo código cria o Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. (Art. 29); 
Acaba com a exigência de averbação da Reserva Legal em cartório (Capítulo IV – Seção II – Art. 18, § 4º);
A União, os estados e o Distrito Federal terão até dois anos de prazo, contados da publicação da futura lei, para implantar o Programa de Regularização Ambiental (PRA) (Art. 59); 
A inscrição no CAR é condição obrigatória para adesão ao PRA (Art. 59, § 3º); 
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- PRA = Programa de Regularização Ambiental
Lembrete: 
Algumas regiões no Estado de São Paulo ainda estão exigindo a averbação na matrícula em cartório – Ex: Agência da CETESB de São José dos Campos em cumprimento às exigências do Ministério Público.
 Outras por sua vez, enquanto aguardam a implantação do CAR estão aceitando os processos e deixando-os arquivos até que se possa fazer ao à respeito, como é o caso da Agência da CETESB de Mogi das Cruzes. – Nestes casos, o proprietário por mostrar interesse em registrar sua propriedade no CAR já se livra da multa.
- § 1º - Normas de caráter geral de regulamentação dos PRAs em 180 dias – Foram estabelecidas?
- Onde se protocola (registra) o CAR? Qual é o órgão ambiental competente? (Art. 18)
- Como está a regularização do CAR em São Paulo? Qual o instrumento (portaria, resolução, etc.)?
3. Cadastro e Regularização Ambiental
É obrigatório o prévio cadastramento no Cadastro Ambiental Rural – CAR para a obtenção da autorização para supressão da vegetação nativa (Art. 26);
Proprietários de áreas que tenham R.L. que ultrapasse o mínimo exigido pela lei, poderão utilizar a área excedente para fins de emissão de Cotas de Reserva Ambiental (CRA), que são títulos nominativos representativos de área com vegetação nativa (Art. 35); e 
O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido anteriormente poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente: 
	I - Recompor a Reserva Legal; 
	II - Permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal; e 
	III - Compensar a Reserva Legal (Art. 66).
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4. Punição para Desmatamento Irregular
As infrações ambientais cometidas até 22 de julho de 2008 serão suspensas desde a publicação da lei e enquanto o proprietário que aderiu ao PRA estiver cumprindo o termo de compromisso ajustado (Art. 59, §4º).
Destruir ou danificar floresta considerada de Preservação Permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção (Art. 38);
Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação (Art. 48);
Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização do imóvel (Art. 60).
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4. Punição para Desmatamento Irregular
Fonte: R7, de maio de 2012.
Como ficou: 
Isenta os proprietários rurais das multas e demais sanções previstas na lei em vigor. Produtor que se inscrever no CRA e aderir ao PRA terá suspensa sanções administrativas.
Como era:
Pena de três meses a um ano de prisão simples e multa de um a cem vezes o salário mínimo.
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Entre a data de publicação do CF e a implantação do PRA em cada Estado, bem como após a adesão ao PRA e seu cumprimento, o proprietário não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em APP, Reserva Legal e em área de uso restrito (Art. 59, §4º).
A assinatura do termo de compromisso para a adesão ao PRA suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos Arts. 38, 39 e 48 da Lei de Crimes Ambientais, enquanto o termo estiver sendo cumprido (Art. 60).
5. Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs)
Cenário de Dúvidas
ADINs apresentadas pela Procuradoria Geral da República (PGR):
- Conceitos de Áreas de Preservação Permanente – APPs; 
 
- Redução da Reserva Legal; e
 
- Anistia de multas para agricultores que recomponham a área degradada. 
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3 ADINs – PGR – Sandra Cureau  Se forem aceitas, as ações afetariam ao menos parcialmente 23 artigos do Código Florestal. Entre eles, os que tratam da ocupação de várzeas, mangues e imediações de olhos d'água.
O trecho que reduz a faixa de vegetação a ser preservada à margem de rios e córregos também pode ser derrubado se as ações da procuradoria forem acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outros pontos questionados pela PGR são os que permitem a inclusão da área de preservação permanente no cômputo total para o cálculo da reserva legal e o trecho que autoriza a recomposição de vegetação em biomas diferentes daquele afetado pelo agricultor.
”Se a própria Constituição estatui de forma explícita a responsabilização penal e administrativa, além da obrigação de reparar danos, não se pode admitir que o legislador infraconstitucional exclua tal princípio, sob pena de grave ofensa à Lei Maior”.
Dispositivos Inconstitucionais
- Artigo 3º, XIX - não garante o nível máximo de proteção ambiental para faixas marginais de leitos de rio;
- Artigo 3º, parágrafo único - equipara tratamento dado à agricultura familiar e pequenas propriedades àquele dirigido às propriedades com até quatro módulos fiscais;
- Artigo 3º, VIII e IX; artigo 4º parágrafos 6º e 8º: permite intervenção ou retirada de vegetação nativa em área de preservação permanente; não prevê que intervenção em área de preservação permanente por interesse social ou utilidade pública seja condicionada à inexistência de alternativa técnica; permite intervenção em área de preservação permanente para instalação de aterros sanitários; permite uso de áreas de preservação permanente às margens de rios e no entorno de lagos e lagoas naturais para implantação de atividades de aquicultura;
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Dispositivos Inconstitucionais
- Artigo 8º, parágrafo 2º - permite intervenção em mangues e restingas para implementação de projetos habitacionais;
- Artigo 4º, parágrafo 5º - permite o uso agrícola de várzeas;
- Artigo 4º, IV - exclusão da proteção das nascentes e dos olhos d´água intermitentes;
- Artigo 4º, parágrafos 1º e 4º -
extingue as áreas de preservação permanente no entorno de reservatórios artificiais que não decorram de barramento;
extingue as áreas de preservação permanente no entorno de reservatórios naturais ou artificiais com superfície de até 1 hectare;
- Artigo 4º, III - equipara áreas de preservação permanente a reservatórios artificiais localizados em áreas urbanas ou rurais e não estipula metragem mínima a ser observada;
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Dispositivos Inconstitucionais
- Artigo 13, parágrafo 1º - permissão de instituição de servidão ambiental;
- Artigo 15 - autorização para cômputo de áreas de preservação permanente no percentual de reserva legal;
- Artigo 17, parágrafo 7º - permite a continuidade de exploração econômica de atividade instalada ilicitamente e exime, injustificadamente, o degradador do dever de reparação do dano ambiental;
- Artigo 5º - reduz largura mínima das áreas de preservação permanente no entorno de reservatórios d'água artificiais;
- Artigo 7º, parágrafo 3º - permissão de novos desmatamentos sem que haja recuperação dos já realizados irregularmente;
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Dispositivos Inconstitucionais
- Artigo 11 - permite manejo florestal sustentável e exercício de atividades agrossilvipastoris em áreas com inclinação entre 25º e 45º;
- Artigo 12, parágrafos 4º, 5º, 6º, 7º e 8º - redução da reserva legal em virtude da existência de terras indígenas e unidades de conservação no território municipal; dispensa de constituição de reserva legal por empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto, bem como por detentores de concessão, permissão ou autorização para explorar energia elétrica e nas áreas adquiridas ou desapropriadas para implantação e ampliação da capacidade de ferrovias e rodovias;
- Artigo 28 - necessidade de conferir interpretação conforme Constituição;
- Artigo 48, parágrafo 2º e artigo 66, parágrafos 5º e 6º, II, III e IV - compensação da reserva legal sem que haja identidade ecológica entre as áreas, e da compensação por arrendamento ou pela doação de área localizada no interior de unidade de conservação a órgão do poder público;
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Dispositivos Inconstitucionais
- Artigo 59, parágrafos 4º e 5º - estabelecimento de imunidade à fiscalização e anistia de multas;
- Artigos 61-A, 61-B, 61-C e 63 - permitem a consolidação de danos ambientais decorrentes de infrações à legislação de proteção às áreas de preservação permanentes, praticados até 22 de julho de 2008;
- Artigo 66, parágrafo 3º - permissão do plantio de espécies exóticas para recomposição da reserva legal;
- Artigo 67 - concede uma completa desoneração do dever de restaurar as áreas de reserva legal, premiando injustificadamente aqueles que realizaram desmatamentos ilegais;
- Artigo 68 - prevê a consolidação das áreas que foram desmatadas antes das modificações dos percentuais de reserva legal; e
- Artigo 78 – prevê que, mesmo após a injustificada moratória de cinco anos, bastará estar inscrito no Cadastro Ambiental Rural para ter livre acesso ao crédito agrícola.
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1. Reserva Legal
Definição: 
“área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, [...], com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”
1. Reserva Legal
Extensão da Reserva Legal: 20% a 80% da área total do imóvel, dependendo da localização do imóvel no país
Área de Floresta na Amazônia Legal: 80%
Área de Cerrado na Amazônia Legal: 35%
Demais regiões: 20%
Amazônia Legal: é composta de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) mais parte do Maranhão, e corresponde a 59% do total do território brasileiro (5 milhões de km2)
1. Reserva Legal
Possibilidade de redução da Reserva Legal de 80% para 50%:
em área de Floresta na Amazônia Legal
em estados com mais de 65% das suas áreas em unidades de conservação de domínio público, com Zoneamento Econômico-Ecológico aprovado
em Municípios com mais de 50% da área ocupada por unidade de conservação de domínio público e terras indígenas homologadas 
Regularização: possível, conforme as seguintes medidas:
Recomposição da vegetação
Regeneração Natural e/ou
Compensação em outra área equivalente 
1. Reserva Legal
Compensação: alternativas
Aquisição de créditos (título de mercado “Cota de Reserva Ambiental – CRA”) 
Arrendamento de área sob regime de servidão ambiental 
Doação ao poder público de área localizada no interior de unidade de conservação de domínio público, pendente de regularização fundiária 
Cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
2. Áreas de Preservação Permanente
Definição: áreas com funções ambientais especiais (ex., margens de rios, topos de morro, nascentes, reservatórios)
Margens de rio: faixas de qualquer curso d´água natural, com largura mínima de:
30m, para os cursos d´água de menos de 10m de largura
50m, para os cursos d´água que tenham de 10 a 50m de largura
100m, para os cursos d´água que tenham de 50 a 200m de largura
200m, para os cursos d´água que tenham de 200 a 600 m de largura
500m, para os cursos d´água que tenham largura superior a 600m
2. Áreas de Preservação Permanente
Regra: manutenção de vegetação nativa (ou exótica, quando autorizado em plano de recomposição)
Usos Autorizados: sujeito a licenciamento prévio
Utilidade Pública
Interesse Social
Baixo Impacto
*Áreas Consolidadas*
3. Reserva Legal vs. APP
É possível considerar APP no cálculo da Reserva Legal
Condições: 
que o benefício não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo
que a APP a ser considerada no cálculo esteja devidamente preservada ou sob processo de recuperação
que o imóvel esteja cadastrado junto ao Cadastro Ambiental Rural – CAR
4. Áreas Consolidadas
Definição: “Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris".
O Novo Código Florestal:
isenta áreas consolidadas do pagamento de multas e da aplicação de penalidades criminais 
autoriza a continuidade de certas atividades (agrossilvipastoris, ecoturismo) em APPs consolidadas
 
4. Áreas Consolidadas
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4902): A Procuradoria Geral da República questiona a anistia a APPs degradadas antes de 22 de julho de 2008
 “Se a própria Constituição estatui de forma explícita a 	responsabilização penal e administrativa, além da obrigação de 	reparar danos, não se poderia admitir que o legislador infraconstitucional exclua tal princípio, sob pena de grave ofensa 	à Lei Maior” (PGR).
 
5. Impactos para o empreendedor
Isenção de Penalidades:
Perdão de multas aplicadas até julho de 2008, mediante cadastramento em programa de regularização ambiental da área degradada
Penalidades administrativas poderão ser convertidas em serviços de recuperação ambiental
Penalidades aplicadas após essa data permanecerão em vigor
5. Impactos para o empreendedor
O Novo Código Florestal autoriza o Poder Executivo Federal a instituir programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, oferecendo:
pagamento ou incentivo a serviços ambientais
compensação pelas medidas de conservação ambiental
incentivos para pesquisa e desenvolvimento de técnicas de recuperação e conservação e uso sustentável das florestas 
5. Impactos para o empreendedor
Cadastro Ambiental Rural – CAR: Registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais.
Finalidade: integrar as informações ambientais para formar uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico
e combate ao desmatamento.
 A inscrição deverá ser feita junto ao órgão ambiental municipal, estadual ou federal, mediante submissão de informações técnicas
Prazo para inscrição: um ano contado da sua implantação(pendente)
6. Cenários de incerteza
Ações Diretas de Inconstitucionalidade ajuizadas pela Procuradoria Geral da República (PGR):
A PGR encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 21.01.2013, as três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs 4901, 4902 e 4903), que questionam diversos dispositivos do Novo Código Florestal. 
Em resumo, as ADIs consideram inconstitucional as disposições relativas a APPS, a redução da reserva legal, além da anistia para certas degradações ambientais.
6. Cenários de incerteza
Nas ADIs, a PGR solicita, como o medida cautelar, a suspensão dos dispositivos questionados até o julgamento final das ações, a aplicação do rito abreviado no julgamento diante da relevância da matéria, além da realização de diligências instrutórias.
Adicionalmente, em uma decisão recente (Out/2012), o STJ decidiu que multas baseadas no Código Florestal anterior devem permanecer válidas 
6. Cenários de incerteza
Caso: STJ - Recurso Especial n° 1.240.122 - PR (2011/0046149-6) – 2ª Turma 
Relator: MINISTRO HERMAN BENJAMIN
Petição: Proprietário rural peticionou para anular auto de infração ambiental recebido em decorrência de ocupação e exploração irregulares em APP, anteriores a jul/2008, e a respectiva multa
Argumento do proprietário: O Novo Código Florestal o isentaria da penalidade aplicada pelo IBAMA, pois seu ato não representaria mais ilícito algum. O Novo Código Florestal teria promovido a anistia universal e incondicionada dos infratores do Código Florestal anterior.
6. Cenários de incerteza
Decisão:
O Novo Código Florestal não prevê anistia universal e incondicionada
Os seus dispositivos são claros no sentido de que a obrigação de recuperar áreas degradas nas chamadas “áreas consolidadas” continua em vigor 
Para ocorrer a anistia, é necessário procedimento administrativo no âmbito do Programa de Regularização Ambiental (PRA), após a inscrição do imóvel no CAR, com a assinatura de Termo de Compromisso (TAC)
Inteiro teor disponível em:
Ementa e Acórdão
1. Disposições Gerais
O art. 59 prevê que os entes federativos, com exceção do Município deverão, no prazo de um ano, contado a partir da data da publicação da Lei 12.651/12, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs, de posses e propriedades Rurais.
 
Na regulamentação dos PRAs, a União estabelecerá em até 180 dias a partir da data da publicação da Lei 12.651/12 (em 25/05 houve a publicação - 6 meses = 25/10/2013), sem prejuízo do prazo definido no caput, normas de caráter geral
 
1. Disposições Gerais
Esperamos que sejam realmente gerais e não também específicas como ocorre com a Lei 12.651/12). (§1º).
Outra condição para a regularização, é a inscrição do imóvel no CAR, que é obrigatória para a adesão ao PRA, devendo a adesão ser requerida no prazo de um ano, contado a partir do prazo referido no caput. (§2º).
 
O requerimento de adesão será dirigido ao órgão competente (da União, do Estado, do D.F.), que convocará o interessado para assinar termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial. (§3º).
 
1. Disposições Gerais
No período entre a publicação da Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no D.F., após a adesão do interessado e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o interessado não poderá ser autuado por infração cometida antes de 22 de julho de 2008 (Sic), relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de Uso Restrito. (§4º).
 
1. Disposições Gerais
A partir da assinatura do termo de compromisso ocorre o seguinte:
 - serão suspensas as sanções decorrentes das infrações mencionadas no §4º, e, cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso (TC), as multas referidas no artigo serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso das áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA (§5º).
2. Das áreas consolidadas em APP
O art. 60 dispõe que o Termo de Compromisso para regularização de imóvel ou posse rural perante o órgão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a possibilidade de crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei nº 9.605, de 12.02.1998, enquanto o termo estiver sendo cumprido.
O art. 61 autoriza, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
2. Das áreas consolidadas em APP
Os §§ 1º, 2º, 3º e 4º dispõem que para os imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em APP ao longo de cursos d´água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais, contadas da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água, em:
5m, para imóveis rurais com área de até 1 módulo fiscal;
8m, para imóveis rurais com área superior a 1 módulo fiscal e de até 2 módulos fiscais;
15m, para imóveis rurais, com área superior a 2 módulos e de até 4 módulos fiscais;
Para imóveis rurais com área superior a 4 (módulos fiscais:
 	I - VETADO
	II -	nos demais casos, conforme determinação do PRA, observado o mínimo de 20 e o máximo de 100m, contados da borda da calha do leito regular. (§4º).
2. Das áreas consolidadas em APP
O §5º prevê que nos casos de áreas rurais já referidas, no entorno de nascentes e olhos d´água perenes, será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) metros.
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2. Das áreas consolidadas em APP
O §6º se refere a áreas na mesma situação; no entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida a manutenção das mesmas atividades acima, sendo obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de:
5m, para imóveis rurais com área de até 1 módulo fiscal;
8m, para imóveis rurais com área superior a 1 módulo fiscal e de até 2 módulos fiscais;
3. 	15m, para imóveis rurais, com área superior a 2 módulos fiscais e até 4 (quatro) módulos fiscais; e
4.	30m, para imóveis rurais com áreas superior a 4 módulos fiscais.
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2. Das áreas consolidadas em APP
O §13 é importante, porque ele elenca os métodos a serem passíveis de utilização para a recomposição de que trata o artigo, conjunto ou isoladamente:
I -	condução de regeneração natural de espécies nativas;
 
II -	plantio de espécies nativas;
 
III -	plantio de espécies nativas conjugado com a condução de regeneração natural de espécies nativas;
 
IV -	plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se refere o inciso V do caput do art. 3º.
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3. Das áreas consolidadas em área de reserva legal
O art. 66 abre esta seção dispondo que o proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de junho de 2008 área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no artigo 12, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:
I -	recompor a Reserva Legal;
II -	permitir a regeneração natural da vegetação na área de RL;
III -	compensar a RL.
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3. Das áreas consolidadas em área de reserva legal
O §2º reza: "A recomposição de que trata o inciso I do caput deverá atender os critérios estipulados pelo órgão competente e ser concluída em até 20 anos, abrangendo, a cada 2 anos, no mínimo, 1/10 da área total necessária à sua complementação.“
O §3º completa o anterior, dispondo que a recomposição de que trata o inciso I do caput poderá ser
feita mediante o plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros:
I - o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência regional;
II - a área recomposta com espécies exóticas não poderá ultrapassar 50% da área total a ser recuperada.
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3. Das áreas consolidadas em área de reserva legal
O §5º condiciona a compensação do inciso III à inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante: 
I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
II - arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou RL;
III - doação ao poder público de área localizada no interior da unidade de Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária;
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente, à RL, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
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3. Das áreas consolidadas em área de reserva legal
O §6º indica que as áreas a serem utilizadas para compensação na forma do §5º deverão:
I - ser equivalentes em extensão à área de RL a ser compensada;
II - estar localizada no mesmo bioma da área de RL a ser compensada;
III - se fora do Estado, estarem localizadas em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados. 
 
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3. Das áreas consolidadas em área de reserva legal
OBSERVAÇÃO FINAL: Os municípios ficaram fora do rol de entidades que poderão regularizar desmatamentos nas áreas de preservação e de reserva legal.
Mas eles podem se utilizar dessas normas gerais dos artigos 59 e seguintes da Lei nº 12.651/12, com base no artigo 24 da Constituição e no inciso II do artigo 30 da mesma, ou seja, suplementar a legislação federal e a estadual no que couber, legislando sobre Regularização de áreas de preservação permanente, eis que o Parágrafo único do Artigo 2º da Lei nº 4.771, de 1965, exigia que nas áreas urbanas fossem respeitados os princípios e limites a que se referia o artigo. 
E se foram desrespeitadas as metragens, há que se regularizar tais situações. A não inclusão dos Municípios na possibilidade das regularizações mencionadas é absolutamente inconstitucional.
 
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