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Teoria da Comunicação Aula 3

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
Teoria da Comunicação 
 
 
Aula 3 
 
Prof. Alexandre Correia dos Santos 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa Inicial 
Olá! Seja novamente bem-vindo! 
Agora começamos a estudar cada uma das escolas que deram origem 
às principais Teorias da Comunicação. O passeio é gratificante. Como dica de 
estudo, procure se aprofundar em cada um dos “pais” das teorias. Você ficará 
fascinado com tudo por que eles passaram para chegar até as conclusões que 
apresentamos aqui. 
Bom estudo, divirta-se! 
 
Tema 1: A Escola de Chicago 
Abriremos este novo tema, conversando sobre as principais escolas da 
comunicação. Ainda que não linearmente, nosso objetivo será compreender os 
passos e as evoluções das principais correntes de pensamento acerca da 
comunicação. Para tanto, iniciaremos com a escola de Chicago que, pelos 
seus registros, que datam do início do século, contaram com personagens 
importantes na pesquisa comunicacional, como Cooley, Burgess e Park. Eles 
abriram seus trabalhos focando principalmente na área de processos 
comunicativos. 
Logo em seguida, nos anos de 1930, H. Blumer dá início às pesquisas 
sobre o interacionismo simbólico, com características próprias. Nos anos 1940, 
em Palo Alto, Goffman e Bateson inauguram estudos relacionados à 
permanência da pesquisa da comunicação social como processo social efetivo. 
Marginalmente, essas pesquisas ocorreram até o início dos anos 1960, mas 
não tiveram grandes reflexos ou impactos no resto do mundo. Passaram a se 
tornar importantes, quando pesquisadores retomaram esses estudos enquanto 
processos e conjuntos, aí valorizando o que havia sido descoberto na época. 
Como visto em temas anteriores, todas as forças estavam concentradas 
na época para desvendar os caminhos e desdobramentos da mass 
comunication research. A escola de Chicago – nos estudos empíricos – tinha 
como principal objetivo a análise na pesquisa de campo ou análise de dados 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
concretos, e a cidade de Chicago serviu de laboratório social para a maioria 
de seus pesquisadores, justamente por se notabilizar pela desorganização 
social, pela marginalidade, pela aculturação, entre outras características 
inerentes aos terrenos de observação ali escolhidos. O estudo das 
concentrações urbanas e industriais fascinava os pesquisadores das 
diferentes correntes da escola. 
A escola americana também se notabilizou pela divisão de seus 
pesquisadores em grandes grupos, ou correntes: a primeira é a corrente da 
Teoria Matemática ou Teoria da Informação, fundamentalmente criada e 
sustentada por Lasswell e Weaver (vide Tema 2) no ano de 1949. Com esses 
conceitos, os autores quiseram deixar clara a tendência de a comunicação ser 
apresentada como fonte de informação que seleciona uma mensagem 
desejada a partir de um conjunto de mensagens possíveis, transformando-a em 
um sinal passível de ser enviado por um canal ao receptor, que fará o trabalho 
do emissor ao inverso. Para Wolf (2008), a comunicação passa a ser entendida 
como um processo de transmissão de uma mensagem por uma fonte de 
informação, por meio de um canal, a um destinatário. A comunicação passa a 
ser vista aqui não como um processo, mas, sim, um sistema, com elementos 
que podem ser vistos e entendidos como partes componentes de um sistema. 
O segundo grande grupo da escola americana é a corrente 
Funcionalista. Com base nos estudos de Lasswell, essa vertente tem sua 
motivação nas pesquisas, diretamente nas funções exercidas e originadas 
da comunicação de massa na sociedade. Abordam hipóteses sobre a 
relação entre os indivíduos, a sociedade e os meios de comunicação de 
massa. Suas preocupações estão inicialmente voltadas ao equilíbrio da 
sociedade e todos os seus componentes. Por fim, ainda podemos identificar 
uma terceira – e não menos importante – vertente ou corrente de estudos 
acerca da comunicação, aquela exclusivamente voltada aos estudos dos 
efeitos da comunicação. Esses estudos datam da década de 1920, e têm como 
principal característica o lugar comum nas pesquisas. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Audiências, efeitos de campanhas políticas – por exemplo – eram 
encomendados aos pesquisadores para fins de otimização e melhoria dos 
efeitos. Aqui, a preocupação principal passa a ser o sujeito. 
A lição que tiramos nesse primeiro momento no estudo das escolas 
comunicacionais é que muitas conclusões foram moldadas em um ambiente 
de discussão extrema, beirando o caos, de forma até descoordenada, 
muitas vezes renegando novas criações – na verdade – em criações 
retrospectivas, ou seja, a melhoria ou o aprofundamento de uma teoria 
anterior que deu origem inclusive a novas correntes e pensamentos 
comunicacionais, como o próximo tópico que discutiremos na próxima temática 
denominada Teoria da Agulha Hipodérmica, em um primeiro momento 
intitulada Teoria da Bala Mágica. Vamos em frente, note como é interessante 
acompanhar o avanço dos estudos dessa forma, ainda que cronológica, mas 
sem seguir à risca a necessidade de uma compreensão linear dos fatos! 
 
Situação-problema: Escola de Chicago 
Faça uma rápida pesquisa BIOGRÁFICA da vida dos seguintes 
pesquisadores: 
1. BLUMER 
2. GOFFMAN 
3. BATSON 
4. LASSWELL 
 
Tema 2: Teoria da Agulha Hipodérmica ou da Bala Mágica 
Neste tema, iremos estudar uma das correntes mais importantes e até 
hoje extremamente utilizada e aceita pela sociedade de pesquisadores da 
comunicação, conhecida como Teoria Hipodérmica, ou Teoria da Agulha 
Hipodérmica, também denominada por outros autores como Teoria da Bala 
Mágica. Lembramos que a evolução dessas teorias muitas vezes se deu pela 
necessidade da atualização dos estudos, normalmente se trabalhando com 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
criações retrospectivas. 
Essa Teoria dá-se em estudos abarcados nas Teorias da Sociedade de 
Massa, em que a sociedade industrial do século XX era vista como uma 
multidão na qual os indivíduos estavam isolados de forma física e psicológica, 
e nas chamadas teorias behavioristas, que entendiam a ação humana como 
resposta a um estímulo externo. 
A Teoria Hipodérmica vem ao encontro – e coincide – justamente das 
duas grandes guerras, quando a comunicação de massa teve papel 
preponderante na difusão do intento dos principais envolvidos nelas, 
justamente para tentar doutrinar os seguidores dos regimes totalitários. 
Também conhecida por Teoria da Bala Mágica, essa teoria supõe que o 
estímulo causado por uma mensagem enviada terá resposta ou feedback, sem 
encontrar resistência do receptor, como o disparo de uma arma de fogo ou uma 
agulha hipodérmica, que penetram a pele humana, sem maiores dificuldades. 
Assim, a passividade do receptor é a principal característica do indivíduo 
nessa teoria. 
Por um lado, a novidade da teoria estava justamente no próprio 
fenômeno das comunicações de massa, e, por outro, nas conexões com as 
trágicas experiências totalitárias desse período da nossa história, justamente 
advindas das guerras. Essa teoria preconizava, ainda, na origem dos seus 
estudos, que a iniciativa era exclusivamente do comunicador, e que os 
efeitos, até então, davam-se diretamente sobre o público. Assim, a Teoria 
Hipodérmica foi uma das primeiras a estabelecer relações importantes entre as 
formas de comunicação e os indivíduos de uma forma geral, mas foi 
ultrapassada por novas leituras e conceitos acerca do comportamento humano 
e como este é impactado pela comunicação social. Em seguida, estudaremos a 
escola de Frankfurt cujo um dos destaques, Lasswell, foi justamentequem 
provou que a Teoria da Agulha Hipodérmica estava ultrapassada na sua 
essência. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Tema 3: A Escola de Frankfurt 
Ainda na corrente do entendimento das teorias, seus desenvolvimentos, 
derivações e conceitos, vamos conhecer a escola de Frankfurt, uma das 
vertentes mais importantes do estudo científico da comunicação social, que 
originou também um dos conceitos comunicacionais mais respeitados da 
história: a Indústria Cultural. Como pais da Teoria Crítica da Escola de 
Frankfurt, podemos elencar Walter Benjamin, Theodor Adorno, Hebert Marcuse 
e Max Horkheimer. Todos os pensadores independentes, não necessariamente 
da escola da comunicação, ficaram mais conhecidos, inclusive, por seus 
estudos em diversos campos do saber, não se restringindo apenas à 
comunicação. 
Analisaram e versaram desde os diversos processos civilizadores 
modernos ao histórico destino do indivíduo da técnica, passando por 
diversos campos até a política, a arte, a literatura. Assim, foram autores de 
diferentes teses acerca dos fenômenos da mídia, da cultura, do mercado e da 
vida contemporânea. Desde sempre, defendiam que os fenômenos 
comunicacionais não deveriam ser estudados isoladamente, mas, sim, como 
um “todo social” por se identificarem antes, de mais nada, como mediações 
que precisam ser verificadas junto à sociedade. Nietzsche, Marx e Freud foram 
as bases ou os marcos de início de pesquisas. Baseados nas ideias defendidas 
por esses pensadores, os pesquisadores da escola de Frankfurt 
desenvolveram novas teorias, visando esclarecer as novas realidades 
surgidas com o desenvolvimento do capitalismo no início do século XX. 
Adorno e Horkheimer criariam juntos o conceito de Indústria Cultural, 
propondo uma leitura mais profunda daquilo que definiram como Dialética do 
Iluminismo. 
Para alcançar os intentos, os frankfurtianos defendiam a ideia de que a 
dominação da técnica, principalmente, viria a se transformar, em seguida, na 
Indústria Cultural e – por consequência disso – se estabeleceria a 
massificação da informação e do conhecimento, levando a arte, a 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
literatura e a cultura para o mesmo caminho. o que acabaria, com a força 
intrínseca de cada uma dessas práticas, não perpetuando seus próprios 
significados, e relegando todas as culturas a objetos de consumo. Nesse ponto, 
o problema não é apenas o fato de o conhecimento, a literatura e a arte, 
obstantes da própria figura do indivíduo, do ser humano, tornarem-se um 
produto de consumo. Para a escola, a arte, a literatura e o indivíduo hoje são 
criados, negociados e consumidos como bens não duráveis, descartáveis, 
levando em conta princípios que antigamente eram reservados apenas para as 
artes, pessoas e pensamentos. Nesse caso, os maiores prejudicados são os 
indivíduos, justamente porque em todos os casos, como já previam os 
frankfurtianos, os critérios econômicos sobrepujam todos os outros princípios. 
A publicidade e a propaganda, por exemplo, são motores da Indústria 
Cultural – praticamente sua essência – desde que percebamos que, em última 
instância, ferramentas contemporâneas, como o marketing, fazem com 
excelência o uso do todo das ferramentas e dos meios de comunicação. 
 
Tema 4: Indústria Cultural 
Como vimos na temática anterior, os frankfurtianos, Horkheimer e 
Adorno, cunharam o conceito de Indústria Cultural, após inúmeros anos de 
análises críticas da produção – que já defendiam como industrial – de bens 
culturais como movimentos globais de produção cultural, principalmente 
como mercadoria. 
Na sua ótica, os produtos culturais, como revistas, filmes, programas 
entre outros, possuem ou ilustram uma racionalidade técnica, com esquemas 
semelhantes de organização e planejamento econômicos – por exemplo – 
dos automóveis que são fabricados em série nas montadoras. Previu-se algo 
para cada fim, sem que ninguém pudesse escapar. Os setores dessa produção 
passam a ser uniformizados, com um ar extremamente notável de semelhança. 
Bens passam a ser padronizados para primeiramente satisfazer às 
numerosas demandas, que precisam responder às padronizações da indústria, 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
nesse caso, cultural. 
Adorno e Horkheimer (1947) já pregavam suas impressões: o terreno em 
que a técnica adquire seu poder sobre a sociedade é o terreno dos que a 
dominam economicamente. Nesse momento, ambos antecipavam uma clara 
tendência na análise dos fenômenos culturais: a conjunção entre a arte e 
a tecnologia. A reprodução da arte, por exemplo, para os autores só tem razão 
de existir no estágio literal da reprodução (como no cinema), e não na 
produção única. O modo industrial de produção da cultura corre o risco de 
padronização justamente pelos fins de rentabilidade econômica e, também, por 
tudo o que vimos até aqui, pelo controle social. Assim, nas sociedades 
capitalistas mais avançadas, Adorno e Horkheimer (1947) defendiam que a 
população passou a ser mobilizada e – por consequência – a se engajar nas 
tarefas necessárias para manter o sistema econômico e social por meio do 
consumo estético massificado, sempre articulado, planejado e aplicado pela, 
então, Indústria Cultural. 
As tendências às crises de sistema, ou apelos e ações individuais, eram 
combatidas por meio do mercantilismo da cultura, para a formação de uma 
consciência prática. Assim, o conteúdo livre, libertador, vê-se completamente 
freado, engessado em suas partes. Essas vertentes, porém, viviam e 
experimentavam grandes contradições à luz de suas teorias, porque muitos 
conflitos, crises econômicas, angústias sociais desde então 
desconhecidos pela sociedade foram, de alguma maneira, gerados pela 
necessidade de progresso econômico, científico e tecnológico. Isso serviu de 
contraponto para as discussões mais profundas em torno da Indústria Cultural, 
uma vez que se sabia que, para crescer, teriam de abrir mão de alguns 
preceitos, teorias e teses de manipulação e controle. Essas contradições ainda 
mais fortes acabaram por definir sociedades, conceitos sociais e culturais, 
ainda que beirassem a margem do que os especialistas da época 
denominavam de barbárie tecnológica. 
Adorno e Horkheimer (1947) citam que, hoje em dia, o aumento da 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
produtividade econômica, por um lado, produz as condições para um 
mundo mais justo, e, por outro, confere ao aparelho técnico e aos grupos 
sociais que o controlam uma superioridade imensa sobre o resto da população. 
A elevação do padrão de vida das classes inferiores, por exemplo, 
materialmente considerável e socialmente lastimável, reflete-se justamente na 
produção da difusão. Porém, quando o indivíduo se vê representado pela 
concretização de um bem cultural, sabe-se que isso foi concebido para – 
especificamente – fins de consumo. Ainda para os autores, “a enxurrada de 
informações precisas e diversões assépticas desperta e idiotiza as pessoas ao 
mesmo tempo”. 
Para entendermos ainda melhor as intenções da Indústria Cultural 
passaremos na próxima temática, a tratar de outra teoria que vai fundo nas 
proposições de controle e de industrialização de bens de consumo que é a 
Teoria Crítica. 
 
Tema 5: A Teoria Crítica 
Como vimos anteriormente, tanto na escola de Frankfurt, como na 
Indústria Cultural, a essência da criação e da liberdade dá lugar à 
padronização, sob fins de mercado, de indústria. A Teoria Crítica é vista por 
muitos pesquisadores como o contrapeso das práticas “administrativas”. 
A principal identidade da Teoria Crítica configura-se como uma análise 
ou tentativa de construção analítica dosfenômenos que ela questiona, e, 
nos dias atuais, como capacidade de relatar esses fenômenos às forças sociais 
que a determinam. Enquanto a maioria das disciplinas isoladas busca o 
entendimento do todo da sociedade afastadas da compreensão de totalidade, a 
Teoria Crítica busca exatamente o contrário: ela procura, de todas as formas, 
evitar a função ideológica das disciplinas e ciências aqui definidas, de setor ou 
isoladas. Enquanto para algumas disciplinas existem dados de fato, para a 
Teoria Crítica o que existe são produtos de uma situação histórico-social 
muito específica. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
Para os pensadores da Teoria Crítica, toda ciência social que se reduz a 
mera técnica de pesquisa, de seleção, de classificação, impede a si mesma a 
possibilidade de verdade, uma vez que ignora as mediações sociais. 
Nesse sentido, um dos objetivos da Teoria Crítica é justamente a 
proposição de ampliação do conceito básico de razão, de uma forma lógica, 
por meio da qual o pensamento procure um caminho de libertação dos limites 
marcados ou impostos pelas práticas administrativas ou econômicas com uma 
visão mais ampliada, mais objetiva da realidade. Essa teoria tem, na sua 
origem, o homem como produtor de todas as suas possíveis origens e 
formas históricas de vida. A mera constatação e previsão segundo 
probabilidades não se enquadra nessa teoria. Há a valorização das situações 
efetivas e a busca permanente da gênese social dos problemas relativos ao 
indivíduo e à sociedade, enquanto, na teoria tradicional, as técnicas e 
especializações são largamente aplicadas ao maior número de casos 
possíveis, passando a origem dos problemas a ser considerada exterior. 
Podemos tirar de lição na Teoria Crítica que sua intencionalidade, desde 
quando pensada pelos frankfurtianos – que sempre foram influenciados pelo 
contexto histórico da época –, é a de instigar e questionar. 
O seu objetivo é tentar alcançar a sociedade para buscar – na base de 
suas teorias e conceitos – extrapolar as barreiras e limites das discussões 
meramente técnicas das diferentes áreas do conhecimento, nos ambientes 
restritos das academias. Por sua preocupação claramente prática, as bases de 
seus intentos estão na crítica do que é imposto em termos de cultura, 
informação e conhecimento, sem que haja questionamento prático, incisivo 
por parte da sociedade, para tentar, ainda que de maneira não tão prática, 
tentar a sua liberdade, visando enfraquecer o totalitarismo ou o autoritarismo, 
que, na prática, são a verdadeira negação da liberdade do indivíduo na 
sociedade em que está inserido. 
 
Referências 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 1985. 
 
DEUFLEUR, M. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 2003. 
 
HALL, S. Cultura, mídia e linguagem. Nova Iorque: CCCS, 1980. 
 
HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: 
UFMG, 2003. 
 
HOHLFELDT, A.; MARTINO, L. C.; FRANÇA, V. V. Teorias da comunicação. 
São Paulo: Vozes, 2008. 
 
MATTERLART, A. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 
2009. 
 
MCLUHAN, M. The Medium is the Message. New York: Bantam Books, 1967. 
 
WOLF, M. Teorias da comunicação de massa. São Paulo: Martins Fontes, 
2008.

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