Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Pró-reitoria de EaD e CCDD 1 Teoria da Comunicação Aula 4 Prof. Alexandre Correia dos Santos Pró-reitoria de EaD e CCDD 2 Conversa Inicial Olá! Como vai você? Seja bem-vindo novamente! Iniciamos esta parte dos nossos estudos nos aprofundando mais nas Teorias do Conhecimento e na Era da Sociedade do Espetáculo. Bom estudo, boa leitura! Tema 1: A Teoria da Informação Nos estudos da comunicação, precisamos de uma definição – bem precisa – do que realmente é informação. Nesse caso, podemos considerar informação como uma possibilidade de incerteza em uma situação ou ocasião. Nesse cenário, quanto maior for a incerteza, maior será a informação, portanto, quando podemos mensurar a previsibilidade de uma situação ou ocasião, menor é sua quantidade de informação. Logo, a informação deve ser percebida como uma função no número de escolhas ou possibilidades à disposição de uma pessoa para prever um resultado ou situação. Exemplo Prático Pró-reitoria de EaD e CCDD 3 Portanto, informação não deve ser vista como conteúdo, pois o que importa é que – quando enviada – a mensagem chegue ao receptor. Desse modo, o que está em discussão são os aspectos técnicos do processo comunicacional, e não seus conteúdos. Além disso, informação não é conteúdo, pois o conceito de informação não é a interpretação da mensagem, e, assim, o que realmente importa é a quantidade de informação que deve ser transmitida. As diferentes teorias contemporâneas da comunicação preocupam-se com os melhores métodos e formas do envio da mensagem, mais do que propriamente com o conteúdo da informação. Tema 2: Modelo Semiótico e Informacional Neste tema, estudaremos o modelo de informação em consonância com teorias e modelos semióticos que se referem a essa forma de comunicação. No capítulo anterior, ficou clara a dimensão que explica a informação. Assim, devemos nos preocupar mais com a forma de transmissão, que é a principal propriedade da Teoria da Informação, e sua eficiência no processo de comunicação, e não sua dinâmica. Desse modo, a preocupação do bom entendimento da Informação é a capacidade da difusão da comunicação de massa ao transmitir a um grande público a “mesma mensagem”, com o “mesmo conteúdo”. Logo, não é por acaso que, em seguida, criou-se a Teoria dos Efeitos, que fora compreendida como componente da codificação e, por consequência, análise e interpretação das mensagens. Eco e Fabbri (1978) definem essas mudanças como um modelo semiótico-informacional: a linearidade da transmissão é vinculada aos fatores semânticos que são apresentados sob a forma de códigos. Assim, passa-se de comunicação enquanto transferência de informação à comunicação como transformação de um sistema. Esse código garantiria a concretização e a possiblidade dessa mudança. No caso da Teoria da Informação, código ganha Pró-reitoria de EaD e CCDD 4 um novo corpo e conceito. O modelo semiótico-informacional passa a representar a comunicação da seguinte maneira e forma: Existe uma interpretação bem distinta quando da análise da mensagem entendida como forma significante – que carrega certo significado – e a mensagem recebida como significado. Sob o ponto de vista semiótico, a tradução é o grau que o emissor e o destinatário compartilham as competências relativas aos vários níveis que estabelecem a significação da mensagem. Esse modelo semiótico-informativo apresenta como elemento constitutivo da comunicação sua natureza intrínseca de processo de negociação entre códigos e a intenção da comunicação da fonte. Toda informação carrega uma relação de significação, que representa uma convenção em que se manifestam identidades e diferenças revelando fronteiras, entrelugares e diferentes aspectos. Entender e analisar esses aspectos implica um processo de conhecimento de códigos, por meio de elementos distintos que retratem os objetivos contextuais da informação. Esse jogo interpretativo e analítico leva ao conhecimento de que cada mensagem carrega em si uma produção de sentido, que poderá revelar-se no momento de sua análise mais aprofundada. Pró-reitoria de EaD e CCDD 5 Tema 3: Opinião Pública Neste capítulo, trataremos diretamente dos conceitos que norteiam a opinião pública. Esta deve ser compreendida como opinião do público (obviamente no sentido subjetivo da palavra), portanto, sugerimos que o conceito se deva a um conjunto de pessoas (indivíduos) que partilham de uma mesma opinião. Para Viá (1983), opinião pública é um fenômeno coletivo, porém que se apoia em uma realidade individual. O comportamento dos indivíduos nos grupos é diferente do comportamento pessoal e isolado. Depois, podemos enxergar opinião pública – no sentido objetivo – como algo público. Além disso, é possível enxergá-la como aquilo que deva ser visível e/ou transparente. Não devemos esquecer também que opinião tem muita relação com as crenças, ideologias e estereótipos de um cidadão. Portanto, quando a pessoa se predispõe a se adaptar a uma realidade e a um grupo, e quando é necessária uma exteriorização de uma opinião pré-concebida, opinião pode ser definida como um processo de comunicação interpessoal. Adaptar-se à realidade significa avaliar criticamente acontecimentos, promovendo uma possível adequação da relação existente entre um indivíduo e o meio. Fica claro que a principal função da opinião é adaptar o indivíduo ao grupo que pensa como ele. Em resumo, a opinião pública ou opinião do público, ou ainda opinião sobre a coisa pública, deverá ser exposta ao seu grupo de forma clara, explícita e transparente – publicamente. Sob o ponto de vista da comunicação, se usarmos a imprensa, por exemplo, como forma de aplicabilidade do conceito de opinião pública, deveremos enxergar o jornalismo como meio pelo qual é criada e formada a opinião de todos, nesse caso, na opinião da imprensa, que tem relação, sim, com a opinião de uma parcela dos jornalistas/articulistas que redigiram a matéria e que coincide com a ideologia editorial da empresa que edita e veicula o jornal. Segundo Gohn (2000), os interesses políticos e econômicos formatam Pró-reitoria de EaD e CCDD 6 as considerações e as análises que configuram a apresentação das informações, denotando um processo em que a notícia é construída como mensagem para formar uma opinião pública sobre o acontecimento, junto ao público consumidor, e não – necessariamente – para informá-lo. O autor afirma ainda que, da parte da própria mídia, observa-se que entre alguns dos meios de comunicações, como a televisão e os jornais diários da grande imprensa, os movimentos sociais – por exemplo – são citados, reportados, figuram como manchetes ou são ignorados, de acordo com certas estratégias: político-mercadológicas ou de controle social. A mídia tem retratado os movimentos segundo certos parâmetros político-ideológicos dados pela rede de relações a que está articulada. Habermas (1994) indica que, mesmo que exista um interesse subjetivo dos cidadãos por determinado assunto ou sobre o que se opina a respeito dele e, por isso, se publica, entende-se opinião pública como opiniões que interessem objetivamente à coletividade e que versem sobre assuntos universais ou sobre problemas políticos. Vale lembrar que, em uma sociedade como a nossa, não é tarefa fácil separar o público do político. Em suma, tudo o que é político deveria ser público, porém, nem tudo que é público é político. Habermas (1983) enfatiza que o processo de opinião e da vontade política no espaço da opinião pública na política vem determinado pela competência de atores coletivos que atuam estrategicamente, a fim de preservar suas posições de poder ou fortalecer-se com tais posições. Tema 4: Os Sistemas de Mídia Neste tópico, procuraremos compreender as funções desenvolvidas especificamente pelos sistemas de mídia. Não abordaremos os efeitos, mas suas funções na comunicação. Primeiro, pensamos comunicação enquanto sistema de manipulação. Depois, vimos que a comunicação tem como função compreender os efeitos e Pró-reitoria de EaD e CCDD 7 as formas de persuasão. Como chegamos a sistemas de influências, é vital que percebamos as métricas que determinam tais funções. Assim, é importante que deixemos o campo dos efeitos propositais e premeditados (com intencionalidade) atos ou objetivos subjetivos e, assim, concentremos nossas percepções e estudos em condições verificáveis de sistemas de mídia. A Teoria Funcionalista remonta justamente a esse cenário – devemos passar a pensar em uma situação de comunicação ou sistema de mídia ainda mais comum/normal, derivados da habitualidade e do cotidiano da comunicação. Para Polistchuk e Trinta (2003), o sentimento de impessoalidade que advinha da industrialização dos sistemas de mídia levou a um estado de impessoalidade também nas relações de anonimato nas atitudes. Assim, o indivíduo passa a perder sua unicidade para integrar uma massa cada vez mais homogênea, alimentada por um permanente fluxo de informações. Posteriormente também, essa ideia de uniformidade e homogeneidade passa a ser abandonada pelos pesquisadores modernos. O funcionalismo, ou a Teoria Funcionalista, supera teorias precedentes, fixando-se exclusivamente nas funções dos sistemas de mídia, abrindo mão completamente dos estudos dos efeitos da comunicação. Essa corrente essencialmente funcionalista preconiza a importância do estudo das novas “demandas e necessidades sociais”, por meio da completa satisfação do público exposto às suas mensagens. Portanto, a Teoria Funcionalista deve ser entendida como uma corrente teórica, baseada em um pensamento sociológico, no qual os processos também são divididos em sistemas, objetivando compreender a manutenção da sociedade de modo equilibrado. A seguir, um esquema ilustra a Teoria. Pró-reitoria de EaD e CCDD 8 Para Wolf (2009), o “inventário das funções correlaciona-se com quatro tipos de fenômenos de mídias diversos: a. a existência do sistema global dos meios de comunicação de massa numa sociedade; b. os tipos de modelos específicos de comunicação, ligados a cada meio particular (imprensa, rádio); c. a ordem institucional e organizacional com que os diversos meios operam e, por fim, d. as consequências do fato de as principais atividades de comunicação se desenvolverem por intermédio das mídias. Tema 5: A Pesquisa na América Latina Seguindo a mesma lógica da pesquisa nos Estados Unidos por meio da Communication Research, na qual os objetos principais de estudos eram os impactos sociais dos meios de comunicação de massa, a pesquisa comunicacional na América Latina – na sua grande maioria – foi originada da Pró-reitoria de EaD e CCDD 9 necessidade de se compreender e analisar todas as principais demandas políticas e sociais da região. Em termos de marcas e registros históricos, as pesquisas ficaram marcadas pelo caráter de extrema submissão ao sistema, mas também pelos históricos de defesa e de luta pelos seus ideais. No Brasil, a pesquisa no campo da comunicação começou a ganhar forma e corpo – além de reconhecimento – no início da década de 1990, em virtude da qualidade de seus pesquisadores e autores e do crescente desenvolvimento da indústria midiática no país. Congressos como o International Association for Media and Communication Research (IAMCR), realizado em 1988, em Barcelona, serviram para colocar na vitrine pesquisadores nacionais até então pouco conhecidos, ora pela baixa produção, ora pelos contextos históricos nacionais, como o pós-64, quando, notadamente, só podiam circular pelos eventos internacionais autores brasileiros que gozassem da simpatia dos militares. Outro grande centro de pesquisa pioneiro na comunicação, foi o Centro Internacional de Estudos Superiores de Periodismo para a América Latina (CIESPAL), com sede em Quito, o qual surgiu com fortes tendências e influências americanas por ter sido – na época – uma proposta de cooperação nos estudos de mídia. Durante mais de vinte anos, o centro foi referência para especialistas, instituições e abrigou e sustentou importantes discussões acerca do tema. Das mais diversas entidades existentes para a pesquisa da comunicação, podemos destacar: a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), considerada a organizadora dos maiores congressos regionais e nacionais da área, a Associação Boliviana de Investigadores da Comunicação (ABOIC), que organiza há anos o Congresso Ibero-americano de Ciências da Comunicação, a Federação Argentina de Carreiras em Comunicação (FADECCOS), a Associação Mexicana de Investigadores da Comunicação (AMIC) e a Associação Chilena de Investigadores da Comunicação (ACIA). Podemos citar, ainda, a União Pró-reitoria de EaD e CCDD 10 Latino-Americana de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (ULEPICC), e a Federação Latinoamericana de Faculdades de Comunicação Social (FELAFACS). Fazer parcerias com as entidades internacionais tem sido uma constante na atuação dessas entidades, pois, quanto mais informações puderem ser trocadas, análises consolidadas e pesquisas realizadas, mais dados poderemos gerar para o embasamento científico dos produtos e processos comunicacionais. Referências ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. DEFLEUR, M. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. GOHN, M. G. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997. HABERMAS, J. História e crítica da opinião pública. Barcelona: G. Gili, 1984. MATTERLART, A. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 2009. MCLUHAN, M. The Medium is the Message. New York: Bantam Books, 1967. POLISTCHUCK, I.; TRINTA, A. R. Teorias da comunicação. Rio de Janeiro: Campus, 2003. Pró-reitoria de EaD e CCDD 11 VIÁ. S. C. Opinião pública. São Paulo: Edições Loyola, 1983. WOLF, M. Teorias da comunicação de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Compartilhar