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Teoria do Conhecimento Aula 2

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Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 
 
 
 
 
Teorias do Conhecimento 
 
 
Aula 2 
 
 
Professoras Máira Nunes e Nicole Kollross 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 
Conversa Inicial 
Olá, 
Quando estudamos, adquirimos novos conhecimentos sobre 
determinados temas, construídos a partir da pesquisa de autores teóricos que 
refletiram sobre esses assuntos antes de nós. Na nossa vida escolar, muitas 
vezes, “recebemos” esses conhecimentos de maneira não crítica e acabamos 
por reproduzi-los sem analisar suas origens e a forma como foram produzidos. 
Nesta aula, falaremos sobre o conhecimento científico e suas formas de 
produção, e também conheceremos mais sobre outras formas de apreender o 
mundo, não apenas por meio da racionalidade, como também por meio dos 
nossos sentidos, da nossa imaginação e capacidade de percepção. Veremos 
que nossa capacidade mental é muito mais ampla do que imaginamos e possui 
inúmeras possibilidades de articulação para a construção do conhecimento. 
 
Contextualizando 
Quando estudamos as relações entre comunicação e sociedade, 
precisamos nos lembrar de que elas são estabelecidas no campo social, mas 
são analisadas a partir de estudos teóricos que apontam análises científicas 
sobre os fatos e fenômenos estudados. Os conceitos que embasam essas 
teorias são importantíssimos para que possamos compreender, de maneira 
objetiva, o mundo que nos cerca. Nesta aula, discutiremos sobre os principais 
conceitos da teoria do conhecimento e o processo de construção do 
conhecimento científico. 
 
Pesquise 
O conteúdo da nossa aula foi dividido em cinco temas, organizados de 
acordo com os objetivos que queremos atingir. Leia os textos de cada uma das 
aulas, faça anotações e realize as atividades. Ao final da leitura, você deverá 
resolver nosso caso de estudo. Bons estudos! 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 
Tema 1: Conhecimento Científico 
A forma como conhecemos o mundo se dá de diferentes maneiras. As 
nossas experiências, as nossas leituras, a interação com outras pessoas 
produzem mudanças no nosso conhecimento e na nossa concepção da 
realidade social. Percebemos, então, que existem diferentes tipos de 
conhecimento, organizados de acordo com suas características e com a 
maneira como são produzidos. 
Assim, podemos classificar o conhecimento como: 
● Conhecimento popular (senso comum): baseado nas 
experiências, na apreensão do mundo pelos sentidos, na tradição e costumes 
de um grupo social. 
● Conhecimento teológico (religioso): baseado na fé e nas crenças 
e, portanto, não necessita de comprovação. 
● Conhecimento filosófico: baseado na observação racional dos 
fatos e fenômenos, construído a partir da especulação e da argumentação. 
● Conhecimento científico: baseado na análise racional, objetiva e 
verificável da realidade, a partir de procedimentos metódicos. 
 
● 
Fonte: Trujillo (apud Lakatos; Marconi, 1991, p. 15) 
 
Esses diferentes tipos de conhecimento fazem parte do nosso repertório 
social e compõem a forma como apreendemos a realidade. Desde as primeiras 
civilizações, produzimos formas de compreender e organizar o mundo à nossa 
volta. O povo egípcio desenvolveu conhecimentos sobre matemática e 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
medicina; os gregos criaram a filosofia e organizaram os saberes existentes até 
então; os pensadores católicos medievais submeteram a razão à fé. É durante 
a Idade Moderna que tem início o desenvolvimento da ciência que, a partir do 
século XIX, torna-se o campo do conhecimento que conhecemos hoje. 
 
 
 
 Atualmente, segundo Lakatos e Marconi (1991, p. 20), podemos definir a 
ciência como: 
Um pensamento racional, objetivo, lógico e confiável [tem] como particularidade o 
ser sistemático, exato e falível, [...] submetido à experimentação para 
comprovação de seus enunciados e hipóteses, procurando-se as relações 
causais; destaca-se, também, a importância da metodologia que, em última 
análise, determinará a própria possibilidade de experimentação. 
Assim, para que se possa estabelecer um conhecimento racional e 
exato, é necessário que se determinem procedimentos metodológicos para que 
haja a verificação dos resultados alcançados. O método científico é “o conjunto 
de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o 
conhecimento.” (Gil, 2008, p. 12) 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 É importante também lembrarmos que não existe apenas um único 
método ou uma única ciência, mas vários tipos de conhecimento científico 
organizados a partir das características de seu objeto. Dessa forma, temos a 
seguinte divisão das ciências: 
 
 
 
Fonte: Lakatos e Marconi (1991, p. 24) 
 
 Os campos teóricos da comunicação social e do jornalismo estão 
inseridos na área chamada ciências sociais aplicadas e constituem-se também 
como áreas do conhecimento científico. Durante muito tempo, pesquisadores e 
teóricos discutiram sobre a possibilidade da existência de ciências “humanas” e 
“sociais”, principalmente, pelo fato de não poderem usar as mesmas premissas 
e procedimentos metodológicos das ciências naturais. Se a ciência trabalha 
com classificações, leis gerais, fatos observáveis, análises e sínteses, como 
produzir uma observação racional e metódica da subjetividade humana? 
Foi para responder a essa pergunta que passaram a ser desenvolvidos 
métodos específicos das ciências sociais, que permitem a construção do 
conhecimento científico a partir do estudo das relações humanas e da vida 
social dos indivíduos. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 
Tema 2: Produção do Conhecimento 
Produzimos conhecimento de diversas maneiras, mas o conhecimento 
científico deve seguir passos metodológicos bem determinados em sua 
formulação. Para que se estabeleça um novo conhecimento na ciência, é 
necessário determinar o assunto a ser pesquisado, delimitar um problema de 
pesquisa, levantar hipóteses que serão comprovadas ou não, estabelecer 
objetivos e quais procedimentos metodológicos serão utilizados ao longo da 
pesquisa. 
Todos esses passos fazem parte do que chamamos “metodologia de 
pesquisa” e se organizam em um projeto, um planejamento de todas as etapas 
que serão cumpridas até a finalização da pesquisa. O primeiro passo na 
elaboração de um projeto é a escolha do assunto. Para tanto, é preciso definir 
um tema de interesse e também realizar um levantamento bibliográfico sobre o 
que já foi estudado a respeito do tema. Chamamos essa etapa de “pesquisa 
bibliográfica”, momento fundamental de contato com tudo o que já foi dito sobre 
o tema da pesquisa, em termos teóricos, a partir da identificação de quais são 
os principais pesquisadores/autores sobre o tema e os conceitos que devem 
ser trabalhados na pesquisa. 
Outra etapa importante é a definição do problema de pesquisa. Quando 
usamos o termo “problema”, pensamos imediatamente em uma situação que 
deve ser resolvida. Não é o caso aqui. Problema de pesquisa compreende uma 
pergunta, um questionamento que orienta a condução da pesquisa. Essa 
pergunta deverá ser respondida ao final da realização da pesquisa. “O 
Problema, assim, consiste em um enunciado explicitado de forma clara, 
compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa 
ou pode ser resolvido por meio de processos científicos.” (Lakatos; Marconi, 
1991, p. 126) 
 Entendemos que o problema irá definir a abrangência da sua pesquisa e 
deve ser formulado de acordo com os seguintes critérios: relevância; 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
originalidade e viabilidade. Dessa forma, Gil (2008) alerta que devemos ter em 
mente queum problema de pesquisa deve: 
● ser formulado como pergunta; 
● ser delimitado a uma dimensão viável; 
● ter clareza; 
● ser preciso; 
● apresentar referências empíricas; 
● conduzir a uma pesquisa factível; 
● ser ético. 
 
 
 
Para que a pergunta de pesquisa possa ser respondida, precisamos 
levantar hipóteses, proposições que serão comprovadas ou não após a 
finalização da pesquisa. Para Lakatos e Marconi (1991, p. 125), as hipóteses 
representam um enunciado de diferentes variáveis como fatos e fenômenos 
que deve ser: 
a) formulado como solução provisória para um determinado problema, 
b) apresentando caráter ou explicativo ou preditivo, 
c) Compatível com o conhecimento científico (coerência interna) e revelando 
consistência lógica (coerência interna), 
d) Sendo passível de verificação empírica em suas consequências. 
As hipóteses formuladas podem propor a discussão sobre a origem de 
fenômenos, sobre a relação entre diferentes variáveis, sobre a frequência com 
que ocorrem determinados fatos, sobre as causas ou consequências de 
determinados fenômenos. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
Da mesma forma, para levantarmos hipóteses viáveis e consistentes, 
devemos partir da observação dos fatos, de pesquisas teóricas já realizadas. 
Segundo Chizzotti (2008), as hipóteses devem ser: claramente enunciadas, 
objetivamente delimitadas e facilmente verificáveis. 
Após a formulação do problema de pesquisa (pergunta) e das hipóteses 
(possíveis respostas), o passo seguinte é a elaboração dos objetivos da 
pesquisa, que determinam o que se quer atingir. O Objetivo representa a 
finalidade da realização da pesquisa e os resultados esperados. Os objetivos 
são definidos a partir de verbos no infinitivo e representam sempre ações como 
analisar, identificar, relacionar, mapear, pesquisar, investigar, localizar etc. Os 
objetivos são comumente divididos em “Geral” (descrição do que se quer 
pesquisar) e “Específicos” (passos a serem seguidos e possíveis 
desdobramentos). 
A última etapa da formulação de um projeto de pesquisa é a definição 
dos procedimentos metodológicos que serão utilizados ao longo do estudo. É a 
metodologia que especifica como a pesquisa será desenvolvida, quais serão os 
tipos de pesquisa utilizados, os instrumentos de coletas de dados e as formas 
de tabulação desses dados coletados. Os procedimentos metodológicos 
permitem que seja feito o levantamento de informações pertinentes ao tema, 
bem como a organização das ações para que os objetivos propostos sejam 
atingidos. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
Tema 3: Pensamento e Linguagem 
Estamos sempre pensando em alguma coisa, mesmo sem perceber. 
Pode ser de modo distraído, no famoso “ócio criativo”, ou com bastante 
atenção, como quando estudamos para uma prova difícil. O ponto é que, 
justamente por estarmos sempre pensando em algo, o jeito que pensamos 
depende do “algo” que é pensado. Há diferentes formas de pensamento, e 
cada uma prevalece de acordo com a situação. 
Podemos entender, por exemplo, que a própria intuição é um modo de 
pensamento, uma via de acesso a mais para o conhecimento das coisas. Nas 
palavras de Marilena Chauí (2000, p. 77-79), “a intuição é uma compreensão 
global e instantânea”; ou seja, já na hora a gente entende tudo, quase “sem 
pensar”. 
Como quando estamos diante de um elevador cheio, e sabemos 
“intuitivamente” que teremos de esperar chegar o próximo, porque não iremos 
caber (ao menos, confortavelmente) no que está ali. Não precisamos contar 
quantas pessoas há dentro do elevador, ou tentar adivinhar qual o peso de 
cada uma para conferir se o total (com ou sem você) ultrapassa o limite 
máximo recomendado. 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
É um caso da intuição sensível (porque depende de nossos sentidos), 
por meio da qual temos conhecimento direto e imediato das “qualidades 
sensíveis” (por intermédio da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato) 
das coisas. Também chamada de intuição empírica (do grego, empeiria), é 
para Chauí (2000, p. 77-79) “o conhecimento que temos a todo momento de 
nossa vida”. 
Assim como sabemos o que está por fora, pela intuição 
sensível/empírica entendemos, também, o que temos dentro de nós mesmos: 
nossos estados emocionais (se estamos felizes ou tristes), nossas memórias, o 
que imaginamos, necessitamos e desejamos. Ela é “psicológica”, pois depende 
do próprio sujeito, de sua mente e de seu corpo. 
É o ponto de vista de cada um que vale, sendo que o que eu vejo pode 
ser completamente diferente do que você vê. No caso do elevador, quando 
chega o próximo, eu posso entender que tive de esperar muito tempo; já, você, 
pode nem ter sentido o tempo passar entre a chegada de um e outro. Eu posso 
achar que ele está muito sujo, você, limpíssimo, e assim por diante. 
É diferente da intuição intelectual, que é o conhecimento direto e 
imediato de saberes universais, conhecidos por meio da razão, pois, como 
seres racionais, por exemplo, entendemos “intuitivamente” que o número um 
vem antes do dois, em uma contagem progressiva. Já em regressão, seria o 
contrário, querendo ou não, independente de nossos sentidos ou estados 
mentais. Para Chauí (2000, p. 77-99), “o exemplo mais célebre de intuição 
intelectual é conhecido como o cogito cartesiano, isto é, a afirmação de 
Descartes: ‘Penso (cogito), logo existo’”. 
Para ter essa intuição intelectual, René Descartes (filósofo francês do 
século XVI) desenvolveu uma metodologia científica, na qual abordou todos os 
próprios saberes a partir de um “ceticismo radical”; isto é, duvidando de 
absolutamente tudo que não fosse claro e distinto, buscando uma base sólida 
que servisse de apoio para tudo o mais. Para Danilo Marcondes (2004, p. 139-
150), “a dúvida visa, portanto, à certeza, sendo precisamente um critério para 
se testar a validade dessa certeza”. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
Esforçar-me-ei, não obstante [...] afastando-me de tudo em que possa imaginar a 
menor dúvida, tal como se eu soubesse que isto fosse absolutamente falso; e 
continuarei sempre nesse caminho até que tenha encontrado algo de certo ou, 
pelo menos, se não puder outra coisa, até que tenha aprendido certamente que 
não há nada de certo no mundo. (Descartes, 2011, p. 41) 
Assim, duvidou de suas intuições sensíveis/empíricas, ou seja, de seus 
sentidos, suas memórias e imaginação. Qualquer coisa que fosse dependente 
do próprio sujeito, em sua “psicologia” característica, não universalizável. 
Mesmo duvidando de tudo, algo permaneceu, “aquilo” de que duvidava: 
e aí reconheceu algo basilar, pois não há “gênio maligno” ou “Deus enganador” 
que possa fazer com que eu pense sem existir; em outras palavras, enquanto 
estou pensando, estou existindo. Nas palavras de Marcondes (2004, p. 139-
150), “até mesmo para duvidar é preciso que eu pense; logo, o pensamento é 
ele próprio imune à dúvida [e temos] assim, a primeira certeza, a verdade 
necessária do cogito”. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
É interessante como, a partir do autor que encarna em si o centro da 
filosofia moderna, podemos passar para o que faz o mesmo em relação à 
filosofia contemporânea: Edmund Husserl, um filósofo alemão do século XIX, 
que também teve uma intuição intelectual ao entender que toda a consciência 
é, sempre, “consciência de...” alguma coisa. 
É em geral da essência de todo cogito atual ser consciência de algo [e] uma vez 
que são consciência de algo, eles são ditos “intencionalmente referidos” a esse 
algo [...]. Na própria essência do vivido não está contido apenas que ele é 
consciência, mas também do que é consciência, e em que sentido determinado ou 
indeterminadoela o é. (Husserl, 2006, p. 89-90) 
Se prestarmos atenção, perceberemos que estamos sempre cientes, de 
um modo ou de outro, daquilo com o que nos relacionamos. Por exemplo, na 
sala de aula, independentemente de nossa ação – checando o Facebook ou 
anotando o conteúdo –, estamos em uma situação relacional (com o celular ou 
com a lousa), pois assim trabalha nossa consciência. 
 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
Façamos um exercício: imagine que você, na sala de aula, consegue 
“cortar” todas as relações. Não há mais celular ou lousa. Professor e alunos 
não estão mais aí. Mesmo a cadeira em que está sentado, o teto, as paredes e 
o chão. Cada coisa, uma por vez, vai sendo “cortada” até ficar apenas “você”. 
Mas como será? Se não há algo sobre o que ter consciência, como ser, apenas 
em si mesmo, uma consciência? Sem relação, com base em que posso 
entender a mim mesmo, ou o meu corpo, por exemplo? 
 Desse modo, percebemos que (“revendo” o cogito cartesiano) só 
existimos ao pensar, ou seja, eu sou uma “consciência” apenas se tenho 
consciência de alguém ou de algo. O próprio processo de “ser consciência” é 
dado pelo “ter consciência” de alguma coisa, sempre em relação a algo. Assim, 
responde-se à pergunta feita por Descartes (2011, p. 42), “sou de tal forma 
dependente do corpo e dos sentidos que não posso existir sem eles?”. Para os 
fenomenólogos, a resposta é “não!”. 
Ser é explodir para dentro do mundo, é partir de um nada de mundo e de 
consciência para subitamente explodir-como-consciência-no-mundo. Se a 
consciência tentar se reconstituir, coincidir enfim consigo mesma, então 
imediatamente [...] se aniquilará. Essa necessidade da consciência de existir como 
consciência de outra coisa que não ela mesma, Husserl a chama de 
“intencionalidade”. (Sartre, 2005, p. 56-57) 
 Além das intuições sensível/empírica e intelectual, temos também a 
emotiva, ou valorativa (porque, com base nela, damos valor às coisas). É a 
partir do valor que damos a algo, que somos tocados emocionalmente por ele. 
Em comparação, de acordo com Chauí (2000, p. 80), “a intuição intelectual 
capta a essência do objeto (o que ele é) e a intuição emotiva ou valorativa 
capta essa essência pelo que o objeto vale”. 
 Em todas as formas de pensamento, modos de conhecimento, há de se 
pensar na importância da linguagem: o próprio entendimento sobre as coisas 
tem relação com o “como” eu falo sobre elas. Analisando Chauí (2000, p. 67), 
entendemos que a linguagem é a manifestação da própria “humanidade”, de 
homens e mulheres. Indo um pouco além, é também a manifestação de dado 
período sociocultural e histórico: falamos sobre as coisas como as 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
entendemos, e também entendemos as coisas de acordo com o que é falado 
sobre elas. 
 Um caso simples, que exemplifica a relação, ocorre quando não 
conseguimos falar sobre algo que não entendemos muito bem (parece que nos 
falta vocabulário e, consequentemente, as ideias). Também há o “ato falho”, no 
qual falamos algo que não queríamos, mas que, ainda assim, pensamos, ou os 
termos preconceituosos que contêm em si modos negativos de entender os 
outros. 
 
Tema 4: Percepção e Imaginação 
A nossa relação com o que está a nossa volta é mais rica do que 
parece, tanto que podemos diferenciar as sensações das percepções pelo grau 
de complexidade. Para Marilena Chauí (2000, p. 151), “quando examinamos a 
sensação, notamos que ninguém diz que sente o quente, vê o azul e engole o 
amargo. Pelo contrário, dizemos que a água está quente, que o céu é azul e 
que o alimento está amargo”. 
 
 
 
Por meio dos exemplos dados pela própria autora, notamos que as 
sensações (que acontecem a partir de nossos sentidos) são menos complexas. 
Podemos sentir o quente ou o frio, o amargo ou o doce, ver uma cor ou outra. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
As sensações são sentidas isoladamente e, se estiverem juntas, formam as 
percepções. Mais importante, segundo Chauí (2000, p. 151), “só temos 
sensações sob a forma de percepções, isto é, de síntese de sensações”. 
A partir das sensações, formamos as percepções (que são mais 
complexas). Com base na teoria do conhecimento, podemos entender a própria 
percepção a partir de três teorias principais: a empirista, a racionalista e a 
fenomenológica. Cada uma entende, ao seu jeito, que nossa consciência se 
relaciona com os outros e as coisas, de acordo com Chauí (2000, p. 301), “por 
perfis ou perspectivas, como algo interminável, que nossos sentidos nunca 
podem apanhar de uma só vez e de modo total”. 
 
 
 
Ao lermos um livro, por exemplo, a percepção que temos dele é sempre 
parcial. Indiscutivelmente, só lemos uma página por vez; nossa relação com ele 
depende de nosso ponto de vista e, então, é relativa. Não conseguimos ver de 
uma só vez, por exemplo, todos os seus lados. 
No empirismo, a percepção (e, consequentemente, as sensações e os 
nossos cinco sentidos) é a base de qualquer forma de pensamento. É a única 
fonte de conhecimento; a origem, inclusive, das ideias abstratas. Nas palavras 
de Danilo Marcondes (2004, p. 139-150), empirismo “significa uma posição 
filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas 
afirmações”. 
E me é igualmente impossível formar a ideia abstrata de movimento diferente da 
de um corpo que se move e que não seja nem rápido nem lento, nem curvilíneo 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
nem retilíneo. E o mesmo poderia ser dito de todas as demais ideias gerais 
abstratas, quaisquer que sejam. [...] nego que possa abstrair algumas qualidades 
de outras, ou conceber separadamente as que não existem assim separadas, ou 
que possa formar uma noção geral mediante a abstração dos particulares. 
(Berkeley, 2010, p. 39-40) 
O termo significa um saber consequente da experiência, de sensações. 
A partir de então, para os empiristas, não podemos ter ideias inatas, ou um 
conhecimento anterior à experiência (ou, mesmo, independente dela). Alguns 
dos principais filósofos da teoria são: John Locke, George Berkeley e David 
Hume, para o qual, segundo Chauí (2000, p. 155-156), “todo conhecimento é 
percepção e [...] existe [sic] dois tipos de percepção: as impressões 
(sensações, emoções e paixões) e as ideias (imagens das impressões)”. A 
gente, a partir de então, só pode ter ideias com base em nossas impressões, 
por exemplo: só poderia pensar em fazer um livro, a partir do entendimento de 
muitas folhas juntas, formando as páginas. 
Já na teoria racionalista, ao contrário, a percepção não é considerada 
uma fonte segura para o conhecimento, pois, ao depender do sujeito (sendo 
subjetiva), é passível de falhas. Nas palavras de Chauí (2000, p. 155-156), a 
percepção “é considerada não muito confiável para o conhecimento porque 
depende das condições particulares de quem percebe e está propensa a 
ilusões”. Seria o oposto da teoria anterior, a empirista, pois considera que há 
uma verdade absoluta, que ela obedece às leis da lógica, e que é passível de 
ser apreendida apenas pelo exercício da razão. Seria como se já tivesse a 
ideia de um tipo ideal de “livro”, antes de realmente haver um livro, que seria 
apenas a sua encarnação. 
Para os intelectualistas, a sensação e a percepção dependem do sujeito do 
conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a 
sensação ou a percepção. Nesse caso, o sujeito é ativo e a coisa externa é 
passiva, ou seja, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade 
do sujeito para decompor um objeto em suas qualidades simples (a sensação) e 
de recompor o objeto como um todo, dando-lhe organização e interpretação (a 
percepção). A passagem da sensaçãopara a percepção é, neste caso, um ato 
realizado pelo intelecto do sujeito do conhecimento, que confere organização e 
sentido às sensações. Não haveria algo propriamente chamado percepção, mas 
sensações dispersas ou elementares; sua organização ou síntese seria feita pela 
inteligência e receberia o nome de percepção. (Chauí, 2000, p. 152) 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
 
 
Há ainda a teoria fenomenológica, para a qual, na prática, sensação e 
percepção são a mesma coisa, pois, em Chauí (2000, p. 152-153), “nunca 
temos sensações parciais [ou seja] sensações separadas de cada qualidade, 
que depois o espírito juntaria e organizaria como percepção de um único 
objeto. Sentimos e percebemos juntos, isto é, totalidades estruturadas”. Tendo 
como epicentro o filósofo alemão Edmund Husserl, o primeiro fenomenologista 
na filosofia contemporânea, entendemos que sua abordagem é uma tentativa 
de superar tanto o empirismo quanto o racionalismo. 
Basta perguntar ao empirista qual é a fonte de validez de suas teses gerais [...], 
para que ele se enrede em notório contrassenso. A experiência direta fornece 
apenas singularidades e não generalidades; ela, portanto, não basta [...]. A falta 
de clareza também reina, sem dúvida, no lado oposto. Aceita-se, é verdade, um 
pensar puro, um “pensar apriorista” e, com isso, rejeita-se a tese empirista, mas 
não se chega reflexivamente à consciência clara de que há algo como uma 
intuição pura, enquanto espécie de doação na qual as essências são dadas como 
objetos. (Husserl, 2006, p. 63-65) 
Para ele, a superação da dicotomia entre sujeito e objeto (uma das 
dificuldades inerentes à filosofia moderna, consequente do cogito cartesiano) é 
superada a partir da ideia da intencionalidade, na qual a consciência é sempre 
“consciência de...”, quer dizer, a consciência do sujeito (e, então, o próprio 
sujeito) é feita sempre por meio da relação com os objetos. Não há mais, 
assim, “dentro” (o sujeito) e “fora” (os objetos), pois tanto o sujeito se dá na 
própria relação com os objetos, quanto eles só se dão por meio da “intenção” 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD
 
dele. Para os fenomenologistas, de acordo com Chauí (2000, p. 302), a 
consciência é “puro ato [...] é sempre consciência de. O ser ou essência da 
consciência é o de ser sempre consciência de, a que Husserl dá o nome de 
intencionalidade. A consciência é um ato intencional e sua essência é a 
intencionalidade”. 
Como dito anteriormente, ao percebermos as coisas, apenas temos uma 
parte delas; no exemplo do livro, não conseguimos ver todos os seus lados de 
uma só vez. A relação com o que está em nosso entorno é sempre limitada 
pelos nossos sentidos, os quais são inerentemente parciais e falhos. Nas 
palavras de Chauí (2000, p. 168), “observar é jamais ter uma coisa, pessoa ou 
situação de uma só vez por inteiro [já] a imaginação, ao contrário, não observa 
o objeto: cada imagem põe o objeto por inteiro”. Ou seja, como para imaginar 
não dependemos de nossos sentidos, em nossa imaginação, os objetos são 
“observados” por inteiro, sem limitação. 
Há muitos tipos de imaginação, sendo algumas delas: reprodutora, 
evocadora, irrealizadora, fabulosa e criadora. Na imaginação reprodutora, 
nossas imagens mentais são feitas a partir de nossas sensações-percepções e 
memórias; já a evocadora, para Chauí (2000, p. 170), “presentifica o ausente 
por meio de imagens com forte tonalidade afetiva [ao passo que a irrealizadora] 
torna ausente o presente e nos coloca vivendo numa outra realidade que é só 
nossa, como no sonho”. Pensando em exemplos, a gente entende melhor cada 
uma delas: na primeira, imaginamos a partir de nossas sensações-percepções 
e memórias, por exemplo quando está frio e imaginamos como seria bom 
beber uma xícara de café com leite bem quentinho. 
Já a segunda é quando nos lembramos de alguém que não 
encontramos há muito tempo, sentimos saudades e imaginamos como seria 
um reencontro; já para a terceira, podemos pensar no exemplo dado pela 
própria autora, no sonho, ou mesmo em alucinações. 
 
 
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A imaginação fabulosa (ou “religiosa”) é, ao contrário das anteriores, de 
caráter social, feita coletivamente; nela, uma sociedade cria sua “origem” a 
partir de uma dada mitologia, a qual embasa o seu presente e projeta um futuro 
idealizado. Por fim, temos a imaginação criadora, que integra todas as demais, 
já que, nas palavras de Chauí (2000, p. 170), “pede auxílio à percepção, à 
memória, às ideias existentes, à imaginação reprodutora e evocadora para 
cumprir-se como criação ou invenção”; é partir dela que inventamos coisas, nas 
artes e na ciência, com base em elementos afetivos, intelectuais e culturais. 
 
 
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Tema 5: Consciência e Conhecimento 
O modo como o sujeito é entendido pela filosofia depende da época; é 
consequência da sociedade e da cultura, assim como dos preceitos científicos 
elaborados por aqueles que têm autoridade reconhecida para tanto. A partir da 
modernidade, entendida aqui como tendo se desenvolvido principalmente do 
século XVII a meados do século XVIII, surge o interesse científico pelo “sujeito 
do conhecimento”. 
Em vez de tentar entender Deus ou a natureza, o foco é o entendimento 
da própria humanidade, assim como de sua capacidade de conhecer e 
demonstrar a verdade absoluta. Nas palavras de Chauí (2000, p. 55-56), é a 
“volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer a sua capacidade de 
conhecer. O ponto de partida é o sujeito do conhecimento como consciência de 
si reflexiva, isto é, como consciência que conhece sua capacidade de 
conhecer”. 
 
 
 
Um exemplo é o método que induziu ao cogito cartesiano, no qual o 
sujeito questiona a si mesmo, suas sensações-percepções, memórias e 
imaginação. A partir de então, surge um segundo questionamento: como o 
sujeito, enquanto consciência imaterial, pode conhecer os objetos materiais? 
Como o que está dentro de nós se relaciona com o que está lá fora? A ideia 
que dá conta da questão é a da representação; que funcionaria como uma 
 
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“ponte” entre o dentro e o fora, ou mesmo uma fotografia que transforma o 
tridimensional em uma imagem bidimensional e, então, passível de ser 
escaneada e armazenada como arquivo digital. 
Para os modernos, as coisas exteriores [...] podem ser conhecidas desde que 
sejam consideradas representações, ou seja, ideias ou conceitos formulados pelo 
sujeito do conhecimento. Isso significa, por um lado, que tudo o que pode ser 
conhecido deve poder ser transformado num conceito ou numa ideia clara e 
distinta, demonstrável e necessária, formulada pelo intelecto. (Chauí, 2000, p. 55-
56) 
 Para ser formulada e demonstrada pelo intelecto, a exterioridade (tudo 
aquilo “fora de nós”) deve ter uma inteligibilidade própria, ou seja, uma lógica 
interna que obedeça aos parâmetros da racionalidade; resumindo, tanto o 
sujeito conhece o exterior por meio da razão e das representações, quanto o 
exterior é, em si mesmo, racional e passível de ser conhecido pelo sujeito. 
Além do exterior, o “sujeito do conhecimento” também pode conhecer a si 
mesmo, sua interioridade. Nas palavras de Chauí (2000, p. 55-56), “existe 
também a convicção de que a razão humana é capaz de conhecer a origem, as 
causas e os efeitos das paixões e das emoções e, pela vontade oriunda pelo 
intelecto, é capaz de governa-las e dominá-las”. 
 
 
 
 Tal convicção foi, porém, posta em dúvida por dois pesquisadores 
importantes: Karl Marx e Sigmund Freud. O primeiro, filósofo alemão, explicitou 
a limitação da razão humana diante das coerções sociais (externas), emPró-reitoria de EaD e CCDD
 
específico as que se dão por meio da ideologia; já o segundo, psicanalista 
austríaco, fez o mesmo, porém em relação às “coerções individuais” (internas), 
dadas pelo inconsciente (internas). 
Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa 
própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de acordo com 
nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um poder invisível 
que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder - que é 
social - ele deu o nome de ideologia. Freud, por sua vez, mostrou que os seres 
humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam, 
tudo quanto dizem ou calam estaria sob o controle de nossa consciência porque 
desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder - que é psíquico 
e social - que atua sobre nossa consciência sem que ela o saiba. A esse poder 
que domina e controla invisível e profundamente nossa vida consciente, ele deu o 
nome de inconsciente. (Chauí, 2000, p. 63) 
A partir do desenvolvimento de Freud, entendemos que a razão não é 
unitária e, consequentemente, o sujeito não tem total conhecimento ou controle 
sobre si mesmo. Nossa consciência, ou aparelho psíquico segundo ele, tem 
pelo menos três partes: o id, o ego e o superego. 
A divisão do psíquico em o que é consciente e o que é inconsciente constitui a 
premissa fundamental da psicanálise, e somente ela torna possível a esta 
compreender os processos patológicos da vida mental, que são tão comuns 
quanto importantes, e encontrar lugar para eles na estrutura da ciência. (Freud, 
1927) 
O id se refere aos nossos instintos mais básicos, como a libido, que está 
sempre em busca do prazer e em processo de negação da dor; o ego seria a 
parte da consciência da qual estamos conscientes, a nossa parte racional; e, 
por fim, o superego é a imposição de significados e valores – socioculturais – 
vigentes em determinada época. 
Examinaremos agora o indivíduo como um id psíquico, desconhecido e 
inconsciente, sobre cuja superfície repousa o ego, desenvolvido a partir de seu 
núcleo [...]. Se fizermos um esforço para representar isso pictoricamente, 
podemos acrescentar que o ego não envolve completamente o id [...]. O ego não 
se acha nitidamente separado do id; sua parte inferior funde-se com ele. Mas o 
reprimido também se funde com o id, e é simplesmente uma parte dele. Ele só se 
destaca nitidamente do ego pelas resistências da repressão, e pode comunicar-se 
com o ego através do id. (Freud, 1927) 
De acordo com Chauí (2000, p. 76), a noção de inconsciente “revelou 
que a razão é muito menos poderosa do que a Filosofia imaginava, pois nossa 
consciência é, em grande parte, dirigida e controlada por forças profundas e 
 
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desconhecidas que permanecem inconscientes e jamais se tornaram 
plenamente conscientes e racionais”. 
Esta é uma diferença importante entre o inconsciente e o subconsciente: 
o primeiro não se torna consciente, ao passo que o segundo sim; inclusive, 
tanto como “consciência passiva” (uma percepção rasa de nós mesmos, ou do 
que está em nosso entorno), quanto como “consciência vivida não reflexiva”, 
que, segundo Chauí (2000, p. 149-150), é “aquela que reconhece a diferença 
entre o interior e o exterior, entre o si e os outros, entre si e as coisas [e que] 
permite a existência da consciência em suas quatro modalidade, isto é, eu, 
pessoa, cidadão e sujeito”. 
 
Síntese 
Nesta aula, vimos quais são os principais conceitos e fundamentos 
teóricos do campo da teoria do conhecimento. Estudamos o processo de 
produção do conhecimento científico e as relações entre o conhecimento 
produzido pela experiência e pela racionalidade. Da mesma forma, refletimos 
sobre o pensamento consciente e inconsciente e as muitas formas como 
percebemos o mundo e construímos nossas experiências. 
 
Referências 
 
BERKELEY, G. Obras filosóficas. São Paulo: UNESP, 2010. 
 
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. 
 
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: 
Cortez, 2008. 
 
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 
2011. 
 
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FREUD, S. O Ego e o Id. Londres: Hogarth Press; Instituto de Psicanálise, 
1927. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008. 
 
HUSSERL, E. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia 
fenomenológica – introdução geral à fenomenologia pura. Aparecida: 
Ideias & Letras, 2006. 
 
LAKATOS, E.; MARCONI, M. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991. 
 
MARCONDES, D. Iniciação à história da Filosofia: dos pré-socráticos à 
Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 
 
SARTRE, J. P. Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl – a 
intencionalidade. In: Situações I. São Paulo: Cosac Naif, 2005.

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