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PEDAGOGIA EMPRESARIAL O EXERCICIO DA PEDAGOGIA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS SANTOS FLORENCIO OLIVEIRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: O EXERCÍCIO DA PEDAGOGIA NO 
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS
Luciana Barbosa Santos¹
Viviane Carneiro Florêncio²
Ana Cristina S. Baptistella de Oliveira³
RESUMO
Este estudo tem a intenção de analisar a atuação e importância do Pedagogo 
no espaço empresarial. Desta forma, faz-se necessário identificar as funções e 
atividades que são exercidas pelo pedagogo nesta área, verificando as 
dificuldades encontradas na execução do trabalho e analisando a contribuição 
que os Pedagogos podem apresentar para a formação e desempenho 
profissional. A pesquisa de campo foi realizada a partir de observações e 
acompanhamento do trabalho que um pedagogo desempenha no espaço 
extra-escolar. A realização desta pesquisa é um estudo de caso do 
planejamento á avaliação de treinamento produzido pelo olhar de um 
Pedagogo.
PALAVRAS-CHAVE: Curso de Pedagogia, Gestão de Pessoas e Pedagogia 
Empresarial.
1
INTRODUÇÃO
1Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE lucianabsantos27@hotmail.com
² Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE vianne_pe@hotmail.com
³ Porfª. Drª. Do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional 
acbaptistella@terra.com.br
Durante a nossa formação como pedagogas, o curso esteve voltado, 
essencialmente, à docência. O interesse por este foco surgiu a partir da 
percepção que encontramos trabalhando a disciplina de Recursos Humanos, a 
qual nos proporcionou uma visão diversificada da área de atuação do 
pedagogo. Diante disso, percebemos um fator que nos mostrou essa realidade,
a fim de apresentar as contribuições que o pedagogo pode trazer para as 
atividades do setor empresarial. Contudo, passamos a direcionar nossos 
olhares e pensamentos as várias possibilidades de estudos a serem 
realizados, dentre eles no setor de treinamento.
O pedagogo deve ser formado para atuar em diferentes áreas, além da 
docência, é preciso compreender como ocorre fora do espaço escolar à 
construção do saber. A pedagogia contribui para o desenvolvimento das 
atividades do setor de treinamento, à medida que ocorre no mundo um 
processo de globalização, passa a ser evidente a crescente busca por uma 
intervenção pedagógica no segmento empresarial. Conforme aponta Libâneo, 
(2005):
A educação, enquanto atividade intencionalizada, é uma prática 
cunhada como influencia do meio social sobre o desenvolvimento 
dos indivíduos na sua relação ativa com o meio natural e social, 
tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade humana 
para torná-la mais rica, mais produtiva, mais eficaz, diante das 
tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações 
sociais. (p.82)
Desta forma, dentro de um contexto educacional, social e histórico, no 
qual o modelo de educação seguido não se enquadra apenas em espaço 
escolar, demanda um novo perfil de ser humano com habilidades e 
potencialidades, as quais passam a ser consideradas dentro do processo de 
aquisição do saber.
Visando a propagação da construção do conhecimento, a partir da 
interação pedagógica junto a outros profissionais da área de Gestão de 
Pessoas. O pedagogo passa por mudanças para atender novas necessidades 
2
do indivíduo no processo contínuo de busca de seus valores como cidadão e 
profissional. Desta forma a Educação cumpre com seu objetivo qual é 
contribuir para o desenvolvimento integral do individuo. 
O desafio maior é promover um novo paradigma que atenda as 
especificidades sociais do ser humano na construção da humanização. 
Segundo Ávila citando Betini, (2002, p.42), em cada período histórico ocorre 
uma quebra de paradigma de acordo com a necessidade do contexto 
educacional.
A partir do momento que a empresa amplia seu espaço para a atuação 
do pedagogo, seu cenário passa a ser pautado pela busca da informação, o 
termo Gestão do Conhecimento passa a ser utilizado para sintetizar a mudança 
ocorrida no setor de Recursos Humanos, o qual, a cada novo paradigma se 
reinventa visto que, é o reflexo da sociedade contemporânea na qual o 
conhecimento é a peça chave para criação de estratégias transformadoras. 
Partindo desse pressuposto lançamos um olhar reflexivo para a questão de 
como ocorre à articulação entre pedagogo, intervenções pedagógicas e 
indivíduos dentro da empresa. 
Ao analisar a atuação e importância de um pedagogo dentro da 
empresa, podemos perceber a finalidade de haver uma abertura de discussão 
a cerca da contribuição social do pedagogo mesmo que atuando no espaço 
não escolar. Visto que, o pedagogo será um professor onde quer que 
desenvolva atividades pautadas no pedagógico. Mas nem todo profissional, o 
qual repassa informações em um treinamento pode ser chamado de professor 
como diz Libâneo “pedagogia é a Ciência da Educação” (1996). Sendo assim, 
o pedagogo deve fazer-se presente em outros espaços desenvolvendo 
didaticamente habilidades e competências no indivíduo contribuindo para seu 
crescimento. Cabe a nós percebermos como ocorre essa contribuição do 
pedagogo, segundo suas ações. 
Além desses fatores é relevante identificar quais atividades 
desenvolvidas por um pedagogo na empresa, visam uma maior compreensão 
do papel pedagógico deste profissional. Diante das transformações as quais 
ocorrem no ambiente organizacional, criando espaços para sua prática, 
3
descrevemos o treinamento desde as etapas do planejamento até a avaliação 
final, demonstrando a dimensão do campo de atuação do pedagogo e a 
importância da sua contribuição na construção do conhecimento.
CURSO DE PEDAGOGIA: FORMAÇÃO DOCENTE?
A formação de professores no Brasil através da tradição de que “o 
pedagogo é alguém que ensina algo” (LIBÂNEO, 2006, p.62), teria se 
estabelecido a partir da década de 1930, com a influência dos precursores da 
Escola Nova. O curso de Pedagogia se apresenta como formador de docentes 
para atuar na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental (1ª 
à 4ª série), desta forma nos leva a compreender que a educação nos remete a 
pensar na alfabetização de criança, jovens e adultos. 
 Ocorre uma dinamização da Pedagogia e na formação de professores, 
já que estamos afirmando dois fatos distintos, pois “... todo professor é um 
pedagogo, mas nem todo pedagogo é um professor” (LIBÂNEO, 2006, p.61).
O pedagogo é um profissional da educação cuja área de atuação está 
se ampliando, na medida em que o mercado de trabalho necessita da 
colaboração do pedagogo em ambientes não escolares. Brandão (1981, p.13) 
afirma que, a educação acontece em diversos lugares e não apenas em 
ambientes escolares, podendo ocorrer em organizações sociais na transmissão 
do conhecimento de uma geração a outra. 
A propagação do campo educativo ocorre em diversos locais entre eles: 
família, trabalho, rua, política, meio de comunicação, por isso, se refere a um 
enorme grupo de outras práticas educativas.
Tudo isso nos leva a refletir o quanto o Curso de Pedagogia em algumas 
instituições de ensino oferece uma formação restrita à docência, tornando a 
área pedagógica voltada apenas para sala de aula, quando existem outras 
áreas de atuação para esse profissional. Libâneo em “Pedagogia e Pedagogos: 
Caminhos e Perspectivas”, diz que:
Pedagogia é, antes de tudo, um campo científico, não um curso. O 
4
Curso quelhe corresponde é o que forma o investigador da 
educação e o profissional que realiza tarefas educativas seja ele 
docente ou não diretamente docente. “Somente faz sentido um curso 
de Pedagogia pelo fato de existir um campo investigativo – o da 
Pedagogia – cuja natureza constitutiva é a teoria e a prática da 
educação ou a teoria e a prática da formação humana.” (p.60).
Diante disso, verificamos que o Curso de Pedagogia forma o profissional 
de educação que atua na formação humana. A educação abrange a 
metodologia, didática e competências que intercedem no progresso humano e 
na sua formação ativa com o meio natural e social, num delimitado contexto de 
relações sociais (LIBÂNEO, 2006).
Através do Curso de Pedagogia adquirimos conhecimentos e 
capacidade para conhecer melhor os indivíduos; desta forma, o pedagogo 
torna-se facilitador do processo de formação do profissional dentro da 
empresa, capaz de demarcar o perfil de uma pessoa em pouco tempo, Ribeiro 
(2005, p. 60) destaca que: “A pedagogia empresarial se ocupa basicamente 
com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes 
diagnosticados como indispensáveis / necessários à melhoria da 
produtividade”.
QUAIS AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO?
O pedagogo é o profissional, o qual suas práticas educativas ampliam 
suas áreas de atuação diversificada, a partir da contribuição metodológica em 
outros campos sem ser a escola. Diante disso, quais são as áreas que o 
pedagogo contribui com a sua experiência?
As atuações pedagógicas não se encontram apenas na instituição 
escolar, o surgimento de outros campos de atuação amplia a realidade do 
trabalho e aprendizagem, uma diversidade de práticas educativas na busca 
pelo conhecimento apresenta o profissional da educação como agente de 
transformação da sociedade, com a capacidade de atuar em vários em vários 
campos, entre eles: formadores, animadores, atividades ligadas às empresas, 
à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social, consultores, 
5
técnicos, orientadores, meios de comunicação, movimentos sociais, ONGS, 
editoras e outras.
Conforme aponta Nichetti, (2006):
Mas, qual profissional poderia desenvolver atividades educativas nas 
empresas? Partindo do princípio que o pedagogo é o profissional da 
educação que reúne as qualidades necessárias para atuar em 
empresas, como ainda é assunto novo e uma nova área a ser 
explorada, é importante que se desenvolvam estudos relativos ao 
tema para tornar claro aos profissionais de educação de que forma 
poderá atuar nas empresas, quais os caminhos a seguir. (p. 1)
 As atividades pedagógicas desenvolvidas no meio extra-escolar são 
muito vastas, mas não contemplam a preparação de todos os profissionais 
mencionados, pois há profissionais que são pedagogos capacitados através de 
cursos de especialização ou, por exemplo, curso de extensão. Ocorrem da 
mesma forma na formação dos educadores sociais que atuam em áreas 
privadas e sociais. 
AS TRANSFORMAÇÕES DO SETOR DE TREINAMENTO
O mercado de trabalho vem passando pelo processo de reconstrução 
produtiva, de forma a causar transformações no que diz respeito à formação 
profissional nas empresas. Tornou-se necessário a presença do pedagogo no 
novo cenário organizacional brasileiro. 
A transformação comportamental resultante da busca do conhecimento 
gerando progresso do desempenho na produção o qual é visto como o objetivo 
pedagógico empresarial. 
Antes, as empresas estavam fazendo transformações no processo 
educativo em torno do treinamento, o que acarretou em mudanças neste 
processo. Como afirma Ávila citando Bonfim (2005), bastando apenas para o 
operário aprender a executar algumas ações já que o trabalho era 
padronizado. Toda evolução relacionada ao treinamento, mesmo de maneira 
lenta, se mostra como um meio para conquistar o resultado que as 
6
organizações desejam atingir, beneficiando as técnicas da produção e 
elevando os resultados.
 O treinamento nas empresas, partindo de uma visão tecnicista, nos 
mostram que as experiências educativas permaneciam fixadas na concepção 
tradicional, pertencendo ao transmissor à realização do ensino, e ao 
funcionário assimilar a execução com agilidade e aptidão à atividade a ele 
indicada. 
Nesta perspectiva, LOPES (2005, p.46), afirma que (...) os setores 
pecam no quesito pragmático já que entre os conteúdos em sala de aula 
sortiram lacunas referentes ao conhecimento da prática do dia a dia do 
professor, culminando com “receitas prontas” pouco úteis para aprendizado.
.Existe uma relação próxima entre a Educação e o Trabalho, que 
estabelece habilidades e competências as quais possibilitam o crescimento do 
profissional em sua área de atuação, desta forma facilitando o desenvolvimento 
tanto econômico como pessoal do individuo. 
O modelo empresarial influenciou de forma extensa os domínios da 
Escola, pois a Escola abriu as portas para a aplicação deste modelo.
O surgimento das escolas profissionalizantes para beneficiar o aparelho 
produtivo das organizações, com destaque para as fábricas ocasionou uma 
postura dominante em relação à Escola influenciando na formação profissional 
dos indivíduos, pois desta maneira facilitaria para as empresas o processo de 
treinamento.
O empregado passa a ser visto e tratado apenas como uma fonte de 
mão de obra que contribui para o lucro da empresa. 
A partir de 1970, surgem modificações no cenário empresarial quanto ao 
modo de ver o individuo. Segundo ÁVILA citando MALVEZZI (2005), com um 
recurso humano que necessita de investimentos em capacitações, as quais 
não levavam o individuo a refletir sobre suas ações, mas apenas na execução 
de tarefas bem realizadas, pois se acreditava que assim ocorreria o 
crescimento da produção. 
O treinamento empresarial ainda não oferecia assessoria pedagógica a 
seus funcionários, mas como os responsáveis pela administração das 
7
empresas desconheciam os métodos de aprendizagem, foram solicitadas as 
ciências comportamentais o oferecimento de dados confiáveis a respeito das 
situações e recursos de aprendizagens.
As técnicas de assimilação das atividades necessárias a cada função 
disponibilizada nas organizações foram estimuladas por estudos da Psicologia. 
Os treinamentos ministrados pelos especialistas de RH, resumiam-se em 
realização de atividades mecânicas, isto é, um processo utilizando a 
velocidade da transmissão das informações, e assim conquistar o desempenho 
que foi delimitado no planejamento.
Baseadas no texto de Pedagogia Empresarial (2006): 
(...) o empresário adota em relação aos seus funcionários, uma 
atitude de cobrança de resultados para assegurar o crescimento e a 
manutenção de seu negócio no mercado. Ele ainda não despertou 
para a necessidade de implantar mudanças profundas na maneira 
como se relaciona com os Recursos Humanos disponíveis em sua 
empresa; somente se preocupa em aumentar a produção e investir 
em aumentar a produção e investir em sua maior produtividade que 
são seus colaboradores. (LOPES, 2006, P.37)
Desta forma, o homem era visto como uma ferramenta de trabalho (meio de 
produção), em que não havia possibilidade para o estimulo de idéias, 
criatividade e nem a apropriação delas, para o surgimento de bases nas 
relações trabalhistas.
As empresas encontraram a competitividade como uma nova estratégia 
para garantir o avançoda expansão das produções internas e inserir sua 
permanência no mercado internacional.
O trabalhador é cobrado por um novo modelo profissional voltado para 
uma formação polivalente. É necessário esse trabalhador incluir as antigas e 
novas habilidades a serem empregadas nas atividades desempenhadas nas 
funções de cada funcionário.
Antigamente, o que estava em destaque era a obtenção de habilidades 
exclusivamente técnicas, mas ocorreram transformações no discurso e na 
prática, o que interferiu de maneira positiva nas mudanças do trabalhador, pois 
a partir desse momento enfatizam a valorização da criatividade, competência, 
8
subjetividade, o trabalho em grupo e capacidade de comunicar-se. Nas 
empresas, como diz ÁVILA, (2005):
Se antes a lógica predominante era a especialização, centralização 
e autocracia, agora transferem a formação global, descentralização e 
democracia. Se antes, a formação deveria levar o profissional a 
“aprender a fazer” e “aprender a aprender”, agora, o importante passa 
a ser o “aprender a pensar”, pois uma mente pensante é capaz de 
aprender e também fazer. Desta forma vai se modelando a 
construção do novo discurso pedagógico. (p. 48)
As mudanças do novo modelo trabalhista só poderiam ser implantadas 
por meio de transformações no sistema educacional. As organizações partem 
para o investimento da formação do capital humano, desta forma, criando 
estratégias para a permanência do desenvolvimento e investimento no 
diferencial do mercado: o capital intelectual. Hoje, a maioria das empresas 
líderes da economia mundial investem em capital humano.
Em uma perspectiva de mudança e viabilizando uma expansão para o 
crescimento das elaborações de programas de treinamentos para todos os 
funcionários surge a presença do pedagogo nas empresas, contribuindo com 
um processo de aprendizagem para a construção do conhecimento do 
funcionário. 
A atuação do Pedagogo nas empresas acontece há vários anos e no 
momento atual tem causado discussões em relação ao assunto, 
essencialmente porque com a globalização ocorreram mudanças no perfil 
deste profissional.
O papel do pedagogo voltou-se para a área de treinamento, pois 
realizava o levantamento das necessidades de treinamento, planejava, 
ministrava, avaliava e ainda dirigia alguns processos de escolarização que 
aconteciam no interior das empresas. Tinha, também, deferir as necessidades 
e conveniência das organizações.
A partir da década de noventa, com o novo processo de produção o 
pedagogo passou a ser requisitado nas empresas, porque a globalização 
permite que o individue tenha acesso ao maior número de informações, as 
quais proporcionam a obtenção do conhecimento. 
9
Hoje as empresas buscam mais que mãos de obra, procuram pessoas 
as quais desenvolvam seu potencial crítico social à medida que atuam no 
mercado de trabalho, Toffler afirma que as pessoas na organização devem ser 
capazes de fazer julgamentos e tomar decisões em vez de executar 
mecanicamente ordens transmitidas de cima para baixo (TOFFLER apud 
AGNALDO, 1999, p. 98). 
O PAPEL HUMANIZADOR DO PEDAGOGO
A Pedagogia forma indivíduos para a vida e se preocupa com um 
desenvolvimento completo, crítico, de seres pensantes, com idéias capazes de 
serem percebidas e transformadas favorecendo o crescimento social e 
profissional. 
No sentido de humanizar práticas pedagógicas voltadas para a 
capacitação, à postura do pedagogo deve ser direcionada às dificuldades do 
indivíduo e não apenas para técnicas mecanicistas. 
A construção do conhecimento não se reduz ao ambiente de trabalho, 
tendo reflexo nas atitudes sociais do indivíduo, na família, na comunidade, uma 
vez que o homem é um ser social. 
Através da convivência com outros indivíduos, ensinamos e 
aprendemos. Assim, é o pedagogo que possua em sua essência o 
compromisso em mediar à construção do conhecimento. 
Dentro dos padrões pessoais, o ser humano, ao interagir com outros, 
modifica seu modo de pensar e agir, logo os conceitos os quais trás consigo, e 
assimilação de novas vivencias proporcionando ao individuo uma 
ressignificação de valores sociais. 
O pedagogo participa desta ressignificação à medida que humaniza as 
relações dentro da instituição, utilizando o treinamento não só para 
aperfeiçoamento profissional dos seus participantes.
Entre as diversas funções do pedagogo na área de Gestão de Pessoas 
ocorre a preocupação de integrar o novo funcionário a organização, 
estimulando um plano de carreira; participando da orientação pedagógica e 
10
avaliação de desempenho; capacitando o indivíduo a exercer com maior 
eficácia suas atribuições e proporcionando a oportunidade de desenvolvimento 
pessoal e crítico. 
O ser humano ao interagir com outros, constroem valores os quais são 
adquiridos à medida que convivem entre si. O pedagogo coloca-se como 
mediador do processo educacional, com o objetivo de desenvolver 
competências e habilidades. 
Por meio dos resultados e respostas adquiridas do pedagogo será 
possível ter o conhecimento, se o seu trabalho o qual está produzindo o efeito 
desejado e verificar possíveis transformações de estratégia, de metodologia e 
de maneiras novas de ensinar e aprender.
“O curso de pedagogia deve formar o pedagogo Stricto sensu, isto é 
um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos 
para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não – 
formal e informal decorrentes de novas realidades - novas 
tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer 
mudanças nos ritmos de vida, presença nos meios de comunicação e 
informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentável [...] 
nas empresas”. (LIBÂNEO 2005, p.38; 39).
METODOLOGIA
Para as observações de campo, foi selecionada a Coca-Cola Refrescos 
Guararapes, uma empresa privada da cidade do Jaboatão dos Guararapes, 
localizada no bairro de Prazeres que disponibiliza de um Centro de 
Desenvolvimento de Negócio: espaço destinado a treinamentos.
Esta empresa foi proposta por oferecer uma estrutura pedagógica a qual 
oferece condições satisfatórias para a realização da nossa pesquisa, a qual 
envolva desde o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação de um 
treinamento e como o campo de atuação de um pedagogo ao longo desse 
processo.
Escolhido como campo de atuação apenas uma empresa, este trabalho 
é apresentado como um estudo de caso cuja preocupação central em 
planejamento, execução e a avaliação do treinamento em uma empresa. De 
11
acordo com Gil (2002), estudo de caso consiste no estudo profundo e 
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e 
detalhado conhecimento.
Realizamos o acompanhamento da atuação de um pedagogo em 
processo de desenvolvimento e aplicação de treinamento de funcionário, 
através da área de Gestão de Pessoas.
Realizamos pesquisa bibliográfica consultando autores e seus conceitos 
como Gil (1994), Libâneo (2006), Ávila (2004) e Chiavenato (1999). 
A técnica de registros de dados foi a entrevista por acreditar que se trata 
de uma estratégia que permite uma maior possibilidade de compreensão dos 
assuntos apresentados a entrevistada. A entrevista foi gravada e depois 
transcrita. Os dados foram coletados através de dez visitas presenciais à 
empresa.
A abordagem utilizada foi à qualitativa, por entendermosque desta 
forma enriqueceu nossa pesquisa. 
“A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do 
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo 
investigado, via de regra através de trabalho intensivo de campo.”
(LUDK E ANDRE apud OLIVEIRA, 1994, P. 56). 
A abordagem qualitativa foi a mais adequada ao desenvolvimento de 
nossa pesquisa por permitir que o investigador esteja envolvido, e tenha 
acesso ao campo e contato com o objeto de estudo. Desta forma, tornaram-se 
possível o uso de procedimentos como observações, e gravações de 
entrevistas, meios os quais alcançamos os dados que contribuíram para nossa 
pesquisa. 
Utilizamos observações das quais foram realizadas sem nenhum caráter 
interventivo, sob a supervisão da Pedagoga e analista sênior, com a finalidade 
de descrever, analisar procedimentos adotados nos treinamentos para nossas 
análises. 
Portanto, o caminho escolhido privilegiou uma abordagem qualitativa, já 
que o foco do interesse é saber a importância do pedagogo no ambiente 
empresarial.
12
ANÁLISE DOS DADOS
A partir das pesquisas realizadas através das observações, leituras e 
entrevistas fizeram uma análise dos pontos que se destacaram para atingirmos 
nossos objetivos que constam no conhecimento da atuação e a importância do 
pedagogo em uma empresa privada, mais especificamente na área de Gestão 
de Pessoas.
Diante disso, realizamos, a princípio, uma breve apresentação da 
empresa a qual pesquisamos, em seguida, uma análise da entrevista realizada 
a pedagoga da empresa referente ao exercício da pedagogia no processo de 
construção e gestão do conhecimento. 
A EMPRESA PESQUISADA
A organização a ser acompanhada atua no segmento de alimentos, 
especificamente bebidas, no Estado de Pernambuco. 
O ambiente de trabalho da profissional é amplo, com recursos 
tecnológicos, as reuniões do setor são realizadas na própria sala, um local 
exclusivo para a realização dos treinamentos entre outros.
No Centro de Desenvolvimento de Negócio apresenta um auditório para 
exercer as atividades relacionadas ao treinamento dos funcionários, dispondo 
de uma área que contribui para a visualização prática dos produtos utilizados 
nos treinamentos.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR UM PEDAGOGO NA EMPRESA
Na empresa pesquisada a pedagoga entrevistada é formada em 
Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), tendo 
trabalhado algum tempo como professora de escolas antes de ingressar na 
área empresarial. Fez ainda, vários cursos extras: Teologia, Oratória, 
Montessori e o Curso de Paulo Freire.
13
Diante das informações sobre a formação da pedagoga perguntamos 
sobre a função exercida no setor de RH, a fim de adquirirmos informações que 
proporcionasse conhecer melhor a atuação do pedagogo empresarial. Desta 
maneira, a entrevistada declara atuar como Supervisora Analista de 
Desenvolvimento de Mercado Sênior, afirma que suas funções estão atribuídas 
ao Centro de Desenvolvimento de Negócio (CDN) com dois pilares: uma para o 
atendimento de cliente externo e outro ao atendimento do cliente interno, onde 
coordena esses dois centros.
Através da entrevista realizada, identificamos em suas funções o 
exercício de diversas atividades, dentro do setor de Gestão de Pessoas que se 
expandem e alcançam todos os setores da Companhia. Como afirma a 
Pedagoga:
“(...) eu coordeno esses dois centros, um desenvolvendo 
treinamentos especificamente e ministrando e outro diretamente só 
coordenando a equipe que trabalha desenvolvendo esses 
treinamentos.”
A pedagoga nos mostrou nas suas respostas que trabalha coordenando 
a equipe a qual faz parte, utiliza a observação para tirar suas conclusões para 
interferir no andamento das decisões a serem tomadas e contribuindo de 
maneira a estimular o desempenho da equipe, e assim, alcançar ao objetivo 
tanto da empresa como o de cada membro de equipe. 
Nas observações realizadas na atuação da pedagoga constatamos a 
existência de fatores que vão além das suas habilidades e competências, 
ampliando sua atuação profissional para o trabalho em equipe, colaboração e 
decisões coletivas.
Em uma de nossas visitas à empresa acompanhamos a reunião de 
fechamento do mês, ou seja, todo final do mês é realizado um encontro com 
profissionais de outros estados do nordeste para a troca de informações e 
integração dos setores. Diante disso, presenciamos a criação de uma 
estratégia para ser implantada nos próximos treinamentos, a utilização do 
lúdico no ambiente empresarial: o surgimento de um jogo. As atividades eram 
divididas, cada colaborador era responsável por uma atividade e a pedagoga 
14
exercia a função de coordenadora, com o objetivo de chegar a um resultado 
coletivo.
A equipe é composta por profissionais com formação em: Psicologia, 
Administração de Empresas, Publicidade e Pedagogia. A líder do setor é uma 
psicóloga, mas na sua ausência quem responde pelo setor é a pedagoga. 
O desenvolvimento do treinamento também faz parte da rotina das 
atividades que um pedagogo desempenha, o inicio do treinamento se dá pelo 
seu planejamento, um processo minucioso que requer habilidades para 
adequar metodologias e conteúdos a serem enfatizadas de acordo com o 
público o qual será atingido. Depois, o pedagogo ministra o treinamento 
utilizando uma maneira didática para obter a compreensão dos funcionários 
participantes. A pedagoga ressalta por que decidiu atuar na área extra escolar:
“Eu não decidi, eu me apaixonei pela Educação, pela transformação 
das pessoas, não fiquei da sala de aula institucional daquela onde o 
poder manobra a verdadeira função da escola (...)”.
A pedagoga entrevistada enfatizou em suas respostas a construção do 
conhecimento de acordo com a necessidade do indivíduo e da empresa, 
citando Paulo Freire ela nos diz que: “só se aprende com a construção e não 
com nada feito”. 
Para ocorrer o aprendizado é necessário construir o saber e respeitar o 
aprendizado do outro, pois o conhecimento está sempre em construção, ou 
seja, um eterno vir a ser. É função do pedagogo o qual atua na empresa aplicar 
a educação dentro das organizações, pois a educação é a essência da 
Pedagogia. 
Percebemos que o trabalho desenvolvido pelo pedagogo (a) no setor de 
Gestão de Pessoas, envolve a articulação com outros setores, desta forma, 
havendo um contato com realidades diversas, visto que, o nível de 
escolaridade varia, levando os responsáveis dos setores a trabalharem em 
conjunto com o pedagogo para reformular estratégias pedagógicas as quais 
atendam as necessidades de cada um. 
Esta ação se apresenta quando a pedagoga relata como sua visão 
pedagógica contribui para solucionar problemas, afirma a entrevistada:
15
“Toda hora. Hoje mesmo nesta questão do treinamento, foi pedido 
que reformulasse pedagogicamente com estratégia, com metodologia 
para que depois acontecesse na área de marketing, uma coisa que é 
fundamental na estratégia de uma empresa.”
De acordo com o que foi coletado, a metodologia usada nos 
treinamentos, é flexível entendendo o pedagogo como suporte para 
desenvolvimento de novas ações. 
O incentivo à criatividade, uma das características da era da Gestão do 
Conhecimento, é trabalhar de acordo com a subjetividade, pois estamos nos 
referindo aos indivíduos, onde tal processo é desenvolvido pela pedagoga em 
questão.
Outras atribuições da pedagoga estão interligadas e dizem respeitoà 
padronização de informações e estabelecimento de vínculos dentro do 
processo de comunicação. Estas ações são verificadas quando questionada, 
sobre as formas de comunicação adotadas pela empresa, pois é solicitado da 
pedagoga o aval pedagógico sempre que haja interesse de que a comunicação 
circule de forma oficial para padronizar as informações a serem dadas por 
todos os multiplicadores. 
Um dos papéis da pedagoga no setor de Gestão de Pessoas são a 
coordenação e controle do processo de formação profissional interligando-o 
aos outros setores, através dos objetivos que não são exclusivos do setor de 
treinamento, ou seja, o sucesso da equipe depende do crescimento dos seus 
setores também. 
 A IMPORTÂNCIA DE UM PEDAGOGO NO SETOR DE GESTÃO DE 
PESSOAS
Ao ser questionado sobre a importância da formação do pedagogo 
para sua atuação na área de Gestão de Pessoas, percebemos através da 
preocupação da pedagoga com a formação continuada, que é muito importante 
os constantes aprimoramentos profissionais devidamente integrados aos 
outros setores da empresa.
16
Um trecho muito importante o qual mostra a intencionalidade 
pedagógica no ambiente organizacional é quando a pedagoga nos diz que: 
“analisar pessoas como pessoas e não como cifras”. Fica claro neste 
momento, como a formação pedagógica da profissional é importante para que 
a equipe tenha uma leitura humanizada de como e qual didática deve ser 
aplicada em treinamentos com finalidades que vão desde conhecimentos 
específicos à motivação. 
Diante dessas informações, é preciso considerar as diversas áreas de 
atuação do pedagogo em seu exercício profissional e assim:
(...) os focos de atuação e as realidades com que lidam embora se 
unifiquem em torno das questões de ensino, são diferenciados, o que 
justifica a necessidade de formação de profissionais da educação não 
diretamente docentes. Ou seja, níveis distintos de prática pedagógica 
e requisitos específicos de exercício profissional que um sistema de 
formação de educadores não pode ignorar. (LIBÂNEO, 2005, p.61)
A grande preocupação da equipe está em torno do “erro” e como não 
expor o indivíduo, motivando-o a aprender, isso é uma característica específica 
do pedagogo que transformou a visão empresarial nas últimas décadas 
ampliando o campo de atuação do pedagogo.
Sua visão mais apurada sobre aprendizagem e metodologia na 
aprendizagem não vê apenas o lado comportamental, mas também o social e o 
humano. 
Como estamos vivendo a era do conhecimento, na empresa não podia 
ser diferente, o pedagogo contribui para que a área de Gestão de Pessoas 
corresponda essa nova realidade. A atuação da pedagoga é comparada a de 
um maestro que se mantêm atenta à afinação dos instrumentos e 
entrosamento dos músicos.
TREINAMENTO: DO PLANEJAMENTO À AVALIAÇÃO
Quanto ao planejamento, percebemos que o planejamento pedagógico 
ocorre em sintonia com o planejamento da empresa que “elabora dez anos 
antes o planejamento, tal planejamento é reajustado aos setores os quais são 
17
elaborados ano a ano, mês a mês”, como afirma a pedagoga. As estratégias 
são criadas utilizando ferramentas pedagógicas para a criação de um 
planejamento que alcance as necessidades do individuo de forma ampla, visto 
que, “caso haja necessidade de participação em cursos fora irá fazer com 
certeza” é o que relata a pedagoga ao falar sobre plano de carreira. O 
planejamento é desenvolvido para um triângulo empresa, publico em geral e 
funcionário, exigindo uma metodologia flexível de forma que atenda a 
necessidade de todos. 
De acordo com Gil (1994, p.70), o planejamento é um processo 
desenvolvido a partir da realidade fornecida pelo diagnóstico e que visa 
proporcionar com a máxima eficácia possível o desencadeamento das ações 
necessárias para o alcance dos objetivos pretendidos. Assim o planejamento é 
uma ferramenta essencial que possibilita perceber a realidade e construir um 
referencial futuro para estruturar o processo a que o planejamento se destina.
No campo de pesquisa, tivemos a oportunidade de observar como o 
planejamento é construído: o primeiro passo é delimitar o foco do treinamento, 
ou seja, para qual será a área de atuação será realizado e quais objetivos 
desejam atingir, em seguida, é elaborado o material didático que será utilizado 
na execução desse treinamento. 
Percebemos que a execução do treinamento pode ser ministrada na 
empresa executado por um funcionário que exerce o papel de multiplicador ou 
fora da empresa como afirma a pedagoga: 
(...) se for da nossa orçada ministrar esse treinamento aqui a gente 
vai e ministra se não, entrará a outra parte do RH a qual é 
responsável pelos planos de carreira, irão ministrar treinamentos e 
dar suporte às pessoas, se precisar de outros cursos fora da 
empresa, irá fazer (...).
Quando é o pedagogo que executa o treinamento, é possível verificar 
em seu discurso o domínio do conteúdo e a forma a qual esta sendo passado, 
ou seja, enxergar o que é falado por meio da metodologia adequada. 
Quanto à execução do treinamento Gil (1994) afirma:
(...) centra-se na relação instrutor - treinando. Os instrutores podem 
ser pessoas da mesma organização ou de fora, especialistas ou 
18
experientes em determinada área ou atividade, que transmitem suas 
instruções de maneira organizada aos treinandos. Os treinandos 
poderão ser pessoas situadas em qualquer nível da organização, de 
quem se espera que adquiram os conhecimentos, habilidades e 
atitudes requeridas para o desempenho de suas atribuições. (p.78)
A atuação da pedagoga executando o treinamento, constatamos que 
utiliza suas habilidades pedagógicas nos conteúdos a serem abordados de 
acordo com o público alvo que pretende atingir; utiliza uma linguagem 
acessível para facilitar sua interação com os treinandos, assim estimular a 
comunicação promovendo uma troca de conhecimentos.
A avaliação é um mecanismo de um todo. Inicia-se pelas competências 
técnicas visto que o indivíduo é admitido pela habilidade técnica, e em seguida, 
passa a fazer parte de um processo contínuo de avaliação com a finalidade de 
perceber seu potencial para desenvolver novas habilidades sejam técnicas ou 
comportamentais. Segundo Chiavenato a avaliação do desempenho é:
(...) uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em 
função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a 
serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. A 
avaliação de desempenho é um processo que serve para julgar ou 
estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa e, 
sobretudo, a sua contribuição para o negócio da organização. (1999, 
p.189)
O propósito profissional e o pedagógico andam juntos, desde a hora da 
contratação, a qual é realizada pela verificação do potencial técnico do 
contratado, ou seja, como desempenhará suas funções. Não menos 
importante, o propósito pedagógico ocorre após a contratação, são as 
estratégias para que o profissional evolua como ser humano e utilize as 
habilidades adquiridas ao longo desse processo dentro da empresa. “Existe a 
avaliação mensal a qual avalia o desempenho do funcionário, e a avaliação 
trimestral que é geral e avalia o funcionário no contexto da empresa”, informa a 
pedagoga que exerce o papel de mediadora ao emitir juízo de valor tendo o 
papel de passar o resultado para o funcionário. 
19
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a vivência ao longo do processo acadêmico,no curso de 
Pedagogia existe uma presente necessidade de buscar uma compreensão da 
realidade, que nos acrescente algo, percebemos à medida que encontramos 
dados consistentes o quanto a Pedagogia tem a contribuir em outra área.
Através deste estudo, buscamos esclarecer enquanto pedagogos 
interessados em ampliar nosso campo de atuação, e assim desenvolver uma 
pesquisa na área de Gestão de Pessoas que demonstrasse o quanto a 
formação do pedagogo pode vir a contribuir para o desenvolvimento de outros 
ambientes e não apenas a instituição escolar.
No cenário empresarial, a Pedagogia é um fator, o qual, hoje é 
extremamente valorizado de acordo com o posicionamento a respeito da 
aprendizagem desenvolvida neste segmento. A importância da Pedagogia no 
Setor Empresarial é fundamental para que o processo educacional deste Setor 
ocorra de forma satisfatória. 
Desta forma, identificamos as atividades desenvolvidas por um 
pedagogo na área extra escolar e compreendemos como a prática pedagógica 
se propaga no setor de Gestão de Pessoas e as contribuições que traz para 
seu desenvolvimento enquanto setor responsável pelo investimento intelectual 
da empresa.
Hoje, apesar da área de atuação do pedagogo estar em constante 
ampliação, constatamos que durante as buscas para encontrar a empresa 
como campo de pesquisa, os profissionais de algumas empresas 
apresentavam desconhecimento em relação ao trabalho do pedagogo dentro 
da organização. Por isso, o acesso do profissional de educação é dificultado 
pelos profissionais que desconhecem seu o campo de atuação. Assim, o 
pedagogo com suas habilidades e competências pode fazer diferença em 
outros espaços não escolares por que a palavra pedagogia traz sempre 
sessonâncias metodológicas, processuais que a própria etmologia da palavra 
20
pedagogia explica com o seu significado conduzir (por um caminho até 
determinado lugar). (Saviani, 1985).
Diante disso, acreditamos ter alcançado os objetivos desta pesquisa, 
pois pretendíamos oferecer uma visão da atuação do pedagogo, na a área de 
Gestão de Pessoas.
21
BIBLIOGRAFIA
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empregabilidade. Papirus 1999. 
ÁVILA, Rebeca Contrera. Pedagogia Empresarial no Brasil: Uma 
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Faculdades Integradas Adventistas, Minas Gerais, 2º semestre 2004, 
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1981.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Ed. Compacta, 3ª. Ed. 
São Paulo: Atlas, 1994.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos 
recursos humanos nas organizações. Ed. Compus, 21ª. Ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Administração de Recursos Humanos: um enfoque 
profissional. Ed. Atlas, 1ª Ed. São Paulo, 1994.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Ed. Atlas, 4ª 
Ed. São Paulo, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê. 8ª. Ed. São 
Paulo: Cortez, 2005.
LOPES, Izolda et al. Pedagogia Empresarial: Uma Nova Visão de 
Aprendizagem nas Organizações. 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2005.
22
NICHETTI, Maria Aparecida Martins de Oliveira. Pedagogia Empresarial 
Tendências e Perspectiva de Atuação do Pedagogo e Transformação 
Social.
http://www.pdfgeni.com/htm/20080905/PEDAGOGIAEMPRESARIAL-
pdf.html2008
OLIVEIRA, Ana Cristina Baptistella de. Qual sua formação, professor? 
Campinas, SP: Papirus, 1994.
PIMENTA, Selma Garrido, et.al. Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e 
Perspectiva. 2ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2006.
RIBEIRO, A. E. do Amaral. Pedagogia Empresarial, atuação do 
pedagogo na empresa. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2005.
23
ANEXOS
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Entrevista com a Pedagoga da Empresa Coca-Cola Refrescos Guararapes.
1-QUE FUNÇÃO VOCÊ EXERCE NO SETOR DE RH DESTA EMPRESA? E 
QUAIS AS SUAS ATRIBUIÇÕES?
Atuo como Supervisora Analista de Desenvolvimento de Mercado Sênior. Sou 
responsável pelo (CDN) Centro de Desenvolvimento de Negócio com dois 
pilares: um para o atendimento de cliente externo e outro ao cliente interno, 
onde eu coordeno esses dois centros, um desenvolvendo e ministrando 
treinamentos especificamente e outro diretamente só coordenando a equipe a 
qual trabalha desenvolvendo esses treinamentos.
2-COMO SE DEU O INGRESSO NESTA EMPRESA? HÁ QUANTO TEMPO 
VOCÊ VEM EXERCENDO ESSA FUNÇÃO? DESDE O COMEÇO A MESMA 
FUNÇÃO?
Foi um convite há quatro anos. Comecei ministrando treinamento depois fui 
convidada a desenvolver projetos de negócio, já que tinha uma experiência 
vasta na área, fui gerente de vendas mais ou menos dezesseis anos, paralelo 
a profissão de professora, por conta disso, fui convidada a desenvolver.
3-POR QUE VOCÊ DECIDIU ATUAR NA ÁREA EXTRA-ESCOLAR? E POR 
QUE O SETOR DE RH?
Não decidi me apaixonei pela Educação, pela transformação das pessoas, não 
fiquei da sala de aula institucional onde o poder manobra a verdadeira função 
da escola, resolvi brigar pela educação e continuo brigando até hoje, mas não 
com pseudo-educação, a transformação do ser humano no setor de RH.
4- ENCONTRA ALGUMA DIFICULDADE PARA REALIZAÇÃO DE SUAS 
FUNÇÕES?
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Sim encontro, e é natural por que são as dificuldades que faz com que você 
cresça, desenvolva, pense e consiga convencer o outro do que está 
acontecendo e tentar conciliar, além de respeitar principalmente o aprendizado 
do outro, o caminhar do outro.
5- COMO VOCÊ RESOLVE OS PROBLEMAS QUE SURGEM?
Depende. Sou muito passiva ao problema, assim ele não me atinge 
diretamente, consigo trabalhar com ele como um problema o qual têm solução, 
um fato não tem solução, um fato convive-se com ele. Fato ou problema, 
definido isso, parto para escolha das estratégias. 
6- JÁ HOUVE MOMENTOS NO QUAL SUA VISÃO DE PEDAGOGA 
CONTRIBUIU PARA SOLUCIONAR ALGUNS PROBLEMAS? EM QUAIS 
ASPECTOS?
Toda hora. Hoje mesmo nesta questão do treinamento, foi pedido que 
reformulasse pedagogicamente com estratégia, com metodologia para que 
depois acontecesse na área de marketing, uma coisa que é fundamental na 
estratégia de uma empresa.
7-VOCÊ CONSIDERA QUE O QUE SE APRENDE DURANTE A 
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA É SUFICIENTE PARA DESENVOLVER 
ATIVIDADES NA ÁREA DE RH?
Basicamente, sim, mas compreendendo que nenhum conhecimento é fechado 
que é contínuo para ter o início do aprendizado sim, entendendo que nada o 
que se aprende tem que ser só aquilo, é sim, o começo para desenvolver uma 
atividade por que dentro do RH deve-se continuar aprendendo, ter uma visão 
de todas as áreas para poder desenvolver o conceito de RH todo, não é 
aprender o conteúdo, é aprender como aquele setor funciona por que vai 
trabalhar diretamente com você, para fazer link ministrar treinamento é preciso 
26
entender como todas as áreas funcionam e quais as estratégias de todas as 
áreas, e como vão estar interligadas.
8-ALÉM DO CURSO DE PEDAGOGIA, VOCÊ FEZ OUTROS CURSOS? 
QUAIS?
Fiz o curso de Teologia no Rio de Janeiro, isso me fundamentou muito na parte 
humana a qual é muito latente, isso facilita muito para trabalhar com pessoas 
por que você começa a analisar as pessoas por pessoas, e não como uma 
cifra. 
9-NA SUA OPNIÃO, QUAL É A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NESTE 
SETOR?
Fundamental, de extrema importância, por que é o pilar da estrutura não tem 
para onde correr.
10-QUAL A CONTRIBUIÇÃO DO SEU TRABALHO COMO PEDAGOGA 
NESSES TREINAMENTOS?
Fundamental, por que fazer os treinamentos? Como olhar o desenvolvimento 
da pessoa educacional? Então dentro do desenvolvimento educacional vou 
perceber o que agrega ao individuo e o que não agrega e o que vai ser 
desenvolvido nele como indivíduo sempre pensar em treinamento como 
desenvolvimento do indivíduo. Se for trabalhado um treinamento técnico só 
com a pessoa, não precisa da presença do pedagogo, mas o pedagogo na 
empresa ele desenvolve qualquer treinamento aqui passa por essa questão do 
pedagogo por que ele vai estar na transformação do indivíduo e fazendo com 
que ele vá se transformando. 
11- DE QUE MANEIRA A SUA FORMAÇÃO CONTRIBUIU PARA A SUA 
PRÁTICA NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS?
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Cem por cento. Não faço nada com alguém que não seja ensinando, é um 
propósito de vida, desde arrumar a casa, forrar a cama, ensinar meus filhos. 
Existe uma forma de criar.
12-QUAL A VISÃO QUE SE TEM DO TRABALHADOR NESSA EMPRESA?
O funcionário para Coca-cola é um ser integral, e sendo pessoa ele tem as 
limitações de pessoa tem que ser desenvolvido como pessoa, não pode ser 
tratada somente como um número, não é e nem pode ser assim, a empresa 
que pensa assim a ficha não caiu, quem faz a empresa são pessoas.
13- COMO É FEITO O RECRUTAMENTO E A SELEÇÃO DE NOVOS 
FUNCIONÁRIOS?
Por setor, a área indica que precisa e solicita ao RH essa vaga, a partir daí os 
currículos são cadastrados e vasculhados dentro da área que se pede para 
fazer a entrevista e passar pelo processo de escrita a qual é uma seleção 
básica dos conteúdos preliminares de acordo com cada função, com redação e 
matemática, é fundamental esse conteúdo. São aplicadas dinâmicas, 
dependendo daquilo do que se queira, dentro do perfil do funcionário, por 
ultimo a pessoa do setor acompanha a ultima dinâmica e decide, e a psicóloga 
vai definir junto com RH quem foi escolhido. 
14- QUAIS AS HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E PRÉ-REQUISITOS MAIS 
IMPORTANTES PARA UM FUNCIONÁRIO? 
Depende da função, por que haverá características as quais serão 
fundamentais para função. Por exemplo: Se vou selecionar para a função de 
telemarketing, é para falar muito? Não, pelo contrário para ouvir. A mais 
quietinha vai ser ela. Se ela não for apática, se ela for daquelas de ficar 
ouvindo o que os outros estão falando.
28
15-COMO SÃO FEITOS OS TREINAMENTOS DOS PROFISSIONAIS DESTA 
EMPRESA?
Se for um treinamento dos funcionários da empresa, eles têm um plano de 
carreira, todos, existe um currículo comercial e existe também uma grade para 
todos eles, são habilidades que precisam ser desenvolvidas para que tenha 
uma carreira na empresa, então de acordo, se for da nossa orçada ministrar 
esse treinamento aqui a gente vai e ministra se não, entrará a outra parte do 
RH a qual é responsável pelos planos de carreira, irão ministrar treinamentos e 
dar suporte às pessoas, se precisar de outros cursos fora da empresa, irá 
fazer. Existe uma programação de treinamento para todos os funcionários 
dependendo da área em que ele vai atuar da mesma forma existe um rodízio 
muito grande por que todos têm que ir, não pode está direcionado, existe a 
preocupação do que vai agregar aquele grupo, serve como fator multiplicador, 
se um curso na área de treinamento ou execução no mercado.
16-COMO É FEITA A ESCOLHA DA METODOLOGIA PARA SER USADA 
NOS TREINAMENTOS?
Depende. Não tenho uma metodologia fixa, sempre adequou à metodologia a 
necessidade deles a partir do que é desenvolvido no setor, vamos construir de 
acordo com a necessidade primeiro da empresa vou construir em cima disso, 
vai ser um triangulo: o público, a empresa, o funcionário, vou ter que juntar 
essas três equações para desenvolver uma metodologia a qual possa sair bem 
para todo mundo, não existe uma metodologia fixa, trabalhamos dez anos 
antes o planejamento, não temos o direito de errar, vou reajustando ano a ano, 
vai ser gradativo, a metodologia é essa, uma forma de agregar ou arrumar o 
caminho o qual vá conseguir introduzir essa educação que dê esse rastro firme 
para poder sempre aguçar.
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17- QUANDO E COMO ACONTECEM AS CAPACITAÇÕES, 
ESPECIALIZAÇÕES OU APERFEIÇOAMENTO PARA OUTROS 
FUNCIONÁRIOS?
 
Para todos os funcionários da mesma forma, o treinamento é constante para 
todos e se houver necessidade o líder indica ou até mesmo a pessoa solicita 
treinamento, caso esteja dentro do orçamento e se o líder perceber que esta 
ação vai agregar para o setor e para a função exercida pelo funcionário ele vai, 
tem o plano de carreira que informa, de acordo com a avaliação mostrou para 
qual área tem interesse de migrar, pontos fortes, pontos de melhoria, 
resultados que obtivermos nos treinamentos, primeira avaliação, segunda 
avaliação. 
18- COMO E QUANDO É FEITA A AVALIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS? 
COMO ACONTECEM AS PROMOÇÔES INTERNAS? 
O mecanismo de avaliação é de um todo, primeiro avalia-se na área de 
desenvolvimento profissional como pessoa e toda parte comportamental por 
que o que acontece hoje nas empresas é querendo ou não, admitir as pessoas 
pelo técnico.
 
19-COMO SÃO FEITAS AS COMUNICAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS DA 
EMPRESA?
Através do setor de comunicação, o qual vai trabalhar colocando faixas, ou por 
meio de TV, se forem algumas propagandas isso vêm de Atlântica, reproduzido 
aqui, as pessoas que não tem acesso ao computador, existe um projeto de 
implantar um totem na empresa para que tenham acesso à internet para 
estudar, pesquisar, terão àquela hora de lazer podendo digitar, estar 
interligados.
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	UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

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