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Apostila 3 A Evolução do Pensamento Econômico

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Fundamento em Economia
Profa.: Laura Cristina Barra Raiol
APOSTILA 3 – EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
INTRODUÇÃO
O pensamento econômico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas discrepâncias e oposições. No entanto, a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase Pré-Científica e Fase Científica Econômica.
A fase pré-científica é composta por três subperíodos. A Antiguidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta de doutrinas teológico-filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas. E, o Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente, do comércio.
A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. Esta primeira pregava a existência de uma "ordem natural", onde o Estado não deveria intervir (laissez-faire, laissez-passer) nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do ajuste de preços ("mão-invisível"). Já o marxismo criticava a "ordem natural" e a "harmonia de interesses" (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho.
Apesar de fazer parte da fase científica, convém ressaltar que a Escola Neoclássica e o Keynesianismo, diferenciam-se dos outros períodos por elaborar princípios teóricos fundamentais e revolucionar o pensamento econômico, merecendo, portanto, destaque. É na Escola Neoclássica que o pensamento liberal se consolida e surge a teoria subjetiva do valor. Na Teoria Keynesiana, procura-se explicar as flutuações de mercado e o desemprego (suas causas, sua cura e seu funcionamento).
DAS ORIGENS ATÉ 1750 (FASE PRÉ-CIENTÍFICA DA ECONOMIA)
Antiguidade Grega
Com o aumento da complexidade social e da escassez, tornou-se essencial a existência de um estudo com o objetivo de, com o desenvolvimento tecnológico, satisfazer um maior número de pessoas e/ou necessidades, trabalhando sob o plano da otimização, racionalização e do planejamento.
Esse período é caracterizado, principalmente, pelo desenvolvimento dos estudos político-filosóficos. As ideias econômicas emanadas dessa época eram fragmentadas nestes estudos, ainda não constituindo, portanto, um ramo científico independente.
Xenofontes, pensador grego autor de diversos escritos sobre a agricultura e o sistema tributário, utilizou o termo "econômico", em uma obra do mesmo nome, porém ainda não se podia cogitar em um pensamento independente. Pode-se dizer que, de um modo geral, o pensamento econômico voltava-se, predominantemente, para a solução de problemas particulares e das transações comerciais. Aristóteles também exerceu forte influência na evolução desse pensamento, sendo autor de obras em que se discutia a função do Estado, a usura e os salários, o intercâmbio e a aquisição, o valor e a formação da riqueza; contribuindo às teorias do valor que hão de vir, dos preços e da moeda.
Os pensadores romanos estavam intimamente ligados à área do Direito, não obstante a troca de produtos fosse mais intensa em Roma do que na Grécia. Roma possuía um vasto império, com uma desenvolvida rede rodoviária e uma intensa navegação, elementos que a transformaram em um importante pólo econômico, estimulando as transações comerciais e a criação de sociedades mercantis. No entanto, os romanos se preocupavam fundamentalmente com a política, restando à economia algumas observações sobre as atividades agrícolas.
Conclui-se então, que apesar das importantes contribuições dos pensadores gregos e romanos ao desenvolvimento do pensamento econômico, todos esses filósofos estiveram atados à filosofia e à política. Todas as obras nitidamente econômicas se baseavam em princípios morais e políticos, carecendo de aspectos científicos.
Manifestações Escolásticas (Idade Média)
Com a decadência de Grécia e Roma deu-se início à Idade Média, caracterizada por uma nova fase da economia e da cultura, onde a igreja controlava o poder político e econômico. O pensamento econômico ainda não tinha se tornado independente dos estudos político-filosóficos, igualmente como ocorria na antiguidade greco-romana.
Costuma-se designar a Idade Média como um período onde não houve desenvolvimento cultural, científico ou econômico, o que não é verdade. Apesar de ter havido uma desaceleração desenvolvimentista, não houve propriamente uma estagnação. Não obstante o comércio ter desempenhado um papel secundário, nunca deixou de existir; se o artesanato declinara, ainda haviam muitas oficinas produzindo para o consumo local.
Com o crescimento demográfico e um conseqüente excesso de oferta de mão-de-obra, houve um aumento na produção que desenvolveu as cidades e o comércio internacional, mobilizando grandes capitais. Por isso, surgiram vários elementos característicos da economia moderna como por exemplo a divisão do trabalho, o sistema bancário, diversas formas de associação, que se desenvolveram no decorrer da evolução do pensamento econômico.
Procurando equilibrar as relações de mercado, protegendo os consumidores e os produtores de menor escala, a Igreja regulou o mercado de forma que a ética estaria presente em todos os momentos. Deste modo, a livre iniciativa e a concorrência tornavam-se perigosas, pois os mais poderosos dominariam os mais fracos, havia um combate à usura que por sua vez era considerada imoral. A cobrança de juros era condenada, pois acreditava-se que o que gerava riqueza era o trabalho árduo e a natureza e não a extorsão de bens do devedor por parte do credor. A propriedade privada era considerada legítima desde que estivesse subordinada ao bem comum.
O principal expoente desse período foi Tomás de Aquino. Em suas obras percebe-se sua preocupação com a correta utilização da propriedade privada, com um sistema de preços justos, com o comércio, com a usura e com os sistemas salariais. Pregava a ética no comércio, dizendo que o apego ao lucro é vergonhoso e deve-se buscá-lo como remuneração de seu trabalho e não como fim.
A igreja procurou moralizar o comércio, valorizando a dignidade do trabalho, condenando os juros, buscando o "justo preço", o equilíbrio dos atos econômicos, a moderação dos agentes econômicos e protegendo os mais fracos dos mais poderosos.
Mercantilismo (Séc. XV – XVIII)
Apesar de na Idade Média ter surgido inovações no comércio, como por exemplo o combate à usura, os salários justos, o "justo preço", será no Mercantilismo que brotarão os primeiros princípios econômicos.
O mercantilismo é marcado por um processo de expansão dos mercados consumidores e produtores de matéria-prima, pela revolução comercial, pela centralização do comércio como atividade econômica e pelo protecionismo e intervencionismo estatal na economia.
Diferentemente do período escolástico, as práticas comerciais tinham por objetivo o enriquecimento, ou seja, o lucro, a qualquer custo. Diminuição das importações e aumento das exportações, exploração das novas terras, acúmulo de metais preciosos foram requisitos importantes para o desenvolvimento das nações. As restrições impostas pela igreja na Idade Média foram ignoradas, e os comerciantes obtiveram apoio da comunidade e do Estado para comercializar e lucrar.
O início da era mercantilista foi marcado por diversas transformações intelectuais, religiosas, comportamentais, políticas, geográficas e econômicas. As transformações religiosas foram marcadas por exaltar o individualismo e a atividade econômica, as de comportamento pela busca do bem-estar, as políticas pelo surgimento do Estado Moderno, as geográficas pela ampliação do campo de atuação dos Estados buscando a exploração de novas terras e a navegação para comercializar, as econômicas pela mudança do eixo econômico mundial e a criação da moeda baseada no ouro e na prata.
Considera-se que o mercantilismo foi um período quepossibilitou a transição de uma economia regional para uma economia nacional. O comércio não mais se limitava às feiras e às transações internas, mas voltava-se para o exterior, buscando o acúmulo de capitais em função da prosperidade do Estado, mesmo que para isso fosse necessário a exploração de outras terras.
Muitas críticas foram focalizadas ao sistema mercantilista. Como principais pode-se citar o apego demasiado ao lucro, pois o país buscava intermitentemente a riqueza mesmo que o outro país tivesse prejuízo, segundo Montaigne "o lucro de um país é o prejuízo de outro"; a produção existia em função do desenvolvimento do Estado e não do bem-estar dos indivíduos; a exploração ao máximo da colônia e o impedimento de qualquer desenvolvimento econômico desta, evitando, assim, uma possível concorrência.
Apesar de não ser bastante significativa a contribuição do mercantilismo à ciência econômica, foram difundidas algumas idéias importantes, de modo isolado, que acabaram influenciando uma nova fase da evolução do pensamento econômico, a fase científica da economia.
A CRIAÇÃO CIENTÍFICA DA ECONOMIA
Fisiocracia (Séc. XVIII)
A palavra fisiocracia significa governo da natureza. Isto é, de acordo com o pensamento fisiocrático as atividades econômicas não deveriam ser reguladas de modo excessivo e nem guiadas por forças "antinaturais". Deveria-se conceder uma maior liberdade a essas atividades, afinal "uma ordem imposta pela natureza e regida pelas leis naturais" governaria o mercado e tudo se acomodaria como tivesse que ser.
Na fisiocracia a base econômica é a produção agrícola, ou seja, um liberalismo agrariarista, onde a sociedade estava dividida em três classes: produtiva, proprietários de terra e as demais classes. O papel do Estado se limitava a ser o guardião da propriedade e garantidor de liberdade econômica, não deveria intervir no mercado ("laissez-faire, laissez-passer"), pois existia uma "ordem natural" que regia as atividades econômicas.
 O fundador da escola fisiocrata, e da primeira fase científica da economia, foi François Quesnay (1694-1774), autor de livros que até hoje são inspiração para economistas atuais, como por exemplo Tableau Économique. Não se pode falar em fisiocracia, sem citar seu nome. Quesnay foi autor de alguns princípios, como o da filosofia social utilitarista, em que deveria-se obter a máxima satisfação com um mínimo de esforço; o do harmonismo, não obstante a existência do antagonismo das classes sociais, acreditava-se na compatibilidade ou complementaridade dos interesses pessoais numa sociedade competitiva; e, por fim, a teoria do capital, onde os empresários só poderiam começar o seu empreendimento com um certo capital já acumulado, com os devidos equipamentos.
 Em seu livro Tableau Économique foi representado um esquema de fluxo de bens e despesas entre as diferentes classes sociais. Além de evidenciar a interdependência entre as atividades econômicas e mostrou como a agricultura fornece um "produto líquido" que é repartido na sociedade.
 Com o advento da fisiocracia surgiram duas grandes idéias de alta relevância para o desenvolvimento do pensamento econômico. A primeira diz que há uma ordem natural que rege todas as atividades econômicas, sendo inútil criar leis à organização econômica. A segunda se refere a maior importância da agricultura sobre o comércio e a indústria, ou seja, a terra é a fonte de todas as riquezas que mais tarde farão parte destes dois campos econômicos.
A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX)
A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo econômico, ora defendido pelos fisiocratas. Seu principal expoente é Adam Smith (1723-1790) que, ao contestar a regulamentação comercial do sistema mercantilista, acreditava que a concorrência produz como resultado o desenvolvimento econômico, que por sua vez é utilizado por toda a sociedade.
A teoria clássica surgiu do estudo dos meios de manter a ordem econômica através do liberalismo e da interpretação das inovações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial.
Todo o contexto da Escola Clássica está sendo influenciado pela Revolução Industrial. É caracterizada pela busca no equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços ("mão invisível"), pela não-intervenção estatal na atividade econômica, prevalecendo a atuação da "ordem natural" e pela satisfação das necessidades humanas através da divisão do trabalho, que por sua vez aloca a força de trabalho em várias linhas de emprego.
De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria se limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o mercantilismo, desta nação fazia parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída dos benefícios provenientes das atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível de vida de todo o povo.
Em sua obra Wealth of Nations, Adam Smith estabelece princípios para análise do valor, dos lucros, dos juros, da divisão do trabalho e das rendas da terra. Além de desenvolver teorias sobre o crescimento econômico, ou seja, sobre a causa da riqueza das nações, a intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do capital.
Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido ao seu método, que se caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar elementos já existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o desenvolvimento do pensamento econômico, devido a sua clareza e ao espírito equilibrado.
Pensamento Marxista
A principal reação política e ideológica ao classicismo foi feita pelos socialistas, mais precisamente por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels. Criticavam a "ordem natural" e a "harmonia de interesses", pois há concentração de renda e exploração do trabalho.
O pensamento de Marx não se restringe unicamente ao campo da economia, mas abrange, também, a filosofia, a sociologia e a história. Preconizava a derrubada da ordem capitalista e a inserção do socialismo. Convém esclarecer que Marx não foi o fundador do socialismo, pois este já vinha se formando durante os períodos ora citados, tendo por início a obra "A República", onde Platão demonstra sinais de ideologia socialista. No entanto, as obras anteriores ao Karl Marx, estiveram destituídas de sentido prático e nada mais fizeram do que contrapor-se às práticas comerciais realizadas à época.
Em contraposição aos clássicos, Marx afirmava que erraram ao afirmar que a estabilidade e o crescimento econômico seria efeito da atuação da ordem natural. E explica, dizendo que "as forças que criaram essa ordem procuram estabilizá-la, sufocando o crescimento de novas forças que ameaçam solapá-la, até que essas novas forças finalmente se afirmem e realizem suas aspirações".
Ao afirmar que "o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho à produção, e consequentemente à reprodução, desse artigo em especial", Marx modificou a análise do valor-trabalho (teoria objetiva do valor). Desenvolveu, também, a teoria da mais-valia (exploração do trabalho), que é a origem do lucro capitalista, de acordo com o pensamento marxista. Analisou as crises econômicas, a distribuição de renda e a acumulação de capital.
No decorrer da evolução do pensamento econômico, Marx exerceu grande impacto e provocou importantes transformações com a publicação de duas conhecidas obras: Manifesto Comunista e Das Kapital. Segundo sua doutrina, a industrialização vinha acompanhada de efeitos danosos ao proletariado, tais como, baixo padrão de vida, longa jornada de trabalho, reduzidos salários e ausência de legislação trabalhista.
FASE DE ELABORAÇÃO DE PRINCÍPIOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS
4.1. A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)
A partir de 1870, o pensamento econômico passava por um período de incertezas diante de teorias contrastantes (marxista, clássicae fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Através destes buscou-se a racionalização e optimização dos recursos escassos.
Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus gastos. É nela que se dá a consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção.
Pode-se dividir essa nova teoria em quarto importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a Escola Neoclássica Sueca. A primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjetiva do valor), ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Também chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a interdependência de todos os preços do sistema econômico para manter o equilíbrio. A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo da atividade humana nos negócios econômicos, portanto, a economia seria uma ciência do comportamento humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável pela tentativa da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por Keynes.
Em contraposição ao Karl Marx, um importante neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser determinado pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do trabalho. Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para ser vendido.
Com base em novos modelos teóricos, com novas concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção e outros, os neoclássicos se disporão a rever toda a análise econômica clássica. Várias obras foram escritas tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia. Alfred Marshall (1842-1924), em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar de que forma o livre funcionamento das relações comerciais garantiriam a plena alocação dos fatores de produção.
A principal preocupação dos neoclássicos era o funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno emprego dos fatores de produção, baseada no pensamento liberal.
5. FASE ATUAL DA CIÊNCIA ECONÔMICA
5.1. O Keynesianismo (Década de 1930)
Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente diante de novos fatos econômicos, surgiu o economista inglês John Maynard Keynes que, com suas obras, promoveu uma revolução na doutrina econômica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo. Substituindo os estudos clássicos por uma nova maneira da raciocinar na economia, além de fazer uma análise econômica reestabelecedora do contato com a realidade.
Seus objetivos eram de, principalmente, explicar as flutuações econômicas ou flutuações de mercado e o desemprego generalizado, ou seja, o estudo do desemprego em uma economia de mercado, sua causa e sua cura.
Opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava que o capitalismo poderia ser mantido, desde que fossem feitas reformas significativas, já que o capitalismo houvera se mostrado incompatível com a manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. Recebendo, portanto, muitas críticas dos socialistas no que se refere ao aumento da inflação, ao estabelecimento da uma lei única de consumo, ignorando as diferenças de classes. E, por outro lado, algumas de suas idéias foram agregadas ao pensamento socialista, como por exemplo, a política do pleno emprego e a do direcionamento dos investimentos.
Keynes defendia a intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão para o socialismo do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que resolveria os problemas sociais, ao Estado compete incentivar o aumento dos meios de produção e a boa remuneração de seus detentores.
Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas possuem. Primeiramente a lógica, para assim poder ter se transformado num grande especialista na teoria pura da Economia. Dominar a técnica de escrever lúcida e convincentemente. E, por fim, possuir um senso realista de como as coisas se realizarão na prática.
Suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos não só no campo econômico, mas também nas áreas da contabilidade e da estatística. Na evolução do pensamento econômico, até agora, não houve nenhuma obra que provocasse tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda de Keynes.
O pensamento Keynesiano deixou algumas tendências que prevalecem até hoje no nosso atual sistema econômico. Dentre as principais, os grandes modelos macroeconômicos, o intervencionismo estatal moderado, a revolução matematizante da ciência econômica.
CONCLUSÃO
Toda essa simplificação, da evolução do pensamento econômico, teve por objetivo demonstrar as mudanças do decorrer dos séculos. Essas transformações estiveram lastreadas em obras de grande impacto de importantes autores.
Convém ressaltar que a ciência econômica é uma ciência social, por estudar a atividade econômica voltada para o homem, que é o principal "cliente" da economia.
A economia considerava, preliminarmente, a natureza passando, gradativamente, ao homem, depois às coisas e, atualmente, aos mecanismos econômicos. E o que se nota, em nossa época, é a busca do inverso. Isto é, estamos partindo dos mecanismos econômicos, voltando para o homem e seu meio sócio-econômico; preocupando-se, também, em proteger a natureza.

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