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PSICOPATOLOGIA 1º MÓDULO

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PSICOPATOLOGIA 1º MÓDULO
PROF. DR. JEFFERSON CABRAL AZEVEDO
CURSO DE 
PSICOPATOLOGIA
PSICOPATOLOGIA: Módulo 1
OBJETIVOS:
1. Levar o aluno a conhecer a
história de fundação da
psicopatologia;
2. Discriminar as concepções de
normalidade e patologia em
psicopatologia;
3. Apresentar as principais
escolas psicopatológicas;
4. Apresentar os princípios gerais
da classificação diagnóstica em
psicopatologia.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Alguns conceitos iniciais...
•Psicopatologia é um ramo
da ciência que trata da
natureza essencial da
doença mental, suas
causas, as mudanças
estruturais e suas formas
de manifestação. Ela pode
ser definida, em uma
acepção mais ampla,
como: conjunto de
conhecimentos referentes
ao adoecimento mental
do ser humano.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Alguns conceitos iniciais...
Semiologia médica: estudo dos sintomas
e sinais da doença, que permite
identificar alterações físicas e mentais,
ordenar os fenômenos observados,
formular diagnósticos e empreender
terapêuticas.
De um modo geral, a semiologia, ou
semiótica, é a ciência dos signos:
•O signo é um tipo de sinal, como
por exemplo, na semiologia médica,
a febre pode ser um sinal/signo de
uma infecção ou inflamação;
• A fala extremamente rápida e
fluente pode ser um sinal/signo de
uma síndrome maníaca.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Alguns conceitos iniciais...
O signo transcende a esfera da
língua: gestos, atitudes,
comportamentos não verbais,
etc.
A semiologia psicopatológica
trata particularmente dos signos
que indicam a existência de
sofrimento mental, transtornos
e patologias.
Os signos de maior interesse
para a psicopatologia são os
sinais comportamentais
objetivos, as vivências subjetivas
relatadas pelo paciente e suas
queixas.
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Alguns conceitos iniciais...
Síndrome: agrupamento/conjunto de sinais e sintomas relativamente
constantes e estáveis.
• Sinais: objetivos, observáveis e mensuráveis; dados elementares;
• Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas,
aquilo que o sujeito experimenta e comunica a alguém; não é
mensurável.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Alguns conceitos iniciais...
Entidades nosológicas, ou transtornos
são fenômenos mórbidos nos quais se
podem identificar ou presumir
determinados fatores:
etiologia (causas);
curso de desenvolvimento
homogêneo;
estados terminais típicos;
mecanismos psicológicos e
psicopatológicos característicos;
antecedentes genético e familiares
específicos e;
respostas ao tratamento previsíveis.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Alguns conceitos iniciais...
...o sentido e o valor de um signo
dependem necessariamente das relações
que ele mantém com os outros signos do
sistema total, por exemplo da ausência ou
presença de outros.
Em psicopatologia essa análise não pode
prescindir de uma análise do universo
cultural do paciente e do profissional.
Fundamental é a observação minuciosa,
atenta e perspicaz do comportamento do
paciente, o conteúdo do seu discurso e o
seu modo de falar, sua mimica, postura,
vestimenta, a forma como reage, seu estilo
de relacionamento com o entrevistador,
com outros pacientes e com seus
familiares.
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Lembre-se
“A Psicopatologia é o conhecimento que visa ser científico, não 
inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a 
priori. O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, 
busca apenas observar, identificar e compreender os diversos 
elementos da doença mental. O psicopatólogo rejeita 
qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, 
psicológico ou biológico; o conhecimento que busca está 
permanentemente sujeito a revisões, críticas e 
reformulações” (Dalgalarrondo, 2000: p22).
Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo
Forma e Conteúdo dos Sintomas
Podemos organizar os sintomas
psicopatológicos em dois grupos básicos:
• a forma do sintoma, isto é, sua estrutura
básica, relativamente semelhante nos
diversos pacientes (alucinação, delírio, etc.)
e,
• seu conteúdo, ou seja, aquilo que preenche
(o recheio) a alteração estrutural (conteúdo
de culpa, religioso, de perseguição, etc.).
O conteúdo geralmente é mais pessoal e
depende da história de vida do paciente
De um modo geral, os conteúdos dos sintomas
estão relacionados aos temas centrais da
existência humana, como a sobrevivência,
segurança, sexualidade, dinheiro, poder e
prestígio, buscando prazer e/ou segurança e
controle sobre o outro.
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O que é normal?
O conceito de normalidade em psicopatologia é
uma questão de grandes controvérsias, pois a
normalidade pode variar, e muito, com a cultura, a
ideologia e a vivência de cada indivíduo.
Casos extremos, onde as alterações
comportamentais e mentais são de intensidade
acentuada e de longa duração, o delineamento das
fronteiras entre o normal e o patológico não é tão
problemático.
Por outro lado, há muitos casos nos quais a
delimitação entre o normal e o patológico é
bastante difícil.
• Há vários critérios de normalidade e
anormalidade em psicopatologia, e a adoção de
um ou de outro depende, entre muitas coisas,
das opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas
do profissional, além de variarem
consideravelmente em função dos fenômenos
específicos com os quais trabalhamos.
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Principais Critérios de
“Normalidade” em Psicopatologia
Normalidade como ausência de doença:
• A saúde é o silêncio dos órgãos;
• Ausência de sinais e sintomas de doenças.
Normalidade ideal - utopia:
• Estabelece-se arbitrariamente o que é
sadio e evoluído.
Normalidade estatística:
• Identifica norma e frequência. Aplica-se a
fenômenos quantitativos, com
determinada distribuição estatística na
população.
Normalidade como bem-estar:
• OMS: saúde é o estado completo de bem-
estar físico, mental, social e espiritual
• Conceito vasto e impreciso
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Principais Critérios de
“Normalidade” em Psicopatologia
Normalidade funcional:
• Baseia-se em aspectos funcionais. O fenômeno é considerado patológico
a partir do momento que se torna disfuncional.
Normalidade como processo:
• considera aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
estruturações, desestruturações e reestruturações, crises e mudanças
próprias a idade (muita utilidade para pediatria e geriatria)
Normalidade subjetiva:
• É dado ênfase na percepção do indivíduo em relação a seu estado de
saúde.
Normalidade como liberdade
• A doença mental seria
a perda da liberdade existencial
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Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Descritiva:
• interessa-se pela forma das alterações
psíquicas, a estrutura dos sintomas,
aquilo que caracteriza a vivência
patológica como sintoma mais ou
menos típico. De uma maneira geral,
podemos dizer que a função da
psicopatologia descritiva seria a de
descrever e rotular os sintomas.
Psicopatologia Dinâmica:
• interessa-se pelo conteúdo das
vivências, os movimentos internos dos
afetos, desejos e temores do
indivíduo, sua experiência particular e
pessoal, não necessariamente
classificável em fenômenos
previamente descritos como na
descritiva.
“
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Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Médica:
• noção de homem centrada no corpo,
no ser biológico;
• a doença mental seria apenas um mau
funcionamento do cérebro.
Psicopatologia Existencial:
• O doente é visto como “existência
singular”; o ser é construído pela
experiência particular de cada sujeito,
nasua relação com outros sujeitos;
• A doença é vista como um modo
particular de existir, uma forma trágica
de ser no mundo, um modo
particularmente doloroso de ser com
os outros.
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Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Comportamental-Cognitiva:
• As representações conscientes são vistas como
essenciais ao funcionamento mental, normal e
patológico.
• Os sintomas resultam de comportamentos e
representações cognitivas disfuncionais,
aprendidas e reforçadas pela experiência
sociofamiliar.
Psicopatologia Psicanalítica:
• Os sintomas são considerados formas de
expressão de conflitos, predominantemente
inconscientes, de desejos que não podem ser
realizados, de temores a que o indivíduo não tem
acesso.
• O sintoma é uma formação de compromisso, um
arranjo entre o desejo inconsciente, as normas e
as permissões culturais e as possibilidades reais
de satisfação desse desejo.
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Principais Escolas em Psicopatologia:
Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Operacional-
Pragmática:
• Os transtornos mentais e dos
sintomas são formuladas e
tomadas de modo arbitrário, em
função de sua utilidade
pragmática, clínica ou para
pesquisa
• Modelo adotado pelas
classificações atuais: DSM-V TR e
CID-10.
Psicopatologia Biológico:
• Baseada em princípios
neuroquímicos ou
neurofisiológicos das doenças e
dos sintomas mentais.
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ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO
•O estudo da doença mental inicia-se pela observação
cuidadosa de suas manifestações.
•A observação articula-se dialeticamente com a ordenação
dos fenômenos:
• isto supõe que para observarmos, precisamos produzir
definições, classificações, interpretar e ordenar.
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ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO
Para a Psicopatologia existem três tipos de fenômenos:
• Fenômenos semelhantes em todas as pessoas
• Todo homem sente medo de um animal perigoso, a ansiedade
perante uma prova difícil, o desejo por alguém amado, etc.
• Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes
• São os fenômenos que o homem comum experimenta, mas que
apenas em parte é semelhante ao que o doente mental
experimenta.
• Ex.: todo homem sente tristeza, mas a alteração profunda que um
paciente deprimido sente é qualitativamente diferente e novo para
o sujeito
• Fenômenos qualitativamente novos
• Fenômenos novos, próprios apenas de certas doenças e estados
mentais patológicos: alucinações, delírios, turvação da consciência,
etc.
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