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aula 8 CONST II P legislativo medida provisoria.ppt

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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
MEDIDA PROVISÓRIA (art. 62)
Substituiu o antigo decreto-lei (vide art. 25, §2º do ADCT);
Adotada pelo Presidente da República por ato monocrático, unipessoal, sem participação do Legislativo (que a discutirá em momento posterior), com força de lei e produzindo os seus efeitos jurídicos.
A EC 32/2001 alterou o processo original das MP porque estaria sendo utilizada de forma excessiva.
Segundo a EC 32/2001:
Pressupostos constitucionais: Em caso de relevância E urgência, o PR poderá adotar MP com força de lei, devendo submetê-la de imediato ao CN (art. 62, caput).
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Legitimado para edição da MP: Presidente da República – competência indelegável, exclusiva – art. 84, XXVI
Prazo de duração – vigorará por 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias (art. 62, §7º), contados da publicação no DO.
Contudo, o prazo da MP poderá ser suspenso (art. 62, §4º) durante o período de recesso parlamentar, voltando a fluir após seu término, pelo prazo que restar.
Devemos lembrar que o art. 57, §8º informa que se, durante o período de recesso parlamentar houver convocação de reunião extraordinária, as MP’s pendentes de análise pelo Legislativo ingressarão automaticamente na pauta de julgamento.
Prorrogação do prazo: se não for convertida em lei o prazo de 120 dias, perderá a eficácia desde a sua edição, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Tramitação 1: adotada pelo Presidente da República, será a MP encaminhada ao Congresso Nacional imediatamente, cabendo ao uma Comissão mista de Deputados e Senadores examiná-la e sobre ela emitir parecer (art. 62, §§5º e 9º e art. 5º da Resolução n. 1/2002-CN), apreciando:
 seus aspectos constitucionais de mérito, 
sua adequação financeira e orçamentária,
O cumprimento pelo Presidente da República da exigência regimental do Congresso, onde deverá, no dia da publicação da MP no DOU ter enviado o seu texto ao CN, acompanhado da respectiva mensagem e de documento expondo a motivação do ato.
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Quarta-feira, 07 de março de 2012
STF mantém Instituto Chico Mendes, mas dá dois anos para Congresso editar nova lei sobre a autarquia
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade da Lei 11.516/2007, que criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mas deu um prazo de dois anos para que o Congresso Nacional edite nova lei para garantir a continuidade da autarquia. A decisão foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4029, ajuizada na Corte pela Associação Nacional dos Servidores do Ibama. Até lá, o instituto segue funcionando.
Os ministros entenderam que a tramitação da Medida Provisória 366/2007, que deu origem à Lei 11.516/2007, não respeitou a tramitação legislativa prevista na Constituição Federal.
Para a autora da ADI, a norma seria formalmente inconstitucional, uma vez que o ICMBio foi criado a partir de uma Medida Provisória do governo convertida na lei questionada, sem ter sido apreciada por uma comissão mista de deputados e senadores, como prevê a Constituição Federal em seu artigo 62, parágrafo 9º. A MP, diz a associação, foi convertida em lei com a emissão de parecer individual do relator, sem manifestação da comissão.
Além disso, a matéria não possuiria as características de urgência e relevância a justificar a edição de medida provisória, ressalta a ação.
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
AGU Ao se manifestar durante o julgamento, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, chegou a defender a lei em discussão, falando da urgência da matéria, tendo em vista o crescimento das áreas de preservação no país, e a importância estratégica do meio ambiente.
Quanto à tramitação legislativa da MP, o advogado disse que o Congresso busca resolver impasses da própria casa parlamentar para dar viabilidade ao processo legislativo. A MP tem um tempo de tramitação, disse Adams. Se não der tempo, o Congresso busca formas de suprir a deliberação da comissão mista e garantir a soberania do parlamento para decidir sobre a pertinência da medida.
Procedência parcial
Relator da ação, o ministro Luiz Fux votou no sentido de julgar parcialmente procedente a ADI, modulando os efeitos da decisão para que a Lei 11.516/2007 só seja declarada nula após 24 meses da prolação da decisão da Corte. Pelo voto do ministro, o instituto permanece existindo, e nesse prazo de dois anos o Congresso poderá editar nova lei, respeitando os ditames legais e constitucionais, para garantir a continuidade das atividades da autarquia.
Para o ministro, a conversão da MP 366/2007 na lei em questão não atendeu ao disposto no artigo 62 parágrafo 9º da Constituição Federal. A comissão mista foi constituída, explicou, mas não houve quórum para deliberação, o que motivou a aplicação do previsto na Resolução 1/2002 do Congresso, que diz que após 14 dias, se não deliberado pela comissão, o parecer pode ser apresentado individualmente pelo relator perante o plenário.
Para o ministro Fux, a importância das comissões mistas na análise e conversão de MPs não pode ser amesquinhada. No artigo 62, parágrafo 9º, a Constituição procurou dar maior reflexão das medidas emanadas pelo Executivo, disse ele.
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Ele foi acompanhado pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia Antunes Rocha quanto ao fundamento da inconstitucionalidade formal, por desrespeito ao artigo 62, parágrafo 9º, da Constituição.
Os ministros Ayres Britto e Gilmar Mendes também acompanharam o relator, mas apenas com base no fundamento do artigo 62, parágrafo 9º, da Constituição. Isso porque, para o ministro Britto, a avaliação quanto à urgência, embora não seja discricionária, é subjetiva do presidente da República. E, para o ministro, em matéria de atos concretos de preservação do meio ambiente, tudo é urgente e relevante. Já o ministro Gilmar Mendes se posicionou no sentido de que é preciso da efetividade ao artigo 62, parágrafo 9º, da Constituição.
Já o ministro Marco Aurélio votou pela procedência total do pedido, sem qualquer modulação. Para ele, a inconstitucionalidade é de tal vulto que fulmina a lei em questão.
Mas o decano da Corte disse entender que a inconstitucionalidade formal é muito clara, no caso, pela inobservância do artigo 62, parágrafo 9º, por parte do Congresso Nacional.
Divergência
O ministro Ricardo Lewandowski divergiu integralmente do relator. Ele disse que a análise dos requisitos de urgência e relevância das medidas provisórias deve ser feita com muito cuidado pelo STF porque, para ele, a Corte não pode se substituir à vontade política discricionária do governo.
Vide íntegra do relese no site: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=202057
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
 Tramitação 2: com o parecer da Comissão mista, passará a apreciação do plenário de cada uma das Casas e o processo de votação será em sessão separada, começando pela Câmara dos Deputados. Se entenderem que não preenchidos os pressupostos da MP, ela será arquivada.
Regime de urgência constitucional – se não apreciada em 45 dias contados da sua publicação, a MP entrará em regime de urgência. (art. 62, §6º)
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Regime de urgência constitucional – se não apreciada em 45 dias contados da sua publicação, a MP entrará em regime de urgência, subsequentemente em cada uma das casas do CN, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (art. 62, §6º)
OBS: Michel Temer, quando Presidente da Câmara dos Deputados, interpretou de outra forma o regime de urgência, orientando que a pauta não deve ser trancada em relação a matérias que não podem, em tese, ser objeto
de MP, como PEC, Projeto de LC, resoluções, decretos legislativos etc. Foi impetrado o MS 27.931 no STF contra esse entendimento e negada a liminar. 
REEDIÇÃO DE MP: o art. 62, §10 diz que “ É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.”
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
29/06/2017 – STF decide que trancamento da pauta da Câmara por MP não alcança todos os projetos e propostas
Concluido o julgamento do MS 27.931.
No MS, impetrado por parlamentares, questiona-se interpretação conferida pelo então presidente da Casa, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ao artigo 62, parágrafo 6º, da Constituição Federal, que dispõe sobre o bloqueio de pauta. Ao decidir uma questão de ordem, Temer entendeu que apenas os projetos de lei ordinária que tenham por objeto matéria passível de ser tratada por medida provisória são alcançados pelo sobrestamento. O ato tem permitido, desde então, que a Câmara aprecie, sem bloqueio, propostas de emenda constitucional (PEC), projetos de lei complementar (PLC), projetos de resolução (PR) e projetos de decreto legislativo (PDL).
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
Assim, podemos dizer que, diante de uma MP adotada pelo Presidente da República, o Legislativo poderá tomar as seguintes medidas:
Aprovação sem alteração – o texto será promulgado pelo Presidente da Mesa do CN para publicação no DOU;
Aprovação com alteração – regimentalmente é possível apresentar emenda à MP. Nesse caso, após ambas as Casas aprovarem a emenda, o texto será submetido ao Presidente da República para sanção ou veto da lei de conversão. Em caso de sanção ou derrubada do veto, a promulgação e publicação serão feitas pelo Presidente da República; (observando o que diz o art. 62,§3º)
Não apreciação (rejeição tácita) – não apreciada no prazo ele será prorrogado e , uma vez vencidos os 120 sem a conversão, perde a eficácia desde a sua edição, ficando a cargo do CN o decreto legislativo que disciplinará as relações jurídicas decorrentes da MP. (Não se admite, como outrora, a aprovação por decurso de prazo);
Rejeição expressa – é o CN, expressamente, deixar de converter a MP em lei. PERGUNTA-SE: NESSE CASO, PODE A MP SER REEDITADA?
Pela regra do art. 62, §10 não.
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PODER LEGISLATIVO – MEDIDA PROVISÓRIA
PODE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA RETIRAR DA APRECIAÇÃO DO CN MEDIDA PROVISÓRIA JÁ EDITADA?
Não, uma vez editada a MP o PR deixa de ter o poder sobre ela, já que de imediato deve submetê-la ao Congresso.
Mas segundo o STF, pode o PR editar uma nova MP para ab-rogá-la por meio de uma nova MP que inclusive, o CN pode entender por rejeitar e fazer reestabelecer a anterior pela rejeição daquela ab-rogatória.
LIMITAÇÃO MATERIAL À EDIÇÃO DE UMA MP:
Art. 62: ...
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
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PODER LEGISLATIVO – Decreto Legislativo
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada
DECRETO LEGISLATIVO
Instrumento pelo qual se materializa as competências exclusivas do Congresso Nacional , conforme art. 49, I a XVII e art. 62, §3º.
As regras quanto ao seu procedimento estão dispostas no RI;
Promulgado pelo Presidente do Senado Federal (já que é o presidente do CN)
Não há participação do Presidente da República com sanção ou veto.
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PODER LEGISLATIVO – RESOLUÇÕES
Tratados Internacionais de Direitos Humanos: art. 5, §3º - materializados por meio de Decreto Legislativo, embora tenham status de direito constitucional.
RESOLUÇÕES
Instrumento pelo qual se materializam as competências privativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, conforme art. 51 e art. 52 respectivamente, e algumas do Congresso Nacional fixadas no Regimento Interno.
As regras quanto ao seu procedimento estão dispostas nos RI’s;
Promulgado pelo Presidente da Casa e no caso de Resolução do CN, pelo Presidente do Senado Federal.
Não há participação do Presidente da República com sanção ou veto.
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PODER LEGISLATIVO – RESOLUÇÕES
A CF fala em resoluções nos seguintes arts:
Art. 68, §2º
Art. 155, §1º, IV
Art. 155, §2º, IV
Art. 155, §2º, V, a
Art. 155, §2º, V, b
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PODER LEGISLATIVO
 TRIBUNAL DE CONTAS (art. 71 a 75)
Além da função típica de legislar, o Poder Legislativo tem também a função típica de fiscalizar.
Temos que a fiscalização pode ser interna de cada poder (Art. 74) e externa, quando exercida pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas.
Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pelo art. 74, §1 que diz:
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.(grifo nosso)
O controle externo será realizado pelo CN, auxiliado pelo Tribunal de Contas, com as competências fixadas no art. 71.
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PODER LEGISLATIVO
Tribunal de Contas da União:
Art. 73:
Composição – 9 Ministros
Sede – DF
Possui quadro próprio de pessoal 
“jurisdição” em todo o território nacional
Exerce, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
ATENÇÃO: Quando o art. 73 fala em “jurisdição” em todo o território nacional, comete um equívoco, porque o Tribunal de Contas é órgão técnico que emite pareceres, exerce função fiscalizadora e por vezes julga. Mas não exerce jurisdição em sentido próprio.
No caso de controle externo, seus atos são de natureza meramente administrativa, podendo ser ou não acatados pelo Poder Legislativo.
Os Tribunais de contas não estão subordinados ao Legislativo nem ao Poder Judiciário. Sua competência institucional deriva da CF (ADI 4190, j. 10.3.2010)
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PODER LEGISLATIVO
O Tribunal de Contas é portanto, instituição autônoma, auxilia o Poder Legislativo em determinadas atribuições.
Atribuições do TCU: art. 71 
Ministros do TCU:
Requisitos: 
Brasileiro com mais de 35 anos e menos de 65
Idoneidade moral e reputação ilibada
Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de administração pública e
Mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos especificados.
Escolha:
3 são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal por sua maioria simples “sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento” (art. 73, §2º, I);
6 pelo Congresso Nacional
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PODER LEGISLATIVO
Garantias dos Ministros do TCU – mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ, conforme ADI 4190.
TRIBUNAL DE CONTAS DOS ESTADOS E DO DF
As normas estabelecidas para o TCU, aplicam-se a esses Tribunais e deverão estar previstas na constituição estadual.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
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PODER LEGISLATIVO
SÚMULA DO STF Nº 653 
NO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL, COMPOSTO POR SETE CONSELHEIROS, QUATRO DEVEM SER ESCOLHIDOS PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E TRÊS PELO CHEFE DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL, CABENDO A ESTE INDICAR UM DENTRE AUDITORES E OUTRO DENTRE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, E UM TERCEIRO A SUA LIVRE ESCOLHA.
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PODER LEGISLATIVO
Quinta-feira, 21 de agosto de 2014Anulada decisão que determinava nomeação de membro do MP em vaga no TCE-AL
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), que determinou a nomeação de membro do Ministério Público no Tribunal de Contas de Alagoas (TCE-AL) em vaga destinada à nomeação por parte da Assembleia Legislativa.
O julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 717424, que havia sido suspenso na sessão do dia 14 de agosto, continuou nesta quinta-feira (21), com o voto de desempate proferido pelo ministro Gilmar Mendes.
O julgamento foi interrompido com quatro votos para cada uma das duas teses apresentadas. O ministro Gilmar Mendes, que estava justificadamente ausente na sessão anterior, acompanhou o posicionamento do relator, ministro Marco Aurélio, para considerar inconstitucional a decisão do TJ-AL de nomear para o TCE um membro do Ministério Público, na vaga destinada ao Legislativo.
Também acompanharam o relator os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia e o presidente eleito, ministro Ricardo Lewandowski. Ficaram vencidos os ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello. O ministro Luís Roberto Barroso, impedido, não votou.
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Quinta-feira, 14 de agosto de 2014Suspenso julgamento sobre preenchimento de vaga no TCE por membro do MP
Foi suspenso no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 717424, com repercussão geral, que discute o preenchimento de vaga no Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) por membro do Ministério Público (MP). Até o momento, foram proferidos oito votos, com empate de quatro votos para cada uma das duas teses apresentadas.
A primeira tese é do relator do caso, ministro Marco Aurélio, que votou no sentido de dar provimento ao RE de autoria da Assembleia Legislativa de Alagoas para anular decisão do Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-AL), que determinou a nomeação de membro do Ministério Público em vaga destinada à nomeação por parte da Assembleia Legislativa.
O relator explicou que a Constituição Federal de 1988 passou a determinar que os membros do Tribunal de Contas não fossem mais de livre nomeação pelo Poder Executivo, mas ocorresse de forma mista. De acordo com o artigo 73, parágrafo 2º, dois terços devem ser indicados pelo Congresso Nacional e um terço pelo presidente da República, sendo que um dos indicados pelo Executivo deve ser auditor ou membro do Ministério Público (alternadamente).
Esse dispositivo constitucional é norma de simetria, devendo ser respeitado pelos Estados. Ocorre que em Alagoas ainda há um membro que foi nomeado com base na Constituição anterior, de 1967. Para corrigir tal situação, o TJ-AL determinou a nomeação de um membro do MP para vaga ocupada anteriormente por pessoa indicada pela Assembleia Legislativa.
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PODER LEGISLATIVO
No entanto, para o ministro Marco Aurélio, deve ser respeitado o tempo de transição para que o membro do MP fosse nomeado em uma das três vagas destinadas à nomeação por parte do governador, e não na vaga que a Assembleia Legislativa teria direito a indicar um membro, sob o risco de haver uma “inversão na proporção de vagas”. Isso porque a Constituição prevê que quatro vagas devem ser preenchidas por indicados pela Assembleia e três pelo governador.
Para o relator, o atendimento à norma referente à distribuição de cadeiras “somente pode ocorrer quando surgida vaga pertencente ao Executivo, não se mostrando legitimo sacrificar ao momento e ao espaço a escolha do Legislativo”.
Acompanharam essa tese os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia e o presidente, ministro Ricardo Lewandowski.
O presidente destacou que “o Constituinte de 1988 quis dar ao Poder Legislativo uma preeminência maior no que tange ao controle externo das contas dos demais poderes e é por isso que há essa desproporção com a indicação de um número maior de indicados por parte do Legislativo”. Para ele, esse valor é que deve prevalecer.
Divergência
Quem abriu a divergência foi o ministro Teori Zavascki, para quem a solução dada pelo TJ-AL é adequada porque, apesar de postergar a indicação da Assembleia Legislativa, por outro lado vai sanar um vício que perdura há mais de 20 anos, que é a ausência de membro do MP no Tribunal de Contas.
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PODER LEGISLATIVO
“Não há dúvida nenhuma de que a solução dada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas vai comprometer em boa medida uma determinação constitucional, mas o inverso também é verdadeiro”, afirmou ele ao destacar que se a decisão do TJ não for chancelada pelo STF pode significar a perpetuação da situação de ausência de membro do MP, que já deveria ter sido corrigida há anos.
Esse mesmo entendimento foi adotado pela ministra Rosa Weber e pelos ministros Luiz Fux e Celso de Mello.
O ministro Celso de Mello, por sua vez, destacou que a presença do membro do MP no Tribunal de Contas é “necessária e insuprimível” e que deve ser corrigida essa situação de “evidente inconstitucionalidade” que se prolonga no tempo e configura “contínua transgressão ao texto da Constituição”.
“A solução preconizada pelo acórdão emanado do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas busca, na verdade, superar uma situação absolutamente anômala”, destacou ele ao definir a situação como “pura patologia constitucional”.
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TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais
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PODER LEGISLATIVO
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MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL
O MP QUE ATUA NO TRIBUNAL DE CONTAS É ESPECIAL PORQUE NÃO PODEM SER APROVEITADOS OS MEMBROS DA INSTITUIÇÃO ESTADUAL PARA SUA COMPOSIÇÃO.
OU SEJA, HÁ UMA CARREIRA ESPECÍFICA DO MP ESPECIAL JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS DEVENDO SER APROVADOS EM CONCURSO PRÓPRIO.

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