Buscar

2 ¦ Direito Penal Sursis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE IGARASSU - FACIG 
 Autorizada pela Portaria nº 584 de 26.06.1998 - DOU de 29.06.1998
CURSO: Bacharelado em Direito/ DISCIPLINA: Direito Penal 2 / 3º PERÍODO
PROFESSOR; Eduardo Gomes da Costa
Suspensão Condicional da Pena ou Sursis - Possibilidade de o juiz liberar o condenado do cumprimento da pena privativa de liberdade desde que preenchidos certos requisitos por certo lapso de tempo que é conhecido como período de prova. São os seguintes sistemas:
Sistema europeu continental (ou franco-belga): adotado pelo CP no qual o acusado é condenado, mas a execução da pena é suspensa.
Sistema anglo-americano (ou “probation system”): em que o juiz reconhece a culpabilidade, mas  não aplica a pena,  apenas sendo ação penal durante o período de prova, sendo certo que  a sentença condenatória não é proferida.
Sistema do “probation of first offenders act”: O juiz não reconhece a culpabilidade,  mas suspende ação penal durante o período de prova.  Tal  sursis processual é previsto no art. 89 da lei nº 9.099\95 (suspensão condicional do processo)
A Suspensão Condicional da Pena é medida estabelecida pelo CP que tem a finalidade reeducar o apenado, impedindo que delinquentes condenados a penas de reduzida duração fiquem privados da liberdade, restrição que se agrava pelo convívio com outros de maior periculosidade. A suspensão condicional da pena é uma condição pessoal, já que o cumprimento da pena fica atrelada a acontecimento futuro, sendo certo que não sendo cumprida a pena imposta a indulgência deixa de possuir lugar executando-se a pena.
O citado instituto é aplicada à execução da pena privativa de liberdade (art. 77, caput do CP, seja reclusão, detenção ou prisão simples), não superior a 2 (dois) anos, podendo ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I) o condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo se na condenação anterior foi aplicado somente a pena de multa (art. 77, inc. I e §1º do CP); 
II) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; (art. 77, inc. II do CP),
III) não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos conforme redação do art. 77, III, do CP.
Exceções: (I) pena não superior a 4 anos para casos de condenados maiores de 70 anos de idade,  ou por razões de saúde que justifiquem a suspensão. ((art. 77,  §2º do CP); (II) no concurso de crimes considera-se a soma das penas; (III) Caso do art. 16 das Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9605\98) “a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.” (sic) 
Obs.: Deve haver a reparação do dano no sursis, salvo impossibilidade de fazê-lo.
Modalidades: (a) Sursis simples (arts. 77 e 78, §1º do CP):   ocorre com a prestação de serviços à comunidade ou submeter o apenado a limitação de fim de semana, aplicando-se aos casos em que o condenado não reparou o dano injustificadamente ou Quando as circunstâncias do art. 59 do CP não são favoráveis; (b)  Sursis especial (art. 78, § 2º do CP): O Condenado não precisa prestar serviço à comunidade e não é limitado no final de semana no período de prova,  sendo aplicável aos casos em que o condenado reparou o dano,  salvo justificativa,  e de art. 59 do CPC comparado; (c)  Sursis etário ( art.77, §2º, primeira parte do CP): A execução da pena privativa de liberdade,  quando não superior a 4 anos,  poderá ser suspensa,  entre quatro a seis anos,  desde que o condenado seja maior de 70 anos de idade; (c)  Sursis humanitário (art.77, §2º, segunda parte do CP):  ocorre quando por razões de saúde justifique a suspensão em caso que a execução da pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos,  pode ser suspensa por 4 a 6 anos.
Existem condições legais e judiciais, no período de prova, para concessão da suspensão condicional do processo, sob pena de não cumprir haverá a efetiva revogação do sursis, quais sejam, NAS CONDIÇÕES LEGAIS (1)  sursis simples no primeiro ano do prazo,  deverá O Condenado prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação final de semana (art. 78, §1º CP); (2)  sursis especial: (a) Proibição de frequentar determinados lugares;  (b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside,  sem prévia autorização do juiz; (c) comparecimento pessoal e obrigatório ao juízo,  mensalmente,  para informar e justificar suas atividades(art. 78, §1º CP); NAS CONDIÇÕES JUDICIAIS:  a sentença poderá especificar outras condições  submeter e subordinando  a suspensão, desde que adequadas  ao fato e à  se tu situação pessoal do condenado (art 79 CP).
PERÍODO DE PROVA: lapso de tempo em que o condenado deverá observar as condições estabelecidas,  o termo inicial  é a audiência admonitória ( ou de advertência)  que ocorre após o trânsito em julgado da sentença. A regra  do período de prova é de 2 a 4 anos (vide art. 77 do CP),  existe outros prazos para o período de prova  já declinado, os quais novamente não se registrar para não tornar, “ad nauseam”, repetitiva, contudo  é importante registrar também que nas condenações por prática de contravenção penal período de prova é de 1 a 3 anos (vide art. 11 da LCP).
Revogação existem condições Obrigatórias e Facultativas. REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA (art. 81, I a III do CP): (a) a condenação, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (b)  frustrada,  embora solvente,  a execução de pena de multa ou não efetuado, sem motivo justificado,  a reparação do dano. (OBS.: anacronia dispositivo legal, pois existe posicionamento no sentido da impossibilidade da revogação do sursis pelo não pagamento da pena de multa,Sobre o argumento de que se o não  pagamento da multa não pode convertê-la em pena privativa de liberdade, da mesma forma não poderá revogar o sursis. (c)  Desculpe a condição do §1º art. 78 do CP (isto é, prestação de serviço à comunidade ou limitação de final de semana); REVOGAÇÃO FACULTATIVA (art. 81, §1º do CP): (a) Descumprimento de qualquer outra condição imposta; (b)  o agente é condenado em sentença irrecorrìvel,  durante o período de prova,  por crime culposo ou contravenção penal,  a pena privativa de liberdade ou este direito,  excluindo multa.  neste último caso o juiz poderá ao invés de decretar a revogação,  prorrogar o período de prova até o máximo,  se não for o fixado (art. 81, §3º CP)  ou exacerbar as condições (art. 707, § único CPP).
Cassação.  considera-se cassado o sursis quando ocorrer, no período de prova, as seguintes hipóteses: a)  quando não comparecer injustificadamente à audiência admonitória; b)  O Condenado não aceitar as condições do sursis; c) O Condenado a pena privativa de liberdade (não suspensa) antes de período de prova; d)  a pena é aumentada pelo tribunal em grau de recurso.
Término do período de Prova: o termo final do período de prova se dá com a extinção da Pena e não da data da sentença que declara a extinção punibilidade sendo importante observar que havendo prorrogação (art. 81, §1º do CP)  não haverá extinção. É exemplo que diz o HC 175.758 do STJ que diz: “1. Inexiste constrangimento ilegal quanto à revogação do benefício da suspensão condicional da pena em razão de condenação pelo cometimento de outro crime durante o período de prova, desde que não tenha sido extinta a punibilidade do agente mediante sentença transitada em julgado, nos termos do inciso I do art. 81 do Código Penal.2. Esta Corte tem firmado o entendimento no sentido de que o período de prova do sursis fica automaticamente prorrogado quando o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, bem como que a superveniência de sentença condenatória irrecorrível é caso de revogação obrigatória do benefício, mesmo quando ultrapassado o período de prova”(sic).
QUESTÕES ESPECÍFICAS
direitos políticos,  embora suspensa a pena de prisão,  os direitos políticos ficam suspensos enquanto não  extinta a punibilidade CF art. 15, III+  precedente do STF RMS  22470 do AgR, julgado em 11.06.96.  sursis simultâneo pode ocorrer Quando o réu obtenha dois sursis  ao mesmo tempo,  sendo exemplo no período de prova o apenado é condenado por crime culposo ou contravenção penal não sendo revogado o sursis anterior ( hipótese de revogação facultativa).
Crimes hediondos e equiparados não existe vedação legal para o sursis.
Lei de drogas proíbe expressamente a concessão de sursis aos seus crimes previstos nos artigos 33 caput para 1º e 34 a 37 lei 11.343\06
Coisa julgada a decisão que concede  irregularmente o sursis  não há o que falar coisa julgada em sentido material podendo ser alterada pelo juiz da execução penal segundo art. 158, §2º LEP.   discute-se sim a omissão das condições por esquecimento do juiz (sursis sem condições) Poderia ser suprido pelo juiz de execução penal
Lei de Execução Penal art. 158 a 163
 
Inaplicabilidade de sursis as penas restritivas de direitos e multa nos termos do artigo 80 do CP,  suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa

Outros materiais