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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MARCO ANDRÉ REIS PINHEIRO AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES MORADORES EM RESIDÊNCIAS DO PROGRAMA HABITACIONAL POPULAR – MINHA CASA, MINHA VIDA, EM ANÁPOLIS – GO PUBLICAÇÃO N°: TCC 09-2013/01 ANÁPOLIS / GO 2013 ii MARCO ANDRÉ REIS PINHEIRO AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES MORADORES EM RESIDÊNCIAS DO PROGRAMA HABITACIONAL POPULAR – MINHA CASA, MINHA VIDA, EM ANÁPOLIS – GO PUBLICAÇÃO N°: TCC 09-2013/01 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS ORIENTADORA: JULIANA LUIZA MOREIRA DEL FIACO ANÁPOLIS/GO: 2013 FICHA CATALOGRÁFICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA PINHERO, M. A. R. Avaliação da Satisfação dos Clientes Moradores em Residências do Programa Habitacional Popular – Minha Casa, Minha Vida, em Anápolis – GO. Projeto Final, Publicação ENC., Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO, 67 p., 2013. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Marco André Reis Pinheiro TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE PROJETO FINAL: Avaliação da Satisfação dos Clientes Moradores em Residências do Programa Habitacional Popular – Minha Casa, Minha Vida, em Anápolis – GO. GRAU: Bacharel em Engenharia Civil ANO: 2013 É concedida à Universidade Estadual de Goiás a permissão para reproduzir cópias deste projeto final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste projeto final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. _____________________________ Marco André Reis Pinheiro São Carlos, Rua Celso Máximo Pereira. CEP 75084-110 - Anápolis/GO – Brasil PINHEIRO, MARCO ANDRÉ REIS Avaliação da satisfação dos clientes moradores em residências do Programa Habitacional Popular – Minha Casa, Minha Vida, em Anápolis – GO. (ENC/UEG, Bacharel, Engenharia Civil, 2012). Projeto Final - Universidade Estadual de Goiás. Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas. Curso de Engenharia Civil. 1. Minha Casa, Minha Vida 2. Satisfação dos clientes 3. Qualidade de vida iii MARCO ANDRÉ REIS PINHEIRO AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES MORADORES EM RESIDÊNCIAS DO PROGRAMA HABITACIONAL POPULAR – MINHA CASA, MINHA VIDA, EM ANÁPOLIS – GO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL, DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL. APROVADO POR: __________________________________________________ JULIANA LUIZA MOREIRA DEL FIACO, Msc. (UEG) (ORIENTADORA) ________________________________________________________ BENJAMIM JORGE RODRIGUES DOS SANTOS, Dr. (UEG) (EXAMINADOR INTERNO) ___________________________________________ VALÉRIA CONCEIÇÃO MOURO, Dr. (IFG) (EXAMINADOR EXTERNO) DATA: ANÁPOLIS/GO, 23 de SETEMBRO de 2013. iv DEDICATORIA A Deus o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele. Aos meus pais, irmãos e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. À orientadora e professora Juliana Del Fiaco, pela paciência na orientação e incentivo, que tornaram possível a conclusão desta monografia. Aos professores da Universidade Estadual de Goiás que foram tão importantes na minha vida acadêmica. Aos colegas de aula pelo convívio durante esta trajetória. Aos moradores do residencial Jardim Itália sem os quais não seria possível esta pesquisa. v RESUMO Esta monografia teve como objetivo verificar e analisar o nível de satisfação dos clientes do Programa Habitacional Popular – Minha Casa, Minha Vida no Residencial Jardim Itália. Procurou-se comparar a importância entre os atributos pesquisados e o nível de satisfação. Para tal foi elaborada para a fundamentação teórica uma pesquisa bibliográfica de conceitos como: o PAC; Programa Minha Casa, Minha Vida; satisfação do cliente; qualidade de vida. Para tal optou-se por uma pesquisa descritiva, e uma pesquisa de campo, por meio do uso de questionário estruturado, aplicado no mês de março de 2013, junto ao público pesquisado. O residencial possui 200 unidades habitacionais, porém obteve-se apenas 41 questionários respondidos em 41 residências, determinando a amostra da pesquisa. Para a análise dos dados efetuou-se uma tabulação, mediante a qual se buscou verificar o nível de satisfação dos clientes e comparar com o grau de importância de cada atributo pesquisado, destacando àqueles de maior importância. Dentre eles estão: Grau de satisfação geral do usuário em relação ao bairro; segurança ao caminhar nas ruas do bairro à noite; grau de avaliação geral do usuário com a unidade habitacional; nota dada pelo usuário a sua residência; grau de satisfação em relação à empresa construtora e melhoria na qualidade de vida do morador e da sua família. Palavras-chave: Minha Casa, Minha Vida. Satisfação do Cliente. Qualidade de vida. vi ABSTRACT This monograph aims to verify and analyze the level of customer satisfaction of the Popular Housing Program – Minha Casa, Minha Vida in the Residencial Jardim Itália neighborhood. It was sought to compare the importance between the attributes surveyed and the level of satisfaction. For such, a theoretical grounding was established through a bibliographical research of concepts such as: the PAC, Minha Casa, Minha Vida, customer satisfaction, standard of living. To this end it was opted for a descriptive research and a field survey, using a questionnaire, of quantitative basis, in March 2013, in order to collect data from the public researched. The neighborhood features 200 housing units, but we obtained only 41 questionnaires answered in 41 households, determining the research sample. For the data analysis we performed a tab, by which it was sought to verify the level of customer satisfaction and to compare it to the degree of importance of each attribute researched, highlighting those of greatest importance. Among those are: Degree of overall user satisfaction in relation to the neighborhood, safety while walking the streets of the neighborhood at night; degree of overall evaluation of the user with the housing unit; grade given by the user to his residence, degree of satisfaction toward the construction company and improvement the standard ofliving of the resident and his family. Keywords: Minha Casa, Minha Vida. User Satisfaction. Standard of Living. vii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 - Conceito de Satisfação de Clientes ........................................................... 11 Figura 2.2 - Matriz de Importância x Desempenho ...................................................... 12 Figura 2.3 - Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória .................................. 13 Gráfico 4.1 - Sexo ......................................................................................................... 21 Gráfico 4.2 - Estado Civil ............................................................................................. 22 Gráfico 4.3 - Idade ........................................................................................................22 Gráfico 4.4 - Formação ................................................................................................. 23 Gráfico 4.5 - Exerce atividade remunerada .................................................................. 23 Gráfico 4.6 - Renda mensal familiar ............................................................................. 24 Gráfico 4.7 - Número de pessoas que reside no imóvel ............................................... 24 Gráfico 4.8 - Em quantas casas e/ou apartamentos já morou antes desta unidade habitacional ................................................................................................................... 25 Gráfico 4.9 - Qual era o tipo de habitação anterior a essa ............................................ 25 Gráfico 4.10 - Com relação às moradias anteriores, como considera a atual habitação ...................................................................................................................................... 26 Gráfico 4.11 - Grau de satisfação geral do usuário em relação ao bairro ..................... 26 Gráfico 4.12 - Em relação à arborização e áreas verdes ............................................... 27 Gráfico 4.13 - Oferta de transportes públicos ............................................................... 27 Gráfico 4.14 - Oferta de comércios e serviços ............................................................. 28 Gráfico 4.15 - Limpeza das ruas e calçadas ................................................................. 28 Gráfico 4.16 - Iluminação das ruas e calçadas ............................................................. 29 Gráfico 4.17 - Sente seguro ao caminhar nas ruas do bairro à noite ............................ 29 Gráfico 4.18 - Possui algum posto policial por perto ................................................... 30 Gráfico 4.19 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a UH ........................... 30 viii Gráfico 4.20 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a aparência externa..... 31 Gráfico 4.21 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a aparência interna ..... 31 Gráfico 4.22 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com o tamanho da residência ...................................................................................................................................... 32 Gráfico 4.23 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a ventilação interna da habitação ....................................................................................................................... 32 Gráfico 4.24 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a iluminação natural dos ambientes ...................................................................................................................... 33 Gráfico 4.25 - Qual o grau de avaliação geral do usuário com a iluminação artificial dos ambientes ................................................................................................................ 33 Gráfico 4.26 - Qual o grau de avaliação geral do usuário em relação ao funcionamento das instalações elétricas ................................................................................................ 34 Gráfico 4.27 - Qual o grau de avaliação geral do usuário em relação ao funcionamento das instalações hidrossanitárias .................................................................................... 34 Gráfico 4.28 - Tamanho da cozinha.............................................................................. 35 Gráfico 4.29 - Tamanho da sala .................................................................................... 35 Gráfico 4.30 - Tamanho do banheiro ............................................................................ 36 Gráfico 4.31 - Tamanho dos dormitórios ..................................................................... 36 Gráfico 4.32 - Tamanho da área de serviço .................................................................. 36 Gráfico 4.33 - A empresa construtora do imóvel concedeu ao morador o manual do usuário ........................................................................................................................... 37 Gráfico 4.34 - Qual a nota dada pelo usuário a sua residência ..................................... 37 Gráfico 4.35 - Houve incidência de problemas na unidade habitacional ..................... 38 Gráfico 4.36 - Esquadrias (Portas e/ou Janelas) ........................................................... 38 Gráfico 4.37 - Revestimentos soltos ............................................................................. 39 ix Gráfico 4.38 - Pisos soltos ............................................................................................ 39 Gráfico 4.39 - Trincas nas alvenarias ........................................................................... 40 Gráfico 4.40 - Infiltrações ............................................................................................. 40 Gráfico 4.41 - Pias e bancadas ...................................................................................... 41 Gráfico 4.42 - Instalações elétricas ............................................................................... 42 Gráfico 4.43 - Instalações hidrossanitárias ................................................................... 42 Gráfico 4.44 - Pinturas .................................................................................................. 43 Gráfico 4.45 - Cobertura ............................................................................................... 43 Gráfico 4.46 - Os problemas foram notificados à empresa construtora ....................... 44 Gráfico 4.47 - Os problemas foram resolvidos ............................................................. 44 Gráfico 4.48 - Agilidade do atendimento na prestação de serviços de assistência técnica ........................................................................................................................... 45 Gráfico 4.49 - Comparado com imóveis de valor semelhante, construídos por outras empresas construtoras, você considera seu imóvel ....................................................... 45 Gráfico 4.50 - Qual o grau de satisfação em relação à empresa construtora ................ 46 Gráfico 4.51 - Houve uma melhora na sua qualidade de vida e na qualidade de vida da sua família, depois que você e sua família vieram morar neste residencial ................. 47 Gráfico 4.52 - Próximos ao residencial existem parques ou praças ............................. 47 Gráfico 4.53 - Tem local apropriado perto do seu residencial para prática de exercícios físicos ............................................................................................................................ 48 Gráfico 4.54 - A vizinhança é unida ............................................................................. 48 x LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Composição do Déficit Habitacional Brasileiro ......................................... 5 Tabela 2.2 - Unidades Habitacionais por Região ........................................................... 6 Tabela 2.3 - Indicadores Socioeconômicos .................................................................... 8 Tabela 3.4 - Pontos Fortes e Fracos de Três Formas de Contatos ................................ 17 xi LISTA DE ABREVIAÇÕES PAC Programa de Aceleração do Crescimento MCMV Minha Casa, Minha Vida PMCMV Programa Minha Casa, Minha Vida DAIA Distrito Agroindustrial de Anápolis FAR Fundo de Arrendamento Residencial SEMDUS Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano CEF Caixa EconômicaFederal PNHU Programa Nacional de Habitação Urbana PNHR Programa Nacional de Habitação Rural UH Unidade Habitacional SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................... 2 1.1.1 Geral ............................................................................................................................... 2 1.1.2 Específicos ...................................................................................................................... 2 1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 2.1 PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO ........................................... 4 2.1.1 Definição e Detalhamento .............................................................................................. 4 2.2 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA ............................................................. 5 2.2.1 Conceitos e Objetivos ..................................................................................................... 5 2.2.2 Habitação para Famílias com Renda de até Três Salários Mínimos .............................. 7 2.2.2.1 Abrangência .................................................................................................................... 7 2.2.3 Habitação para Famílias com Renda de até Dez Salários Mínimos ............................... 7 2.2.3.1 Abrangência .................................................................................................................... 7 2.3 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA, EM ANÁPOLIS/GO ......................... 7 2.3.1 Em Anápolis/GO ............................................................................................................ 7 2.3.2 Construção de Moradias ................................................................................................. 8 2.4 SATISFAÇÃO DO CLIENTE ..................................................................................... 10 2.4.1 Conceitos e Terminologia ............................................................................................. 10 2.4.2 Modelos Propostos na Literatura .................................................................................. 11 2.4.2.1 Importance - Performance Analysis ............................................................................. 11 2.4.2.2 Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória ...................................................... 12 2.5 QUALIDADE DE VIDA ............................................................................................. 14 2.5.1 Conceitos e Terminologia ............................................................................................. 14 2.5.2 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida ........................................................ 15 2.5.2.1 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Genéricos....................................... 15 2.5.2.1.1 Short – Form 36 ....................................................................................................... 15 2.5.2.1.2 Whoqol 100 ................................................................................................................ 15 2.5.2.1.3 Whoqol - Bref ............................................................................................................ 16 2.5.2.2 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Específicos .................................... 16 2.5.2.2.1 The Quality of Life Questionnaire – Core 30 ............................................................ 16 2.5.2.2.2 Audit Diabetes Dependent Quality of Life ................................................................. 16 2.5.2.2.3 Whoqol – Old............................................................................................................16 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ......................................................................... 17 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 17 3.1.1 Tipo de Pesquisa Quanto ao Nível ................................................................................ 17 3.1.2 Tipo de Pesquisa Quanto à Abordagem ........................................................................ 17 3.1.3 Instrumentos de Pesquisa .............................................................................................18 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ...................................................................................... 18 3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................ 20 4 ANÁLISE E RESULTADOS DE PESQUISA ......................................................... 21 4.1 TABULAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DOS QUESTIONÁRIOS .................................................................................................................. 21 4.1.1 Perfil do Entrevistado ................................................................................................... 21 4.1.2 Avaliação do Bairro ...................................................................................................... 26 4.1.3 Avaliação da Unidade Habitacional ............................................................................. 30 4.1.4 Avaliação da Manutenção ............................................................................................. 38 4.1.5 Avaliação Sobre Qualidade de Vida ............................................................................. 46 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...................................................................................................................49 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 49 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 50 1 1 INTRODUÇÃO O Brasil se encontra em um ótimo cenário econômico nos últimos anos, e isso devido ao incentivo do governo federal que lança programas e obras, que visam acelerar o crescimento econômico do Brasil. Esse crescimento se dá, principalmente devido ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além das obras para a Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas de 2016, com isso o setor da construção civil vem se destacando ao longo dos últimos anos. Mesmo com o crescimento do setor da construção civil em evidência, ainda existem falhas. Uma dessas falhas é a falta de milhares de moradias, que constitui um dos maiores problemas sociais no Brasil. Visando minimizar essa grave situação, o governo federal criou politicas habitacionais, como o programa Minha Casa, Minha Vida, a fim de acabar com um déficit gigantesco de habitações no País. O Programa Minha Casa, Minha Vida é uma área de investimento do PAC, que tem como um dos seus objetivos estimular o crédito e os financiamentos para a obtenção de casas próprias, além de reduzir o déficit habitacional, dinamizar o setor de construção civil e gerar trabalho e renda. Assim, esse trabalho por sua vez, tem como objetivo analisar a avaliação da satisfação dos clientes moradores em residências do Programa Habitacional Popular – Minha Casa, Minha Vida, emAnápolis – GO, utilizando de fundamentação teórica, onde apresenta claramente um melhor entendimento sobre o PAC, sobre satisfação dos clientes, e também sobre a qualidade de vida dos moradores destas residências. Através de procedimentos metodológicos e pesquisa de campo se detectou, se esse programa aplicado em Anápolis oferece qualidade de vida aos seus clientes, e satisfação aos seus moradores. 2 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Analisar a satisfação das famílias, de renda mensal bruta de 0 a 3 salários mínimos moradoras em residências do Programa Habitacional do Governo Federal do Brasil “Minha Casa, Minha Vida”, do Residencial Jardim Itália 1ª Etapa, na cidade de Anápolis-GO. 1.1.2 Objetivos Específicos Visitar a construtora do Residencial Jardim Itália 1ª Etapa para compreender detalhes da construção deste empreendimento e descrever seu perfil; Aplicar questionários, que avaliam o contentamento dos clientes em relação as suas moradias, e à qualidade de suas vidas, bem como descrever seus perfis sócio-econômico- culturais. 3 1.2 JUSTIFICATIVA Este trabalho teve caráter de análise qualitativa, pois consistiu em demonstrar as falhas mais graves nas habitações veiculadas ao Programa Minha Casa Minha Vida. Para que seja possível esclarecer o tema do trabalho realizou-se uma pesquisa de campo por meio de uma avaliação sob a ótica dos clientes, podendo assim, obter um conhecimento, sobre como está sendo levado em conta o quesito de qualidade de vida para os clientes desse programa MCMV, aplicado no município de Anápolis. Essa monografia pôde contribuir nos seguintes aspectos: 1) Descrever as características da estrutura das unidades de habitação. 2) Analisar se os resultados da implantação desses empreendimentos do governo, na cidade de Anápolis, contribuem para aumentar a qualidade de vida dos beneficiários desse programa. 3) Divulgar o resultado avaliativo do contentamento dos clientes do Minha Casa, Minha vida para o agente promotor, que é/foi responsável pela execução das obras. Através desses três itens foi possível ter parâmetros para que se possa buscar a melhoria contínua por parte do Governo Federal, e do agente promotor. A pesquisa foi desenvolvida, para que se pudesse avaliar se na cidade de Anápolis – GO, o Governo Federal, que é responsável pela participação na construção de habitações populares, através do PAC - MCMV se preocupa realmente com a qualidade de vida, ou se o programa é aplicado com o intuito de maquiar a velha problemática brasileira, que é o déficit de moradias, buscando apenas a construção de uma obra popular, sem se importar com a satisfação dos clientes. 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico para a monografia foi organizado em três partes, de acordo com os principais conceitos que envolvem o problema da monografia, que são: o Programa de Aceleração do Crescimento - Minha Casa, Minha Vida, a satisfação dos clientes, e qualidade de vida. 2.1 PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO 2.1.1 Definição e Detalhamento O Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) foi lançado em 28 de janeiro de 2007, no Governo do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. É um programa do Governo Federal Brasileiro, que engloba um conjunto de políticas econômicas, que prevê investimentos em vários setores base da economia brasileira, sendo uma de suas prioridades a infraestrutura, em áreas como saneamento, habitação, transporte, energia, recursos hídricos, entre outros. É um programa de desenvolvimento que tem como objetivo: a aceleração do crescimento econômico; o aumento do emprego; e a melhoria das condições de vida da população brasileira (BRASIL, 2007, p. 02). O PAC foi planejado para quatro anos, entre os anos de 2007 a 2010. Uma das metas de status prioritário era de acelerar o crescimento econômico do País. Este programa, de acordo com informações da agência de notícias internacional Reuters (2010) recebeu um investimento de 619 bilhões de reais. Com isso o setor da construção civil também recebeu um impulso importante com o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, cuja meta era atingir, até o fim de 2010, a construção de um milhão de moradias. Até o fim de 2009, o programa atingiu 66% da meta, ou seja, foram construídas 666 mil residências, considerando o total de unidades habitacionais contratadas e em análise. Quando se consideram as unidades habitacionais nas faixas mais baixas de renda entre 0 a 3 salários mínimos, houve 393,8 mil unidades contratadas. A projeção do Minha Casa, Minha Vida para o período 2011-2014 (PAC 2) é de construção de 2 milhões de moradias (ALÉM, A. et al., 2010). Lançado em 2011, com o objetivo de dar continuidade ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), o PAC 2 prevê investimentos da ordem de R$ 1,59 trilhão entre os anos de 2011 a 2014 em uma série de segmentos, tais como: transportes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação. As frentes são as mesmas da primeira etapa, 5 que foi implantada em 2007: logística, energia e núcleo social-urbano. Esses três focos foram divididos em seis grupos: Cidade Melhor; Comunidade Cidadã; Minha Casa, Minha Vida; Água e Luz para Todos; energia e transportes. 2.2 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA 2.2.1 Conceitos e Objetivos Minha Casa, Minha Vida é uma iniciativa do Governo Federal do Brasil, com um investimento na primeira fase de R$ 34 bilhões, e que tem como prioridade famílias com renda bruta de até três salários mínimos, mas que também abrange famílias com renda de até dez salários mínimos. Ele integra o modelo de desenvolvimento do Governo Federal sendo uma política de distribuição de renda e inclusão social, e tem função anticíclica estimulando a demanda e o emprego (BRASIL, MINHA CASA MINHA VIDA, 2009). Foi anunciado no PAC 1, no dia 25 de março de 2009, que esse programa consiste no financiamento da habitação, que em parceria com os estados, municípios e a iniciativa privada tem como objetivo a construção de um milhão de casas, para que se possa reduzir o déficit habitacional brasileiro, que hoje segundo a tabela 1 é estimado em 6.272.645 unidades, sendo 18,11% do déficit concentrado nas três maiores regiões metropolitanas brasileiras (FJP/CEI, 2009), e é um dos problemas mais agravantes no País. Tabela 2.1- Composição do Déficit Habitacional Brasileiro (FJP/CEI, 2009). O Programa Minha Casa, Minha Vida foi instituído pela Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009 e segundo a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, art. 1º tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e à aquisição de novas unidades habitacionais, à requalificação de imóveis urbanos e à produção ou reforma de habitações rurais, para famílias 6 com renda mensal de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e compreende os seguintes subprogramas: Programa Nacional de Habitação Urbana - PNHU; e Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR. O programa, na área urbana, é dividido por três faixas de renda mensal: até R$ 1.600 (faixa 1), até R$ 3.100 ( faixa 2) e até R$ 5 mil ( faixa 3). Na área rural, as faixas de renda são anuais: até R$ 15 mil (faixa 1), até R$ 30 mil ( faixa 2) e até R$ 60 mil (faixa 3) (PAC – site oficial). A parcela mínima para o financiamento é de R$ 50,00. Cerca de 600 mil unidades habitacionais de um milhão de unidade habitacionais construídas pelo programa, segundo Pereira e Caliari (2009) irão para famílias de até 3 salários mínimos, graças aos subsídios que serão de 60% a 90% do valor do imóvel para famílias nesta faixa de renda. As demais 400 milunidades beneficiarão famílias de até 10 salários mínimos. Tabela 2.2 - Unidades Habitacionais por Região (www.minhacasaminhavida.gov.br). Região Moradias Percentual (%) Norte 103.018 10,3 Nordeste 343.197 34,3 Centro-Oeste 69.786 7,0 Sudeste 363.894 36,4 Sul 120.016 12,0 Total 1.000.000 100,0 Assim como o PAC, o PMCMV também teve continuidade através do PMCMV 2, cuja meta da sua segunda fase (2011-2014), de acordo com o PAC é construir dois milhões de unidades habitacionais, das quais 60% voltadas para famílias de baixa renda. O investimento para essa nova fase é de R$ 72,5 bilhões. A segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida oferecerá residências de melhor qualidade. Todas as casas e apartamentos terão sistema de aquecimento solar e piso de cerâmica, em todos os ambientes. Antes, apenas os banheiros, cozinha e área de serviço tinham piso de cerâmica. São priorizados entre os interessados, mulheres chefes de família, portadores de necessidades especiais, idosos e populações em vulnerabilidade social. A Caixa Econômica Federal (CEF) não analisa se o beneficiário em adquirir o imóvel tem restrições cadastrais para a concessão de financiamento, visto que a prioridade é eliminar o déficit habitacional do país. 7 2.2.2 Habitação para Famílias com Renda de até Três Salários Mínimos 2.2.2.1 Abrangência Através do PMCMV, o governo tem como prioridade fazer a implantação dos empreendimentos nos seguintes locais: Capitais estaduais e respectivas regiões metropolitanas; região metropolitana de Campinas/SP e Baixada Santista/SP; Distrito Federal e municípios com população igual ou superior a 50 mil habitantes. Podem ser implementadas operações de aquisição de imóveis, nos municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, desde que a: a) População urbana seja igual ou superior a 70% de sua população total; b) Taxa de crescimento populacional, entre os anos 2000 e 2010 seja superior à taxa verificada no respectivo Estado, e; c) Taxa de crescimento populacional, entre os anos 2007 e 2010 seja superior a 5% (CARTILHA MINHA CASA MINHA VIDA – GOVERNO FEDERAL, 2009). 2.2.3 Habitação para Famílias com Renda de até Dez Salários Mínimos 2.2.3.1 Abrangência Possui abrangência em todo o território nacional. 2.3 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA, EM ANÁPOLIS/GO 2.3.1 Em Anápolis/GO Situada no estado de Goiás, Anápolis está a 48 quilômetros da capital, Goiânia, através de pista duplicada da BR-153, que liga a cidade ao sul e ao norte do País. É o terceiro maior município em população do estado. Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, a cidade possui 334.613 habitantes. Anápolis é caracterizada como município industrial, porque além das 657 indústrias distribuídas em seu território, abriga o maior polo industrial do estado de Goiás, o Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA, com 102 indústrias ativas, 7 em construção e 135 novos projetos aprovados através de incentivos fiscais concedidos pelo Estado (O POPULAR,2008). 8 Segundo a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás (2012), Anápolis é a principal cidade industrial e centro logístico do Centro-Oeste brasileiro. Possui diversificada indústria farmacêutica, forte presença de empresas de logística, atacadistas de secos e molhados, economia forte e bem representada através de 33 agências bancárias presentes no município. A cidade de Anápolis é a terceira do Estado em população e a primeira no ranking de competitividade e desenvolvimento recém-divulgado pela Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento (2012), além de estar no centro da região mais desenvolvida do Centro-Oeste brasileiro, conhecida como o eixo "Goiânia-Anápolis-Brasília". Sua economia está voltada para a indústria de transformação, medicamentos, comércio atacadista, indústria automobilística e também a educação. Tabela 2.3 – Indicadores socioeconômicos (SEPLAN, 2011). PIB (2009) Composição do PIB (2009) Valor adicionado bruto da agropecuária Valor adicionado bruto da indústria Valor adicionado bruto dos serviços Impostos sobre produtos líquidos de subsídios R$ 8,109 bilhões R$ 51,947 milhões R$ 2,857 bilhões R$ 3,051 bilhões R$ 2,148 bilhão PIB per capita, mensal (2009) Variação da renda (2000-2010) Pessoas vivendo na miséria (2010) Domicílios na miséria (2010) Desigualdade econômica (2010) R$ 24.139,06 45% 2.557 1% 35% 2.3.2 Construção de Moradias De acordo com dados disponibilizados pela Diretoria de Habitação e Urbanismo da SEMDUS (2011), a produção habitacional de Anápolis, durante um período de nove anos, de 2002 a 2010, totalizou 3960 unidades construídas e entregues, com predominância nos últimos anos dos investimentos oriundo do PMCMV, do Governo Federal, que em parceria com a Caixa Econômica Federal e a iniciativa privada promoveram a construção de centenas de habitações. Os principais beneficiários desse programa na cidade foram famílias com renda entre 0 a 3 salários mínimos, considerando critérios de vulnerabilidade e/ou riscos sociais. O programa do PAC desenvolveu quatro empreendimentos em Anápolis, eles são: 9 a) Residencial Copacabana O residencial Copacabana foi o primeiro a ser entregue em Anápolis pelo programa Minha Casa, Minha Vida, realizado por meio de parceria entre a Prefeitura de Anápolis e o Governo Federal, através da Caixa e do Ministério das Cidades. O conjunto habitacional possui 1.125 casas e o investimento aproximado foi na ordem de R$ 44 milhões. b) Residencial Santo Antônio O residencial Santo Antônio foi o segundo a ser entregue em Anápolis pelo programa Minha Casa, Minha Vida, realizado por meio de parceria entre a Prefeitura de Anápolis e o Governo Federal, através da Caixa e do Ministério das Cidades. O conjunto habitacional possui 122 casas de aproximadamente 40 m² com sala, banheiro, cozinha e dois quartos. O local ainda possui asfalto, rede de esgoto e iluminação. O valor do investimento foi de R$ 4,3 milhões. c) Residencial Summerville O residencial Summerville foi o terceiro a ser entregue em Anápolis, através do programa Minha Casa, Minha Vida, realizado em parceria entre a Prefeitura de Anápolis e o Governo Federal, através da Caixa e do Ministério das Cidades. O investimento foi de R$ 9,7 milhões através do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR. O conjunto habitacional possui 256 casas de aproximadamente 40,25 metros quadrados de área construída, com dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço. O local ainda conta com asfalto, rede de esgoto e iluminação. d) Residencial Jardim Itália 1ª Etapa O residencial foi contemplado pelo programa Minha Casa, Minha Vida que realizou um investimento de R$ 7,9 milhões para a construção. O conjunto habitacional possui 200 casas de aproximadamente 41,13 metros quadrados; conta com sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço. O local tem ainda infraestrutura básica necessária, asfalto, saneamento, esgoto, energia e linha de ônibus. 10 2.4 SATISFAÇÃO DO CLIENTE 2.4.1 Conceitos e Terminologia Satisfazer todas as vontades do cliente, ou atendê-lo sempre da melhor forma possível, dando-lhe todas as condições de prover suas necessidades e desejos, pode acarretar na fidelização na empresa, melhorias na imagem da organização e maior lucratividade. O cliente nem sempre tem razão, mas o cliente é sempre o cliente (SCOTT, 1995).A definição da satisfação como processo considera então que o cliente avalia sua satisfação com o serviço ou produto ao longo da sua experiência de consumo, e por vezes até mesmo antes do consumo (HÖGSTÖM, 2011). A satisfação do cliente possui dois conceitos essenciais: satisfação específica em uma transação e satisfação acumulada (BOULDING et al., 1993). Oliver (1997) define ainda que a satisfação é como uma resposta de aceitação do consumidor. Segundo Oliver (1997) a satisfação seria o alcance de um prazer, que pode ser uma necessidade, objetivo, desejo, etc. De acordo com Zeithaml (2000), a satisfação dos clientes depende do equilíbrio entre as expectativas existentes e a percepção sobre os serviços fornecidos pela empresa. Nesse sentido, a figura mostra o conceito de satisfação de maneira linear. Para Kotler (1999), a satisfação é o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto em relação às expectativas da pessoa. Lovelock e Wright (2003) dizem que quando um cliente avalia a qualidade de um serviço, ele está julgando em função de um padrão interno já existente, que é à base de suas expectativas. 11 Figura 2.1 – Conceito de satisfação de clientes (modificado - ARAÚJO E SILVA, 2005). 2.4.2 Modelos Propostos na Literatura Atualmente, pelo fato de que a busca pela satisfação dos consumidores é um conceito extremamente novo, apenas dois modelos que contribuem na construção da relação entre o desempenho de atributos e a satisfação dos consumidores se destacaram. Eles são o Importance - Performance Analysis (IPA) (MARTILLA; JAMES, 1977) e o Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória (KANO, 1984), que serão detalhados a seguir. 2.4.2.1 Importance - Performance Analysis Essa técnica de análise permite à organização ter uma visão sobre os atributos de seu produto ou serviços que devem ser melhorados para proporcionar satisfação aos clientes (WALTER, 2006). Martilla e James (1977), dizem que a satisfação do consumidor é uma função onde relaciona importantes atributos com julgamentos individuais de desempenho desses atributos. Este modelo pretende analisar as duas dimensões de um produto: a sua importância para o consumidor e o desempenho que gerava. 12 Figura 2.2 – Matriz de importância x desempenho (GARVER, 2003). Um atributo que se situar no Quadrante I terá alta importância com alto desempenho, representando uma possível vantagem competitiva. Nesse caso, a organização deve manter o bom trabalho. Um tributo situado no Quadrante II possui alta importância, mas um baixo desempenho, assim deverá receber atenção imediata da empresa para melhorar a satisfação geral. O Quadrante III contém os atributos com baixa importância e baixo desempenho, não sendo necessário concentrar esforço adicional nesses atributos. O Quadrante IV concentra os atributos com alto desempenho, porém, com baixa importância. Nesse caso, a empresa pode estar desperdiçando recursos que poderiam ser mais bem aproveitados em outro item ou no desempenho de outro atributo. 2.4.2.2 Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória O Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória (KANO, 1984) traz uma perspectiva diferente para a análise de oportunidades de melhoria, pois leva em consideração a relação não linear entre desempenho e satisfação. Kano (1984) classificou os atributos em cinco tipos, sendo eles: 13 Figura 2.3 – Modelo Kano de Qualidade Atrativa e Obrigatória (modificado - KANO, 1984). 1) Atrativos: causam satisfação quando plenamente atingidos, porém não causam insatisfação quando não são plenamente atingidos (KANO, 1984). 2) Unidimensionais: causam satisfação quando plenamente atingidos e insatisfação quando não são plenamente atingidos (KANO, 1984). 3) Obrigatórios: não causam satisfação quando plenamente atingidos, porém causam insatisfação quando não são plenamente atingidos (KANO, 1984). 4) Indiferentes: não causam nem insatisfação nos consumidores (KANO, 1984). 5) Reversos: causam satisfação quando inexistem ou são atingidos com baixo desempenho e causam insatisfação quando são plenamente atingidos (KANO, 1984). 14 2.5 QUALIDADE DE VIDA 2.5.1 Conceitos e Terminologia Embora o termo qualidade de vida seja um tema complexo e difícil de ser definido, existem autores que tentam explicar seu significado. Segue a seguir alguns conceitos: O conceito está associado ao bem-estar, à segurança, à expectativa de vida, à paz de espírito e ao desfrute das condições Conforme o Dicionário da Qualidade (1993, p. 339), entende-se como qualidade de vida: essenciais do que o cidadão deve ter ao seu alcance (água, luz, higiene, telefone, etc.). Esse conceito difere do desenvolvimento e progresso como é aplicado rotineiramente, que está centrado na realização material e no faturamento. A expressão "qualidade de vida" tem várias vertentes, que compreendem desde um conceito popular, amplamente utilizado na atualidade - em relação a sentimentos e emoções, relações pessoais, eventos profissionais, propagandas da mídia, política, sistemas de saúde, atividades de apoio social, dentre outros -, até a perspectiva científica, com vários significados na literatura médica (PEREIRA et al., 2006). O conceito de Araújo (apud MEDEIROS 1999, p.32) defende que qualidade de vida é: “uma variável resultante do desenvolvimento pessoal e coletivo, dependente de múltiplos fatores, que determinam nossa capacidade de produzir resultados, ser feliz e ser saudável”. Este termo já era veiculado desde a antiguidade, mas somente em 1948, quando a OMS definiu saúde como sendo não apenas a ausência da doença, mas o bem-estar físico, psicológico e social, a qualidade de vida tornou-se um tópico de interesse cada vez mais crescente entre pesquisadores (MANZIERE, 2006). A qualidade de vida busca transcender a mera subsistência humana, satisfazendo também o conjunto de carências relativas à liberdade, ao lazer, à participação, ao afeto, à criação, ao entendimento, à identidade e à proteção (NEFF, 1986). Luft (2000) define qualidade como sendo uma propriedade específica, condição natural de um ser vivo ou inanimado. Define também como dote; atributo; predicado e casta; espécie. 15 Aos poucos, o conceito de qualidade de vida foi incorporado às políticas sociais como indicador de resultados e foi sendo ampliado para significar além de crescimento econômico, desenvolvimento social expresso em boas condições de saúde, educação, transporte, lazer, trabalho e crescimento individual (PASCHOAL, 2002, p.80). Segundo Próspero (2001, p.16), a qualidade de vida implica em elevar o grau de consciência das pessoas em relação a tudo que interage em suas vidas, desde o exercício da cidadania até a plena consciência do sentido da vida. Diz ainda, [...] é o fator chave para o total exercício da liberdade com responsabilidade. 2.5.2 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Ao longo dos tempos, a importância de se buscar um parâmetro, para que se fosse possível avaliar as condições da qualidade da população foram evoluindo, e formularam-se inúmeras ferramentas, que serão nomeadas e exemplificadas a seguir. 2.5.2.1 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Genéricos 2.5.2.1.1 Short – Form 36 O questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – item Short – Form Health Survey) é um questionário de avaliação de qualidade de vida, de fácil administração e compreensão. Formado por 36 itens, englobados em 8 escalas ou componentes apresentando um escore final de 0 a 100, no qual zero corresponde apior estado geral de saúde e 100 a melhor estado de saúde (CICONELLI et al., 1999). 2.5.2.1.2 Whoqol 100 O WHOQOL-100 (FAMED, 1998) surgiu da necessidade da criação de um instrumento que fosse capaz de avaliar a qualidade de vida dentro de uma perspectiva genuinamente internacional. Para isto a Organização Mundial de Saúde criou um projeto colaborativo e multicêntrico, que resultou na elaboração de um questionário composto por 100 itens. O projeto foi desenvolvido com a colaboração de 15 centros que trabalharam simultaneamente em diversas culturas. O WHOQOL-100 é composto por 100 questões que avaliam seis domínios: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade/crenças pessoais. 16 2.5.2.1.3 Whoqol-Bref A necessidade de um instrumento mais curto, que demandasse pouco tempo para o preenchimento, fez com que o Grupo de Qualidade de Vida da OMS desenvolvesse uma versão abreviada do WHOQOL-100, o WHOQOL-Bref. O WHOQOL-Bref (FAMED, 1998) consta de 26 questões, sendo duas questões gerais e as demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento original. Assim, diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas é avaliada a partir de quatro questões, no WHOQOL-Bref é avaliada por apenas uma questão. 2.5.2.2 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Específicos 2.5.2.2.1 The Quality of Life Questionnaire – Core 30 É composto por 30 questões, duas das quais são globais: sobre a condição física e sobre a qualidade de vida. Avalia sintomas específicos do cancro, avalia o sofrimento psicológico, os efeitos adversos do tratamento, o funcionamento físico, a interação social, a saúde global, a satisfação com o cuidado médico e a qualidade de vida. Pode ser aplicado em diferentes países/culturas. 2.5.2.2.2 Audit Diabetes Dependent Quality of Life O instrumento mede a percepção individual do impacto da diabetes na qualidade de vida dos indivíduos. Convida - os a comparar critérios de avaliação de qualidade de vida com e sem a patologia da diabetes. 2.5.2.2.3 Whoqol – Old É um instrumento da avaliação da qualidade de vida, específico para idosos. Avalia a qualidade de vida numa perspectiva transcultural e avalia critérios de avaliação da qualidade de vida como: habilidades sensoriais; autonomia; atividades presentes e futuras; participação social; intimidade; receios. 17 3 DELINEAMENTO DA PESQUISA A pesquisa de satisfação de clientes está intimamente ligada aos processos de qualidade, que fortalecem a competitividade das empresas, e insere-se entre os pré-requisitos que sustentam ações eficazes de marketing (ROSSI e SLONGO, 1997). 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Neste capitulo se apresenta à metodologia aplicada para a realização do trabalho em estudo, caracterizando-a assim, quanto ao tipo de pesquisa, material utilizado, sujeitos que fazem parte da pesquisa, procedimentos para os dados a serem encontrados. 3.1.1 Tipo de Pesquisa Quanto ao Nível A pesquisa teve característica descritiva (VERGARA, 2011), pois teve o interesse de descrever a satisfação do cliente sobre o imóvel, e se houve uma melhora na qualidade de vida para os beneficiados do Programa de Aceleração Contínua do Governo Federal. 3.1.2 Tipo de Pesquisa Quanto à Abordagem A abordagem foi realizada de forma interativa, através de entrevista pessoal, pois foi possível ter um controle da amostragem, sendo necessário instruir o entrevistado e fazer observações in loco. Kotler & Armstrong (1999) ressaltam que a informação pode ser coletada por correio, telefone ou entrevista pessoal. A Tabela 4 mostra os pontos positivos e negativos dessas formas de contatos citadas. Nesta pesquisa as entrevistas foram aplicadas pessoalmente. Tabela 3.4 - Pontos fortes e fracos de três formas de contato (Kotler, Armstrong, 1999) 18 3.1.3 Instrumentos de Pesquisa Os instrumentos de pesquisa são as ferramentas utilizadas para descrever um arquivo, ou parte dele, tendo a função de orientar a consulta e de determinar com exatidão quais são e onde estão os documentos (LOPEZ, 2002, p. 10). O instrumento de pesquisa definido para o trabalho foi a aplicação de um questionário. Foram utilizados questionários estruturados, com perguntas do tipo fechadas, ou seja, nas perguntas foram fornecidas as possíveis respostas ao entrevistado sendo que apenas uma alternativa pôde ser escolhida. Foi elaborado um questionário dividido em cinco partes, dando foco principalmente à satisfação dos clientes quanto às suas moradias. Porém incluindo questões que formassem uma caracterização do usuário, viabilizando montar um perfil do conjunto habitacional em questão, além também de conter no questionário quesitos sobre a inserção do conjunto com relação ao bairro, oferta de transporte, serviços, etc... Samara & Barros (2002) orientam que na elaboração de um questionário não podem ser esquecidos os seguintes assuntos: Listar todos os aspectos importantes e verificar se as perguntas formuladas estão voltadas aos objetivos do projeto; Visar à linguagem do entrevistado; Simular as possíveis respostas para cada questão para verificar se não há falta de alternativas ou ambuiguidades; Não fazer perguntas embaraçosas; Não obrigar o entrevistado a fazer cálculos; Não incluir perguntas que remetam a um passado distante; Não incluir perguntas que já contenham respostas. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população do presente estudo foi constituída por clientes do programa Minha Casa, Minha Vida, os quais são moradores do Residencial Jardim Itália 1ª Etapa, na cidade de Anápolis – GO. Tratando-se de um conjunto habitacional constituído por 7 quadras, com um total de 200 unidades, que foi a população amostrada. A amostra probabilística simples, segundo Samara e Barros (2002) é a técnica mais utilizada para se obter uma amostra representativa do universo, ou população, porém 19 impraticável quando a população é muito grande, pois não possibilita a aplicação da tabela de números aleatórios. Como nesse caso a população tem um tamanho N = 200, e cada habitação desta população tem a mesma probabilidade igual a 1/200 de entrar na amostra, caracteriza-se assim essa amostra como probabilística simples, pois todos os habitantes tiveram a mesma chance de participarem do estudo. Assim, por exemplo, para se obter uma amostra junto a habitantes do residencial, calcula-se a amostra independentemente de outros fatores, bastando o entrevistado ser morador do residencial. O tamanho da amostra definido, isto é, o valor de “n” é função: • Da variabilidade apresentada em cada uma dos parâmetros de interesse em estudo, isto é da proporção da característica pesquisada no universo. • Da precisão que se deseja, isto é do erro de estimação permitido. • Do nível de confiança estabelecido a se depositar nos resultados • Do universo da população (unidades habitacionais) Supôs-se que a proporção da característica pesquisada no universo fosse 50%, ou seja, o caso mais desfavorável para a estimação, pois é aquele em que a amostra deve ser maior. Neste caso, a proporção do universo que não possui característica pesquisada é de 50%. Adotou-se um nível de confiança de 95%, o que equivale a dois desvios, e um erro de estimação de 10%. Logo, de acordo com Richardson (2007) a seguinte equação foi utilizada no calculo da escolha da amostra, pois o universo de pesquisa dos morados é finito, ou seja, é menor que 100.000. Sendo assim, aplicou-se a seguinte formula: n = (s² . p . q . N) / [E² . (N - 1) + s² . p . q] Onde: n = tamanho da amostra s = nívelde confiança (95%=2s) p = proporção da característica pesquisada no universo (50%) q = 100 – p (em percentagem) N = tamanho da população (200 unidades habitacionais) E = erro de estimação permitido Cálculo: n = (2² . 50 . 50 . 200) / [10² . (200 – 1) + 2² . 50 . 50] 20 n = (4 . 50 . 50 .200) / [100 . 199 + 4 . 50 . 50] n = 2000000 / 19900 + 10000 n = 66,89 UH = 67 UH Porém, existe uma fórmula para calculo do tamanho da amostra corrigido, que é apresentado por Barbetta (2003): no = 1 / Eo² n = N . no / (N + no) Onde: no = primeira aproximação do tamanho da amostra Eo = erro amostral tolerável N = tamanho da população n = tamanho da amostra Cálculo: N = 200 unidades Eo = 10% = 0,1 no = 1/(0,1)² = 100 unidades n = 200 . 100 / (200 + 100) = 66,67 UH = 67 UH. Portanto, independente da formula utilizada, o resultado foi o mesmo, ou seja, a amostra da pesquisa foi de 67 unidades habitacionais. 3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO O presente estudo apresentou perda significativa da amostra em decorrência da não participação efetiva dos entrevistados na realização da pesquisa, devido à pessoas que não demostraram interesse em responder o questionário, assim como casas que não possuíam habitantes. 21 4 ANÁLISE E RESULTADOS DE PESQUISA 4.1 TABULAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DOS QUESTIONÁRIOS 4.1.1 Perfil do Entrevistado A seguir os gráficos obtidos dos resultados do questionário respondido por moradores do Residencial Jardim Itália, referente ao perfil do entrevistado: Gráfico 4.1 – Sexo Pode-se observar que a amostra apresentou 61% dos entrevistados do sexo feminino, enquanto que do masculino apresentou 39%. A princípio pode-se supor uma predominância do sexo feminino de 22% em relação aos homens que responderam o questionário de pesquisa. No entanto, tal afirmação torna-se difícil se forem considerados que no momento da entrevista, efetuada num sábado, existir a possibilidade de que encontrar pessoas do sexo masculino em suas casas diminui significantemente, se levar em conta o fato de que poderiam estar no trabalho, ou praticando esporte, encontrar amigos nos bares, lavar o automóvel, dormir até mais tarde, dentre outros que se pôde notar durante o trabalho de campo. 22 Gráfico 4.2 – Estado Civil A análise demostra que no Residencial Jardim Itália, 49% dos entrevistados são casados, ou seja, praticamente metade da população que foi entrevistada está em um matrimônio. Gráfico 4.3 – Idade Observando a idade dos respondentes, constatou-se uma tendência para uma população jovem, identificada como 71% na faixa etária abaixo de 35 anos e 29% com mais de 35 anos de idade. 23 Gráfico 4.4 – Formação O grau de escolaridade observado obteve como predominância o Ensino Médio Completo, com 44% dos respondentes, seguido pelo Ensino Médio Incompleto, com 22% e da 3ª à 7ª série do Ensino Fundamental, com 20% das respostas. Nesta avaliação também observou-se que apenas 2% possuem uma formação em um curso superior. Gráfico 4.5 – Exerce atividade remunerada Como nota-se no gráfico 5, a maioria dos respondentes possui uma renda (salário) devido a algum trabalho que exercem, porém 27% da população entrevistada vivem com outras formas de renda (pensão, seguro desemprego, bolsa família), conforme foi relatado. 24 Gráfico 4.6 – Renda mensal familiar Analisando os dados do gráfico 6, verificou-se que 73% dos entrevistados possuem renda mensal entre R$ 500,00 e R$1300,00, ou seja, retrata a realidade da proposta do programa, onde as unidades habitacionais são destinadas a pessoas de renda entre 0 a 3 salários mínimos. Gráfico 4.7 – Número de pessoas que residem no imóvel Com referência ao número de pessoas que residem na casa, encontra-se no Conjunto Habitacional a predominância de famílias constituídas de três a cinco sujeitos, representando 56% e tendendo a ser maior o numero de elementos na família, pois apenas 2% possuem mais de oito moradores, enquanto que as famílias de até duas pessoas representam 32%. 25 Desta forma, a família, moradora do Residencial Jardim Itália é representada por um casal, com uma média de três filhos. Observa-se por outro lado que as famílias numerosas estão diminuindo, representando aproximadamente 12% do total dos entrevistados. Gráfico 4.8 – Em quantas casas e/ou apartamentos já morou antes desta unidade habitacional Os moradores deste conjunto possuem uma grande experiência em relação a moradias, apenas 7% dos respondentes nunca havia morado em outra residência. O gráfico 8 também demonstra que 44%, um número significante, de clientes do programa MCMV que moraram em quatro ou mais habitações. Gráfico 4.9 – Qual era o tipo de habitação anterior a essa Segundo depoimento de alguns moradores existe entre eles um sentimento de valor do bem próprio, da casa própria adquirida que, por mais que seja um sistema de arrendamento, proporciona ao usuário um sentimento de posse e de maior valor à unidade habitacional, 26 fazendo assim com que houvesse uma aprovação de 83% desta moradia em relação às outras anteriores. Um dos fatos que também pode ter proporcionado esta enorme satisfação foi devido ao fato que de acordo com o gráfico 9, uma grande parte dessas habitações, cerca de 75%, eram alugadas. Gráfico 4.10 – Com relação às moradias anteriores, como considera a atual habitação 4.1.2 Avaliação do Bairro A seguir os gráficos obtidos dos resultados do questionário do usuário referente à avaliação do bairro: Gráfico 4.11 – Grau de satisfação geral do usuário em relação ao bairro 27 No que diz respeito à satisfação do respondente com o bairro no qual o conjunto habitacional foi inserido, a maioria das respostas ficou entre Bom e Regular, porém, houve uma insatisfação de 10% da população que respondeu não se sentir seguro caminhando pelas ruas de seu bairro durante o período da noite, alguns alegaram falta de segurança, falta de iluminação pública, outros por precaução. Gráfico 4.12 – Em relação à arborização e áreas verdes Houve uma grande disparidade entre as respostas neste assunto. Apesar de possuírem uma enorme mata atrás do residencial, muitos reclamam que não houve uma preocupação com a arborização do loteamento, apesar de que segundo os respondentes, foram plantadas mudas de arvores na frente de casa UH do residencial, porém a maioria dos habitantes retiraram estas plantas de seus terrenos. Gráfico 4.13 – Oferta de transportes públicos 28 O transporte mais utilizado pelos moradores é o coletivo e, este atende de forma satisfatória a necessidade de deslocamento de acordo com 51% dos moradores. De acordo com o site da empresa de ônibus da cidade, 79 ônibus são disponíveis durante um dia para o local. Gráfico 4.14 – Oferta de comércios e serviços Quanto à oferta de comércios e serviços, os níveis indicados no Gráfico 4.14, apresentam uma aceitação concentrada no conceito bom, em que 39% dos usuários revelam estarem contentes com essas organizações comerciais do bairro. Segundo relatos, os comércios como lojas de materiais para construção, farmácias, padarias, escolas e creches atendem a demanda da população do residencial; porém os 32% dos respondentes não estão satisfeitos com os serviços do tipo segurança e saúde, pois de acordo com os moradores elesnão existem no local. Gráfico 4.15 – Limpeza das ruas e calçadas 29 Gráfico 4.16 – Iluminação das ruas e calçadas Neste item, 68% dos consultados consideraram a iluminação das ruas e calçadas boa. Contudo neste item, o número de insatisfações (17%) é originado por problemas nas lâmpadas ou por falta de manutenção delas, de acordo com o que mostra o gráfico 4.16. Gráfico 4.17 – Sente seguro ao caminhar nas ruas do bairro à noite No que diz respeito à satisfação do respondente com o bairro no qual o conjunto habitacional foi inserido, a maioria das respostas ficou entre Bom e Regular, porém, 61% respondeu não se sentir seguro caminhando pelas ruas de seu bairro durante o período da noite, alguns alegaram falta de segurança, devido à falta de um posto policial por perto, conforme o que demonstra no gráfico 4.18. 30 Gráfico 4.18 – Possui algum posto policial por perto 4.1.3 Avaliação da Unidade de Habitação A seguir os gráficos obtidos dos resultados do questionário do usuário referente à avaliação da unidade de habitação: Gráfico 4.19 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a UH Com relação ao grau de satisfação do respondente com a unidade habitacional no geral, 85% dos respondentes ficaram entre Bom e Ótimo e 15% entre Regular, apresentando assim uma ótima satisfação pela sua residência, apesar de que os respondentes demonstraram reprovação quanto ao tamanho da cozinha e da área de serviço, não houve nenhuma insatisfação neste item. 31 Gráfico 4.20 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a aparência externa Apesar de que todas as UH do residencial possuírem apenas uma pintura texturizada na cor amarela em todas as faces da residência, a aparência externa dos blocos foi considerada como boa por cerca de 70% dos entrevistados, contrastando com apenas 8% dos usuários, que consideram os blocos com uma aparência externa ruim. Gráfico 4.21 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a aparência interna A aparência interna das unidades habitacionais foi considerada como boa por 66% dos entrevistados, contrastando com um baixo índice de reprovação de apenas 8% dos usuários. Segundo relatos, a boa disposição das esquadrias e uma pintura de qualidade na parte interna foram responsáveis por esses índices de satisfação. 32 Gráfico 4.22 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com o tamanho da residência O gráfico indica que a grande maioria dos usuários considera boa ou ótima, o tamanho das moradias. Enquanto 3% estão insatisfeitos em relação a este quesito. Dessa forma, as moradias do conjunto atendem, em geral, um dos requisitos fundamentais da habitação saudável: o dimensionamento adequado. Gráfico 4.23 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a ventilação interna da habitação No aspecto geral, 68% dos usuários entrevistados consideraram como boa à ventilação nos ambientes das habitações. Porém, cerca de 20% apresentam descontentamento com este item. Os usuários relataram que em período de estiagem, o problema é resolvido, ainda que de forma precária, utilizando ventilação mecânica, principalmente nos quartos, como forma de minimizar o desconforto térmico. 33 Gráfico 4.24 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a iluminação natural dos ambientes Conforme indicação do gráfico 4.24, o projeto valorizou a importância da iluminação natural dos ambientes, o que refletiu numa boa aceitação dos moradores do conjunto, representado por 78% dos entrevistados. Não houve nenhuma insatisfação neste quesito. Isto também se refletiu na questão da iluminação artificial nos ambientes da UH, onde 93% dos consultados consideraram a iluminação boa. Da mesma forma neste item, não houve nenhuma insatisfação, de acordo com o que mostra no gráfico 4.25. Gráfico 4.25 – Qual o grau de avaliação geral do usuário com a iluminação artificial dos ambientes 34 Gráfico 4.26 – Qual o grau de avaliação geral do usuário em relação ao funcionamento das instalações elétricas O funcionamento das instalações elétricas apresentou uma porcentagem de 90% entre Bom e Ótimo, índice aparentemente satisfatório e condizente com relatos constantes dos respondentes durante as entrevistas sobre a ocorrência de algum problema elétrico. Gráfico 4.27 – Qual o grau de avaliação geral do usuário em relação ao funcionamento das instalações hidrossanitárias Já o funcionamento das instalações hidrossanitárias mesmo apresentando muitos problemas de infiltrações nas UH, apresentou uma porcentagem de 68% entre Bom e Ótimo. 35 Gráfico 4.28 – Tamanho da cozinha Gráfico 4.29 – Tamanho da sala 36 Gráfico 4.30 – Tamanho do banheiro Gráfico 4.31 – Tamanho dos dormitórios Gráfico 4.32 – Tamanho da área de serviço 37 Gráfico 4.33 – A empresa construtora do imóvel concedeu ao morador o manual do usuário De acordo com os entrevistados, 73% receberam o manual do usuário no dia em que as chaves foram entregues. É de extrema importância o morador possui-lo, pois o manual visa à orientação dos proprietários e usuários nas utilizações e manutenções corretas da UH. Ele contém informações relativas às características construtivas, às especificações, ao funcionamento, aos cuidados e às recomendações para conservação, aos procedimentos para as instalações da nova residência, às eventuais modificações, ao trato com as panes, aos prazos possíveis de garantia de alguns componentes do imóvel. Gráfico 4.34 – Qual a nota dada pelo usuário a sua residência Mesmo com alguns problemas o usuário demonstrou uma enorme aprovação com sua unidade habitacional, de acordo com o gráfico 4.34, os maiores índices se encontram na nota 7 (15%), nota 8 (22%), nota 9 (22%) e nota 10 (24%), ou seja, houve um amplo índice de 38 contentamento do beneficiário do Residencial Jardim Itália. Isto demonstra que neste caso, o Programa MCMV resultou em uma satisfação aos seus clientes. 4.1.4 Avaliação da Manutenção A seguir os gráficos obtidos dos resultados do questionário do usuário referente à avaliação da manutenção: Gráfico 4.35 – Houve incidência de problemas na unidade habitacional Observa-se então que houve um alto índice de problemas nas unidades habitacionais, 66% das unidades onde foram feitas as entrevistas houve a incidência de problemas como os detalhados nos gráficos que seguem. Os problemas com maiores incidências nas habitações foram infiltrações (59%) e instalações hidrossanitárias (39%). Gráfico 4.36 – Esquadrias (Portas e/ou Janelas) 39 A unidade habitacional possui dez esquadrias onde algumas são de alumínio e outras de madeira. Houve uma grande proporção de defeitos nas esquadrias, aproximadamente 59% das residências onde foram feitas as entrevistas. Os problemas mais comuns são: a fixação das portas e janelas e o funcionamento delas. Gráfico 4.37 – Revestimentos soltos Os revestimentos só foram assentados nas áreas molhadas, ou seja, na cozinha, banheiro e área de serviço. Apenas 15% das residências onde foram realizadas as entrevistas apresentam este tipo de problema, ou seja, apresentaram revestimentos soltos. Gráfico 4.38 – Pisos soltos Assim como no caso dos revestimentos, os pisos também só foram aplicados nas áreas molhadas. É muito trabalhosa e cara a recuperaçãodesta patologia. Muitas vezes a solução é a 40 retirada total do revestimento, porém houve uma pequena incidência desse tipo de problema, apenas 15%. Gráfico 4.39 – Trincas nas alvenarias O problema das trincas é um dentre os muitos problemas que afetam os edifícios, cujo aparecimento tem três aspectos fundamentais, que são: aviso de um eventual estado perigoso da estrutura, comprometimento do desempenho da obra em serviço e o constrangimento psicológico que causa aos seus usuários. Apenas 7% das residências onde foram realizadas as entrevistas apresentaram este problema, na maioria dos casos os surgimentos das trincas foram nas faixada externa, onde só possui uma pintura do tipo textura, e que não consegue camuflar esta patologia. Gráfico 4.40 – Infiltrações 41 Um dos principais problemas relatados foi a infiltração nas residências, 59% dos entrevistados responderam que suas habitações possuem este problema. Em uma obra, um dos principais fatores que contribuem para o surgimento desta patologia é a falta de uma boa impermeabilização ou até mesmo a ausência de manutenção permitindo assim que a água penetre nas alvenarias das mais diversas formas, trazendo umidade para dentro da edificação e causando alguns transtornos. A infiltração em alvenaria, como em toda a edificação, causam sérios danos, como problemas de saúde nos usuários da unidade de habitação e desvalorização do imóvel, devido ao prejuízo a parte estética do local. Gráfico 4.41 – Pias e bancadas Segundo a análise, apenas 83% das UH não apresentaram problemas com suas pias e bancadas. De acordo com relatos dos respondentes, existem dois principais fatores para a insatisfação desses 17%, o primeiro fator é que existem manchas de tinta nas bancadas, devido à instalação feita antes de ser executada a pintura das esquadrias. Outro fator é a falta de fixação correta na alvenaria, onde neste encontro apresentam fissuras na argamassa colante. 42 Gráfico 4.42 – Instalações elétricas Oitenta e cinco por cento dos respondentes se mostraram satisfeitos com as instalações elétricas, porém foram apontados problemas relativos às instalações elétricas por 15% dos moradores da amostra, concentrando na falta de pontos de energia. Isto se deve ao fato de que o número de aparelhos eletrodomésticos cresceu e variou bastante no período, exigindo mais tomadas nos cômodos das casas. Gráfico 4.43 – Instalações hidrossanitárias No que concerne às instalações hidrossanitárias 39% dos respondentes disseram que a instalação apresentou problemas devido ao mau funcionamento dos aparelhos, delegando esses defeitos em relação à baixa pressão nos pontos do chuveiro e descarga do vaso sanitário. 43 Gráfico 4.44 – Pinturas Os principais problemas relatados pelos 22% dos respondentes da pesquisa foram o aparecimento de manchas causadas por chuvas, problema que ocorre pela falta de uma correta impermeabilização. Isto ocorre quando acontecem chuvas tipo garoa, que molha somente pontos isolados da parede. E o outro problema foi o surgimento de fungos causando manchas esverdeadas ou escuras na pintura interna das alvenarias, que acontece devido a umidade constante. Gráfico 4.45 – Cobertura A cobertura foi um dos itens que mais houve o aparecimento de problemas. Os principais problemas relatados pelos 27% dos respondentes da pesquisa foram que algumas partes da fixação da estrutura se soltaram devido a intemperes da natureza, problema que é causado pela falta de uma correta fixação. 44 Gráfico 4.46 – Os problemas foram notificados à empresa construtora Houve uma grande incidência de problemas nas unidades habitacionais. De acordo com o gráfico 4.46, dentro desta fatia de incidência de problemas nas UHs, 67% foram notificados à empresa para que fossem solucionados, porém apenas 42% dos problemas incidentes foram resolvidos, como demonstra o gráfico 4.47. Isso demonstra que pode ter ocorrido alguma falha no sistema de assistência técnica da empresa, acarretando assim com que os clientes do programa arcassem por conta própria para solucionar o problema. Gráfico 4.47 – Os problemas foram resolvidos 45 Gráfico 4.48 – Agilidade do atendimento na prestação de serviços de assistência técnica Cinquenta e dois por cento dos respondentes responderam Bom e Ótimo, a respeito da agilidade nos serviços de assistência técnica. Porém foi relatado por alguns moradores que a assistência técnica até chegava a ser agendada, mas não executada. Gráfico 4.49 – Comparado com imóveis de valor semelhante, construídos por outras empresas construtoras, você considera seu imóvel Quando questionados sobre sua avaliação do imóvel em relação aos imóveis de valor semelhante construídos por outras empresas construtoras consideraram, em sua maioria, 61% bom e 15% ótimo, que seu imóvel é melhor do que os outros similares do mercado. Isso demonstra que os clientes do Programa Minha Cassa, Minha Vida neste residencial estão satisfeitos com seus imóveis, principalmente, por considerarem que não existe oportunidade no mercado de adquirir uma residência melhor pelo valor do programa, 46 além de mostrarem satisfação com o bairro onde estão situados e também com o tamanho dos cômodos comparados a outras UH do programa. Gráfico 4.50 – Qual o grau de satisfação em relação à empresa construtora (PINHEIRO, 2013). Mesmo com as incidências de problemas e com a falta de solução, essa situação não afetou o grau de satisfação em relação à empresa construtora que foi de 56% Bom e 12% Ótimo. 4.1.5 Avaliação Sobre Qualidade de Vida Apesar da falta de ambientes para a prática de exercícios, e a inexistência de parques ou praças para o lazer, a afirmação dos respondentes chegou a 83% em relação a uma melhora de vida do próprio morador e de sua família, porém não se pode generalizar a aprovação sobre o programa do PAC na cidade de Anápolis. 47 Gráfico 4.51 – Houve uma melhora na sua qualidade de vida e na qualidade de vida da sua família, depois que você e sua família vieram morar neste residencial De acordo com os entrevistados houve uma aprovação de 83% em relação a uma melhora de vida do próprio morador e de sua família, porém também não se pode generalizar a aprovação sobre o programa do PAC. Devido ao fato de que a maioria da população veio de residências que eram alugadas, e agora esse dinheiro é investido em conforto, saúde e alimentação. Gráfico 4.52 – Próximos ao residencial existe parques ou praças De acordo com o gráfico 4.52, percebe-se um fato curioso, que é a existência ou não de parques ou praças, segundo a opinião dos moradores. A maioria, 85%, não considera que existe uma praça no bairro, enquanto que uma pequena parte da amostra entende de imediato que a expressão “praça” está se referindo ao ambiente central do loteamento. 48 O projeto deste residencial apresentou uma falha, pois não houve uma implantação de um espaço destinado a lazer e a prática de exercícios físicos como demonstra o gráfico 4.53. A importância da implantação destes espaços é cada vez maior, pois, em áreas urbanizadas, os problemas ambientais ganham maior amplitude. Dentro deste contexto, faz-se necessária a adoção de medidas que tenham como objetivo a diminuição dos efeitos negativos produzidos pela urbanização acelerada e desordenada. Gráfico 4.53 – Tem local apropriado perto do seu residencial para prática de
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