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AT 1 2 3 S U M Á R IO 2 3 INTRODUÇÃO 5 UNIDADE 1 - Notas históricas e revisão de conceitos fundamentais 5 1.1 Notas históricas envolvendo a resistência dos materiais 9 1.2 Conceitos fundamentais da mecânica dos corpos rígidos 9 1.2.1 Módulo e direção da força resultante 10 1.2.2 Equilíbrio de um ponto e resultante das forças igual a zero 15 1.2.3 Descrevendo o equilíbrio de corpo rígido 20 1.3 Caracterizando as forças internas 21 1.3.1 Descrevendo nas entrelinhas as forças internas 24 UNIDADE 2 - Tensão normal e de cisalhamento, deformação e diagramas associados 26 2.1 Tensão normal média em uma barra com carga axial 28 2.2 Tensão de cisalhamento média 30 2.2.1 Cisalhamento duplo 30 2.3 Tensão admissível e fator de segurança 34 2.4 Deformação 36 2.5 Tensão x Deformação 36 2.6 Diagrama tensão-deformação 40 2.7 Materiais dúcteis e frágeis 41 2.8 Lei de Hooke 43 2.9 Energia de deformação 46 2.10 Coeficiente de Poisson 48 2.11 Diagrama tensão-deformação de cisalhamento 50 REFERÊNCIAS 2 3 INTRODUÇÃO 3 Salientamos que o estudo da resis- tência dos materiais traz para os enge- nheiros, de forma geral, a segurança de empregabilidade dos materiais e tipos de perfis mais adequados para um dado pro- jeto, seja ele relacionado a uma constru- ção ou até mesmo uma máquina. Especi- ficamente falando, os engenheiros civis a utilizam para trabalhos em pontes, edifí- cios e rodovias, já os engenheiros mecâ- nicos utilizam para projetos de máquinas, estruturas metálicas e tanques diversos. E ela se espalha pra todas as áreas da En- genharia sem grandes dificuldades. Segundo Hibbeler (2010), quando se fala de modo peculiar da Engenharia dos Materiais, salienta-se que a resistência dos materiais nada mais é do que a capa- cidade que o material possui com relação à resistência de uma dada força a ele dire- cionada. Assim, a resistência de um material é dada em função de seu processo de fabri- cação, e os pesquisadores empregam uma variedade de processos para alterar essa resistência posteriormente. Tais proces- sos incluem encruamento (deformação a frio), adição de elementos químicos, tra- tamento térmico e alteração do tamanho dos grãos, dentre outros fatores. Esses métodos podem ser mensurados nos míni- mos detalhes, seja de modo quantitativo ou qualitativo. Todavia, tornar materiais mais fortes pode estar associado a uma deterioração de outras propriedades me- cânicas relacionadas. Exemplificando, na alteração do tamanho dos grãos, embora o limite de escoamento seja maximizado com a diminuição do tamanho dos grãos, grãos muito grandes tornam o material quebradiço. Geralmente, o limite de es- coamento de um material é um indicador adequado de sua resistência mecânica. Além disso, segundo Hibbeler (2010), no contexto mecânico, o dimensionamen- to de peças, que é um dos grandes obje- tivos da resistência dos materiais, resu- me-se em descrever as forças atuantes na peça, para que a inércia da mesma con- tinue existindo e para que ela suporte os esforços empregados. Para isso, é preciso conhecer o limite do material. Isso pode ser obtido através de experimentos que, em termos básicos, submetem a peça ao esforço que ela deverá sofrer onde será empregada, a condições padrão, para que se possa analisar o seu comportamento. Esses dados são demonstrados em grá- ficos de tensão x deformação. A tensão em que nos baseamos é o limite entre o regime elástico e o plástico. Mas para fins de segurança, é utilizado um c.s. (coefi- ciente de segurança) que faz com que di- mensionemos a peça para suportar uma tensão maior que a tensão limite mencio- nada acima. A disciplina de Resistência dos Mate- riais é um momento que envolve a aplica- ção dos conceitos da Física em relação a projetos de construções e peças diversas, voltados para o dimensionamento da ten- são, deformação, entre outros. Várias situações do dia a dia do enge- nheiro serão analisadas, com o objetivo de fixarmos a teoria de uma forma bem mais simples e prática. Sem abrir mão da com- plexidade dos temas propostos, o conte- 4 54 údo foi cuidadosamente selecionado e apresentado de modo a permitir que sua aprendizagem aconteça de forma simples e agradável. Sugerimos que leia atenta- mente cada parte deste material de apoio. Nesse sentido, o objetivo geral da nos- sa disciplina é apresentar um aparato teó- rico e prático envolvendo a aplicabilidade da Resistência dos Materiais no contexto da Engenharia e, em particular, no contex- to da Engenharia Civil, desde definições e métodos utilizados para a resolução de problemas práticos destas áreas. Pois bem, as palavras acima são nossa justificativa para o módulo em estudo. Desde já, desejamos sucesso, não só nesta disciplina, mas em todo o curso. 4 5 UNIDADE 1 - Notas históricas e revisão de conceitos fundamentais 5 1.1 Notas históricas envol- vendo a resistência dos ma- teriais Em um primeiro momento, da literatura sabemos que a resistência dos materiais é a parte da Mecânica que estuda nas en- trelinhas a deformação dos corpos a partir da aplicação de um determinado esforço, bem como o seu comportamento em re- lação a estas cargas. Grosso modo, a Me- cânica pode ser dividida de acordo com o esquema gráfico apresentado na Figura 1 a seguir. Figura 1: Esquema gráfico. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 6 7 É interessante salientarmos que quan- do é criado um projeto de um maquinário qualquer ou até mesmo de uma estrutura, é de fundamental importância a definição dos esforços aplicados, sejam eles rela- cionados ao interior quanto ao exterior do corpo em questão, princípios estes abor- dados na estática ou mecânica dos corpos rígidos. Além disso, é importante conside- rarmos o tipo de material do qual o corpo é feito, esses fatores são considerados fun- damentais para a precisa compreensão do comportamento dos materiais e para o desenvolvimento das equações que serão usadas para determinar a resistência dos materiais. Em termos históricos, desde os tempos mais remotos, desde que o homem iniciou a tratativa da arte e ciência relacionadas às construções, sempre existiu a neces- sidade de obtenção de conhecimentos da resistência dos materiais. Especificamen- te falando, foi notado que apenas com tais conhecimentos haveria a possibilidade de gerar regras, padrões e procedimentos para determinar quais dimensões seriam seguras para atuar como elementos em dispositivos e estruturas. As civilizações mais antigas da humanidade já haviam se lançado no estudo dos materiais. Com relação à cultura egípcia, esta já tinha grandes conhecimentos dessa área, pois sem eles com certeza suas famosas pirâmides não existiriam. Já na Grécia an- tiga, os gregos trariam mais um avanço na área da construção, através da criação e utilização dos princípios de estática, a qual corresponde ao alicerce fundamental da resistência dos materiais. Segundo Hibbeler (2010), Arquimedes (287 – 212 a.C.) contribuiu de forma signi- ficativa com relação às condições de equi- líbrio, quando se utilizou de uma alavan- ca, descrevendo métodos de verificação de centro de gravidade dos corpos. Além disso, aplicou também sua teoria na cons- trução de grandes dispositivos, tais como guinchos e guindastes. Um pouco mais tarde, os romanos tam- bém contribuíram para a fundamentação da resistência dos materiais. Em verda- de, tornaram-se grandes construtores, já que elaboravam monumentos e templos, muitas de suas estradas e pontes estão sendo mantidas até o cotidiano atual. Sua contribuição fundamental na resistência dos materiais foram os arcos. Segundo Hi- Figura 2: Exemplificando a aplicabilidade das equaçõesda resistência dos materiais. Fonte: Hibbeler (2010). 6 7 bbeler (2010), embora, comparando-se a proporção dos arcos romanos com os uti- lizados atualmente, podemos notar que hoje as estruturas são muito mais leves. Os romanos não possuíam ainda conhe- cimentos de análise dos esforços, assim, não tinham a base necessária para a esco- lha do formato correto de apoio, utilizan- do-se geralmente de arcos semicirculares de vãos relativamente pequenos. Segundo Hibbeler (2010), com rela- ção à Idade Média, grande parte do que foi estudado e descoberto fora perdido, sendo recuperado apenas com a chegada do período do Renascimento, principal- mente com a participação de Leonardo da Vinci. Sabe-se que Leonardo da Vinci era fascinado especialmente pela parte da mecânica, tendo em suas anotações: “A Mecânica é o paraíso da Ciência Ma- temática porque é onde colhemos os frutos da Matemática”. É interessante observarmos que ele se utilizava da técni- ca de analisar os momentos para a solução de diversos problemas, e ainda, aplicava a noção de deslocamento virtual para a análise de sistemas que envolviam polias e alavancas. Contrariamente aos roma- nos, tinha uma visão mais sensata sobre a utilização dos arcos. Leonardo da Vinci estudou a resistên- cia dos materiais de forma empírica. Assim sendo, a partir de sua análise de resistên- cia de vigas, ele declarou: “Em todo ob- jeto que é apoiado, mas que pode se curvar, e que apresenta seção trans- versal e material uniformes, a parte que está mais distante dos apoios será a que mais vai se curvar”. Dessa maneira, concluiu que a resistência de vi- gas apoiadas em ambas extremidades va- ria inversamente com o comprimento e di- retamente com a largura. De outra forma, realizou um procedimento investigativo em vigas tendo uma extremidade fixa e outra livre, bem como, investigou algo so- bre resistência de colunas, afirmando que esta varia inversamente com seus com- primentos, mas diretamente com o raio de suas secções transversais. Curiosidade! Segundo Hibbeler (2010), os estudos de Leonardo da Vin- ci comprovam a primeira tentativa de aplicar a estática para determinar as forças atuantes em elementos de estru- turas. Além disso, seria ele o responsá- vel pelos primeiros experimentos para averiguar a resistência de materiais estruturais. Na sequência, por volta do século XVII, aconteceriam as primeiras tentativas de mensurar dimensões seguras de ele- mentos de estruturas, de modo analítico. Neste sentido, o famoso livro “The New Sciences”, de Galileu Galilei, apresenta o esforço do mesmo em organizar métodos aplicáveis às análises de esforços em se- quências lógicas. Assim, tem o início da Resistência dos Materiais como Ciência. Cabe ressaltar, que os primeiros dois di- álogos de seu livro apresentam o trabalho de Galileu na área da Mecânica. Ele inicia com várias observações feitas durante uma visita sua a um arsenal veneziano e discute geometricamente estruturas pa- recidas, afirmando que se construirmos estruturas geometricamente similares, todavia, com aumento gradativo de suas dimensões, elas se tornam cada vez mais fracas. Para comprovar sua afirmação, começou com uma consideração quanto à resistência de materiais submetidos a 8 9 tensões simples e atesta que a resistên- cia de uma barra é referente à sua secção transversal, não a seu comprimento. Gali- leu denomina esta resistência da barra de “resistência absoluta à ruptura”. Além dis- so, trabalhou com a resistência de barras engastadas em apenas uma das extremi- dades e com uma carga na outra. Importante! Segundo Hibbeler (2010), os esforços mecânicos são o principal foco da resistência dos mate- riais, pois todo o estudo gira em torno de como dimensionar uma peça ou ele- mento de máquina para que suporte os efeitos que os esforços mecânicos ge- rados por uma estrutura geral ou espe- cífica estarão atuando sobre a mesma. Cada tipo de esforço possui uma forma específica de ser analisado, estudado e calculado. Dessa forma, para o entendimento dos conhecimentos da resistência dos ma- teriais, temos que nos atentar para os fundamentos da estática e de cálculos de esforços mecânicos, cálculos geomé- tricos, envolvendo estudos de secções transversais de materiais, direcionados ao momento de inércia, ao módulo de re- sistência e ao raio de giração. Tais con- ceitos estão intimamente ligados com os cálculos de análise de tensões, sendo a junção de conceitos geométricos, está- tica e dados referentes ao material que surge o cálculo de dimensionamento, no qual se procura desenvolver um elemento capaz de resistir a todos os esforços que estarão sendo aplicados nele durante o funcionamento da máquina, estrutura ou em qualquer lugar onde ele seja submeti- do a esforços. Figura 3: Avanço das soluções para Engenharia através da resistência dos materiais. Fonte: Blog da Engenharia – Resistência dos Materiais. 8 9 1.2 Conceitos fundamentais da mecânica dos corpos rí- gidos É interessante iniciarmos a nossa dis- cussão específica a respeito da resistên- cia dos materiais, a partir dos procedi- mentos relacionados às cargas que são comumente aplicadas em corpos a partir de peculiares reações que tais corpos es- tão sujeitos. Segundo Hibbeler (2010), em diversos casos nos quais existem forças aplica- das, torna-se mais viável a decomposição dessas forças a fim de obter duas compo- nentes, dessa forma fica mais fácil aplicar tendo como base os efeitos de “puxão” e “empurrão”. Para iniciar a análise de de- composição de forças, vamos começar com os cálculos para determinar a força resultante entre um sistema de forças aplicadas em um ponto. 1.2.1 Módulo e direção da força resul- tante É sabido que a força resultante tem o efeito de substituir a todas as forças de um sistema, feito isso, a análise daquele ponto no qual as forças estão aplicadas, torna-se mais clara e precisa. Vejamos a situação ilustrativa a seguir. Exemplo: O gancho na Figura 4 está sujeita a duas forças F1 e F2. Determine a intensidade e a direção da força resultan- te. Solução: neste caso, podemos seguir a sequência de passos descritos a seguir. Passo 1: realizamos o somatório das componentes das forças em “X” e “Y” como segue: Passo 2: aplicamos a fórmula de força resultante e em seguida o cálculo para determinar o ângulo como segue: Figura 4: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 10 11 Exemplo: Determinar a Resultante das duas forças P e Q que agem sobre o parafuso A e sua direção. Solução: neste caso, temos que: 1.2.2 Equilíbrio de um ponto e resultan- te das forças igual a zero Segundo Hibbeler (2010), quando dizemos que um ponto, ou partícula, está em repouso, não quer dizer necessariamente parado, mas sim, leva- se em consideração o estado inicial da partícula. Exemplificando, se um ponto está com velocidade zero, podemos afirmar que o corpo está parado, mas se ele está em movimento, mas a sua velocidade é constante, significa que não há adição de força neste sistema, e podemos afirmar também que o ponto está em equilíbrio. Para determinarmos se um ponto está em equilíbrio, a somatória de todas as forças em um determinado eixo do plano onde estão as forças devem ser iguais a zero, ou seja, elas irão se anular umas com as outras, quando isso ocorre, dizemos que há o equilíbrio. Observe a Figura 6 a seguir. Figura 5: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 10 11 Segundo Hibbeler (2010), para utilizarmos as equações de equilíbrio de maneira mais coerente e correta, devemos levar em consideração todas as forças empregadas naquele ponto, tanto as conhecidas como as desconhecidas. Para tal, bastautilizarmos o diagrama de corpo livre (DCL), que consiste em isolar a partícula esboçando as forças empregadas, bem como a sua direção. As equações de equilíbrio mencionadas anteriormente são: Observe a seguir um diagrama de corpo livre conforme Figura 7 abaixo. Dessa forma, quando se aplica as equações de equilíbrio, se em duas dimensões, devemos considerar que para qualquer tipo de problema só poderemos resolver duas incógnitas, ou seja, duas variáveis desconhecidas, se o problema for em três dimensões, essa situação também irá se modificar para três variáveis. Além disso, é necessário sempre considerar o sinal na qual a força está representada no DCL; se para “x” o vetor força está para a direita, sinal positivo, se para esquerda, negativo. Para “y” vetor acima da origem, positivo, abaixo, negativo. Se ao acaso não for possível conhecer alguma das forças aplicada no ponto, este deverá ter o seu sentido no DCL assumido, de tal forma que se o valor no final dos cálculos for negativo, significa que ele deverá ter o seu sentido alterado. Conforme dito por Hibbeler (2010), os procedimentos que devem ser adotados quando queremos determinar se um ponto está em equilíbrio ou não são descritos na sequência. Figura 6: Equilíbrio de um ponto. Fonte: Adaptado de http://eletronicanoel.blogspot. com.br Figura 7: A interpretação geométrica de um diagrama de corpo livre. Fonte: Adaptado de http://www.engbrasil.eng.br/pp/mt/ aula6.pdf 12 13 PROCEDIMENTOS A) Para diagrama de corpo livre Estabeleça os eixos x e y, com qualquer orientação adequada. Identifique todas as intensidades e direções das forças conhecidas e desconhecidas no diagrama. O sentido de uma força que tenha intensidade desconhecida é assumido. B) Para as equações de equilíbrio Aplicação das equações de equilíbrio e As componentes devem ter os seus sinais considerados, a partir da definição de sentidos adotados. Como a intensidade de uma força é sempre uma quantidade positiva, então, se a solução produzir um resultado negativo, isso indica que o sentido da força é oposto ao mostrado do diagrama de corpo livre (que foi assumido). Vejamos a resolução de algumas situações problemas envolvendo os aspectos teóricos discutidos anteriormente. Problema – Verificar se o sistema de forças indicado está em equilíbrio Solução: neste caso, observando inicialmente a Figura 7, temos que a força F2 não possui componente de força em X, ela está integralmente em Y, o mesmo acontece com a força F1, porém ela está em X, e não possui componente em Y. Começamos somando todas as componentes e verificando se o resultado é igual a zero. Os resultados nos mostram que o ponto está em equilíbrio tanto para o eixo X quanto para o Y. Problema – Determine a tração nos cabos BA e BC necessária para sustentar o cilindro de 60Kg, conforme figura abaixo. Figura 8: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 12 13 Solução: primeiramente aqui, temos que definir que quando tratamos de uma MASSA de 60Kg, isso ainda não é o valor da força para efeito de cálculos, bastando apenas multiplicarmos pela aceleração da gravidade, para assim termos a força peso P. Agora, desenharemos o diagrama de corpo livre com todas as forças presentes. Logo: Quando unimos as equações, poderemos calcular o valor de Tba. E, logo depois Tbc. 420,6 N Se usarmos a equação 1, teremos: Figura 9: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 10: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (1ª Equação) 14 15 Problema – A caixa de 200Kg é sus- pensa usando as cordas AB e AC. Cada corda pode suportar uma força máxima de 10 KN antes de se romper. Se AB sem- pre permanece na horizontal, determine o menor ângulo para o qual a caixa pode ser suspensa antes que uma das cordas se rompa. Solução: neste caso, temos que: Podemos afirmar que a corda que liga a caixa no anel A, não se romperá, pois está abaixo da resistência da corda, que é 10KN. Agora, temos que determinar se as demais cordas sustentarão o peso sem se romper. Logo: Podemos perceber com a equação acima, que AB sempre será menor que AC, visto que , com isso, podemos adotar que AC terá a carga limite suportada pela corda, porque saberemos que AB sempre será um valor menor, não rompendo o cabo. Fazendo isso, encontraremos o valor máximo de . Daí: Para constatarmos o valor de AB, basta aplicar a equação de somatório em X: Figura 11: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 12: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 14 15 1.2.3 Descrevendo o equilíbrio de corpo rígido É interessante observarmos que dife- rentemente do que foi visto em equilíbrio de um ponto ou partícula, quando falamos em corpo, devemos nos atentar para não cometermos erros considerados fatais nos cálculos. A maior diferença que se tem nestes dois assuntos, é que no equilíbrio de um ponto, todas as forças visíveis e invisíveis que atuam no corpo devem ser considera- das, e não mais as que atuam apenas em um determinado ponto do corpo. Observe a Figura 13 a seguir. Conforme podemos perceber na imagem acima, não haveria condições de ser calcular os apoios das vigas, se as mesmas não fizessem parte de um corpo só, no qual seriam considerados os pesos das vigas mais as cargas que elas deveriam suportar, com esses dados, os apoios poderiam ser calculados com base em um corpo. Nesse exemplo, não há como estipular as reações de apoio, tendo somente como base as leis adotadas no equilíbrio de um ponto. A) Caracterizando as reações de apoio Antes de começarmos a efetuar os cálculos para o equilíbrio de um corpo, é necessário que entendamos como esses corpos podem ser apoiados, de forma a estabelecer a quantidade de incógnitas que deveremos encontrar para determinar o equilíbrio. Na maioria dos casos, segundo Hibbeler (2010), utiliza- se apoios que impedem o movimento do corpo em três situações, são elas: 1ª Situação – Movimento em “x” Nesta situação, os apoios promovem uma força de reação ao movimento na horizontal. Para se determinar essa reação, utiliza-se a equação do somatório de forças em “x” iguais a zero, ou seja: 2ª Situação – Movimento em “y” Nesta situação, os apoios promovem uma força de reação ao movimento na vertical. Para se determinar essa reação, utiliza-se a equação do somatório de forças em “y” iguais a zero, ou seja: Para essas três situações, os tipos de conexões empregados nos apoios fornecem o número de incógnitas pelas quais o apoio é empregado, ou seja, impedirá o movimento em uma das situações descritas. Para ter uma maior compreensão, segue alguns dos apoios mais usuais e suas características. Figura 13: Viaduto Georgina Erismann. Fonte: Adaptado de http://reginaldotracaja.blogspot. com.br 16 17 Um método consiste de um rolete ou cilindro. Como esse suporte apenas impede que a viga translade na direção vertical, o rolete só exercerá uma força sobre a viga nessa direção. A viga pode ser apoiada de uma forma mais restritiva por meio de um pino. Logo, fica restringida o movimento em ambas as direções. Observe a Figura 15 a seguir. Por fim, a maneira mais restritiva de apoiar a viga seria usar um apoio fixo. Esse apoio impedirá tanto a translação quanto a rotação da viga. Vejamos a Figura 16 na sequência. A viga pode ser apoiada de uma forma mais restritiva por meio de um pino. Logo, fica restringida o movimento em ambas as direções. Observe a Figura 15 a seguir. Figura 14: Apoio tipo rolete. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 15: Apoiopor Pino. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 14: Apoio tipo rolete. Fonte: Hibbeler (2010). 16 17 Por fim, a maneira mais restritiva de apoiar a viga seria usar um apoio fixo. Esse apoio impedirá tanto a translação quanto a rotação da viga. Vejamos a Figura 16 na sequência. A Figura 17 a seguir nos mostra outras variedades de apoios, bem como as suas características. Figura 15: Apoio por Pino. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 16: Apoio Fixo. Fonte: Hibbeler (2010). 18 19 Figura 17: Tabela Tipos de Apoio. Fonte: Hibbeler (2010). 18 19 Problema – Determine as componen- tes horizontal e vertical da reação sobre a viga, causada pelo pino em B e o apoio oscilante em A. Despreze o peso da viga. Solução: neste caso, o primeiro passo a ser realizado, é a utilização do diagrama de corpo livre, conforme figura abaixo, o diagrama nos permite observar as forças que já estão aplicadas ao corpo, mas também a observar as que não aparecem, que são exatamente as reações nos apoios A e B. Após o desenho do DCL, basta aplicar as equações de equilíbrio para se determinar as reações. Importante! Note que existem cargas tanto na direção “X” quanto na “Y”, isso já nos mostra que em nenhumas reações encontradas nos apoios, podem ser iguais a zero. Além disso, a equação mais utilizada para simplificar os cálculos é a de somatório de momento, pois sabemos que o ponto onde se aplica uma ou mais forças não geram momento, com isso, fica fácil definir que no apoio onde está presente o maior número de incógnitas, deve ser o primeiro a ser tomado como referência. Para o cálculo temos três equações disponíveis: Para determinar a reação Ay Para determinar a reação By Figura 18: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Adaptado de http://www.engbrasil.eng.br/pp/ mt/aula16.pdf Figura 19: Interpretação geométrica da resolução do exemplo. Fonte: Adaptado de http://www.engbrasil.eng.br/pp/ mt/aula16.pdf 20 21 Para determinar a reação Bx Dica! Deve-se recordar que no desenho do diagrama de corpo livre, como não conhecemos as reações, os seus sentidos devem ser adotados de forma aleatória, caso no decorrer do cálculo os seus resultados forem valores negativos, devemos voltar no DCL e modificar o seu sentido. Não existem reações com sinal negativo. 1.3 Caracterizando as for- ças internas Quando pretendemos construir algum elemento estrutural, é de grande valia que saibamos encontrar os esforços internos presentes nestes elementos quando são expostos a cargas, podendo ser até mesmo o peso do próprio elemento. Para isso, precisaremos atribuir o método das seções, que consiste em “cortar” o elemento em um ponto e expor essas forças. A imagem apresentada na Figura 20 a seguir, mostra-nos uma viga, com o seu carregamento, bem como o DCL. Depois que o diagrama de corpo livre é feito, é preciso que escolhamos um dos lados do ponto “C” para fazer as análises. Via de regra, costuma ser mais fácil escolher o lado que possua o menor número de forças desconhecidas. Quando fazemos isso, o corte feito no ponto “C” irá expor as cargas internas; que são o Esforço Cortante, Esforço Normal e Momento Fletor. Figura 20: Viga carregada. Fonte: Adaptado de http://www.engbrasil.eng.br/pp/ mt/aula16.pdf 20 21 Podemos perceber que as cargas Vc (Esforço cortante), Nc (Esforço Normal) e Mc (Momento Fletor) são as únicas cargas que não apareciam no DCL. Essas cargas são os Esforços Internos. 1.3.1 Descrevendo nas en- trelinhas as forças internas Segundo Hibbeler (2010), o método das seções pode ser usado para determinar as cargas internas sobre a seção transversal de um membro usando o procedimento a seguir. A) REAÇÕES DE SUPORTE Antes que o membro seja cortado, pode ser preciso primeiro determinar suas reações de apoio, de modo que as equações de equilíbrio possam ser usadas para solucionar as cargas internas somente depois que o membro for seccionado. B) DIAGRAMA DE CORPO LIVRE Mantenha todas as cargas distribuídas, momentos de binário e forças que atuam sobre o membro em seus locais exatos, depois faça uma secção imaginária pelo membro, perpendicular ao seu eixo, no ponto onde as cargas internas devem ser determinadas. Depois que a secção for feita, desenhe um diagrama de corpo livre do segmento que tem o menor número de cargas sobre ele e indique as componentes das resultantes da força e do momento de binário na seção transversal que atua em suas direções positivas, conforme a convenção de sinal estabelecida. C) EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO Os momentos devem ser somados na seção. Desse modo, as forças normal e cortante na seção são eliminadas, e podemos obter uma solução direta para o momento. Se a solução das equações de equilíbrio der um número negativo, o sentido da força é contrário ao estabelecido do DCL. Problema – Determine a força normal, o esforço cortante interno e o momento fletor nos pontos C e D da viga. Assuma que o apoio em B seja um rolete. O ponto C está localizado logo à direita da carga de 40 kN. Figura 21: Cargas internas de uma viga. Fonte: Adaptado de http://www.engbrasil.eng.br/pp/ mt/aula16.pdf 22 23 Solução: neste caso, temos que o pri- meiro passo é o desenho do DCL: Para este problema, necessariamente teremos que determinar as reações de apoio antes de seccionar a viga, para isso, temos que usar as equações de equilíbrio. Note que usamos primeiramente a equação de momento no ponto “A”, pois dispensa conhecer os valores das reações presentes neste ponto, isso ocorre porque a força não gera momento quando aplicada no ponto onde se calcula o momento, a distância entre ela e a origem vai ser zero. Dessa forma, o valor de By passa a ser conhecido diretamente por esse cálculo. Depois de calculado um dos pontos, basta efetuar a aplicação das outras equações. Determinação das cargas internas (Mc, Vc e Nc) no ponto “C”: Para o cálculo de Nc, torna-se bem fácil, pois como não existe nenhuma força atuando nesta seção na horizontal, logicamente que seu valor não poderia ser diferente de zero. Para Vc, repare que entram na equação em “Y” somente os valores presentes na seção de “c” para a esquerda. O mesmo ocorre para o Mc, as forças que geram este momento só podem ser consideradas as que estão presentes Figura 22: Interpretação geométrica do problema. Fonte: Adaptado de http://www.eletrica.ufpr.br/ufpr2 Figura 23: Interpretação geométrica da resolução do problema. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 22 23 na seção, de modo específico, a força Vc não gera momento, pois está aplicada no mesmo ponto. Para realizar os cálculos no ponto “D”, as etapas e considerações são as mesmas para o ponto “C”. Lembrando apenas que agora existe um momento de binário igual a 60 kN.m de By passa a ser conhecido diretamente por esse cálculo. Depois de calculado um dos pontos, basta efetuar a aplicação das outras equações. Determinação das cargas internas (Mc, Vc e Nc) no ponto “C”: Para o cálculo de Nc, torna-se bem fácil, pois como não existe nenhuma força atuando nesta seção na horizontal, logicamente que seu valor não poderia ser diferente de zero. Para Vc, repare que entram na equação em “Y” somente os valores presentes na seção de “c” para a esquerda. O mesmo ocorre para o Mc, as forças que geram este momento só podem ser consideradas as que estão presentes Figura 24: Determinação das cargas internas (Md, Vd e Nd) no ponto “D”. Fonte: Elaborado pelo próprio autor 24 25 UNIDADE 2 - Tensão normal e de cisalha- mento, deformação e diagramas associados 24 Até o presente momento, foi destaca- do que a força e o momento que atuam em determinadoponto na área da seção de um corpo representam os efeitos re- sultantes da distribuição de forças que atua na área secionada. Assim, determi- nar a distribuição das cargas internas é de primordial importância na resistência dos materiais. Segundo Hibbeler (2010), é de funda- mental importância para resolvermos tal situação problema a descrição do conceito de tensão. Vale ressaltar que se pode fa- zer um comparativo entre tensão e pres- são. Geralmente utilizamos os conceitos de Pressão em fluidos, e de Tensão para os sólidos. Temos que ambos obedecem a mesma expressão: Para pressão: Para Tensão: Em relação à unidade de medida será Pa (Pascal) = . Como 1 Pascal, representa um valor muito pequeno, costuma-se uti- lizar prefixos do tipo “k” quilo ( ( , “M” mega( ou “G” giga ( Dando con- tinuidade a tal aparato, comumente nos deparamos diante de uma dúvida ou in- dagação: Qual a razão da existência da pressão? A resposta é fácil, sempre se movimenta um fluido e existem restrições ao deslocamento, surgem as pressões. No caso de uma panela de pressão, se não houvesse a tampa da panela exercendo essa restrição, a água evaporaria e com isso não teríamos pressão no interior do recipiente. Para trazer esse comparativo para o estudo de tensão, basta analisar- mos a Figura 25 a seguir. Analisando este sólido com a força sendo aplicada, fica fácil entender que se este sólido de alguma forma oferecer resistência à deformação, ocasionada pela aplicação da força “F”, então começa a surgir as tensões das quais iremos discutir neste momento. Vejamos um exemplo ilustrativo sobre tensão. Problema – Considere a estrutura colocada na Figura 26 a seguir, que consiste em barras AB e BC, nos propomos a verificar se essa estrutura pode suportar com segurança a carga de 30 kN, aplicada no ponto B. Figura 25: Resistência dos Materiais. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 24 2525 Solução: neste caso, temos que a partir da aplicação das regras da estática, obtemos a descrição geométrica seguindo a Figura 27 a seguir. Logo: Note que podemos concluir que a barra BC está sob tração e a barra BA está sob compressão. Além disso, se cortar essas barras em um determinado ponto, iremos constatar que, para elas permanecerem em equilíbrio, é necessário que as mesmas forneçam uma reação, da qual a maior força será de 50 kN. Os dados encontrados até aqui, representam o primeiro passo para se determinar o projeto desta estrutura. O fato de encontrarmos os esforços internos não garante que a barra irá suportar o peso ou não, mas sim essa condição depende em muito da área transversal da barra e do material a ser utilizado na sua construção. Seguindo essa premissa, vamos imaginar que a barra em questão tem 20 mm e é feita de aço. Temos a seguinte condição para a fórmula de tensão: F = Força A = Área Figura 26: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Adaptado de Hibbeler (2010). Figura 27: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 26 27 Para efeito de entendimento, podemos comparar esse valor com o máximo acei- tável pelo aço, se ele estiver abaixo do es- pecificado, então a estrutura será aceita e suportará os efeitos da carga com segu- rança. Em tabelas que contenham as carac- terísticas dos materiais, podemos extrair a informação sobre a tensão máxima ad- missível para o aço, que é igual a . Como o valor encontrado nos cálculos foi de 159 Mpa, podemos afirmar que a es- trutura não se romperá com o peso. Claro que estamos tratando para o momento, somente as barras, mas existem outros elementos que dever ser considerados, como a compressão da barra AB, e as ten- sões existentes nos pinos e suportes. Saiba mais! A tensão mecânica é uma medida de força interna por uni- dade de área de um corpo deformável em uma superfície imaginária interna ao corpo. 2.1 Tensão normal média em uma barra com carga axial Na grande parte dos membros utiliza- dos em elementos mecânicos ou estrutu- rais possuem um comprimento maior do que a largura, ou diâmetro, que é o caso de eixos, parafusos e barras de treliças. Assim sendo, para que começamos o nos- so estudo a cerca desse assunto, é impor- tante analisarmos inicialmente duas hipó- teses: 1ª Hipótese – É relevante que a barra fique reta durante todo o procedimen- to de aplicação e retirada de uma carga. Além desse critério, a barra também pre- cisa permanecer com a sua seção trans- versal plana durante a deformação. Se- guindo essas duas condições, as linhas de grade que estão inscritas na figura a seguir, permanecerão constantes duran- te a aplicação da carga, fazendo com que a deformação seja uniforme. Para tanto, devemos desconsiderar as extremidades das barras, pois essas deformam mais. 2ª Hipótese – Segundo Hibbeler (2010), para que se consiga uma deforma- ção mais homogênea, é importante que a carga seja aplicada no centroide da seção transversal da barra. Além disso, é neces- sário que a barra a ser submetida à carga tenha na sua construção um material ho- mogêneo* e isotrópico. Saiba mais! O material Homogêneo é aquele que possui as mesmas pro- priedades físicas e mecânicas. Contra- riamente, o material Isotrópico é aque- le que possui as mesmas propriedades em todas as direções. Observe a Figura 28 a seguir. Figura 28: Exemplo de barra submetida à tração com as linhas de deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 26 27 Problema – A barra da figura abaixo tem largura constante de 35 mm e es- pessura de 10 mm. Determinar a tensão normal média máxima na barra quando submetida ao carregamento mostrado. Observe a Figura 29 a seguir. Solução: neste caso, para as cargas in- ternas, podemos perceber nas seções aci- ma, que os esforços internos, apesar de diferentes, são constantes. Podemos ve- rificar no desenho do diagrama de esforço normal (c) que a maior carga está presente no segmento BC, visto que nesse trecho, concentra-se a maior carga, sendo que a área da seção é a mesma. Problema – A luminária de 80 kg é su- portada por duas hastes AB e BC como mostra a Figura 30. Se AB tem diâmetro 10 mm, e BC tem diâmetro de 8 mm, de- terminar a tensão normal média em cada haste. Observe as Figuras 30 e 31 a seguir. Figura 29: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 30: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 28 29 Solução: primeiramente, devemos encontrar as cargas internas em cada membro proposto como segue. Como é do conhecimento de todos, pela aplicação da terceira lei de Newton, essas barras ofereceram uma reação de sentido oposto em todo o segmento da barra. Podemos assim calcular a tensa normal média pela expressão: Logo: 2.2 Tensão de cisalhamento média O que foi visto anteriormente, baseava- se em tensões ocasionadas por esforços normais a uma seção transversal, ou seja, forças axiais. Segundo, Hibbeler (2010), porém quando duas forças são aplicadas na direção transversal a uma barra, produz um tipo de tensão que denominamos de tensão de cisalhamento. Figura 31: Diagrama de corpo livre. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 32: Interpretando a tensão de cisalhamento. Fonte: Hibbeler (2010). 28 29 Salientamos que se passarmos uma seção transversal no ponto C, iremos per- ceber que existem forças internas que se devem igualar a P. Essas forças internas levam o nome de forças cortantes, que já vimos anteriormente. A força cortante gera a tensão de cisalhamento, que é indi- cada pela letra grega (tau). Logo: Sendo: = Tensão de Média de Cisalhamento P= Carga A= Área da seção transversal Podemos citar ainda que esse tipo de cisalhamento é considerado simples, poisa carga está aplicada diretamente sobre a seção. Existem outros exemplos na Engenharia que se assemelham com este tipo de cisalhamento, como o encontrado em juntas parafusadas, pinos, material soldado, entre outros: Figura 33: Interpretando a força cortante. Fonte: Adaptado de Hibbeler (2010). Figura 34: Cisalhamento Simples. Fonte: Hibbeler (2010). 30 31 Por consequência a este cisalhamento duplo, teremos a força V=F/2. 2.3 Tensão admissível e fa- tor de segurança Salientamos que em diversos projetos de Engenharia, não se pode considerar, para efeitos de projetos, a tensão máxi- ma que um determinado material e peça estão submetidos. Por questões de segu- rança, o projeto deve ter um fator de se- gurança e trabalhar com uma tensão ad- missível. Seja para projetos de máquinas ou peças. Consiste basicamente em determinar uma carga segura em que o elemento possa estar submetido, logicamente, essa carga deverá ser menor do que a carga que o elemento suportaria integralmente. Tal procedimento se faz necessário, pois não se pode garantir a integralidade de um material durante toda a sua vida útil. Ele pode sofrer avarias por corrosão, desgastes por agentes atmosféricos ou algo do tipo. Além disso, o elemento pode vir a sofrer cargas acidentais, que não es- tão especificadas no projeto inicial. Todas essas variáveis não podem ser mensu- radas, por isso, estipula-se um fator de segurança, a fim de obter uma tensão admissível para o elemento, garantindo maior segurança. Um método de definir o fator de segu- rança é fazer a razão entre a carga de rup- tura pela carga admissível. Outro exemplo: 2.2.1 Cisalhamento duplo Um exemplo que pode ser dado para ci- salhamento duplo é o encontrado em jun- tas de dupla sobreposição, que constitui de duas superfícies de cisalhamento uni- das por um elemento de fixação. A Figura 36 a seguir, mostra-nos exem- plos dessa aplicação, bem como as carac- terísticas da força cortante que está apli- cada em cada elemento. Figura 35: Cisalhamento simples em um para- fuso. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Figura 36: Cisalhamento duplo. Fonte: Hibbeler (2010). 30 31 Se a carga de ruptura estiver alinhada na mesma direção do elemento, ela irá gerar uma tensão admissível normal ao elemento, e na direção perpendicular, irá gerar uma tensão de cisalhamento. Nesse conceito, podemos estender o fator de segurança para uma análise voltada às tensões: FS = rup adm σ σ FS = rup adm τ τ Os valores dos fatores de segurança estão associados em grande parte na utilização do elemento estrutural ou de máquinas, um exemplo são os carros de fórmula 1, seus fatores de segurança estão próximos de 1, o mínimo, pois quanto menor é o fator de segurança, menor é o peso destes componentes e assim aumenta o rendimento nas pistas. O que não ocorre numa usina hidrelétrica, por exemplo, que precisa ter uma barragem muito resistente e está exposta a ação de vários fatores que causam deterioração e precisa ter um fator de segurança de aproximadamente 3. Problema – Os dois elementos estão acoplados por pinos em B, conforme Figura 37. A Figura 37 a seguir nos mostra também o topo dos acoplamentos em A e B. Supondo que os pinos tenham tensão de cisalhamento admissível de e o esforço de tração admissível da haste CB seja , determinar o menor diâmetro dos pinos A e B, com aproximação de , e o diâmetro da haste CB necessário para suportar a carga. Figura 37: Interpretação do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 32 33 Logo: A força que causa cisalhamento em B é de 3,33kip, mas a que causa cisalhamento em A, será a somatória dos vetores das componentes Ax e Ay. E a direção será arco tangente da razão entre Ay e Ax. Solução: devemos observar inicialmen- te que o segmento BC possui duas com- ponentes de força. Precisamos primei- ramente calcular as reações de apoio e depois a carga que causa cisalhamento ao parafuso: DCL Figura 38: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 39: Interpretação geométrica do exemplo. 32 33 Para determinarmos os diâmetros dos pinos em cada ponto, basta analisar as forças que geram as tensões de cisalha- mento. Perceba que em A há um cisalha- mento duplo, por isso utiliza-se a metade da força. Figura 40: Interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 21, 425 0,1139 ² . 12,5 / ² 4 A A A adm V dkipA pol kip pol π τ = = = = logo Ad = 0,381 pol 23,333 0,2667 ² . 12,5 / ² 4 B B B adm V dkipA pol kip pol π τ = = = = logo Bd = 0,583 pol Conforme estabelecido no enunciado, os tamanhos dos pinos que mais se aproximam com os valores encontrados nos cálculos são: 7 16A d = pol = 0,4375 pol 5 8B d = pol = 0,625 pol Para encontrarmos esses valores, bas- ta pegarmos o valor encontrado e multi- plicarmos por 16 e mantermos o denomi- nador 16. Assim sendo, por exemplo : Portanto, como é um elemento de carga, nunca podemos arredondar para baixo, sempre para casa inteira superior, no caso 7. Cálculo na haste: O diâmetro requerido na haste ao longo de seu corte central é caracterizado como segue: 23,33 . ( ) 16,2 / ² 4 BC BC t adm dP kipA kip pol π σ = = = 34 35 9 16BC d = pol Escolhemos: 9 16BC d = pol = 0,5625 pol 2.4 Deformação Agora estaremos interessados na descrição do conceito de deformação. Segundo Hibbeler (2010), quando uma força é aplicada a um corpo, tende a mudar a forma e o tamanho dele. Tais mudanças são denominadas deformação e podem ser perfeitamente visíveis ou praticamente imperceptíveis sem o uso de equipamento para fazer medições precisas. Por exemplo, uma tira de borracha sofre deformação muito grande quando esticada. Por outro lado, ocorrem apenas pequenas deformações de membros estruturais quando um edifício é ocupado por pessoas movimentando-se. O corpo também pode sofrer deformação quando sua temperatura muda. Um exemplo típico é a expansão ou a contração de um telhado provocada pelas condições atmosféricas. Importante! Quando se pretende fazer análises em um material submetido a uma carga, é necessário que se tenha equipamentos que façam as medições de maneira cada vez mais precisas. Segundo Hibbeler (2010), a deformação normal é a deformação do segmento de reta AB, conforme figura 42. Figura 41: Exemplificando a deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 34 35 Devemos considerar a reta AB, quando o corpo é submetido a uma força, essa linha se tona curva, originando um deslocamento A’ até B’, em que podemos perceber que A’ poderá se aproximar de B’. Podemos perceber que iremos gerar um comprimento final A mudança de comprimento da reta, dar-se-á por . A deformação normal média será escrita com a letra grega epsílon ( dada por: ' médio s s s ε ∆ −∆= ∆ A) DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO Consideremos os dois segmentos de retas da imagem abaixo. Figura 42: Exemplificando a defor- mação. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 42: Exemplificando a deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 36 37 Quando as retas estão perpendicularese deformam criando um ângulo entre elas, isso gera a deformação por cisalhamento. Este ângulo é denominado (gama) e me- dido em radianos. 2.5 Tensão x Deformação Após utilizarmos os conceitos de ten- são e deformação, vamos analisar o que a tensão pode causar no material e como ele se deforma. Através de testes experimentais, po- de-se obter dados que são necessários para os estudos da resistência dos mate- riais. 2.6 Diagrama tensão-defor- mação Segundo Hibbeler (2010), a relação en- tre tensão e deformação de certo mate- rial é uma característica importante para se determinar se um material pode ser utilizado em um projeto. Essas características são obtidas atra- vés de ensaios de tração e compressão. O ensaio de tração consiste em um cor- po de prova construído com o mesmo ma- terial a ser utilizado. No corpo de prova são feitas marcações a fim de obter a real deformação quando a carga vai aumen- tando, e a partir daí, o diagrama de tensão x deformação é construído. Figura 43: Máquina de ensaio de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 44: Máquina de ensaio de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). 36 37 Os corpos de provas devem possuir o di- âmetro inicial de aproximadamente 13mm e comprimento de 50 mm. Percebem que o corpo de prova deve ter um diâmetro re- duzido na região onde está instalado o ex- tensômetro, isso porque a ruptura deve ocorrer nessa região, como sabemos, onde a seção tem área reduzida, a tensão ali será maior. Além disso, a máquina que realiza a tra- ção no corpo de prova deve aplicar uma carga crescente até o corpo de prova rom- per, o correto é que essa carga seja aplica- da lentamente, para garantir que o corpo se deforme de maneira mais homogênea. Conforme cita o livro do Hibbeler, os dados da carga aplicada são registrados a intervalos frequentes à medida que são lidos no mostrador da máquina ou em mostrador digital. Além disso, mede-se o alongamento entre as marcas de punção no corpo de prova por meio de um calibre ou dispositivo óptico, denominado de extensômetro. O valor (delta) é então usado para calcular a deformação normal média do corpo de prova. Com os dados extraídos destes testes, pode-se então construir um gráfico que identifica todas as regiões e as respectivas tensões e deformações aplicadas ao corpo de prova, através deste diagrama, pode, por exemplo, identificar se o material quando exposto a uma tensão X, se comportará numa região elástica ou plástica, que discutiremos posteriormente. Desse modo, quando dividimos a carga aplicada na máquina, pela área da seção do corpo de prova, adotando que essa seção permanecerá a mesma, então podemos medir a tensão como: Assim como, para identificar a deformação, basta visualizar no extensômetro ou dividir a variação do comprimento pelo comprimento inicial Lo. Figura 45: Máquina de ensaio de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 46: Máquina de ensaio de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). 38 39 Se adicionarmos essas duas grandezas em eixos cartesianos, nos quais o eixo X seria a deformação e o eixo Y fosse . E a partir daí traçarmos um gráfico, a curva deste gráfico é o chamado diagrama de tensão por deformação. Temos que considerar que para todo material, submetido a um ensaio de tra- ção ou compressão, possuirá um gráfico deste, mas como a nossa finalidade é o estudo em torno do aço, que é um mate- rial utilizado tanto para elementos estru- turais, quanto de máquinas. Observe a Fi- gura 45 a seguir. Figura 47: Diagramas associados a tensão de deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 38 39 Comportamento Elástico: na região 1, podemos perceber que não se trata tecni- camente de uma curva, mais sim de uma reta, isso ocorre porque nessa região, o tratamento da tensão e formação, com- porta-se linearmente, ou seja, toda vez que o material for submetido a uma ten- são, dentro dessa região, ela se deforma- rá, mas quando a carga for retirada, o ma- terial volta às condições normais. Podemos perceber que logo no fim dessa reta inclinada, existe um limite de proporcionalidade, ou seja, mesmo que a tensão ultrapasse um pouco o limite de proporcionalidade, o material pode se comportar como elástico, mas tenderá a uma curva que indica o início do regime plástico. A) REGIME DE ESCOAMENTO Quando a tensão ultrapassa o limite de elasticidade, ele começa a iniciar um processo em que a sua forma não voltará mais ao do inicial, esse comportamento é registrado na região 2, a de Regime de es- coamento. Nessa região de escoamento, o corpo de prova irá se deformar de 10 a 40 vezes mais do que no regime elástico, quando ele está nessa região, podemos dizer que o material está perfeitamente plástico. B) ENDURECIEMTO POR DEFORMAÇÃO Quando o corpo de prova para de se deformar, ele começa a entrar na região 3 de endurecimento por deformação, neste estágio, o material começa a ficar mais re- sistente à tensão, deformando-se menos, contudo, essa característica vai a um limi- te, o que denomina-se de limite de resis- tência, qualquer carga acima desse ponto, levará o corpo de prova a ruptura. C) ESTRICÇÃO Ao atingir o limite de resistência, o cor- po de prova começa a ter sua área de se- ção transversal reduzida, com isso o corpo de prova não pode resistir mais às tensões que eram impostas, e começa a diminuir a tensão e fazer com que o gráfico decresça ao limite de ruptura. Vejamos a Figura 48 na sequência. Figura 48: Interpretando a ruptura de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). 40 41 2.7 Materiais dúcteis e frágeis A) MATERIAIS DÚCTEIS Todos os materiais se comportam bem a grandes deformações antes da ruptura, são materiais dúcteis. O aço apresentado no exemplo anterior é um bom material dúctil. Vários profissionais da área de Enge- nharia escolhem este tipo de material, pois resistem bem à deformação, choques ou energia. Podem apresentar grande de- formação antes da falha ou ruptura. Existem duas maneiras em geral de es- pecificar se um material é dúctil. A primei- ra é a relação de alongamento do corpo de prova, do instante em que se inicia o teste, até a ruptura. Esse cálculo deve ser expresso como porcentagem: Porcentagem de alongamento = 0 0 rupL L L − (100%) A outra forma e a relação de redução da área transversal do corpo de prova no re- gime de estricção. Porcentagem de redução de área = 0 0 rupA A A − (100%) B) MATERIAIS FRÁGEIS Os materiais frágeis são o outro extre- mo dos materiais dúcteis, pois suportam pouquíssima deformação, ou quase ne- nhuma. O ferro fundido é um exemplo cla- ro desse tipo de material. Geralmente, os materiais frágeis são extremamente du- ros, porém quebradiços, por isso, o ferro fundido entra nessa classe, além dele, o vidro também é um material frágil. Podemos ainda chegar a uma conclusão sob análise do diagrama tensão – defor- mação do ferro fundido, que ele se com- porta muito melhor sobre compressão do que com tração, observe a Figura 50 a se- guir. Figura 49: Interpretando a ruptura de materiais. Fonte: Hibbeler (2010). 40 41 Na Engenharia, a procura do maior ideal é o que se comporte bem sob ambas as si- tuações, de modo que o aço pode ser sub- metido a estas situações e reage bem. Um aço com teor de carbono alto, pode resis- tir bem a ensaios de dureza, material com menor teor de carbono são mais dúcteis e fáceis de serem conformados. Além dis- so, o aço pode variar as suas propriedades quando são expostos a grandes tempera- turas. 2.8 Lei de Hooke Segundo Hibbeler (2010), a Lei de Hooke consiste na relação linear entre tensãoe deformação na região de elasti- cidade. Foi descoberta por Robert Hooke, em 1676, com o auxílio de molas (UFF-Vol- ta Redonda). Robert Hooke percebeu, com o auxílio de molas, que quando o material estava na região elástica, sua deformação era li- near em relação à tensão aplicada. Tal re- gra obedece a seguinte regra: Sendo E a constante de proporcionali- dade, módulo de elasticidade ou módulo de Young, nome derivado de Thomas You- ng que explicou a Lei em 1807. Um material é chamado de linear-elás- tico se a tensão for proporcional à de- formação dentro da região elástica. Essa condição é denominada Lei de Hooke e o declive da curva é chamado de módulo de elasticidade E (HIBBELER, 2010). Para entender melhor, vamos analisar novamente o diagrama de tensão-defor- mação do aço: Sendo E a constante de proporcionali- dade, módulo de elasticidade ou módulo de Young, nome derivado de Thomas You- ng que explicou a Lei em 1807. Figura 50: Interpretando um diagrama de tensão-deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 42 43 Repare que a: Sabemos, entretanto, que a forma como o material reage nas regiões elásti- ca e plástica, está vinculada na composi- ção deste material em relação ao teor de carbono, isso para os aços. Observe o dia- grama mostrado na Figura 52 a seguir: Sabemos, entretanto, que a forma como o material reage nas regiões elástica e plástica, está vinculada na composição deste material em relação ao teor de carbono, isso para os aços. Observe o diagrama mostrado na Figura 52 a seguir: Um material é chamado de linear-elás- tico se a tensão for proporcional à de- formação dentro da região elástica. Essa condição é denominada Lei de Hooke e o declive da curva é chamado de módulo de elasticidade E (HIBBELER, 2010). Para entender melhor, vamos analisar novamente o diagrama de tensão-defor- mação do aço: Figura 51: Interpretando a lei de Hooke. Fonte: Hibbeler (2010). 42 43 2.9 Energia de deformação Segundo Hibbeler (2010), a energia por deformação representa a energia que um material pode armazenar quando é defor- mado. Podemos definir como a força que promove um deslocamento no material, quando multiplicados, gera o trabalho ex- terno, esse trabalho é igual ao interno. Pela definição de trabalho, chegamos à seguinte equação: Se a região em questão, for linear e elástica, então podemos aplicar a lei de Hooke para estes casos, onde Quando a tensão no material atinge a região de proporcionalidade, a energia acumulada no material passa a ser denominada como módulo de resiliência: 2 1 1 2 2 p p p l r l lu E σ σ ε= = Figura 52: Interpretando a lei de Hooke. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 53: Interpretando a energia de deformação. Fonte: Hibbeler (2010). 44 45 A) MÓDULO DE TENACIDADE Consiste em toda a área sob o gráfico, uma propriedade muito importante para as análises. Ela indica toda a energia absorvida pelo material, imediatamente, antes da ruptura. Essa informação é muito importante quando se pensa que cargas acidentais podem atuar nesses materiais, com o valor do módulo de tenacidade, é possível mensurar como o material se comportará até a ruptura. Por exemplo, materiais com módulo de tenacidade alto, distorcem muito com a sobrecarga. No entanto, ainda assim, são preferidos em relação a materiais com pouca tenacidade, isso porque como possui pouca tenacidade, eles rompem subitamente, sem apresentar falhas. Observe a Figura 55 na sequência. Problema – O teste de tração para uma liga de aço resulta no diagrama tensão- deformação da figura abaixo. Calcular o módulo de elasticidade e a resistência ao escoamento com base em uma deformação residual de 0,2%. Identificar no gráfico o limite de resistência e a tensão de ruptura. Figura 54: Interpretando a energia de defor- mação. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 55: Interpretando a tenacidade. Fonte: Hibbeler (2010). 44 45 Figura 56: Interpretando geometricamente o exemplo. Fonte: Hibbeler (2010). 46 47 Solução: neste caso, devemos encon- trar o módulo de elasticidade, aplicando a fórmula abaixo. Além disso, vamos traçar um outro gráfico utilizando escalas am- pliadas, como já está descrito no próprio diagrama, de modo que as coordenadas que vamos extrair no gráfico será da es- cala ampliada. Para isso, basta identificar no gráfico os valores das coordenadas da reta: Limite de escoamento – para isso, utilizaremos a deformação de 0,2%, ou 0,002, e traçaremos uma reta tracejada até que ela intercepte o gráfico, lembrando que essa reta deve ter a mesma inclinação da reta OA no desenho. O limite de escoamento é de aproximadamente: LEσ = 68 ksi Limite de resistência – definido como a maior tensão no diagrama tensão- deformação, este pico ocorre no ponto B: rσ = 108 ksi Tensão de ruptura – ocorre na maior deformação, a tensão chega no ponto de ruptura em C: rupσ = 90 ksi 2.10 Coeficiente de Poisson Quando aplicamos uma carga de tração em um corpo, ele tende a se deformar. Essa deformação é percebida, principalmente, na diminuição da largura e espessura e alongamento do comprimento. No caso da compressão, a deformação é percebida ao contrário, aumentando-se a largura e diminuindo o comprimento. Observe a Figura 56 a seguir. Figura 57: Interpretando geometricamente o coeficiente de Poisson. Fonte: Hibbeler (2010). 46 47 Quando é aplicado o carregamento, a barra muda o seu comprimento na quan- tidade e se raio na quantidade (HIBBE- LER, 2010). Dessa forma, pode-se definir a equa- ção como sendo a razão entre a quantida- de alongada pelo comprimento, com isso, obtém-se a deformação na direção anali- sada. O cientista que conduziu estes estudos descobriu que na região elástica, a razão entre as deformações era sempre constante. Essa constante então foi chamada de coeficiente de Poasson (Nu), e terá valor exclusivo se o material for homogêneo e isotrópico. Veja a expressão: O sinal negativo é indicado para as deformações negativas, que podem ocorrer tanto para o alongamento do comprimento diminuindo a largura, ou vice- versa. O valor indicado para sólidos não porosos é de 1/4 a 1/3 para o coeficiente de Poasson, que é adimensional. Além disso, iremos verificar que o valor máximo do coeficiente é 0,5. Figura 58: Interpretando geometricamente o coeficiente de Poisson. 48 49 2.11 Diagrama tensão-de- formação de cisalhamento Como no teste de tração, o material, quando submetido a cisalhamento, exibi- rá comportamento linear-elástico e terá limite de proporcionalidade bem defi- nido. Segundo Hibbeler (2010), o diagrama também possuirá um limite de resistência , causa pelo endurecimento por deforma- ção. E, por fim, chegará a um ponto que o material se romperá que é a tensão de ruptura Para a maioria dos materiais na Engenharia, o comportamento elástico é linear e, desse modo, a lei de Hooke para cisalhamento é expressa como: Nesse caso, G é o módulo de elasticidade ao cisalhamento, ou módulo de rigidez e possui as mesmas unidades de E, seu valor é medido pelo declive da reta do diagrama . Ou seja, . O é o ângulo gerado pelo cisalhamento, medidoem radianos. Com a aplicação dos experimentos, foi possível criar uma equação que possui as três variáveis, e com isso facilitar na definição de alguns dados, sem a necessidade dos experimentos: Como E e G são conhecidos, o valor de pode ser determinado por essa equação. Figura 59: Interpretando geometricamen- te tensão, deformação e cisalhamento. Fonte: Hibbeler (2010). Figura 60: Interpretando geometricamente tensão, deformação e cisalhamento. Fonte: Hibbeler (2010). 48 49 Por exemplo, no caso do aço A-36, de modo que, por essa equação . 50 AT BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON, Jr., E. Russell. Mecânica Vetorial para engenhei- ros: estática. 5 ed. Ver. São Paulo: Pear- son, 1994. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Resistência dos Materiais. 3. ed. . São Pau- lo: Makron Books Ltda, 1995. HIBBELER, R. C. Estática: mecânica para engenharia. 10. Ed. São Paulo: Pearson, 2005. LANDAU, L.LIFCHITZ, E. Mecânica. São Paulo: Hemus – Livraria Editora. MAIA, L.P.M. Mecânica Vetorial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G. Estática: mecânica para engenharia. Volume 1. 6. Ed Rio de Janeiro: LTC, 2009. RICARDO, Octavio Gaspar de Souza. Te- oria das estruturas. SP: Mcgraw-hill, 1978. SHAMES, I. H., Estática: mecânica para engenharia. 4. Ed. São Paulo: Ed. Prentice Hall, 2002. V.1. (BV). SILVA, Larissa. Mecânica estática. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2011 (BV). SYMON, K. R. Mecânica. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1982. REFERÊNCIAS 51 AT INTRODUÇÃO 1.1 Notas históricas envolvendo a resistência dos materiais 1.2 Conceitos fundamentais da mecânica dos corpos rígidos 1.2.1 Módulo e direção da força resultante 1.2.2 Equilíbrio de um ponto e resultante das forças igual a zero 1.2.3 Descrevendo o equilíbrio de corpo rígido 1.3 Caracterizando as forças internas 1.3.1 Descrevendo nas entrelinhas as forças internas UNIDADE 2 - Tensão normal e de cisalhamento, deformação e diagramas associados 2.1 Tensão normal média em uma barra com carga axial 2.2 Tensão de cisalhamento média 2.3 Tensão admissível e fator de segurança 2.4 Deformação 2.5 Tensão x Deformação 2.6 Diagrama tensão-deformação 2.7 Materiais dúcteis e frágeis 2.8 Lei de Hooke 2.9 Energia de deformação 2.10 Coeficiente de Poisson 2.11 Diagrama tensão-deformação de cisalhamento REFERÊNCIAS
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