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JÚNIOR PEREIRA O conhecimento da re lação saúde-t rabalho-doença, d os d os que riscos laborais, d a s doenças ocupacionais, acidentes d e t rabalho e d e tantos out ros fa tores compromet iam a saúde do t rabalhador, em meados do século 20 . Medidas e soluções que minimizassem os riscos d os d eindivíduos adoecerem e morrerem e m decorrência atividades laborativas. Essas medidas e soluções impl icaram o surgimento vinculadas sociedade. d e aooutras ciências além das tradicionais, tema, como respostas a esses anseios d a Entre essas c iências estão: Higiene industrial; Segurança do trabalho; Saúde ocupacional; Medicina do trabalho; Enfermagem do trabalho. (Mendes, 2005; Silva, 2005; Bulhões, 1986). A Enfermagem do Trabalho é um ramo da enfermagem d e saúde públ ica e , como tal, utiliza os me smos métodos e técnicas empregados por esta visando à : Promoção da saúde do trabalhador; P roteção cont ra os ri scos decorrentes d e sua s atividades laborais; P roteção cont ra agentes químicos, físicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e psicossociais; recuperaçãoManutenção d a sa ú d e e d e lesões, d e edoenças ocupacionais ou não ocupacionais reabi litação para o t rabalho. A enfermagem profissional surgiu na Inglaterra no século 19 , com Florence Night ingale (1820 -1910), que lançou as bases para a profi ssão, sendo considerada a fundadora da enfermagem moderna. No e m Brasil, a primeira escola de enfermagem foi fundada 1890 no Hospício de Pedro II, atualmente a UNIRIO. Em 1926, foi criada a primeira organização profissional de enfermagem, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), técnicos que congrega, a tualmente , enfermagem, enfermeiros, e auxi l iares de estudantes d e graduação e de cursos técnicos. A ABEn representa a categoria políticas nacional e d einternacionalmente qua nt o às d e saúde, educação e de trabalho. A ABEn sempre foi, e m e ainda é, uma associação mui to atuante . Criou 1 9 3 2 o primeiro periódico d e enfermagem, a inda em a t ividade, a Revista Brasi leira de Enfermagem (REBEn). Atualmente, organiza o Congresso Bras i leiro de Enfermagem (CBEn), o Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermage m (SENPE), o Seminário Nacional de Diretrizes para do Ensino de Enfermagem (SENADEn), entre outros. A partir da ABEn, e m 1973, foram criados os órgãos de oregulamentação do exercício de enfermage m no Brasil, COFEN e os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN). Lei N 5 .905/73. n oO COFEN elaborou e aprovou a Lei 7 . 4 9 8 / 86, n oregulamentada pelo Decreto 94.406, de 1987, que d i spõe sobre o exercício de enfermagem no Brasil. O primeiro curso de especial i zação para enfermei ros do trabalho aconteceu em 1974 no Rio de Janeiro. Entre tanto, a inclusão d o enfermeiro d o t rabalho por me i o na d aequipe Portaria d e no saúde ocupacional aconteceu 3 .4 6 0 do M inistério do Trabalho em 1 9 7 5 a pó s protesto da Escola d e Enfermagem Anna Nery (UFRJ) em conjunto com a ABEn. Ainda em 1975, foi criado o Código de Ética de Enfermagem, que foi reformulado recentemente por meio da resolução COFEN nº 311/2007. Observa-se que a história recente. da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante Inicialmente, a ass i s tência de enfermage m do t rabalho l imi tava-se ao atendimento emergencial na indústr ia, o que não a valorizava muito, no entanto, amplia -se a cada dia. A equipe de enfermagem do t rabalho é composta por: Auxiliares; Técnicos; Enfermeiros do trabalho. O enfermeiro d o t rabalho é o p rofissional com cert ificado de conclusão de curso de especialização em enfermagem do trabalho em nível de pós-graduação Assiste aos t rabalhadores, ze lando por sua sa ú d e e promovendo acidentes do a prevenção de doenças ocupacionais e de t rabalho ou a inda prestando cuidados aos doentes e aos acidentados. Planeja, organiza , dirige, coordena, cont rola e avalia toda a assistência de enfermagem. Visando ao p lanejamento adequado da sua ass i s tência, esse profissional deve ter um bom conhecimento sobre a empresa: Atividade principal; A planta física; O esquema de todas as seções ; O processo de t rabalho; Os equipamentos e as subs tâncias utili zadas nos processos laborais; O número de empregados ; A proporção de homens e mulheres , a média de idade, os turnos de t rabalho, os n ívei s salariai s , ent re out ros . O curso de pós-graduação lato sensu , ou especialização em Enfermage m do Trabalho, visa capacitar o enferme iro para o des e mpenho na área de saúde ocupacional com as funções especí f icas de pro m o ção, pre ven ção, m an u ten ção, cont ro le e reabilitação da saúde do trabalhador. Para tal, precisa conhecer a es t ru tura biopsicossocial do t rabalhador, seu ambiente, condições de t rabalho, de h igiene, segurança, a legislação ocupacional, as políticas de saúde públ ica relacionadas com o t rabalho, aspectos ét i co -legai s da profissão e da área de especialização. Os enfermeiros d o t rabalho, como os a s demais décadasespecialistas e m enfermagem, t ê m, d e sd e d e 1 9 7 0 -1 9 80 , a possibi l idade de realizar cursos d e pós-graduação str ictu sensu nos moldes de mest rado e doutorado. História da saúde ocupacional; Psicologia aplicada ao trabalho; Ciências sociais (sociologia, ant ropologia); Epidemiologia, bioestatística; Legislação do trabalho; Higiene e segurança do trabalho; Toxicologia ocupacional; Ergonomia aplicada ao trabalho; Enfermagem do trabalho; Metodologia da pesquisa científica; Saneamento do meio; Doenças ocupacionais e fi siologia do t rabalho. Há, ainda, técnicas às es tágios supervisionados ou orientados e visitas empresas . Durante o es tágio , o aluno integra-se à equipe de saúde ocupacional , fami l iarizando -se com o ambiente, a jornada de t rabalho, processos os equipamentos , as subs tâncias utilizadas nos laborais; Identificar trabalho; r i scos ocupacionais ; Acompanha os processos de desenvolve programas e promove a saúde do t rabalhador. Vivencia situações assistenciais, administrativas e gerenciais. Abrange a promoção da saúde e da pro teção específica, t endo como finalidade promover a saúde e afas tar os agravos. O âmbi to da saúde ocupacional cons i ste, portanto , e m manter ou melhorar o bem-es tar dos indivíduos. As at ividades envolvidas nessa ass i s t ência buscam mudanças nas at i tudes e n os p a d rões de comportamento dos noindivíduos, t rabalho. refletindo melhoria da saúde e segurança Promoção da saúde A promoção do ajus tamento do indivíduo ao trabalho consiste em: Consul ta de enfermagem; Atuação junto a outros prof issionais na execução de exames e de procedimentos complementares, conforme d e terminação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da NR 7. Elaboração de P rogramas de ambien tal etc.). Orientações, esclarecime n to aconselhamento . saúde ( tai s como saúde mental , de dúvidas dos t rabalhadores e Educação em higiene, saúde e segurança do trabalho. Promoção, j un t o a out ros profissionais d o Serviço Especializado e m Engenharia d e Segurança e e m Medicina d o Trabalho (SESMT) ou d e Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR), d e um ambiente laboral saudável, i sento d e riscos ou com riscos minimizados. Criação de programas de prevençãocont ra a lcool i smo, uso d e drogas e substâncias psicoativas, cont ra t a ba gismo, se d e ntar i smo, obe si d ade, d oe nç as me nt a i s e t ransmissíveis. A aquisição d e hábi tos saudáveis d e vida consiste em: Consul ta de enfermagem; Ensino e orientação d e grupos d e t rabalhadores e m re lação a a l imentação, hidratação, postura , funcionamento de ó rgãos repouso, exercíc ios, e de sistemas, vida afetiva familiar e sexual , lazer, higiene corporal e ambiental; Distribuição de material educativo de apoio. Proteção específica A proteção específica em: ao t rabalhador cons i s te Programa de imunização do trabalhador; P romoção, junto a out ros me mbros d o no SESMT ou d o d eSESTR, d e sa ne a me nto e d e higiene ambiente t rabalho, saudável; a lém d a manutenção d e ambiente laboral P roteção dos t rabalhadores cont ra ac identes e doenças ocupacionais por meio d o uso d e equipamentos d e proteção individual (EPI) Treinamentos da equipe de enfermagem em primei ros socorros e em emergências; Treinamento de trabalhadores em primeiros socorros; Atenção à saúde de grupos especí ficos como mulheres, menores, idosos e defic ientes; Participação na Comissão Interna d e d e Prevenção acidentes d e naAcidentes empresa . (CIPA) para prevenção Envolve diagnóst ico precoce, pronto atendimento ou àt ra tamento imedia to e limitação d e out ros d a nos saúde do t rabalhador. Deve-se a tentar para dois i tens básicos: Adequação laboral; Assistência d a s condições sani tárias d o ambiente imediata e cont ínua à s d oe nç as e aos agravos t rabalho. produzidos pelas condições prejudiciais d o Consistir em: Visita aos locais de trabalho para a dete rmi na ç ão d os agentes químicos, biológicos, fí sicos, ergonômicos, de acidentes e psicossociais que possa m interferir na saúde do t rabalhador; Consul ta de enfermagem; Educação do t rabalhador de acordo com a necessidade e com sua l imi tação, que adote medidas eficazes para se proteger das doenças e acidentes de t rabalho. Ensino e orientação de grupos de trabalhadores; Realização d e vigilância epidemiológica. Trata-se d o e st ud o e p i demi ológico si st e má t ico d a s d oe nças e d os agravos à saúde do t rabalhador. Distribuição de material educativo de apoio. Consul ta d e e nfe rma ge m e e xa me s complementares para a invest igação de ocorrência d e sinais e d e sintomas precoces de agravos à saúde encaminhamento; fí sica e mental e Com a finalidade d e t ra tar e d e evitar doenças, compl icações - medidas d e detecção d e casos individuais e coletivos; Serviços de rast reamento para d isl ipidemia, hipertensão arterial, c â nc e r d e ma ma etc., a l é m d e e xa me s periódicos; Visi tas aos locais de de c ole tar d a d os, d e t rabalho e domici liar - final idade dar orientações ou de rea l izar a educação para a saúde; Prestações de cuidados de emergência nos casos menos graves e encaminhamento urgente d os casos mais graves e mais complexos. Tais ass istências compreendem: Consul ta d e enfermagem e e xa me s complementares para a prestação de cuidados globais para a cura e para evitar out ras compl icações e sequelas produzidas por doenças e agravos à saúde do t rabalho; Visita a os locais d e t rabalho e domiciliar com a final idade de cole tar dados, de prestar cuidados ou dar orientações para a saúde do t rabalhador; Adoçã o de medida s eficazes para o diagnóst i co e para o tra tamento precoce de doenças; Exames de sa ú de direcionados pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) − NR 7; Promoção da redução do tempo de afastamento; Detecção de incapacitados (exames ou de limitação da incapacidade periódicos, pré-a dmissio na i s, a compa nha mento dos funcionários colabora dores com doença s crônico -degenerat iva s, vigilância epidemiológica); Educação para a saúde do trabalhador; Distribuição de material educativo de apoio. A reabilitação é o foco d o programa d e prevenção terciária para o t rabalhador, com objetivo d e restabelecer e manter sua saúde. Essa assi stência tem iníc io no momento em que ocorre a lesão ou quando se toma conhecimento do problema d e saúde; e cont inua até o regresso d o t rabalhador incapacitado ou acidentado à vida laboral. A assistência a os por ta dores de sequela s doença sdecorre ntes de acidentes do trabalho e ocupacionais consiste em: Consulta de enferma gem e prestaçã o de de enfermagem para reintegração física , social do trabalhador. cuidados menta l e Visita domiciliar a o funcionário, com a finalidade de coletar da dos, de prestar cuidados ou de da r orientações pa ra su a sa ú de, promovendo su a reintegração ao trabalho e à comunidade. É o profissional de nível de ensino médio que, após realizar o curso de técnico de enfermagem: Participa juntamente com o enfermeiro no e na do planejamento, na programação, na orientação execuçã o da s atividades de enferma gem trabalho, nos três níveis de prevençã o, integrando a equipe de saúde do trabalhador. O técnico participa com o enfermeiro: No planejamento, na programação e na orientação atividades de enfermagem do trabalho; d a s No desenvolvimento e na execução d e programas d e aval iação da saúde dos t rabalhadores; Na e laboração e na execução de programas de cont role d a s doenças t ransmissíveis e não t ransmissíveis e t rabalhadores, na na d o vigilância epidemiológica d os e xe c ução d os progra ma s d e higiene e de segurança t rabalho e na prevenção d e acidentes e d e doenças profissionais Na do execução de todas as a tividades de enfermagem trabalho, exceto as privativas do enfermeiro; Na integração da equipe de saúde do trabalhador. É o profissional que, após realizar o curso de auxiliar de enfermagem auxi l ia res d e supervisão d o d o trabalho executa a s at ividades nível médio sob a orientação e a enfermeiro. Observa, reconhece e descreve sinais e sintomas d o suaestado d e sa ú d e d o t rabalhador, d e acordo com competência; P repara o ambiente de t rabalho, mantém em ordem os materia is e os equipamentos usados. Esse profi ssional também real iza medidas biométricas, auxilia o enfermei ro e o mé dico do trabalho nos exame s e nas medidas que di rec iona m o diagnóstico; Prepara o c l iente para consul tas, exames e t ra tamentos e executa tra tamentos espec ificamente prescritos ou d e rotina; Administrar parenteral, medicamentos por via oral (VO) e fazer cont roles, realizar curativos, oxigenoterapia, nebul ização, enema, apl icação de ca lor e de frio, aplicação de vacinas e cole ta de material para e xa me s labora toriais. Enfermagem doCARVALHO, Geraldo edição. de . Trabalho, 0 1 / 2 0 1 4 . 2ª Guanabara Koogan,
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