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RESUMO DE ANATOMIA PATOLÓGICA INTRODUÇÃO Diagnostico diferencial: método para identificar doenças através do processo de eliminação Prognostico: capacidade de dizer o curso clinico de uma doença Aspectos que constituem a base da doença: Etiologia (causa): determinada por fatores adquiridos, aqueles presentes no meio ambiente, como infecciosos, nutricionais, físicos, químicos; ou fatores intrínsecos que são os genéticos Patogênese: sequencia de eventos que ocorrem como resposta das células ao a gente etiológico desde o estimulo inicial até a ultima alteração Alterações Morfológicas: alterações estruturais nas células ou tecidos, características da doença ou diagnosticas do processo etiológico Alterações Funcionais e significado clinico: sinais e sintomas da doença Definições: Homeostasia: manutenção das condições fisiológicas normais Adaptação celular: resposta dor organismo para preservar a função celular Injuria ou Lesão celular: alteração reversível que ocorre quando a adaptação não é possível Morte celular (necrose): irreversível, ultimo estagio da les~]ao celular Causas da lesão celular: Hipoxia: baixa concentração de oxigênio Agentes físicos, químicos ou infecciosos Reação imunológica Alterações genéticas Desbalanço nutricional Exames anatomopatológicos: Necropsia: exame post-mortem sistêmica dos órgãos Objetivo: determinar causa da morte, conhecer lesões e doenças existentes no paciente, correlação dos achado morfológicos com os dado clínicos , saúde publica Exames realizados a partir da necropsia: microbiológicos, biologia molecular, provas biológicas, toxicológico, citologia Em animais que possuíam sinais neurológicos é obrigatória a coleta do SNC, realizar histopatologia e prova biológica para descartar raiva e em bovinos descartar encefalopartia espongiforme (vaca louca) Histopatologia – Biopsia de pele: acrescenta informação, diagnostico realizado pelo clinico, correlacionando todos os achados Realizar em casos de lesões neoplásicas ou ulceras persistentes Citologia: menor custo, resultado mais rápido, desconforto menor ao animal, limita o a diagnostico diferencial, deve ter confirmação histopatológica Utilizado para verificar microrganismo e sua morfologia, identificar inflamações e neoplasias e pesquisa de células acantoliticas Utilidade desses exames: conhecer a natureza da doença, direcionar a conduta clinica e planejar a cirurgia, permitir tratamento especifico com maiores chances de sucesso TANATOLOGIA Estudo da morte, para saber o diagnostico, causa, fenômenos subsequentes e condições que levaram a perda da higidez (saúde) A morte é quebra do equilíbrio biológico e físico-químico, cessação das funções vitais (cerebral, circulatória e cardiorrespiratória). O animal vivo possui auto-regulação, percepção e reação de homeostasia, a falha desse mecanismo de auto-regulação leva ao sofrimento orgânico e a morte Os tecidos mais diferenciados (SNC) morrem primeiro e TC morre por ultimo Limites Práticos: - Morte clinica: parada cardiorrespiratória - Descorticação: morte cerebral (fronteira critica entre a vida e a morte) - Morte real: 8h após a morte cerebral As funções vitais não cessam ao mesmo tempo, sendo difícil determinar o momento exato da morte Fatores que influenciam na velocidade de alterações cadavéricas: Temperatura ambiente = interfere na velocidade de putrefação por aumento da proliferação de bactérias Tamanho do animal = quanto maior animal, maior o tempo que ele permanece quente, aumentando a proliferação bacteriana Estado nutricional = maior quantidade de tecido adiposo, maior retenção de calor, mais tempo o animal permanece quente, maior a proliferação bacteriana Causa mortis = se o animal morreu por doença infecciosa mais rápido será sua putrefação por causa da grande quantidade de microrganismos Cobertura tegumentar = ovelha lanada, permanecerá mais tempo quente, aumentando a proliferação bacteriana Fatores cadavéricos abióticos (não há envolvimento de microrganismos) Imediatos: confundem-se com o momento do óbito, nenhum sinal isolado tem valor absoluto. Ex: perda de consciência, perda da sensibilidade, cessação cardiorrespiratória Consecutivos: devido a parada de atividade metabólica, prevalência de fenômenos físicos Desidratação = evaporação, decréscimo do peso, modificação do globo ocular Resfriamento = equilíbrio da temperatura com o meio ambiente Livores de Hipostase = manchas violáceas nos locais de declive Rigidez cadavérica = ocorre de maneira ordenada (cabeça-pescoço-membro anteriores- abdômen-membros posteriores-cauda) Coagulação do sangue = diferenciar de trombos COAGULO CRUÓRICO TROMBO (coágulo que ocorre durante a vida) Brilhante Desprovido de brilho Superfície regular Superfície irregular Destaca-se facilmente Aderido a superfície de inserção Após remoção local mostra superfície lisa Implantado sobre superfície irregular Coagulo cruorioco: vermelho Coagulo lardáceo: amarelo Fenômenos Transformativos Destrutivos: Autolise – acidificação do pH, liberação de enzimas proteolíticas que realizam a autodigestão tecidual Putrefação – ocorre após autólise, há envolvimento de microrganismo Marcha da putrefação (períodos) Coloração: embebição hemoglobinia, embebição biliar e manchas verdes (sulfametemoglobina = combinação de radicais sulfatados de microrganismos + hemoglobina) Gasoso (enfisemato): a partir do intestino, timpanismo abdominal, prolapso e rupturas Coliquativo: tecidos moles pastosos, estão se desfazendo Esqueletização: redução esquelática Maceração: tecidos moles destacam-se dos ossos através da rápida sucessão dos períodos da putrefação associada a umidade Fetos: infeção uterina Cadáveres em meio liquido Conservadores: Saponificação: consistência untuosa, mole, quebradiça, coloração amarelo-escuro, aparência de cera ou sabão Ocorre em locais em que há dificuldade de acesso de ar atmosférico, agua estagnada e pouco corrente, solos argilosos ou com muitos cadáveres em valas de grandes dimensões Mumificação: natural ou artificial Condições necessárias: rápida desidratação (impede a ação microbiana), climas quentes e secos – perda rápida de agua Redução do peso, pele dura, seca e enrugada, coloração enegrecida, dentes e anexos cutâneos bem conservados Mumificação fetal: morte intra-uterina sem envolvimento séptico ou expulsão Calcificação: raro Putrefação rápida + assimilação de sais calcários pelo esqueleto Locais ricos em calcário (cavernas) DEGENEREÇÃO CELULAR Lesão celular reversível, originada de distúrbios metabólicos, que resulta em acumulo de substancias do interior da célula. Alterações dependem: duração do efeito e concentração do agente causador, irrigação tecidual e fluxo sanguíneo para célula, características metabólicas e estruturais da célula Classificação (depende da natureza química da substancia acumulada) Agua e eletrólitos – Hidrópica Proteínas – Hialina, amiloide Lipídios – Gordurosa Carboidratos – Glicogênica Hidrópica (tumefação celular aguda, edema celular agudo) Acumulo de agua e eletrólitos, principalmente nos rins, fígado e coração e o citoplasma é diluído Patogenia: agressão ao sistema de membranas, diminuição da produção de ATP e alteração na bomba de Na – K Aspecto Macroscópico: varia de acordo com o grau da lesão, aumenta o peso e o volume do órgão, apresenta coloração pálida Aspecto Microscópico: células aumentadas de tamanho (hipertrofia), citoplasma menos corado e com algo granuloso, em estagio avançado possui pequenos vacúolos de agua e podem formar grandes vacúolos com aspecto baloniforme Pratica clinica: choque, destruição grave, infecções, intoxicações, isquemia Gordurosa: Esqueatose ou Lipidose: acumulo anormal de gordura no citoplasma das células parenquimatosas Orgãos mais afetados: fígado, rins e coração Etiopatogenia: Ocorre quando há o aumento da mobilização dos estoques de gordura, ou seja, quandohá demanda aumentada de energia durante um período curto 1 – fisiológica: final de gestação ou pós-parto (lactação) 2 – deficiência de fatores lipotrópicos (colina, metionina): transformação em fosfolipídios 3 – jejum: liberação excessiva de ácidos graxos 4 – falência na síntese de proteínas: intoxicações, desnutrição (não forma lipoproteína – HDL e LD: transporte de lipídeos pelo plasma) Aspecto macroscópico: órgão amarelado, aumentado, friável, textura gordurosa na superfície de corte (casos graves), bordas arrendadas Aspecto microscópico: presença de gotas grandes, claras, bem definidas ou varias gotículas que dão aparência de espuma ao citoplasma, vacúolos se fundem formando glóbulos maiores e deslocam o núcleo para periferia Glicogênica: glicogênio é forma de armazenamento de glicose, então esse tipo de degeneração ocorre quando há entrada excessiva de glicose Orgãos mais afetados: fígado, músculos e rins Fígado: hiperglicemia (diabetes melitus), doença metabólicas induzidas por drogas, deficiências enzimáticas, células neoplásicas armazenadoras do glicogênio Aspecto macroscópico: órgão aumentado e pálido (dicreto) Aspecto microscópico: células aumentadas (hipetrofia) e grandes áreas claras, núcleo permanece no meio. Detecção através do método de coloração do ácido periódico de Schiff (PAS) Hialina: inclusões proteicas anormais, importante para o diagnostico etiológico viral Há síntese de proteínas continuas, com formação de cadeias peptídicas anormais que se agregam formando corpúsculos de inclusão no citoplasma ou núcleo Aspecto microscópico: acumulo de material acidófilo, vítreo, no interior da célula Amilóide: deposição intercelular de material proteico Amiloide: reação com lugol semelhante ao amido vegetal Estimulo do sistema imunológico e produção de proteínas por macrófagos e linfócitos, além de globulinas Aspecto macroscópico: órgão aumentado, pálido Aspecto microscópico: deposição de substancia homogenia, eosinofilica, ao redor do vasos e espaços intercelulares MORTE CELULAR Causas: lesões persistentes ou em excesso, perda da capacidade adaptativa, danos nas membranas celulares, perda da capacidade de produzir ATP Como ocorre: pela incapacidade de reversão da função mitocondrial e desenvolvimento de alterações a função da membrana Indicadores: extravasamento de conteúdo intracelular (proteínas, enzimas), exames bioquímicos (hepatócitos: transminases epitélio do ducto biliar: fosfatase alcalina) NECROSE: Morte celular no tecido vivo, morte de uma área limitada do tecido no individuo vivo Processo intracelulares: digestão enzimática de organelas e outros componentes do citosol, desnaturação de proteínas Aspecto microscópico do tecido necrótico: citoplasma – eosinofilico e presença de vacúolos núcleo – picnose (núcleo pequeno e denso), cariorrexe (núcleo fragmentado) cariólise (núcleo dissolvido) Aspecto macroscópico do tecido necrótico: perda da cor ou palidez, perdade resistência e zona de demarcação bem definida Causas: agente químicos exógenos, produtos do metabolismo, insuficiência circulatória, agentes físicos Tipos de necrose: depende do tecido e da causa De Coagulação: ou Isquemica, é a mais comum, ocorre desnaturação das proteínas, preservação do contorno básico das células, manutenção da arquitetura geral do tecido, morte celular ocorre por HIPÓXIA, autólise ou heterólise De Liquefação: necrose coliquativa, ocorre nos abcessos, ocorre em tecidos ricos em gordura (SNC), tecido torna-se de consistência pastosa e perda da arquitetura Caseosa: massas circunscritas, amarelas, secas e friáveis, perda da arquitetura tecidual Microscopia: perda do núcleo, detritos celulares escuros e fundo róseo, podem conter componentes de coágulos sanguíneos, hemorragia, trombos, calcificação. Ex: tuberculose, linfadenite caseosa Gangrenosa: crescimento de bactérias saprofitas, ocorre necrose e putrefação. Tipos: Seca: locais de pouco liquido, perda da evaporação e drenagem Ex: congelamento, vasocontrição (bangagem) Úmida: cor preta, contem bolhas, hemorragia extensa e edema. Ex: pneumonia por aspiração, torção abdominal Tipos especiais: Esteatonecrose: Ocorre em tecidos gordurosos, por ação das enzimas em ácidos graxos e glicerol Principalmente em animais idosos que possuem pancreatite Fibrinóide: (importância em humanos) – por conta de lesões vasculares crônicas, ocorrendo em hipersensibilidade e auto-agressão (doenças auto-imunes) DESFECHO: Cicatrização – tecido necrosado é reabsorvido, removido por macrófagos e substituído por tecido fibroso Formação de capsula conjuntiva e sequestro – formação capsula em volta da necrose (principalmente caseosa), o organismo isola o tecido necrótico Expelido – deixando cavidades Drenado – formando fistulas APOPTOSE: morte celular programada, pode ser fisiológica ou patológica A membrana celular permanece intacta, ou seja, não há morte de células ao redor. As células adjacentes removem fatores celulares que restam após uma célula sofrer apoptose. Causas = Fisiológica = embriogênese, involução de tecidos dependente de hormônios, eliminação células em populações em proliferação, indução por células T citotóxicas Patológico = radiação, drogas, doenças virais, morte células nas neoplasias = levam a lesões sem reparo no DNA Características: diminuição de volume da célula, condensação e fragmentação da cromatina, formação de bolhas citoplasmáticas, presença de corpos apoptóticos livres ou fagocitados Características bioquímicas: degradação de proteínas ocorre pelas caspases (enzimas responsáveis pela apoptose, quebram o DNA) PIGMENTAÇÕES PATOLOGICAS Exógenos: Partículas de carvão (carbono): Presente em locais com muita poluição, a porta de entrada é inalação e seu acumulo nos pulmões resulta na antracose (pulmão preto), é inerte e não metabolizado, ou seja, permanece por toda vida do animal Macroscopicamente: pontos enegrecidos subpleurais, em casos severos pode se observar os linfonodos enegrecidos Microscopicamente: grânulos enegrecidos bem definidos e pode estar extracelular ou intracelular (magrofágos) Tatuagem: método de identificação, pigmento fagocitado por macrófagos dérmicos Minérios: pneumoconiose (asbeto, sílica) = pulmão de mineiro Endógenos: Melanina: pigmento presente na pele, produzida por melanoblastos e melanócitos, responsável pela cor da pele, dos pelos, presente na íris e retina, em pequena quantidade na aracnoide de animais pretos e na mucosa oral de algumas raças MELANOSE: grandes depósitos congênitos de melanina, não produzem efeitos adversos MELANOMA: neoplasias primarias de melanócitos Lipofuscina: compostos lipídicos, pigmento de envelhecimento Presente em células que se multiplicam pouco ou não se multiplicam após a vida uterina (células do SNC, coração e fígado) Derivados de hemoglobina: Hemoglobina: pigmento normal das hemácias, é encontrada fora delas quando o ocorre hemólise (ex: intoxicação por cobre em ovinos) Micro: cor vermelho-alaranjada nos túbulos renais Macro: coloração negrecida Hemossiderina: Pigmento amarelo-dourado, granular, cristalino Transporta ferro ligado a proteínas (transferrinas), excesso de ferro (ferritina forma grânulos de hemossiderina), presente na congestão e hemorragias crônicas e em macrófagos que realizam a hemocaterese Bilirrubina: não contém ferro, principal pigmento da bile, o metabolismo e a excreção anormais resultam na ICTERÍCIA = coloração amarelada nos tecidos por bilirrubina resultado do desequilíbrio entre produção e excreção de bilirrubina Produção excessiva = (hemólise intravascular – excesso de cobre, babesiose, anemia autoimune, anemia hemolítica) Redução na excreção = doença hepática (diminuição da entrada, conjugação e secreção de BLR pelo hepatócito) e redução do escoamento da bile (hepatite, degeneração do hepatócito, fascíola hepática, inflamação do ducto biliar, cálculos biliares) Ambos levam ao acumulo de BLR no plasma CALCIFICAÇÃO PATOLOGICA Deposição decálcio nos tecidos Calcificação distrófica: Ocorre em áreas necrosadas, células que morreram ou estão morrendo não conseguem controlar o influxo de cálcio, o qual se acumula nas mitocôndrias Podem formar ateromas e aterosclerose: acumulo de cálcio (ou gordura) em vasos Macro: grânulos esbranquiçados, finos Micro: sais de cálcio amorfos e basofilos Calcificação metastática: ocorre em tecidos normais e é secundário a hipercalcemia Hiperparatireoidismo: ↑ paratormônio → ↑ estimulo dos oteoclastos → ↑ Ca+ na corrente sanguínea Intoxicação por vitamina D = hipervitaminose ingestão de plantas calciogênicas (toxicas) Insuficiencia renal: induzem ao hiperparatireoidismo secundário e hipercalcemia Principais órgãos afetados: rins, vasos, pulmões DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS (circ. sanguínea) Sistema Circulatório – Componentes: Sangue Coração (bomba circulatória) Artérias (distribuição) Veias (coleta) Sistema de troca de nutrientes, gases e metabolitos entre o sangue e o meio extravascular Vasos linfáticos: rede paralela as veias, realiza drenagem de fluidos dos espações extravasculares Coração: fornece força para destruição do sangue, volumes de sangue iguais do lado direito e esquerdo, rendimento cardíaco é dado pelo volume de snague bombeado por minuto Artérias: lúmen maior que facilita o fluxo de sangue com resistência mínima, paredes espessas (fibras musculares lisas e fibras elásticas = permite sustentar sangue ejetado) Arteríolas: maior resistência, pressão intravascular cai pela metade, lúmen estreito, possui inervação simpática (regula o grau de contração do musculo liso arteriolar, arteríolas dilatam ou contraem para distribuir seletivamente o sangue) Capilares: local de trocas de nutrientes e produtos de metabolismo entre o sangue e os tecidos, são os vasos mais numerosos, velocidade do sangue é baixa, tem lúmen estreito e paredes delgadas Vênulas: composição similar aos capilares, podem ter camadas finas musculares conforme se distanciam dos capilares Veias: compostas principalmente de colágeno, vias de baixa resistência para retorno do sangue, tem capacidade de se distender e armazenar sangue, pressão e fluxo são baixos Sistema linfático: origina-se como capilares linfáticos de fundo cego, que permeiam os tecidos ao redor da microcirculação realizando o transporte de linfa Distribuição de fluido e homeostasia Distribuição entre o plasma e o interstício: O plasma constituído por H2O, eletrólitos, proteínas se mantém dentro dos vasos por equilíbrio entre as duas pressões: Pressão Osmótica: realizada por proteínas (albumina), exerce força de atração de agua, como uma esponja, mantém o liquido dentro do vaso Pressão Hidrostática: exercida pela presença física do liquido (sangue) na luz do vaso Situação normal: há retenção de fluido intracelular Alta pressão hidrostática arteriolar e baixa nas vênulas EDEMA: É o acumulo anormal de liquido nos espaços teciduais (interstício) ou cavidades corporais Pode ser localizado ou generalizado (anasarca) ou então no meio intracelular (degeneração hidrópica) Ocorre por alteração em qualquer fator que regula a distribuição normal de fluido entre o plasma, interstício e as células → Etiologia e patogênese do edema: Aumento da pressão hidrostática – a pressão que empurra o liquido para fora do vaso é igual ou maior que a pressão osmótica, ocorre quando há um aumento no volume de sangue da microcirculação. Ex: congestão passiva crônica (insuficiência cardíaca congestiva), hipertensão portal, dificuldade em retorno venoso (torsão intestinal, obstrução venosa) Diminuição de pressão osmótica – redução na concentração de proteínas plasmáticas = hipoproteinemia que pode ser ocasionada pela diminuição de produção pelo fígado, ocasionada por doenças nutricionais e hepatopatias ou pela perda excessiva ocasionada por enteropatias (diarreia crônica), nefropatias, parasitismo Aumento da permeabilidade – relacionado a estímulos inflamatórios ou imunológicos que induzem a liberação de mediadores que causam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, danos diretos a celula endotelial, anoxia (ausência de oxigênio). Causadas por agentes infecciosos, hipersensibilidade, neovascularização, anafilaxia Obstrução linfática – quantidade normal de linfa produzida, porém ocorre impedimento da drenagem linfática normal por pressão ou obstrução Ex: compressão dos vasos por inchaço inflamatório ou neoplasias HIPEREMIA: Aumento do volume sanguíneo em um tecido ou em parte dele Ativa – aumento do fluxo de sangue arterial. Passiva (congestão) – diminuição da drenagem de sangue venoso Ativa: Possui coloração avermelhada, ocorre por mecanismo neurogênico (SNA simpático), pela liberação de substancias vasoativas (inflamação), pode ser fisiológica (ex: aumento do fluxo sanguíneo no trato GI após uma refeição) ou patológica (inflamação) Macroscopicamente: aumento de volume, avermelhado, aumento da temperatura local, pode apresentar pulsação Microscopicamente: aumento do tamanho da célula, ingurgitamento celular (aumento do numero de células), posicionamento de hemácias e leucócitos (fluxo laminar) → em situação normal as células então na região central do vaso, em contato apenas com o plasma, quando há perda do fluxo laminar as células se desorganizam e entram em contato com o endotelio Passiva (congestão): Possui coloração vermelho escuro. Pode ser local → obstrução ou compressão vascular, torção de vísceras, trombos venosos. Ou generalizada → insuficiência cardíaca congestiva, lesões pulmonares (crônicas ou fibrosas = dificulta a passagem de sangue) Macroscopicamente: aumento de volume, cianose (órgãos azulados), veias dilatadas Microscopicamente: ingurgitamento vascular e perda do fluxo laminar Consequências: edema, necrose (sangue parado – hipóxia – degeneração – necrose), lesões degenerativas, cirrose, trombose Correlações clinicas: pode não ter complicações clinicas, pode ser letal, inicio de doença subjacente, pode ser causa da morte do animal (edema pulmonar) PERFUSÃO TECIDUAL DIMINUIDA Fluxo de sangue diminuído: obstrução local de vaso, congestão local, diminuição do rendimento cardíaco ISQUEMIA: perfusão se torna inadequada para suprir a necessidades metabólicas do tecido, redução do fluxo de sangue oxigenado Doença arterial – bloqueio luminal incompleto (trombo, embolo) Vasoconstrição arteriolar prolongada Lesão venosa: obstrução intraluminal (trombo) ou extrínseca (inflamação, neoplasia) Consequências: congestão, aumento da PH que leva a formação de edema e sangue estagnado leva a diminuição da concentração de oxigênio, a hipóxia, degeneração e necrose Gravidade: depende da anatomia vascular local (grau de anastomoses), circulação colateral, numero de vasos, extensão da perfusão diminuída, causa da oclusão, necessidade metabólica do organismo Retorno do fluxo após período prolongado: Pode ter efeitos deletérios, refluxo sanguíneo = danos causados por espécies reativas de radicais livres INFARTO: área focal de isquemia que sofre necrose de coagulação Causas: iguais a da isquemia, mais comum é tromboembolia (trombose) = quebra de um trombo e um pedaço dele obstrui outro vaso Características: depende do tipo e tamanho do vaso, da duração da oclusão, do tipo de tecido envolvido. Arterial = infarto imediato Macroscopicamente: vermelho-escuro, necrose de células, hemólise e degradação da hemoglobina (progressão para palidez), órgãos esponjosos Microscopicamente: inflamação periférica, substituição do tecido necrosado por fibrose Tecidos com aporte sanguíneo único e poucas anastomoses: cérebro, coração, rins, baço – oclusão de qualquer vaso leva ao infarto Tecidos com suplemento sanguíneo paralelo e inúmeras anastomoses: musculo esquelético e TGI – oclusão menos séria, exceção quando ocorre em grandes vasos Tecidos com aporte sanguíneo duplo: fígado, pulmão – raro ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Quando há celular (endotélio), ocorre cascata enzimática que ativa o FATOX que transforma protrombina em trombina e esta por sua vez transforma fibrinogênio em fibrina. Ocorre também a fibrinólise (quebra da fibrina), ou seja, remoção do tampão de plaquetas e reparo tecidual. HEMOSTASIA: É redução do sangramento, resposta fisiológica a um dano vascular, sela o vaso impedindo a perda de sangue. Processo regulado pelas interações entre o endotélio, plaquetas e fatores de coagulação (ptnas plasmáticas produzidas pelo fígado e tem como finalidade formar fibrina) PRIMÁRIA – Resposta vascular e plaquetária inicial, estímulos neurogênicos, fatores liberados pelo endotélio e plaquetas causam vasoconstrição (redução do fluxo), isso permite que superfícies endoteliais opostas entrem em contato e assim possam se aderir, reduzindo o fluxo de sangue. Ocorre também aderência plaquetária na matriz subendotelial exposta. A primária ocorre quando a lesão é mínima e o tampão de plaquetas sozinho pode resolver o dano. Se não, a lesão extensa, promove hemostasia SECUNDÁRIA – Quando ocorre formação de fibrina para fechamento da lesão e ocorre pelas vias: Intrínseca: os fatores presentes no sangue como plaquetas e proteólise iniciam a cascata enzimática ativando o fator XII e este por sua vez ativa o fator X Extrínseca: Ocorre fora do vaso, o sangue entra em contato com debris teciduais e há liberação de tromboplastina (fator III ou Fator tecidual, FT) que está presenta na membranas plasmáticas da maioria das células, inclusive do endotélio. Quando o fator VII circulante entra em contato com FT forma o complexo fator VIIa-FT, que ativa fator X e XI Via comum: vias extrínseca e intrínseca se juntam com ativação do fator X, ocorre estabilização da fibrina, com formação de filamentos e gel de fibrina. Há ativação do fator XIII para ancoragem do coágulo. E formação de ligações fibrina-fibrina, fibrina-colágeno, fibronectina-colágeno, fibrina-fibronectina DISSOLUÇÃO DO TROMBO: O objetivo do trombo fibrino-plaqueta é formar tampão temporário que se dissolve após cura do vaso, a taxa de dissolução deve ser balanceado, nem muito rápida pois o sangramento pode retornar e nem muito demorada para que não ocorra oclusão do vaso A dissolução da fibrina inicia-se imediatamente após a lesão do vaso pela quebra do plasminogênio em plasmina, que adsorve a fibrina, há restrição no tamanho do trombo e ocorre degradação do fibrinogênio Quando a plasmina faz a dissolução de fibrina não solúvel resulta na formação de produtos de degradação da fibrina (FDP’s), que prejudicam a hemostasia e inibem a trombina. Estabilização da coagulação pelos fatores VIII e de von Willebrand Promoção na adesão de plaquetas FvW: presente no endotélio e plaquetas, estabiliza o coagulo em desenvolvimento, ligando-se as plaquetas e ao colágeno; carreador de fator VIII (fígado) Fator VIII: acelera a ativação do fator X (para o sangramento mais rápido) Distúrbios de coagulação: Ausência ou defeito nos fatores de coagulação, coagulação inadequada. Sinal clinico: hemorragia (grandes hematomas – distúrbios de fatores de coagulação. Sangramento crônico em mucosas – deficiência de plaquetas) Deficiências hereditárias: hemofilia e doença de von Willebrand Deficiências adquiridas: acompanham doenças graves, depressão da síntese de fator de coagulação, utilização excessiva de fatores para hemostasia, consumo de fatores durante a coagulação intravascular, traumatismos graves, queimaduras extensas, veneno de cobre e toxinas de plantas, insuficiência hepática, intoxicação por dicumarol (inibe a vit K) HEMORRAGIA: Escape de sangue para fora do vaso, seja para fora do corpo, para uma cavidade do corpo ou para tecidos adjacentes Classificação Mecanismo de formação: REXE = ruptura vascular DIABROSE = erosão ou corrosão do vaso DIAPEDESE = sem lesão vascular (espaço entre as células endoteliais. Ex: aumento da permeabilidade vascular) Aspecto macroscópico: PETÉQUIAS (1 a 2 mm) EQUIMOSES (1 a 3 cm) SUFUSÕES (extensas, em forma de pinceladas) VÍBICES (lineares = mucosas de orgõas tubulares) HEMATOMAS (protuberantes) PURPURA (termo clinico, mucosas e serosas) Acumulo de sangue nas cavidades: hemopericárdio, hemotórax, hemoperitonio, hemartrose Causas: adquiridas – traumas (cirurgia, acidente), envenenamento (intoxicação por dicumarínicos), doença hepática, trombocitopenia. Hereditárias: hemofilia, doença de von Willebrand) Consequências: depende do volume de sangue perdido, da localização e da velocidade de perda. GRAVES = em órgãos essenciais, perda rápida de grande volume = choque hipovolêmico Anemia TROMBOSE: Formação de um trombo inapropriado de fibrina, plaquetas ou outros elementos do sangue na parede de um vaso sanguíneo, linfático ou no coração ou ainda livre na luz vascular Trombo = agregado de sangue coagulado, plaquetas, fibrina e célulad Determinantes: Endotélio e vasos sanguíneos (lesão vascular) = exposição a fatores teciduais e componentes subendoteliais. Trauma, inflamações, desordens metabólicas, neoplasias, toxinas, perda de propriedade anticoagulante do endotélio normal + liberação local de pró coagulantes Dinâmica do fluxo (estase ou turbulência) = fluxo sanguíneo anormal aumenta o risco de trombose, de forma sistêmica leva a falência cárdica e a congestão local leva a obstrução ou dilação vascular Fluxo reduzido: acumulo de fatores de coagulação, contato das plaquetas com endotélio. Torções em vísceras, inatividade e trombose de membros, cardiomiopatia dilatada Fluxo turbulento: perda do fluxo sanguíneo laminar, interação de plaquetas com endotélio, mistura de sangue, dano endotelial. Torção visceral, doenças cardíacas, aneurismas Coagulabilidade aumentada: Aumento das proteínas pro-coagulantes ou diminuição nas anti-coagulantes. Ativação aumentada ou degradação diminuída dessas proteínas. Atividade plaquetária aumentada (diabetes, sidromedo nefrotica, neoplasia, dirofilaria), deficiência na antitrombina III (doença hepática, amiloidose glomerular), anormalidade metabólica, glomerulopatias TROMBO = depende da causa inicial, local e composição Branco = plaquetas e fibrina Vermelho = hemácias TROMBOSE VENOSA = macro são gelatinosas, flexíveis, brilhantes, vermelho-escuros, oclusivos, moldado a luz vascular, contra a corrente sanguínea e tem pontos de ligação na parede do vaso Consequência: interrupção da perfusão tecidual ARTERIAL = tem evolução mais rápida, crescimento a favor da corrente sanguínea Evolução do trombo: Oclusão progressiva Incorporação a parede do vaso – cicatrização com recrutamento Recanalização Embolia: trombo ou partes dele se solta e pode alojar em vasos de menor calibre Resolução completa EMBOLIA = processo de deslocamento do embolo Embolo = massa sólida anormal transportada pela corrente sanguínea de uma arte do organismo para outra Constituição: trombos, parasitas, gordura, colonias de bactérias Consequência: obstrução vascular, isquemia, morte tecidual COAGULÇAO INTRAVASCULAR DISSEMINADA Consumo de fatores de coagulação e formação de fibrina, de maneira sistêmica Manifestação grave de coagulação anormal, quebra homeostase, excesso de trombina que leva a maior formação de fibrina Causas: dano vascular difuso, geração intravascular de FT pelas células endoteliais e monócitos: bacteremia Resultado: ativação de via extrínseca da coagulação pelo TF Formação de coágulos microvasculares disseminados, consumo de fatores de coagulação e resulta em hemorragia generalizada P2 INFLAMAÇÃO É a resposta vascular e celular dos tecidos vivos á agressão Funções: Destruir – (imunidade, lise)O agente causador da lesão tecidual Diluir – (edema) Isolar – (fibrina) Preparar para o reparo tecidual – induzir a substituição do tecido lesado Potencial nocivo da reação inflamatória: prejuízo da função de um órgão e reações de hipersensibilidade e autoimunidade INFLAMAÇÃO AGUDA Células polimorfonucleares – neutrófilos, eosinófilos, basófilos Sinais cardinais dainflamação: Dor, calor, rubor, tumor e perda da função. BASES: RESPOSTA VASCULAR, MEDIADORES QUÍMICOS, RESPOSTA CELULAR Resposta Vascular Após a lesão ocorre constrição transitória das arteríolas locais, seguida imediatamente de vasodilatação, e por consequência há aumento da permeabilidade vascular, que favorecem o aumento do fluxo sanguíneo, congestão venosa, concentração de hemácias e marginação de leucócitos. Quando há aumento da permeabilidade vascular o fluido se move do sangue para os tecidos, provocando edema e inchaço. Mediadores químicos (promovem a quimiotaxia, ativam a fagocitose, ativam leucócitos, promovem alterações vasculares) Aminas vasoativas: mediadores pré-formados, têm ação rápida Ex: histamina e serotonina Porteases plasmáticas: cininas – bradicininas Sistema complemento – C3a, C5a, C3bi, C5b-9 É o extravasamento de proteínas de fase no meio extravascular ativam esse sistema, que auxilia na vasodilatação, na quimiotaxia de neutrófilos, na exteriorização de proteínas das células, permitindo o rolamento, achatamento e migração de neutrófilos, e realizam oponização de bactérias Sistema de coagulação e frinolítico – fibrinopeptidicos produtos da degradação da fibrina Sistema de coagulação: ativado pelo sistema complemento, que transforma pró trombina em trombina, a qual transforma fibrinogênio em fibrina, uma proteína sólida, insolúvel e com função adesiva. Sistema frinolítico: transforma a proteína plasminogênio em plasmina, que atua sobre a fibrina, dissolvendo-a. Só é ativado no fim da inflamação. Produtos do metabolismo do ácido araquidônico Os fosfolipídios das membrana sofrem degradação pela enzima foslipase A2, dando origem ao ácido araquidônico, que por sua vez sofre ação das enzimas ciloxigenase e lipoxigenase Via da clicloxigenases: tromboxano, prostaciclina, prostaglandinas Via da lipoxigenase: HETE, Leucotrienos Função: estimula a agregação plaquetária, fazem vasodilatação ou vasocontrição, fazem relaxamento ou contração do musculo liso, modulam a resposta inflamatória, realizam a exteriorização de proteínas e estimulam a liberação de interleucinas e fator de necrose tumoral, que ativam o sistema cinina (responsável por causar dor, tumor, agregação de plaquetas e vasodilatação) Constituintes lisossomais: lisozima, lactoferrina. colagenase Radicais livres derivados do Oxigênio: O2, H2O2, OH Óxido nítrico: NO Fator ativados de plaquetas (PAF) Citocinas (IL-1 e TNF) RESPOSTA CELULAR: MARGINAÇÃO ROLAMENTO PAVIMENTAÇÃO ou ACHATAMENTO MIGRAÇÃO QUIMOTAXIA AGREGAÇÃO FAGOCITOS Transudato: formado quando o fluido que extravasa por causa da pressão hidrostática aumentada ou da pressão osmótica diminuída (baixo conteúdo proteico) Exsudato: formado na inflamação, porque a permeabilidade vascular aumenta, como resultado dos espaços interendoteliais aumentados (pode conter células, proteínas e materiais sólidos) A inflamação aguda é classificada de acordo com o tipo de exsudato Seroso: macro: liquido claro micro: espaçamento origem: soro sanguíneo, secreção serosa lesões: corrimento nasal; vesículas, inflamações serosas Catarral: macro: aspecto claro ou turvo, coloração branca ou acinzentada micro: muco, células descamadas, poucos neutrófilos origem: secreção de glândulas mucosas ou células caliciformes lesões: inflamação limitada a membranas mucosas Fibrinoso: macro: exsudato amarelado liquido, gelatinoso ou sólido elástico micro: rede enovelada eosinofílica lesões: exsudato pseudomembranoso, organização do exsudato fibrinoso, aderências ou sinéquias Purulento: macro: verde ou amarelo, castanho ou esbranquiçado. Consistência liquida, semi-sólida ou gelatinosa micro: grande numero de neutrófilos origem: necrose de liquefação produzida pelas enzimas proteolíticas dos neutrófilos lesões: abcessos, pústulas, flegmão, empiema Hemorrágico: macro: sangue ou coágulos, coloração variando do vermelho vivo ao enegrecido micro: hemorragia, necrose, fibrina origem: lesão grave, diapedese de hemácias ou lesão na parede vascular ULCERA: escavação formada na superfície de um órgão ou tecido, produzida pela eliminação de material necrótico EROSÃO: área de necrose pouco profunda, que afeta somente o epitélio Resolução Cura (regeneração ou cicatrização) INFLAMAÇÃO AGUDA Inflamação crônica INFLAMAÇÃO CRÔNICA Causas: infecção persistente, ação persistente de toxinas, doenças auto-imunes Definição: processo inflamatório de duração prolongada, no qual a inflamação ativa, a destruição tecidual e a tentativa de reparação se processem simultaneamente Características: predominância de células mononucleares (macrófagos, mastócitos), proliferação tecidual, de vasos e fibroblastos Tipos de agente no processo inflamatório crônico: persistência do agente no local da inflamação Inerte: corpo estranho, não desencadeia resposta imune, tem resposta inespecífica. Ex: gase, fio de sutura Piogênico: causam exsudato (pus) Ex: infecção por Staphyloccocus Antigênico: desencadeia resposta imune especifica contra ele Classificação: Específica (granulomas – macrófagos gigantes multinucleados) → Corpo estranho: corpo estranho inerte, célula gigante corpo estranho. → Epilióide ou imune: partículas não digeríveis de agente biológicos, resposta imune mediada por células T contra o agente agressor. Célula gigante de langhans Inespecífica: não há organização REPARO TECIDUAL Substituição de células mortas por células vivas a partir das células funcionais do parênquima (REGENERAÇÃO) ou tecido fibroso originado do estroma (CICATRIZAÇÃO) Classificação das células quanto a capacidade de multiplicação: Lábeis: células que realizam constantemente o ciclo células (proliferação) Ex: células epiteliais da pele e mucosas Estáveis: se multiplicam, porém precisam de um estímulo (fator de crescimento). Ex: fibroblastos, hepatócitos Permanentes: não se multiplicam mais após a vida uterina (neurônios, cadiomiócitos) Tecido de granulação: Miofibroblastos: fibroblastos com proteínas contrateis (fazem contração da cicatriz) Quelóide: tecido de granulação que excede a borda da ferida Tecido de granulação exuberante Fibrose Cicatrização de 1ª intenção: ferida não séptica, bordas bem posicionadas e aproximadas, discreta fibrose Cicatrização de 2ª intenção: bordas não estão aproximadas, infecção, cicatrização desorganizada, elevada fibrose Tecido de granulação jovem x maduro Jovem: possui menos fibroblastos (menos colágeno), edema e muitos vasos Maduro: possui mais colégeno, menos vasos e ausência de edema IMUNOPATOLOGIA Alterações da imunidade: Imunodeficiencia: incapacidade de o sistema imune atacar substancias estranhas Hipersensibildade: reações inflamatórias Auto-imunidade: sistema imune não reconhece proteínas e células do próprio organismo Conceitos Gerais: Imunidade Inata: aquelas que já nascem com o individuo – barreiras físicas e químicas (mucosas, pele, pH gástrico); resposta celular (fagocitose, células NK) e fatores humorais (sistema complemento) Imunidade adquirida: é especifica para determinado antígeno – resposta celular (linfócito T8); resposta humoral (linfócito B → plasmócitos → imunoglobulinas) Características: ativação, especificidade, amplificação e memoria Antígeno: todo agente ou substancia que quando introduzida no organismo é capaz de induzir resposta imune dirigida especificamente para ele Células envolvidas na resposta imune: T4 – auxiliadores = CD4 T8 – citotóxico = CD8 LT IgM IgE IgG IgA IgD Plasmócitos Imunoglobulinas LB Células Dentriticas – apresentam antígenos Células NK Outras (mastócitos, eosinófilos, basófilos, neutrófilos) PATOLOGIAS HIPERSENSIBILIDADE (processo inflamatório inadequado) TIPO I – anafilaxia ou imediata: resposta imune rápida após exposição previa a um antígeno Há presença se mastócitos, IgE e eosinófilos Reação transfucional (sistêmica), dermatitealérgica, atopia, rinite alérgica (localizadas – podem evoluir para o tipo IV) TIPO II – Reações citotóxicas ou citolíticas: mediadas por anticorpos – IgG, que promovem a lise de células ou opsonizam para serem fagocitadas por macrófagos Mecanismos: Ativação do complemento: formação de complexo de ataque á membrana. Ligação do C3b: opsonização para fagócitos C3 e C5 → quimiotaxia para neutrófilos Reação dependente de anticorpos: opsonização de células = destruição por macrófagos, PMN, NK e eosinófilos (receptores Fc). Lise por citotoxicidade células Ac anti-receptores (ac se liga a receptores celulares, pode ocupar lugar de hormônios) Anemia hemolítica auto-imune, isoeritrolise neonatal, pênfigo, miastenia grave TIPO III – reações do tipo complexo imune: mediada por complexo imune (complexo antígeno-anticorpo) Formação de grandes complexos que não conseguem ser removidos e se depositam na parede dos vasos e ativem sistema complemento Úvere TIPO IV – hipersensibilidade tardia: mediada por células T (T4 e T8) Não há anticorpos Tuberculose Artrite reumatoide AUTOIMUNIDADE Tolerância imunológica (central – timo, periférica) Deleção: eliminação de clones de linfócitos autorreativos (autotolerencia) Anergia: inativação funcional dos linfócitos que encontram o antígeno Supressão periférica por célula T: inibição da ativação dos linfócitos e sua função efetora Não há continuação destrutiva Mecanismo das doenças autoimunes: falha na tolerância periférica Fatores genéticos: mutações de genes que regulam a tolerância central e periférica Agentes microbianos (vírus = fator ambiental, quebra da anergia a moléculas próprias) Doenças: pênfigo, lúpus, tireoidite autoimune IMUNODEFICIENCIAS Falha no sistema imune em proteger o hospedeiro de microrganismos infecciosos ou câncer Primarias (origem genética) Imunodeficiência Combinada: humoral e mediada por células Potros Árabes – alteração autossômica recessiva Secundárias: Agentes infecciosos – vírus da leucemia felinas, vírus da imunodeficiência felina, parvovirus Físicos – radiação Duímicos – imunossupressores; quimioterapia Desnutrição ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO Situações que ocorrem como consequência de doença, que podem ser neoplásicas ou não e durante o reparo tecidual (morte e reposição celular) Estímulos á proliferação celular: lesão celular e alteração mecânica dos tecidos Controle: fatores químicos estimulantes e inibitórios Ciclo celular: FASES – G1 (pré-sintese), S (síntese, duplicação do material genético), G2 (enzimas checam o material genetico), M (mitose), G0 Tipos celulares de acordo com a capacidade proliferativa: lábeis (capazes de se multiplicar constantemente) estáveis (precisam de estimulo para se multiplicar) permanentes: não se multiplicam após a vida uterina DEFEITOS CONGENITOS: defeitos que podem aparecer durante a vida uterina Agenesia ou aplasia: ausência de um órgão ou estrutura anatômica Hipoplasia: desenvolvimento incompleto de um órgão ou estrutura Não alcança o tamanho normal Presença de tecido imaturo (embrionário) DEFEITOS ADQUIRIDOS: frequentemente compensatórios (compensa outro defeito), resposta á ação aumentada ou diminuída, normalmente alterações reversíveis Atrofia: diminuição de um órgão (depois do tecido formado) Desuso Redução do numero ou tamanho das células ou combinações entre elas Causas: inanição e desnutrição, diminuição do suprimento sanguíneo, perda de inervação, pressão prolongada, perda do estimulo endócrino ou fisiológico Hipertrofia: aumento do tamanho das células e consequentemente aumento do tamanho do órgão maior quantidade de organelas citoplasmáticas macro: órgão aumentado micro: sem alteração aparente Hipertrofia compensatória: resposta fisiológica (glândula mamaria na lactação) ou patológica (degeneração) Funcionamento comprometido de um sistema do organismo Hipertrofia hormonal Hiperplasia: aumento do tamanho de um órgão ou tecido por aumento do numero de células Pode ocorrer juntamente com a hipertrofia Resposta controlada – cessa na ausência de estimulo Fisiológica: processos reprodutivos (endométrio, mama) e compensatória (hepatectomia parcial) Patológica: estímulos hormonais excessivos (hiperplasia endometrial cística em cadelas) Metaplasia: resposta adaptativa a uma agressão crônica em um tecido Células diferenciadas maduras substituídas por outras células diferenciadas e maduras, da mesma origem, mas que não são normais áquele tecido Resposta a irritação crônica Tecido mais resistente, porem menos especializado Podem ocorrer nas neoplasias Displasia: desenvolvimento desarmonioso (crescimento anormal) das células de um tecido Lesão microscópica, pode levar ao câncer - Perda da orientação arquitetural das células - Perda da uniformidade de células individuais Causas: - Irritação crônica e inflamações - Distúrbios nutricionais Lesão pré-neoplasica = grave NEOPLASIAS Neoplasia = É uma massa anormal de tecido, cujo o crescimento excede e não esta coordenado ao crescimento dos tecidos normais, persistindo mesmo após cessar o estimulo que a provocou. Oncologia = Estudo de tumores (diagnósticos, tratamento, prevenção e controle) Câncer = Tumor maligno, células com alteração genética, as quais fogem do controle do organismo, sendo um processo lento que pode ser reconhecido por lesões pré-neoplasicas. Lesões pré-neoplasicas: hiperplasia, metaplasia, displasia Classificação: Comportamento clinico: Benigno e maligno Aspecto microscópico: Critério histopatológico (observar arranjo das células) Origem: Epitelial ou mesenquimal Nomenclatura: tecido de origem + sufixo Neoplasia benigna: sufixo –OMA Neoplasia maligna: origem epitelial: sufixo –CARSINOMA origem mesenquimal: sufixo –SARCOMA Características de neoplasias benignas e malignas BENIGNAS MALIGNAS Estrutura Bem diferenciada e típico do tecido de origem Imperfeitamente diferenciada e atípica Modo de crescimento Expansivo e circunscrito Infiltrativo e expansivo, não circunscrito Capsula Presente Ausente Velocidade de crescimento Lento Rápido Índice de Mitoses Baixa Alta Termino de crescimento Pode cessar Ininterrupto Metástases Ausentes Presentes Significado clinico Perigoso devido: Posição Complicações acidentais Produção de hormônios Perigoso devido: Posição Complicações acidentais Produção de hormônios Crescimento infiltrativo Metástases Características e propriedades das células neoplásicas: Relação nucleo/citoplasma: núcleo aumenta e ocupa mais espaço no citoplasma Relação núcleo/nucléolo: nucléolo aumenta Cromatina celular: deixa de ser homogênea, torna-se irregular Atividade mitótica: aumenta Pleomorfismo: células de diferentes formas Alteração: Função celular Metabolismo: metabolismo mais acelerado Adesividade: perda da adesão Motilidade: pode adquirir para invadir tecidos vizinhos ANAPLASIA: Proliferação desordenada com perda da diferenciação celular. Células perdem suas características morfológicas e funcionas das células maduras daquele tecido. Características: Celularidade aumentada Anisocitose – células desuniformes Anisocariose – desuniformidade do núcleo Hipercromasia – células hipercoradas (mais proteínas no citoplasma) Multinucleação – aumento do numero de núcleos (erro de na divisão celular, não há termino da mitose) Multinecleolação – vários nucléolos Mitoses atípicas Pleomorfismo celular EVOLUÇÃO TUMORAL Desenvolvimento de neoplasias epiteliais é previsível e ordenado Hiperplasia epidérmica – inflamação crônica – displasia – carcinoma in situ – carcinoma invasivo (invade o tecido adjacente) Iniciação – célula que possui erro genético subletal Introdução de alteração genética irreversível subletal, células filhas herdam Iniciadores carcinógenos (ex: físicos – radiação, químicos – agrotóxicos) que levam a alteração no DNA Promoção – estimulo para proliferaçãocelular Crescimento de células iniciadas Estimulo seletivo: promotores (geralmente não são mutagênicos) Progressão – não precisa de estímulo É o estágio final, onde pode ocorrer a conversão maligna Ocorre série de erros genéticos – alterações irreversíveis Pode ocorrer metástases Crescimento tumoral: Período latente – antes da neoplasia torna-se clinicamente detectável Menor massa detectável – aprox. 1cm Potencial proliferativo ilimitado Na célula normal o que determina a sua vida útil é o telômero, nas células neoplasicas há enzima telomerase que torna a vida útil ilimitada Ciclo celular: acumulo de danos no DNA Não há mais reparo Modulação: independente de fatores Apoptose: erros/inativação de gene responsáveis pela apoptose Composição neoplásica: Parênquima: células tumorais Estroma: estrutura de suporte (tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, e nos tumores benignos: capsula) ANGIOGENESE: crescimento dos tumores (vasos sanguíneos)– as próprias células liberam fatores angiogênicos Sem a angiogenese os tumores atingiriam no máximo 1/2mm Realizam suprimento de nutrientes Se ocorrer ruptura de vasos por conta do crescimento desorganizado há deposição de fibrina e desenvolvimento de estroma Disseminação: METÁSTASE Vias: Linfática: maioria do carcinomas, depende da drenagem linfática regional Hematógena: tendência dos sarcomas Transcelômica: neoplasias cavitárias (mesotelioma, carcinoma de ovário) Mecanismo de invasão e metástase: Invade a membrana basal → invasão da membrana basal → entrada de vasos linfáticos e sanguíneos → extravasamento de células tumorais → colonização de sitio metastático ADESÃO: dissolução das junções de adesão celular → desprendimento da massa tumoral → atravessam a membrana basal → contato com a matriz extracelular INVASÃO: degradação da membrana basal e componentes na matriz MIGRAÇÃO: processo ativo: alterações do citoesqueleto ETIOLOGIA DO CANCER Alterações genéticas herdadas ou adquiridas (é mais comum, ocasionada por exposição a fatores ambientais Carcinogênese: ativação/desativação de gene que estão envolvidos com proliferação e diferenciação celular, morte por apoptose e estabilidade do genoma Determinantes moleculares do câncer: Células normais – sinais de estimulação e inibição Genes supressores tumorais – genes que inibem o crescimento celular, são inativados no câncer Oncogenese – derivados de genes celulares normais (proto-oncogenese, regulam o crescimento e diferenciação celular codificam fatores de crescimento e receptores reguladores do ciclo celular) Defeitos no reparo do DNA – defeito nas enzimas que reparam o DNA causam mutações e instabilidade genômica. Ex: luz uv Mutações herdadas: copia defeituosas do gene em cada célula Mutações somáticas adquiridas: não passam na progênie Fatores intrínsecos: inflamação crônica, hormônios, subprodutos do metabolismo normal, espécies reativas de O2, erro de DNA polimerase Fatores extrínsecos: agentes físicos, químicos, biológicos Agentes mutagênicos, carcinógenos: agente que causam câncer Cancerígenos químicos e mecanismo de carcinogênese: aminas aromáticas, parasiticidas tópicos, ptaquilosida Carcinogenese por radiação Agente biológicos: vírus oncogenicos RETROVIRUS: leucemia felina (Fe LV), leucose bovina e imunodeficiência felina (FIV) HERPESVIRUS: doença de Marek PAPOVAVÍRUS: papilomas Neoplasias induzidas por parasitas: Spirocerca lupi (cão), Cysticercus fasciolaris (rato), Schistossoma haematobius (homem) Sarcoma de aplicação: vírus da sarcoma felina e citosinas Implantes de placas e pinos GENETICA DO CANCER: acumulo progressivo de anormalidades genéticas e epigenéticas Dano ao DNA e mutação após a replicação Instabilidade cromossômica Defeitos: interrupção do crescimento celular, morte celular, apoptose, diferenciação do DNA Instabilidade cromossômica: cariótipos anormais, cada cariótipo diferente: duplicação, deleção, translocação QUESTÕES DE ANATOMIA PATOLÓGICA Diferencie inflamação aguda de inflamação crônica Cite os componentes na resposta imune celular em ordem que acontecem Diferencie hiperplasia de atrofia Diferencie transudato de exsudato Explique o que é reparo tecidual Diferencie tumor maligno de benigno Dê a definição de metaplasia e hipoplasia O que é displasia? Qual sua importância? O que é paraneoplasia? Explique a hipersensibilidade do tipo III Explique o processo de carcinogênese O que é angiogenese? Qual sua importância? EFEITOS SISTEMICOS NO HOSPEDEIRO Efeitos Diretos: substituição do tecido normal pela neoplasia, rompimento das relações anatômicas normais Atrofia por compressão, necrose Síndrome paraneoplásica: efeitos indiretos Sinais sistêmicos e produtos celulares Importância: algumas aparecem precocemente Podem ser associadas com tipos tumorais específicos Gravidade das anormalidades neoplásicas reflete a magnitude do tumor: determinação da resposta a terapia, identificação de ocorrência ou disseminação Tratamento das anormalidade metabólicas e terapia antineoplásicas importante para o curso da doença Caxemia: emagrecimento excessivo Anemia, digestão prejudicada, demanda metabólica nutricionais do tecido tumoral, perda de nutrientes por efusão/exsudato relacionados ao tumor, alterações metabólicas e exócrinas, ulceras Endocrinopatias: neoplasia funcional do tecido endócrino (produção de produtos normais), produção hormonal ectópica (neoplasia não endócrinas produzindo substancias hormonalmente ativas Síndromes Esqueléticas: osteopatia hipertrófica (cães e gatos): causa desconhecida Mielofibrose: supercrescimento de fibroblastos na medula ósse (causa desconhecida) Síndromes Vasculares e Hematológicas: Eosinofilia, leucocitose por neutrofilia, anemia, policitemia (produção ectópica de eritropoietina) Neoplasias mais comuns: Cão: papiloma, carcinoma de células escamosas, neoplasias mamarias, mastocitomas, linfoma, TVT, sarcomas (hemagiosarcoma, mioma, lipoma) Gato: carcinoma de células escamosas, leucemia/linfoma, sarcomas Equino: carcinoma de células escamosas, sarcóide, melanoma Bovino: papiloma, carcinoma de célula escamosas, leucose (linfoma, tem origem viral)
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