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Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 1 UNIVERSIDADE DE FORTALEZAUNIVERSIDADE DE FORTALEZA PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ÁÁREA DE ERGONOMIAREA DE ERGONOMIA DISCIPLINA:DISCIPLINA: ERGONOMIA EM PROJETOS INDUSTRIAISERGONOMIA EM PROJETOS INDUSTRIAIS T786T786--2929 Prof. Jorge Maciel, Prof. Jorge Maciel, EngEngºº, MSc., MSc. Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 2 Trabalhador Empresa Tarefas a serem desenvolvidas Atividades de trabalho Saúde Produção Emprego 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - A Análise ergonômica do trabalho Figura 1.1 - Representação esquemática da relação tarefa X atividade e saúde X produção Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 3 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Consideração da variabilidade pela ergonomia: Caracterizar a questão da variabilidade quando da concepção dos meios de trabalho; Favorecer a introdução de elementos flexíveis que permitam a adaptação dos meios de trabalho à maioria da população; Tratar por meios específicos diferenças extremas, que não possam ser levadas em conta nas soluções gerais. Pode-se abordar a questão da variabilidade em dois níveis: Variabilidade intra-individual (a curto e a longo termo); Variabilidade inter-individual (características biológicas gerais, formação, condições de vida e personalidade). Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 4 A determinação dos meios de trabalho: � meios de trabalho socialmente determinados; � meios de trabalho tecnologicamente determinados. Noção de tarefa: A tarefa é o que o trabalhador deve realizar e as condições sócio-técnicas e organizacionais desta realização. De fato, a tarefa é um objetivo prescrito ao trabalhador por instâncias externas a ele, podendo assumir diversas configurações: � Em certos casos, a prescrição é extremamente fina e formalizada; � Em outros casos, a prescrição é materializada nos próprios meios de trabalho. � Enfim, a prescrição pode ser relativamente global. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 5 Níveis de tarefa (segundo Poyet, 1990): � Tarefa prescrita: É o conjunto de objetivos, procedimentos, métodos e meios de trabalho, fixados pela a organização aos trabalhadores. � Tarefa induzida ou Redefinida: É a representação que o trabalhador elabora da tarefa, a partir dos conhecimentos que ele possui das diversas componentes do sistema homem- tarefa. � Tarefa atualizada: Em função dos imprevistos e das condicionantes da situação de trabalho, o indivíduo modifica a tarefa induzida às especificidades desta situação, atualizando, assim, a sua representação mental referente ao que deveria ser feito. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 6 Noção de atividade de trabalho: A atividade de trabalho é a mobilização total do indivíduo para realizar a tarefa que é prescrita. Trata-se, então, da mobilização das funções fisiológicas e psicológicas, de um determinado indivíduo, num determinado momento. Relações entre atividade de trabalho, saúde e desempenho: A maneira de trabalhar, denominada modo operativo, é sempre um compromisso que leva em consideração os seguintes aspectos: � os objetivos do trabalho: normas, procedimentos, padrões de qualidade e de quantidade; � Os meios de trabalho: instalações, máquinas, equipamentos, ferramentas e manuais; � Os resultados obtidos: nível de produtividade alcançada; � O estado interno do indivíduo: nível de agressão ao seu estado de saúde. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 7 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Figura 1.2 Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 8 Figura 1.3 - Relações entre atividade de trabalho, saúde e desempenho: Objetivos Meios Produção Regulação Saúde Modos operativos TAREFATAREFA ATIVIDADE DE TRABALHOATIVIDADE DE TRABALHO 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 9 Figura 1.4 - Situação de trabalho sem condicionantes: Objetivos Meios Produção Regulação Saúde Modos operativos TAREFATAREFA ATIVIDADE DE TRABALHOATIVIDADE DE TRABALHO 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 10 Figura 1.5 - Situação de trabalho com fortes condicionantes (1oM) Objetivos Meios Produção Regulação Saúde Modos operativos TAREFATAREFA ATIVIDADE DE TRABALHOATIVIDADE DE TRABALHO 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 11 Figura 1.6 - Situação de trabalho com fortes condicionantes (2oM) Objetivos Meios Produção Regulação Saúde Modos operativos TAREFATAREFA ATIVIDADE DE TRABALHOATIVIDADE DE TRABALHO 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 12 � Esta descrição da inter-relação entre os diversos mecanismos que contribuem na elaboração dos modos operativos permite precisar alguns aspectos: � Não existe uma relação direta entre o desempenho obtido pelo trabalhador e o custo fisiológico e/ou psicológico para alcançá-lo; � Na medida em que os objetivos fixados pela organização não possam mais ser alcançados, senão a um custo fisiológico e/ou psicológico elevados, pode-se evidenciar uma disfunção ergonômica, que vai afetar não só a saúde do trabalhador, mas também a produção; 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 13 � A noção de carga de trabalho pode ser interpretada, então, como a margem de manobra que o trabalhador dispõe, num determinado momento, e que lhe permite alcançar os objetivos pré- estabelecidos; � A análise ergonômica do trabalho coloca, então, em evidência a natureza dos compromissos que intervêm na elaboração dos modos operativos, e identifica como esses compromissos possam vir a fracassar, atingindo a saúde dos trabalhadores e/ou a produção. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 14 Critérios de saúde e critérios de produtividade A intervenção ergonômica na concepção de um sistema de produção responde a duas exigências: Melhoria das condições de trabalho (critério de saúde); Melhoria da eficácia do sistema produtivo (critério de produtividade). � Nos sistemas de produção de massa a relação é, relativamente, direta entre a quantidade de trabalho efetuada e a produção obtida; � Nos sistemas de produção fortemente automatizados não existe relação de proporcionalidade entre trabalho humano e produção. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 15 Aspectos que contribuem para a CONVERGÊNCIA desses critérios: �Dificuldades para assegurar a qualidade e a quantidade da produção; �Dificuldades para manter os prazos de entrega dos produtos; �Dificuldades para responder à variabilidade das demandas dos clientes; �Dificuldades para recrutar e/ou manter pessoal qualificado; �Exclusão de trabalhadores experientes; �Absenteísmo e turn-over; �Degradação das instalações; �Problemas de segurança, sobretudo para a população em geral e o meio-ambiente. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 16 Aspectos que contribuem para a DIVERGÊNCIA desses critérios: �Efeitos sobre a saúde do trabalhador, somente a longo prazo, sem conseqüências imediatas para a empresa; �Existência de vários custos que não atingemdiretamente a empresa; �Critérios clássicos de gestão que não evidenciam todos os custos das condições de trabalho. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 17 Ergonomia e Critérios de Gestão: �Política de gestão de estoques; �Planejamento e controle da produção; �Política de manutenção; �Política de gestão da qualidade; �Política de gestão de pessoal; �Avaliação da produção; �Estruturas de circulação e de tratamento das informações. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 18 O ponto de vista da ergonomia: Devido a dualidade de seus critérios de intervenção, a ergonomia, quando aplicada em um projeto industrial, é levada a assumir duas posições complementares: �De um lado, ela trabalha na direção de uma convergência entre os critérios de saúde e os critérios de produtividade, sempre que isto for possível; �Por outro lado, quando os critérios de saúde aparecem nitidamente divergentes dos critérios de produtividade, não cabe a ergonomia estabelecer um compromisso, mas apenas explicitar essas divergências, fornecendo métodos que permitam avaliar suas vantagens e inconvenientes. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.1 - Análise ergonômica do trabalho Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 19 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Definição de projetos industriais: Projetos Industriais representam um conjunto de atividades interdisciplinares, finitas e não repetitivas, que visam alcançar um determinado objetivo, com cronograma e orçamento pré-estabelecidos (Casarotto Filho, 1992). Os atores de um projeto industrial: �O empreendedor; �A engenharia consultiva; �Outros atores importantes internos à empresa (Departamentos de produção, manutenção, pessoal, segurança,...) �Outros atores externos à empresa (fornecedores, escritórios de controle, poderes públicos,...) Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 20 As etapas de um projeto industrial: 1. Estudos preliminares: anteprojeto; 2. Estudos de base: engenharia básica; 3. Os estudos de detalhe: engenharia de detalhamento; 4. Engenharia de compras; 5. Montagem industrial e implementação do projeto: o canteiro de obras; 6. Operação piloto: os ensaios e a colocação em marcha; 7. Projeto organizacional; 8. Gerenciamento da implantação de um projeto industrial. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 21 1.2.1 Estudos preliminares: anteprojeto �Estudo de mercado; �Estudo de localização adequada do empreendimento; �Definição da tecnologia a ser utilizada e caracterização do processo produtivo; �Definição preliminar do investimento com precisão da ordem de 80%; �Projeções de produção, vendas, receitas e custos; �Projeções de índices financeiros; �Características de produtividade, de consumo de matéria-prima ou de energia; �Definição preliminar do prazo de implantação do empreendimento; �Detalhes dos objetivos técnicos fixados para os estudos de Engenharia Básica; �Estudo ambiental. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 22 1.2.2 Estudos de base: a engenharia básica �Definição exata das características do(s) produto(s); �Engenharia conceitual, definindo a concepção da planta industrial em termos dos sistemas de produção e dos objetivos fixados; �Projeto básico de engenharia, definindo procedimentos sob a forma de esquemas, princípios, fluxogramas de produção e de parâmetros de cada equipamento; �Arquitetura do sistema de apresentação das informações e do controle do processo; �Relação do material selecionado: especificação de máquinas e equipamentos; �Avaliação do custo do empreendimento, com precisão da ordem de 85 à 90%; �Prazo de implantação do empreendimento: primeira definição do cronograma físico-financeiro por tipo de tarefa a ser executada. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 23 1.2.3 Estudos de detalhe: engenharia de detalhamento �Redação dos documentos finais para a licitação de cada lote técnico; �Redação das especificações detalhadas dos equipamentos, das instalações e seus materiais; �Definição completa do sistema de comando e controle das instalações; �Definição detalhada da interligação de máquinas e equipamentos, desenhos de montagem, projetos arquitetônicos e de engenharia civil, elétrica e mecânica; �Estimativa detalhada dos custos do empreendimento, por fatura para os equipamentos e por medição para as obras, da ordem de 95% de precisão; �Definição do prazo da implantação do projeto: cronograma detalhado de cada etapa da implantação do projeto industrial em questão. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 24 1.2.4 Engenharia de compras: A partir das especificações definidas nos estudos de Engenharia Básica e de Engenharia de Detalhamento, torna-se possível realizar uma pesquisa de mercado, junto aos fabricantes e fornecedores de máquinas e equipamentos, para definir os modelos mais convenientes ao projeto industrial em questão. Esta é a fase da elaboração dos cadernos técnicos que definem todos os procedimentos e especificações dos processos licitatórios. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 25 1.2.5 Montagem industrial e implantação do projeto: O canteiro de obras A etapa de montagem industrial e implantação do projeto, também chamada de Engenharia de Construção e Montagem, é a materialização do que foi concebido teoricamente nas etapas anteriores. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 26 1.2.6 Operação Piloto: Os ensaios e a colocação em marcha do empreendimento: A fase de Operação Piloto é a etapa de partida das máquinas, em que a planta é testada, até que a produção atinja o funcionamento previsto pelo projeto ou, ao menos, um funcionamento considerado estabilizado. Nesta fase são consumidos recursos materiais e produzidos os produtos em fase de teste, quando então serão analisados os seguintes aspectos: �o desempenho das instalações; �o desempenho dos recursos humanos; �a qualidade dos produtos e/ou serviços produzidos. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 27 1.2.7 Projeto Organizacional: O Projeto Organizacional é a etapa de definição das necessidades, em termos de recursos humanos, para cada setor da empresa, a partir de um desenho organizacional. Nesta etapa é estabelecida uma política de contratação e de treinamento de pessoal, tanto administrativo quanto operacional. Da mesma forma, nesta etapa também são definidos: �a organização do trabalho ao nível de cada posto, seção e do empreendimento em geral; �as formas de recepção no posto de trabalho. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 28 1.2.8 Gestão da implantação de um projeto industrial: �A importância do gerenciamento, quando da implantação de um projeto industrial, é permitir a integração dos diversos atores envolvidos, nas diversas etapas do empreendimento, desde os Estudos Preliminares de Engenharia até a Engenharia de Construção e Montagem Industrial. �Esta fase compreende a organização de uma equipe que efetuará a fiscalização da implantação,o planejamento e o controle de todas as etapas de execução do projeto, de modo que o empreendimento atinja todos os objetivos fixados pelo empreendedor. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 29 Características habituais dos Projetos Industriais: � Os objetivos do empreendedor são definidos, essencialmente, em termos técnicos e econômicos; � Poucas referências são feitas em relação a definição da organização do trabalho e do plano de formação do pessoal; � Normalmente, sempre há uma Engenharia Consultiva designada para a concepção das instalações, dos espaços e dos locais de trabalho; � Todavia, o mesmo não acontece em relação a concepção da organização do trabalho e do plano de formação dos trabalhadores. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 30 Avaliação do gerenciamento tradicional de projetos industriais: � Apresenta uma certa limitação na definição dos objetivos do projeto: a confiabilidade técnica é necessária, mas não suficiente para assegurar o sucesso do empreendimento; � Apresenta uma repartição de papéis entre os diversos atores envolvidos que pode levar a um isolamento no trabalho: os atores podem apresentar interesses diversos, convergentes ou divergentes; � Apresenta uma certa insuficiência de meios de análise e de concepção, desconsiderando as características do trabalho real dos operadores das futuras instalações; � Apresenta uma separação muito importante entre as funções de concepção e de operação das futuras instalações. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.2 - Desenvolvimento habitual de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 31 Considerações ergonômicas sobre a gestão de projetos industriais: Analisar o desenvolvimento previsto no projeto em relação aos seguintes pontos: � condicionantes de tempo; � repartição de tarefas entre os diferentes responsáveis; � atividades dos projetistas. Procurar, de forma progressiva, influenciar o próprio desenvolvimento do projeto, para introduzir mais precocemente as análises e recomendações, próprias da ergonomia. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 32 Considerações dos aspectos humanos na gestão de projetos industriais: A primeira consideração diz respeito à necessidade da definição clara dos objetivos do projeto em relação aos seguintes pontos: população de trabalhadores que será empregada na futura unidade; futura organização do trabalho (relação c/ a motivação); condições de execução do trabalho; desenvolvimento do projeto. A segunda consideração diz respeito aos aspectos humanos propriamente ditos: organização do trabalho (coletivo); formação (individual: capacitação profissional). 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 33 Análise dos Setores Envolvidos Setores a serem Considerados:: Engª do Produto (extrema divisão do trabalho, o pessoal de produto é, às vezes, essencialmente técnica, sem nenhum conhecimento prévio dos usuários finais); Engª de Processos (critérios de avaliação final, muitas vezes, são implícitos); SAC´s (pouco considerado na elaboração de um projeto); Serviços Sociais (ausência de conhecimentos técnicos sobre a produção); SESMT (limite de participação na concepção dos sistemas de produção); Engª de Produção (diversidade do papel da produção em relação à manutenção); Serviços de Representação do Pessoal (qual o nível de conhecimento?). 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 34 Análise dos diversos setores de uma empresa envolvidos em um projeto industrial Engenharia do Produto:: extrema divisão do trabalho; vários problemas técnicos a serem resolvidos (equipamentos e máquinas); fortes condicionantes de tempo (competitividade); definição estratégica do produto é, às vezes, elementar (macroeconômicas); critérios de “sucesso” mal definidos (avaliações quantitativas); separação geográfica e organizacional em relação à produção; formação do pessoal de produto (desenhistas ind.) é, às vezes, essencialmente técnica, sem nenhum conhecimento prévio dos usuários finais; 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 35 Engenharia de Processos: (área crítica qdo. da implantação de um proj. ind.) extrema divisão do trabalho entre especialistas de diversas áreas. Qual é o nível de domínio das técnicas empregadas? objetivos do empreendedor não foram bem estabelecidos; critérios de avaliação final, muitas vezes, são implícitos, apesar do respeito ao cronograma físico-financeiro da obra; respeito às leis e normas regulamentadoras de implantação de projetos industriais; multiplicidade de interlocutores, mas pouco acesso à realidade da produção; enorme quantidade de documentos de trabalho (excesso de informações); planificação das tarefas que são constantemente modificadas; existe algum especialista com formação em ergonomia? 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 36 Serviços Autorizados de Atendimento aos Consumidores (SAC’s): quantidade enorme de informações sobre as dificuldades encontradas pelos clientes na utilização dos produtos adquiridos; pouco considerado na elaboração de um projeto ou de um reprojeto; normalmente, o status dos SAC’s junto às empresas é de pouca importância. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 37 Os Serviços Sociais: (balanço social) problema da projeção do estado da população e das relações sociais no interior da empresa, num horizonte de 5 à 10 anos (banco de dados); poucos esforços são dispensados, em termos de estudos, para abordar esses problemas; serviços cujo papel é, geralmente, de intervir nos conflitos (org. séc. XXI); regulamentação trabalhista e das convenções coletivas do trabalho; ausência de conhecimentos técnicos sobre a produção; disciplinas habitualmente tomadas como referência: psicologia diferencial, psicossociologia, direito do trabalho, raramente socio-técnica e, muito raramente, ergonomia. (relacionam-se ao social sem considerar o aspecto técnico) 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 38 Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT): papel legal: garantir a integridade da saúde da população de trabalhadores e opinar a respeito, em projetos industriais de grande porte; qual o nível de conhecimento que o SESMT tem sobre as condições da produção existente? quais as competências sobre as técnicas de produção? quais as relações com as diversas instâncias da empresa? qual o nível de conhecimento em ergonomia? limite da participação do médico do trabalho na concepção dos sistemas de produção: papel de “protetor” da saúde dos trabalhadores, que o limita a estabelecer certos compromissos. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 39 Engenharia de Produção: gerência e operação diversidade das estruturas de gerência e de supervisão (reduzir as estruturas); diversidade do papel da produção em relação à manutenção; qual o conhecimento das novas técnicas de produção que serão introduzidas? quais meios estão disponíveis paraacompanhar o desenvolvimento do projeto? qual o nível de informação sobre os estágios de desenvolvimento do projeto? divisão delicada de tarefas, durante a operação piloto, entre pessoal de produção e pessoal de projeto; Importância do papel da supervisão, e de seu conhecimento, sobre o funcionamento cotidiano das instalações. (gerenciamento do chão de fábrica) 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 40 Serviços de Representação do Pessoal: representantes com mandatos, definidos e reconhecidos em lei (CIPA); qual o nível de informação desses representantes sobre o andamento do projeto? qual a formação técnica desses representantes? qual o conhecimento desses representantes em ergonomia? responsabilidade das organizações sindicais em elaborar uma posição em relação às informações fornecidas pelo empreendedor e em relação à estrutura do projeto? problemas de coordenação entre as diferentes instâncias de negociação; multiplicidade dos problemas a serem tratados; complexidade dos embates relativos a emprego/salário/condições de trabalho. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 41 Análise Estratégica: A introdução de métodos específicos da ergonomia, na implantação de um projeto industrial, exige a realização de uma análise estratégica, segundo o modelo proposto pela análise ergonômica do trabalho, na sua etapa análise da demanda. Destaca-se que a intervenção ergonômica, em sucessivos projetos, numa mesma empresa é, sem dúvida, um quadro favorável para a evolução dos métodos de gestão de projetos industriais. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais Prof. Jorge Maciel, Engº, MSc. 42 O campo de intervenção da ergonomia A posição do ergonomista: ¾ O ergonomista consultor do empreendedor; ¾ O ergonomista consultor da engenharia consultiva; ¾ O ergonomista consultor dos representantes do pessoal; ¾ O ergonomista consultor das instâncias de negociação. 1. Ergonomia e Projetos Industriais 1.3 - A Ergonomia e a Gestão de Projetos Industriais
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