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Ação declaratória de União Homoafetiva

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
XXXX e XXXXX, brasileiros, solteiros, cantores, portadores das cédulas de identidade RGs nº 001.810.950 SSP/MS e 004787076 SSP/MS e inscritos no CPF sob o nº 040.987.346-27 e 057.980.275-17, residentes e domiciliados nesta cidade e comarca no endereço Av. Afonso Pena, nº 200, vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃO HOMOAFETIVA seguir:, expondo para tanto os fatos e fundamentos a 
I – DOS FATOS
1. A união entre pessoas do mesmo sexo é hoje uma realidade fática inegável, no mundo e no Brasil. Embora as parcerias amorosas entre homossexuais tenham sempre existido na história da Humanidade.
2. Os requerentes iniciaram convivência marital em maio de 2007, união homoafetiva esta que perdura, portanto, há 4 anos.
3. A união dos Requerentes é fato de conhecimento notório, assim como o anseio destes em constituir família, tendo em vista que juntos compraram o imóvel onde residem há mais de 3 anos, como os automóveis e outros bens.
4. Os Requerentes supracitados, por meio da legalidade, estão com um processo em andamento desde julho de 2008, em que se pede a adoção de uma criança para casais do mesmo sexo.
II – DO DIREITO
A lei civil dispõe, expressamente, que:
As modificações da família, e seus aspectos sociais geram grande importância no contexto atual, que a família pode ser compreendida por um agrupamento de pessoas unidas por laços de sangue, vínculos afetivos e comunhão de interesses.
O Princípio de Igualdade presente no Art. 5º da Constituição Federal de 1988, a jurisprudência traz decisões favoráveis a novas definições de família, que a união estável homoafetiva, que por analogia é reconhecida como família ainda que não expressa na Constituição Federal.
Com a evolução dos costumes, a mudança dos valores, dos conceitos de moral e do pudor, o tema referente à opção sexual deixou de ser assunto proibido e hoje é enfrentado abertamente [...]. Ainda que a sociedade se considere heterossexual, 10% dela é formada por homossexuais. As culturas ocidentais contemporâneas estigmatizam aqueles que não tem preferências sexuais dentro de determinados padrões de escrita moralidade, relegando-as à marginalidade. (DIAS, M. B,. 2000, p. 5-6)
As uniões homoafetivas, não são novidades, tampouco modismo. Uniões desta natureza sempre existiram na história da humanidade e sob perspectiva que tentaremos mostrar esse novo conceito de família que em outros tempos fora desde o início da humanidade, mas que até os presentes dias tem enfrentado preconceitos e lhe são negados diversos direitos, mesmo estando em um país democrático de direito que está sob a égide da igualdade e da isonomia como bem determina a nossa Constituição Federal, Art. 5º, mas na realidade a prática vem sido ignorada por muitos.
Antes mesmo de conceituar a união homoafetiva, é de um todo interesse conceituarmos o que vem a ser família em nossa sociedade, sob uma perspectiva no que diz respeito a uma formação já desenvolvida ao longo dos anos sob uma conjuntura Hetero, na regência pré-estabelecida de ser o homem e a mulher os indivíduos a serem responsáveis por uma formação de família.
No núcleo familiar a discriminação passou a imperar, direitos e garantias eram constantemente violados, assim a família se tornou uma instituição completamente fragilizada, revelando que o seio da família que para muitos na época se considerava doença a ponto de tratamentos de choque, como se a questão fosse meramente patológica e psiquiátrica.
A Pós Modernidade trouxe um exemplo de família expressamente contrário ao que nos acostumamos desde os primórdios que assim, vem tentando exercer um direito ainda não reconhecido pelo Poder Constituinte.
De acordo com os ensinamentos de Maria Helena Diniz, o moderno direito de família, marcado por grandes mudanças e inovações, rege-se por princípios, tais como o Princípio da “ratio” do matrimônio e da união estável, segundo o qual o fundamento básico da vida conjugal é a afeição e a necessidade de completa comunhão de vida; o Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros, no que atina aos seus direitos e deveres; o Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos (CF, art. 227, § 6º, e CC, arts. 1.596 a 1.629); o Princípio da pluralidade familiar, uma vez que a norma constitucional abrange a família matrimonial e as entidades familiares (união estável e família monoparental); o Princípio da consagração do poder familiar (CC, arts. 1.630 a 1.638), substituindo o marital e o paterno, no seio da família; o Princípio da liberdade, fundado no livre poder de constituir uma comunhão de vida familiar por meio de casamento ou união estável; e o Princípio do respeito da dignidade da pessoa humana, que constitui base da comunidade familiar, garantindo o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art. 227). [2] DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, vol. 5: Direito de Família. 20 ed. São Paulo: Saraiva 2005, p. 17-24.
III – DO PEDIDO
Que embasado nos:
1. Princípios Fundamentais do Direito, Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, Princípio da Busca da Felicidade;
2. Art. 4º da Lei de Introdução do Código Civil;
3. Preâmbulo da Constituição Federal assegura o exercício dos direitos sociais e individuais e a justiça como valores supremos de uma sociedade livre de preconceitos, requer-se a homologação do casamento Homoafetivo entre os Requerentes.
Pede deferimento.
Campo Grande, 27 de agosto de 2017

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