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Resumo de Farmacote cnica Homeopa tica A Homeopatia é um método terapêutico em que se utiliza o semelhante para o tratamento da doença. Semelhante cura semelhante é um princípio baseado no fato de que uma substância utilizada no tratamento de uma determinada doença, produz os mesmos sintomas promovidos pela doença, em indivíduos sadios. A vacina apresenta este princípio. Este princípio é a chamada Lei dos Semelhantes ou Princípio da Similitude. O Princípio da Similitude foi proposto por Hipócrates em 450 A.C. Hipócrates formulou duas leis: a Lei dos Semelhantes e a Lei dos Contrários. Na Lei dos Semelhantes, base para a Homeopatia, uma substância que causava os sintomas poderia ser utilizada em seu tratamento, enquanto que na Lei dos Contrários, base para a Alopatia, os sintomas são tratados com substâncias de ação contrária. Hipócrates não dissociava o tratamento homeopático do alopático, considerando um tratamento integral de corpo e mente. A Alopatia foi consolidada com Galeno, o qual utilizava-a exclusivamente. Isto perdurou até que Paracelso quebrou paradigmas, com sua visão oposta a dinâmica mecanicista e não integrada presente na Alopatia. Esta postura se justifica pelo fato de ser defensor do Princípio da Similitude, usando os conceitos de dosagem, uma vez que altas doses causavam intoxicação, da introdução de substâncias orgânicas (ópio – sedativo) e inorgânicas (ferro – anti – anêmico). Hahnemann é considerado o pai da Homeopatia. Hahnemann estava traduzindo um artigo sobre a Quina, presente na matéria médica de Cullen, quando não concordou com os sintomas propostos e decidiu experimentar nele mesmo. Com seus experimentos observou que mesmo sadio, assim que experimentou a Quina, desenvolveu os sintomas da malária. Conhecendo o Princípio da Similitude e após este experimento, chega a conclusão de que a Quina é utilizada para o tratamento da malária, pois é capaz de causar, no indivíduo são, os mesmos sintomas. Ao longo do tempo experimenta outras substâncias como a Belladona, a fim de comprovar que o Princípio da Similitude se aplicava a outras substâncias. Quando decidiu voltar a clinicar, passou a aplicar os tratamentos com base no Princípio da Similitude. Atravessou o país com sua carroça contendo seus medicamentos baseados no Princípio da Homeo • Semelhante Patia •Doença Homeopatia •Cura pelo semelhante Similitude e, percebeu que os pacientes que moravam mais longe e que recebiam os medicamentos que ficam mais tempo sendo agitados na carroça, apresentavam melhor cura. A partir deste achado Hahnemann conclui que os medicamentos deveriam ser agitados, mas também que devessem apresentar pequenas doses, já que eu doses maiores os efeitos tóxicos já estariam evidentes nos indivíduos sadios, quizá nos indivíduos doentes. Desta ideia surge o conceito de sucussão/trituração bem como de diluição. Esse processo de diluição seguida de agitação recebe o nome de dinamização. Hahnemann adotou farmacotécnica própria, além de realizar a experimentação dentro do contexto do Princípio da Similitude, o que o difere de Hipócrates e Paracelso, justificando o seu título de Pai da Homeopatia. Hahnemann cria sua matéria médica homeopática e o livro base da Homeopatia, o Organon, no qual constam os princípios e aplicações, além dos critérios de anamnese e entrevista do paciente. Paracelso criou, a partir da Princípio da Similitude, a Lei das Assinaturas. Tal Lei aborda o fato de que se uma planta apresenta formato similar a algum órgão, pode ser usada para tratamento de patologias relacionadas a este órgão. Quanto ao princípio do remédio único, hoje há algumas escolas: Unicista: há a escolha de uma substância que tenha o conjunto de sintomas iguais aos do paciente - escolhe de fato um remédio único. Pluralista: há a associação de remédios, os quais são aplicados em horários distintos. Complexista: similar a pluralista, mas todos os medicamentos associados são adminstrados no mesmo horário. Em geral são medicamentos industrializados (Almeida Prado). Organicista: o medicamento é escolhido de acordo com o órgão afetado. Princípios da Homeopatia Lei dos semelhantes: •Toda substância capaz de provocar determinado sintoma, em doses adequadas é capaz de promover a cura. •ex: Belladona causa e cura boca seca, constipação. Apis melífera causa e trata inflamação e dor. Cafeína causa (em doses ponderais) e trata (diluída) insônia Experimentação em humanos sadios: •Precursor dos ensaios clínicos . Doses mínimas: •Redução da dose a fim de reduzir a toxicidade. Diluição e agitação para otimizar a cura. •Baixas diluições = baixa potência, altas diluições = altas potências. •As altas potências são indicadas paa doenças crônicas e psíquicas, enquanto que as baixas para doenças agudas. Remédio único: •Considera as queixas físicas e psicológicas durante a anamnese a fim de encontrar um remédio comum a todos os sintomas. A partir das potências 12 CH e 24 DH, as quais correspondem a 1/ 1 . 1023 não se encontram mais moléculas, mas há a energia deixada pela molécula no solvente. O farmacêutico deve aviar a receita de modo imparcial, independente da escola escolhida pelo prescritor. As apresentações dos produtos homeopáticos podem ser: líquidos ou sólidos (glóbulos, tabletes e pós). Há diferentes métodologias de preparação como os métodos Hahnemanniano, o Korsakoviano e o de Fluxo Contínuo. Apesar de vacina e medicamento homeopático seguirem o Princípio da Similitude, a ação da primeira é específica, enquanto que do segundo é inespecífica. A ação inerpecífica do medicamento homeopático apresenta base filosófica, que é o vitalismo. O vitalismo é pautado na energia vital, no qual o ser humano é visto como um todo. Pertubações ao vitalismo promovem doença, a qual pode ser dinâmica ou não dinâmica. Após a administração do medicamento homeopático há o processo de cura. O processo de cura é regido pela Lei de Hering, a qual diz que há probabilidade ou tendência dos sintomas desaparecerem em ordem inversa a de aparecimento. Doença Dinâmca Agudas Evoluem para a cura Crônicas Evoluem para a destruição do organismo Não dinâmica Mecânicas Acidentes Doenças Agudas Individual Alimentares Estresse Coletivas Epidemias Crônicas Miasmas - diátese = predisposição para adoecer As hipóteses para explicação da ação dos medicamentos homeopáticos apresentam duas vertentes: A memória da água consiste na reorganização das moléculas de água a fim de formar uma gaiola que armazena informações das moléculas que ali já estiveram. Os medicamentos homeopáticos apresentam excipientes, o quais são utilizados para obter a forma farmacêutica, como por exemplo a lactose para obtenção de tabletes. Há também os veículos, os quais são utilizados para a obtenção do ativo, como a obtenção de tintura mãe por solução hidroalcóolica. Em obediência a RDC 67, é necessária a realização de CQ na forma básica, realizando, no mínimo, 1 teste de identificação para comparar com o laudo do fabricante. As tinturas são formas extrativas, as quais são muito empregadas em homeopatia na forma de tinturas mãe. O que é uma tintura? É uma preparação líquida derivada de ação extrativa de insumo inerte sobre uma determinada droga. A droga pode ser de origem vegetal (80% das tinturas), animal ou mineral. O veículo pode ser solução hidroalcóolica, glicerina + água ou glicerina+ álcool. O veículo deveapresenta ação extrativa, retirando as substâncias desejadas da droga. A droga vegetal é a mais empregada, devendo apresentar padronização para garantir a qualidade da tintura. A padronização apresenta as seguintes etapas: •Drogas estimulantes •Melhora dos sintomas •Suspensão do uso •Efeito rebote •Piora dos sintomas Ação dos contrários •Drogas depressoras em doses ponderais •Piora dos sintmas •Suspensão do uso •Efeito rebote •Melhora dos sintomas Ação dos semelhantes •Drogas depressoras em doses mínimas •Agrava de modo imperceptível os sintomas •Suspensão do uso •Efeito rebote •Cura Ação dos medicamentos homeopáticos Hipóteses Molecular Memória de água Não molecular Troca de informação energética Cultivo: devem ser empregadas sementes ou mudas certificadas, o que evita a falsificação, além de ser empregado o mínimo de produtos químicos. Colheita: deve ser realizada com equipamentos limpos e íntegros, em momentos diferentes, mas sempre no momento em que há pico de concentração do ativo, sendo coletado o órgão especifico que contém este ativo. Secagem: deve ocorrer com temperatura e tempo controlados, podendo ser realizado em estufa ou ao sol. Vai depender do órgão e da quantidade de água presente nele. A planta seca deixa de ser planta e se torna droga vegetal. Armazenagem: deve ocorrer em local limpo e com controle de temperatura e umidade, com identificação do material. Moagem/ rasura: são procedimentos necessários, pois quanto menor o tamanho, maior a área superficial, facilitando a extração. Extração: apresenta alguns métodos: o Percolação: com o auxílio do percolador, o solvente vai passando pelo material até esgotá-lo (até perder a cor). o Maceração: material fica em contato com o solvente, saturando-o. Dinâmica: com agitação 3x ao dia por 15 dias. Estática Como definir o qual o volume da tintura? Quanto de álcool? Quanto de droga? Essas questões dependem se a droga é fresca ou seca. Para a droga fresca é necessário considerar sua quantidade de água. Ex: Para a determinação do teor de água de Allium sativum, deve-se determinar a massa de resíduo sólido a fim de saber o teor de água, permitindo a determinação do volume da tintura mãe. Para determinação do resíduo sólido, a matéria prima deve ser seca em estufa, sendo retirada de tempos em tempos, até peso constante. A tintura mãe é sempre 10% p/v (1:10 droga para veículo), devendo ser realizado o seguinte cálculo: 𝑽. 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏𝟎 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒓𝒆𝒔í𝒅𝒖𝒐 𝒔ó𝒍𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒂 𝒅𝒓𝒐𝒈𝒂, nesse cálculo deve-se considerar a quantidade de água presente na droga. O volume total deve ser completado com álcool de alcoolatura determinada na farmacopeia, pois esse irá interagir com a água da droga e reduzir sua alcoolatura. Com base nisso se calcula o título hidroalcoólico da tintura 𝑪𝟏𝒙𝑽𝟏 = 𝑪𝟐𝒙𝑽𝟐, sendo C1 a concentração inicial do álcool, V1 o volume deste álcool a ser adicionado, C2 o título do álcool a ser obtido e V2 o volume final. Extrato fresco de 800g com resíduo sólido de 30%, qual o volume da tintura mãe? Qual o álcool a ser utilizado? Qual o volume de álcool? Qual a alcoolatura da tintura mãe? Para 800g, 30% de resíduo sólido corresponde a 240g, o que implica que 560g será de água. 𝑉𝑜𝑙. 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚ã𝑒 = 10 𝑥 𝑅𝑆, 𝑉𝑜𝑙 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚ã𝑒 = 10𝑥 240 , Vol . da tintura mãe = 2400 mL 2400 − 560 = 1840 𝑚𝐿 𝑑𝑒 á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 , o álcool a ser empregado é o 80%, pois, segundo a farmacopeia, para resíduo sólido na faixa de 30 – 39%, se utiliza o álcool 80%. Alcoolatura da tintura mãe = 𝐶1 𝑥 𝑉1 = 𝐶2 𝑥 𝑉2, 80 𝑥 1840 = 𝐶2 𝑥 2400, 𝐶2 = 61,3% As formas farmacêuticas derivadas são derivadas da tintura mãe e são obtidas a partir de 3 métodos. Os métodos Korsakoviano e de Fluxo Contínuo são chamadas de métodos de escalas não definidas, já que não se conhece a proporção droga - veículo. Os 3 métodos são: A. Hahnemanniano: O método Hahnemanniano apresenta 3 escalas, as quais estão relacionadas com a proporção droga - veículo. A escala Decimal foi proposta por Hering (nos EUA e na Alemanha), enquanto que as escalas Centesimal e Cinquenta milesimal foram propostas por Hahnemann. Pela filosofia homeopática, as escalas não são intercambiáveis, não podendo ser preparada uma formulação na escala centesimal que seja equivalente a decimal, pois são escalas, respectivamente, de alta e baixa potência, as quais irão promover diferentes efeitos físicos e psíquicos. As escalas apresentam dinamização, o qual é um processo que envolve diluição e sucussão para drogas solúveis em veículos ou diluição e trituração para drogas insolúveis. A sucussão pode ser manual ou mecânica (através do uso da Denise). Para sucussão deve ser empregado um ângulo de 45º, no caso da manual, tal ângulo deve ter o apoio de um anteparo. A sucussão corresponte a 100 agitações em mesmo rítimo, utilizando o ângulo de 45º. As escalas são: a. Decimal (DH): Preparação de formulações contento drogas solúveis: Este processo se repete na preparação das próximas diluições. Quanto mais diluído, mais será dinamizado, mais potente será. Ex: 30CH > 12 CH > 6CH. A potência pode ser comparada apenas na mesma escala, em termos de concentração. A potência 6 DH equivale a potência 3CH, pois 1/ 10 x 6 = 1/1.000.000, o mesmo que 1/100 x 3 = 1.000.000. quando se usa drogas insolúveis, há um momento em que já se pode solubilizar e tal momento é quando chegar nas potências 3 CH ou 6 DH. Tintura mãe (TM) Filtração Adição de 10 mL (2/3) ao frasco de 15 mL Dos 10 mL: 1mL TM + 9 mL veículo (etanol 70%) 100 sucussões Obtenção 1DH Em novo frasco 1 mL da 1 DH + 9 mL de veículo 100 sucussões Obtenção da 2 DH Prepação de formulações com drogas insolúveis: b. Centesimal (CH): Em qualquer escala, as diluições com maior teor de água apresentam validade curta, enquanto que a tintura mãe apresenta validade maior, já que é insumo. Preparação de formulações com drogas insolúveis: Para as drogas insolúveis, quando se obter as potências 3 CH ou 6 DH já é possível diluir e realizar a sucussão, pois o ativo já vai estar bem diluído. Portanto, para a obtenção de 4 CH e da 7 DH 0,1 g de pó é solubilizado em 8 partes de água e 2 partes de etanol 96%. As potências 4 CH e 7 DH são preparações extemporâneas, apresentando baixo teor alcóolico, sendo passível de contaminação microbiana, devendo ser preparadas as potências 5 CH e 8 DH, as quais já serão passíveis de armazenamento. c. Cinquenta milesimal (LM): Ativo sólido 1/10: 1g de ativo + 9 g de lactose Dividir a lactose em 3 partes Add a 1ª parte da lactose + ativo Triturar por 6 minutos (x2) Raspar por 4 minutos (x2) Add a 2ª parte da lactose Triturar por 6 minutos (x2) e raspar por 4 minutos(x2) Add a 3ª parte da lactose, triturar por 6 minutos (x2) e raspar por 4 minutos (x2) Obtenção da 1 DH TM Filtração Adição de 10 mL (2/3) ao frasco de 15 mL Dos 10 mL 0,1 mL de TM e 9,9 mL de veículo(etanol 70%) 100 sucussões Obtenção de 1 CH Em novo frasco adição de 0,1 mL da 1CH + 9,9 mL de veículo 100 sucussões Obteção da 2 CH Ativo sólido 1/100: 0,1g de ativo + 9 g de lactose Dividir a lactose em 3 partes Add a 1ª parte da lactose + ativo Triturar por 6 minutos (x2) Raspar por 4 minutos (x2) Add a 2ª parte da lactoseTriturar por 6 minutos (x2) e raspar por 4 minutos(x2) Add a 3ª parte da lactose, triturar por 6 minutos (x2) e raspar por 4 minutos (x2) Obtenção da 1 CH Diluição 1/50.000, só aparece na 6ª edição do Organon. Em sua fase preliminar todas as drogas são trituradas, inclusive a tintura mãe. A tintura é empregada para obter as potências 1CH, 2CH e 3CH. Na potência 3CH haverá 63mg do triturado, o qual deve ser diluído em 500 gotas de etanol 20% (1/500). Dessa solução são retiradas 100 gotas que são adicionadas ao etanol 96% (1/100). São realizadas 100 sucussões. Uma vez dinamizado, se utiliza 1 gota, a qual será adicionada a 500 microglóbulos, obtendo a 1 LM. 1 microglóbulos da 1 LM é dissolvido em 100 gotas de etanol 96%, 100 sucussões são realizadas e do dinamizado 1 gota é retirada e adicionada a 500 microglóbulos, obtendo a potência 2 LM. É diluição 1/50.000, pois 1/500 x 1/100 = 1/50.000 Os métodos Korsakoviano e de Fluxo Contínuo são métodos de obtenção de formas farmacêuticas derivadas, as quais são usadas na dispensação do medicamento homeopático, o qual será derivado da forma farmacêutica matriz,a qual é o estoque. São métodos que não apresentam escala definida e a proporção entre ativo e inerte não pode ser quantificada, o que o diferencia do método Hahnemanniano. São métodos utilizados para preparações de alta potência que precisam ser obtidas em curto tempo e para emergências. Por não apresentarem escala definida, não são muito prescritas, apesar de serem farmacopeicas. B. Korsakoviano (K): Korsakov era do exército russo, estudou o método Hahnemanniano e queria levar a Homeopatia para a guerra. No entanto, era inviável a utilização de tantos frascos, o que lhe incentivou a sugerir um método de frasco único. Neste único frasco a matriz é obtida, a formulação é preparada e dispensada. É um método Hahnemanniano simplificado, no qual a dinamização acontece em apenas 1 frasco, o qual apresenta em suas paredes, inicialmente, 1 parte do ativo para 99 partes de veículo. A matriz é uma preparação 30 CH em etanol 70%, a qual dará origem a primeira potência Korsakviana, que é a 31 K. Em um mesmo frasco é preparada a potência 30 CH com etanol 70%, a qual dará origem a potência 31 K e tal frasco pode ser utilizado até a potência 200 K. Como acontece no método Hahnemanniano são requeridas 100 sucussões após cada diluição. Um frasco de capacidade adequada apresenta determinado volume da potência 30 CH. Se a dispensação ocorrerá em frasco de 15 mL, o volume a ser dispensado deve ser de 10 mL. O método de preparo é o seguinte: A primeira potência é sempre a 31 K e a última 100.000 K. Apesar de não gastar muitos frascos, se gasta muito álcool. Preparação potência 30 CH Verte-se o líquido, livremente, por 5s O que restar nas paredes do frasco é a 1 parte de ativo Adiciona-se direto 10 mL de etanol 70% Saída da escala CH 100 sucussões Obtenção potência 31 K Verte-se livremente por 5 s, adiciona 10 mL, 100 sucussões Obtenção da potência 32 K Não é possível estocar na farmácia, em função de ser apenas 1 frasco. Para uma mesma formulação sempre se utiliza o mesmo manipulador, pois os 5s podem variar, o que reduz a indefinição da escala. Quando for verter o líquido, deve ser livremente, sem agitação. Para a dispensação a validade é de 2 anos. C. Fluxo Contínuo (FC): Assim como o método Korsakoviano não apresenta escala definida. Foi criado por James Tyler Kent, o qual pretendia criar um método automatizado, já que estava inserido no contexto da revolução industrial. Permite a preparação de altíssimas potências e em curto tempo, já que diluição e sucussão acontecem simultâneamente. Apresenta câmara de diluição, a qual irá conter o ativo e o insumo inerte passa através da câmara, em fluxo contínuo. O insumo inerte é sempre água, diferente dos métodos Hahnemanniano e Korsakoviano. Com o auxílio de uma pá giratória há a sucussão, a qual é diferente da sucussão do método Hahnemanniano e Korsakoviano, já que é sucussão por agitação. O equipamento consiste em funil de separação que está conectado à cânula de vidro, a qual permite a passagem da água pelo sistema, o qual apresenta torneira que permite a passagem da água para a câmara dinamizadora, na qual se encontra o ativo. Há um motor que promove a rotação da pá, possibilitando a sucussão e a diluição é promovida, conforme a água passa e sai. A câmara dinamizadora apresenta volume definido, o qual deve ser indicado pelo fornecedor, o que é importante a fim de saber o quanto de ativo está sendo adicionado. A entrada de água deve ser no alto e no centro da câmara, saindo por baixo, com a pá girando. A vazão do aparelho está relacionada com a rotação do motor, onde 100 rotações indicam a troca de uma potência e outra. Como a rotação do motor é bem maior, rapidamente se alcançam as altas potências. A potência desejada vai ser alcançada ao longo do tempo. Quando chegar ao tempo determinado, todo o equipamento deve ser desligado ao mesmo tempo, requerendo mais de um operador. Na câmara dinamizadora o medicamento está em água, deste é preparada uma potência em álcool 30% para dispensação e 70% para estoque, as quais são obtidas com dinamizações na escala CH, devendo ser retirado 0,1 mL da câmara dinamizadora e diluída em 9,9 mL do etanol apropriado. As potências mais prescritas são: 200 FC, 500 FC, 1000 FC, 10.000 FC, 50.000 FC e a última é 100.000 FC. A potência 200 FC é a primeira potência que vai ser prescrita e tem como ponto de partida a 30 CH. DADOS DA MÁRCIA: 100 Rotações = 100 sucussões, 3600 rotações por minuto Vazão = 72 mL/minuto Câmara dinamizadora apresenta volume de 2 mL. Número de dinamizações = (FC -2) – PP, sendo FC a potência a ser dispensada, o 2 corresponde correponde ao fato de que antes da dispensação são realizadas 2 dinamizações na CH e PP corresponde a potência que se teve como ponto de partida. EX: Potência desejada é a 200 FC. Nº de dinamizações = (200 -2) – 30, Nº de dinamizações = 168 1 dinamização - 100 sucussões 168 dinamizações - x sucussões X = 16800 sucussões = rotações 3600 rotações - 1 minuto 16800 - y Y = 4,67 minutos 1 minuto - 60 segundo 0,67 minutos – 40 segundos 72 mL - 1 minuto z - 4 minutos e 40 segundos z = 336,24 mL de água Comparação entre os métodos homeopáticos: Hahnemanniano Korsakoviano Fluxo Contínuo Escala DH, CH e LM Sem escala definida Sem escala definida Dinamização Diluição +100 sucussões Diluição +100 sucussões Diluição +100 sucussões = 100 rotações/agitação simultâneas Insumo inerte Etanol Etanol Água Frascos Frascos múltiplos Frasco único Potência Baixa e alta Alta Altíssima Tempo de preparo Longo Curto Curto I. Gota: Allium sativum 6CH: dose de 5 gotas 4 x ao dia. Quando se deseja 30 mL, deve-se especificar na prescrição, pois o convencional é dispensar 15 mL. A calibração do conta gotas é realizada adicionando gota a gota até completar o volume de 1 mL na proveta. II. Tabletes: Podem ser formados por moldagem ou por impregnação. A moldagem dos tabletes funciona da seguinte forma: i. Preparação dos tabletes: adição de 10g de lactose no gral, seguido de 3 – 5 mL de etanol, o qual pode corresponder de 30 -50% da massa. Formação de uma massa úmida, a qual deve ser adicionada na tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são soltos da tableteira e levados a estufa, a 50ºC para secagem. ii. Ativo líquido: esse tipo depreparação é realizado nas indústrias. Considerando a potência 1 DH, se adiciona 10 g de lactose a 1 mL do ativo na potência desejada, homogeniza-se e adiciona-se 30 – 50% de etanol, formando massa úmida a qual deve ser adicionada na tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são soltos da tableteira e levados a estufa, a 50ºC para secagem. iii. Ativo sólido: quando o ativo for sólido, sua massa deve ser descontada da massa de lactose, por exemplo para a preparação na 1DH se utiliza 1g de ativo e 9g de lactose, seguido de 30 -50% de etanol. Formação de uma massa úmida, a qual deve ser adicionada na tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são soltos da tableteira e levados a estufa, a 50ºC para secagem. iv. Impregnação: deve-se considerar a dispensação em frasco de 15 mL, o qual comporta 12 glóbulos/tabletes. No entanto, para a preparação se utiliza frasco maior a fim de facilitar a homogenização, portanto, se utiliza frasco de 30 mL. Não deve ser dispensados 12 glóbulos/tabletes em frasco de 30 mL, pois o paciente pode achar que está faltando medicamento, apenas se dispensa em frasco de 30 mL se o médico prescrever. Processo da impregnação a 10% : Preparação na potência desejada 1,2 mL sendo gotejado nas paredes do frasco Frasco de 30 mL a fim de facilitar a homogenização Homogenização com movimentos circulares por 30 s Adição em placa de Petri para secagem Transferência para frasco de 15 mL para dispensação Os bioterápicos apresentam identidade diferente da Homeopatia, mas também devem respeitar a Patogenesia, na qual os efeitos das subtâncias nos indivíduos sadios são similares aos observados na doença. Os bioterápicos são baseados na Lei dos Iguais, na qual o próprio agente causador da doença é empregado no tratamento. Difere do tratamento com medicamentos homeopáticos, pois os homeopáticos apresentam diversas fontes como vegetal, animal e mineral. Podem ser utilizados fluídos do próprio indivíduo, configurando os medicamentos autoisoterápicos, desde que tais fluídos contenham o agente causador. São preparados com a mesma farmacotécnica dos medicamentos homeopáticos. Bioterápicos não consideram a totalidade dos sintomas, pois parte do próprio agente causador da doença para curá-la. Autoisoterápicos mais comuns são os que apresentam como base o sangue. O material pode ser inativado e, dependendo do material, tem que entrar prontamente em contado com o material. Os materiais que são mais solúveis são preparados com a farmacotécnica para formas farmacêuticas líquidas, com diluição e sucussão, enquanto que as formas insolúveis são preparadas utilizando trituração. Hahnemann não aprovava os bioterápicos, pois não havia a experimentação, mas Hering usava a Patogenesia, realizando a experimentação em indivíduos sadios. Quando se experimenta no indivíduo sadio, pode apresentar o desenvolvimento da imunidade. Os bioterápicos são preparações medicamentosas obtidas de produtos biológicos, quimicamente indefinidos, como secreções, excreções, tecidos, órgãos, microorganismos e alérgenos. A farmácia pode estocar como matriz os bioterápicos, desde que estejam em alta potência e por pouco tempo, a fim de atender o paciente caso seja necessária a produção de mais medicamento. Os bioterápicos de estoque podem estar presentes nas farmácias, podendo ser industrializados, neste caso o insumo ativo é preparado e fornecido por laboratórios especializados. Tipos de bioterápicos: CODEX Obtidos a partir de vacinas, soros e toxinas, inscritos na farmacopeia francesa SIMPLES Obtidos a partir de culturas microbianas puras, lisadas ou atenuadas COMPLEXAS Sem composição definida, são obtidas a partir de órgãos doentes ou secreções patológicas INGLESES Obtidos a partir de microorganismos intestinais da microbiota presente nas fezes de doentes crônicos. Há também os bioterápicos Roberto Costa, os quais empregam microorganismos vivos como ponto de partida, pois o microorganismo vivo é o que pode vir a causar doença. São preparados exclusivamente na escala decimal. Após as potência 12 CH e 24DH não há mais presença física dos microorganismos. A potência mais empregada é a 30DH, mas até a potência 12 DH é utilizado soro fisiológico como veículo e, após esta potência pode se empregar o etanol 77%. São utilizados 106 microorganismos como ponto de partida. Esses materiais, principalmente os autoisoterápicos são contaminados, devendo ocorrer uma inativação prévia dos materiais, caso não seja possível, deve ser realizada a inativação através da esterilização. Até as potências 12 CH e 24 DH os bioterápicos devem ser manipulados em salas limpas, com controle especial de contaminação. A partir da 13 CH e da 25 DH a manipulação já pode ocorrer no laboratório de Homeopatia. O material coletado deve ser acondicionado em recipiente estéril tanto para autoisoterápicos, quanto para heteroisoterápicos, sendo armazenado sobre refrigeração, caso tenha que esperar mais de 4 horas até a utilização. Após o preparo dos medicamentos os materiais que sejam reutilizáveis, como vidrarias, devem ser autoclavados, lavados com água corrente e purificada, e esterilizados com calor seco. Para a coleta, os veículos utilizados são: solução glicerinada, água purificada e solução hidroalcóolica. Para escarro, cálculos, urina, pelos e poeira não é necessária a utilização de veículos no momento da coleta.Para que a coleta seja realizada, o paciente que faça uso de medicamentos deve suspendê – los por 96 horas. O insumo inerte e a amostra devem ser identificados e registrados. Não se pode manipular amostras de doenças de notificação compulsória. É muito importante autoclavar, lavar e esterilizar os materiais, pois são medicamentos com doses mínimas e qualquer contaminação cruzada pode interferir no efeito. Se forem preparados heteroisoterápicos de medicamentos controlados, a farmácia não precisa apresentar nenhuma autorização, desde que o paciente traga os medicamentos. IS O TE R Á P IC O S Autoisoterápicos Preparados com substância endógenas Fluídos biológicos Heteroisoterápicos Preparados com substâncias exógenas Alérgenos Diferente dos autoisoterápicos, as matrizes dos heteroisoterápicos podem ser utilizadas em outros pacientes, pois apenas autoisoterápicos obtidos a partir de culturas puras podem ser utilizados em outros pacientes.
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