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Resumo de Homeopatia

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Resumo de Farmacote cnica 
Homeopa tica 
A Homeopatia é um método 
terapêutico em que se utiliza o 
semelhante para o tratamento 
da doença. Semelhante cura 
semelhante é um princípio 
baseado no fato de que uma 
substância utilizada no 
tratamento de uma 
determinada doença, produz 
os mesmos sintomas 
promovidos pela doença, em 
indivíduos sadios. A vacina 
apresenta este princípio. Este 
princípio é a chamada Lei dos Semelhantes ou Princípio da Similitude. 
 O Princípio da Similitude foi proposto por Hipócrates em 450 A.C. Hipócrates formulou 
duas leis: a Lei dos Semelhantes e a Lei dos Contrários. Na Lei dos Semelhantes, base para a 
Homeopatia, uma substância que causava os sintomas poderia ser utilizada em seu 
tratamento, enquanto que na Lei dos Contrários, base para a Alopatia, os sintomas são 
tratados com substâncias de ação contrária. Hipócrates não dissociava o tratamento 
homeopático do alopático, considerando um tratamento integral de corpo e mente. 
 A Alopatia foi consolidada com Galeno, o qual utilizava-a exclusivamente. Isto 
perdurou até que Paracelso quebrou paradigmas, com sua visão oposta a dinâmica 
mecanicista e não integrada presente na Alopatia. Esta postura se justifica pelo fato de ser 
defensor do Princípio da Similitude, usando os conceitos de dosagem, uma vez que altas doses 
causavam intoxicação, da introdução de substâncias orgânicas (ópio – sedativo) e inorgânicas 
(ferro – anti – anêmico). 
 Hahnemann é considerado o pai da Homeopatia. Hahnemann estava traduzindo um 
artigo sobre a Quina, presente na matéria médica de Cullen, quando não concordou com os 
sintomas propostos e decidiu experimentar nele mesmo. Com seus experimentos observou 
que mesmo sadio, assim que experimentou a Quina, desenvolveu os sintomas da malária. 
Conhecendo o Princípio da Similitude e após este experimento, chega a conclusão de que a 
Quina é utilizada para o tratamento da malária, pois é capaz de causar, no indivíduo são, os 
mesmos sintomas. 
 Ao longo do tempo experimenta outras substâncias como a Belladona, a fim de 
comprovar que o Princípio da Similitude se aplicava a outras substâncias. Quando decidiu 
voltar a clinicar, passou a aplicar os tratamentos com base no Princípio da Similitude. 
Atravessou o país com sua carroça contendo seus medicamentos baseados no Princípio da 
Homeo 
• Semelhante 
Patia 
•Doença 
Homeopatia 
•Cura pelo 
semelhante 
Similitude e, percebeu que os pacientes que moravam mais longe e que recebiam os 
medicamentos que ficam mais tempo sendo agitados na carroça, apresentavam melhor cura. 
 A partir deste achado Hahnemann conclui que os medicamentos deveriam ser 
agitados, mas também que devessem apresentar pequenas doses, já que eu doses maiores os 
efeitos tóxicos já estariam evidentes nos indivíduos sadios, quizá nos indivíduos doentes. Desta 
ideia surge o conceito de sucussão/trituração bem como de diluição. Esse processo de diluição 
seguida de agitação recebe o nome de dinamização. 
 Hahnemann adotou farmacotécnica própria, além de realizar a experimentação 
dentro do contexto do Princípio da Similitude, o que o difere de Hipócrates e Paracelso, 
justificando o seu título de Pai da Homeopatia. Hahnemann cria sua matéria médica 
homeopática e o livro base da Homeopatia, o Organon, no qual constam os princípios e 
aplicações, além dos critérios de anamnese e entrevista do paciente. 
 Paracelso criou, a partir da Princípio da Similitude, a Lei das Assinaturas. Tal Lei aborda 
o fato de que se uma planta apresenta formato similar a algum órgão, pode ser usada para 
tratamento de patologias relacionadas a este órgão. 
 
Quanto ao princípio do remédio único, hoje há algumas escolas: 
 Unicista: há a escolha de uma substância que tenha o conjunto de sintomas iguais aos 
do paciente - escolhe de fato um remédio único. 
 Pluralista: há a associação de remédios, os quais são aplicados em horários distintos. 
 Complexista: similar a pluralista, mas todos os medicamentos associados são 
adminstrados no mesmo horário. Em geral são medicamentos industrializados 
(Almeida Prado). 
 Organicista: o medicamento é escolhido de acordo com o órgão afetado. 
Princípios da Homeopatia 
Lei dos semelhantes: 
•Toda substância capaz de 
provocar determinado 
sintoma, em doses 
adequadas é capaz de 
promover a cura. 
•ex: Belladona causa e 
cura boca seca, 
constipação. Apis 
melífera causa e trata 
inflamação e dor. Cafeína 
causa (em doses 
ponderais) e trata 
(diluída) insônia 
Experimentação em 
humanos sadios: 
•Precursor dos ensaios 
clínicos . 
Doses mínimas: 
•Redução da dose a fim de 
reduzir a toxicidade. 
Diluição e agitação para 
otimizar a cura. 
•Baixas diluições = baixa 
potência, altas diluições = 
altas potências. 
•As altas potências são 
indicadas paa doenças 
crônicas e psíquicas, 
enquanto que as baixas 
para doenças agudas. 
Remédio único: 
•Considera as queixas 
físicas e psicológicas 
durante a anamnese a 
fim de encontrar um 
remédio comum a todos 
os sintomas. 
A partir das potências 12 CH e 24 DH, as quais correspondem a 1/ 1 . 1023 não se 
encontram mais moléculas, mas há a energia deixada pela molécula no solvente. 
O farmacêutico deve aviar a receita de modo imparcial, independente da escola 
escolhida pelo prescritor. 
As apresentações dos produtos homeopáticos podem ser: líquidos ou sólidos 
(glóbulos, tabletes e pós). Há diferentes métodologias de preparação como os métodos 
Hahnemanniano, o Korsakoviano e o de Fluxo Contínuo. 
Apesar de vacina e medicamento homeopático seguirem o Princípio da Similitude, a 
ação da primeira é específica, enquanto que do segundo é inespecífica. A ação inerpecífica do 
medicamento homeopático apresenta base filosófica, que é o vitalismo. O vitalismo é pautado 
na energia vital, no qual o ser humano é visto como um todo. Pertubações ao vitalismo 
promovem doença, a qual pode ser dinâmica ou não dinâmica. 
 
 
Após a administração do medicamento homeopático há o processo de cura. O 
processo de cura é regido pela Lei de Hering, a qual diz que há probabilidade ou tendência 
dos sintomas desaparecerem em ordem inversa a de aparecimento. 
 
 
 
 
 
 
Doença 
Dinâmca 
Agudas 
Evoluem para 
a cura 
Crônicas 
Evoluem para 
a destruição 
do organismo 
Não dinâmica Mecânicas Acidentes 
Doenças 
Agudas 
Individual 
Alimentares Estresse 
Coletivas 
Epidemias 
Crônicas 
Miasmas - 
diátese = 
predisposição 
para adoecer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As hipóteses para explicação da ação dos medicamentos homeopáticos apresentam 
duas vertentes: 
A memória da água consiste na reorganização 
das moléculas de água a fim de formar uma gaiola que 
armazena informações das moléculas que ali já 
estiveram. 
Os medicamentos homeopáticos apresentam 
excipientes, o quais são utilizados para obter a forma 
farmacêutica, como por exemplo a lactose para 
obtenção de tabletes. Há também os veículos, os 
quais são utilizados para a obtenção do ativo, como a 
obtenção de tintura mãe por solução hidroalcóolica. 
Em obediência a RDC 67, é necessária a realização de CQ na forma básica, realizando, 
no mínimo, 1 teste de identificação para comparar com o laudo do fabricante. 
As tinturas são formas extrativas, as quais são muito empregadas em homeopatia na 
forma de tinturas mãe. 
O que é uma tintura? É uma preparação líquida derivada de ação extrativa de 
insumo inerte sobre uma determinada droga. A droga pode ser de origem vegetal (80% das 
tinturas), animal ou mineral. O veículo pode ser solução hidroalcóolica, glicerina + água ou 
glicerina+ álcool. O veículo deveapresenta ação extrativa, retirando as substâncias desejadas 
da droga. 
A droga vegetal é a mais empregada, devendo apresentar padronização para garantir a 
qualidade da tintura. A padronização apresenta as seguintes etapas: 
•Drogas estimulantes 
•Melhora dos sintomas 
•Suspensão do uso 
•Efeito rebote 
•Piora dos sintomas 
Ação dos contrários 
•Drogas depressoras em doses 
ponderais 
•Piora dos sintmas 
•Suspensão do uso 
•Efeito rebote 
•Melhora dos sintomas 
Ação dos 
semelhantes •Drogas depressoras em doses 
mínimas 
•Agrava de modo imperceptível 
os sintomas 
•Suspensão do uso 
•Efeito rebote 
•Cura 
Ação dos 
medicamentos 
homeopáticos 
Hipóteses 
Molecular 
Memória de 
água 
Não molecular 
Troca de 
informação 
energética 
 Cultivo: devem ser empregadas sementes ou mudas certificadas, o 
que evita a falsificação, além de ser empregado o mínimo de produtos 
químicos. 
 Colheita: deve ser realizada com equipamentos limpos e íntegros, em 
momentos diferentes, mas sempre no momento em que há pico de 
concentração do ativo, sendo coletado o órgão especifico que contém 
este ativo. 
 Secagem: deve ocorrer com temperatura e tempo controlados, 
podendo ser realizado em estufa ou ao sol. Vai depender do órgão e 
da quantidade de água presente nele. A planta seca deixa de ser 
planta e se torna droga vegetal. 
 Armazenagem: deve ocorrer em local limpo e com controle de 
temperatura e umidade, com identificação do material. 
 Moagem/ rasura: são procedimentos necessários, pois quanto menor 
o tamanho, maior a área superficial, facilitando a extração. 
 Extração: apresenta alguns métodos: 
o Percolação: com o auxílio do percolador, o solvente vai 
passando pelo material até esgotá-lo (até perder a cor). 
o Maceração: material fica em contato com o solvente, 
saturando-o. 
 Dinâmica: com agitação 3x ao dia por 15 dias. 
 Estática 
Como definir o qual o volume da tintura? Quanto de álcool? Quanto de droga? Essas 
questões dependem se a droga é fresca ou seca. Para a droga fresca é necessário considerar 
sua quantidade de água. 
Ex: Para a determinação do teor de água de Allium sativum, deve-se determinar a massa de 
resíduo sólido a fim de saber o teor de água, permitindo a determinação do volume da 
tintura mãe. 
Para determinação do resíduo sólido, a matéria prima deve ser seca em estufa, sendo 
retirada de tempos em tempos, até peso constante. 
A tintura mãe é sempre 10% p/v (1:10 droga para veículo), devendo ser realizado o seguinte 
cálculo: 𝑽. 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏𝟎 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒓𝒆𝒔í𝒅𝒖𝒐 𝒔ó𝒍𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒂 𝒅𝒓𝒐𝒈𝒂, nesse cálculo deve-se 
considerar a quantidade de água presente na droga. O volume total deve ser completado 
com álcool de alcoolatura determinada na farmacopeia, pois esse irá interagir com a água da 
droga e reduzir sua alcoolatura. Com base nisso se calcula o título hidroalcoólico da tintura 
𝑪𝟏𝒙𝑽𝟏 = 𝑪𝟐𝒙𝑽𝟐, sendo C1 a concentração inicial do álcool, V1 o volume deste álcool a ser 
adicionado, C2 o título do álcool a ser obtido e V2 o volume final. 
Extrato fresco de 800g com resíduo sólido de 30%, qual o volume da tintura mãe? Qual o 
álcool a ser utilizado? Qual o volume de álcool? Qual a alcoolatura da tintura mãe? 
Para 800g, 30% de resíduo sólido corresponde a 240g, o que implica que 560g será de água. 
𝑉𝑜𝑙. 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚ã𝑒 = 10 𝑥 𝑅𝑆, 𝑉𝑜𝑙 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚ã𝑒 = 10𝑥 240 , Vol . da tintura mãe = 2400 mL 
2400 − 560 = 1840 𝑚𝐿 𝑑𝑒 á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 , o álcool a ser empregado é o 80%, pois, segundo a 
farmacopeia, para resíduo sólido na faixa de 30 – 39%, se utiliza o álcool 80%. 
Alcoolatura da tintura mãe = 𝐶1 𝑥 𝑉1 = 𝐶2 𝑥 𝑉2, 80 𝑥 1840 = 𝐶2 𝑥 2400, 𝐶2 = 61,3% 
 As formas farmacêuticas derivadas são derivadas da tintura mãe e são obtidas a partir 
de 3 métodos. 
 Os métodos Korsakoviano e de Fluxo Contínuo são chamadas de métodos de escalas 
não definidas, já que não se conhece a proporção droga - veículo. 
 Os 3 métodos são: 
A. Hahnemanniano: 
O método Hahnemanniano apresenta 3 escalas, as quais estão relacionadas com a 
proporção droga - veículo. A escala Decimal foi proposta por Hering (nos EUA e na Alemanha), 
enquanto que as escalas Centesimal e Cinquenta milesimal foram propostas por Hahnemann. 
Pela filosofia homeopática, as escalas não são intercambiáveis, não podendo ser preparada 
uma formulação na escala centesimal que seja equivalente a decimal, pois são escalas, 
respectivamente, de alta e baixa potência, as quais irão promover diferentes efeitos físicos e 
psíquicos. 
As escalas apresentam dinamização, o qual é um processo que envolve diluição e 
sucussão para drogas solúveis em veículos ou diluição e trituração para drogas insolúveis. A 
sucussão pode ser manual ou mecânica (através do uso da Denise). Para sucussão deve ser 
empregado um ângulo de 45º, no caso da manual, tal ângulo deve ter o apoio de um 
anteparo. A sucussão corresponte a 100 agitações em mesmo rítimo, utilizando o ângulo de 
45º. 
As escalas são: 
a. Decimal (DH): 
Preparação de formulações contento drogas solúveis: 
Este processo se 
repete na preparação das 
próximas diluições. 
Quanto mais diluído, 
mais será dinamizado, mais 
potente será. Ex: 30CH > 12 CH 
> 6CH. 
A potência pode ser 
comparada apenas na mesma 
escala, em termos de 
concentração. 
A potência 6 DH 
equivale a potência 3CH, pois 1/ 10 x 6 = 1/1.000.000, o mesmo que 1/100 x 3 = 1.000.000. 
quando se usa drogas insolúveis, há um momento em que já se pode solubilizar e tal 
momento é quando chegar nas potências 3 CH ou 6 DH. 
Tintura mãe (TM) 
Filtração 
Adição de 10 mL 
(2/3) ao frasco de 
15 mL 
Dos 10 mL: 1mL 
TM + 9 mL veículo 
(etanol 70%) 
100 sucussões 
Obtenção 1DH 
Em novo frasco 1 
mL da 1 DH + 9 mL 
de veículo 
100 sucussões 
Obtenção da 2 DH 
Prepação de formulações com drogas insolúveis: 
 
 
b. Centesimal (CH): 
Em qualquer escala, as 
diluições com maior teor de água 
apresentam validade curta, 
enquanto que a tintura mãe 
apresenta validade maior, já que 
é insumo. 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação de formulações com drogas insolúveis: 
 
Para as drogas insolúveis, 
quando se obter as potências 3 
CH ou 6 DH já é possível diluir e 
realizar a sucussão, pois o ativo 
já vai estar bem diluído. 
Portanto, para a obtenção de 4 
CH e da 7 DH 0,1 g de pó é 
solubilizado em 8 partes de água 
e 2 partes de etanol 96%. As 
potências 4 CH e 7 DH são 
preparações extemporâneas, 
apresentando baixo teor 
alcóolico, sendo passível de contaminação microbiana, devendo ser preparadas as potências 
5 CH e 8 DH, as quais já serão passíveis de armazenamento. 
c. Cinquenta milesimal (LM): 
Ativo sólido 1/10: 1g 
de ativo + 9 g de 
lactose 
Dividir a lactose em 3 
partes 
Add a 1ª parte da 
lactose + ativo 
Triturar por 6 minutos 
(x2) 
Raspar por 4 minutos 
(x2) 
Add a 2ª parte da 
lactose 
Triturar por 6 minutos 
(x2) e raspar por 4 
minutos(x2) 
Add a 3ª parte da 
lactose, triturar por 6 
minutos (x2) e raspar 
por 4 minutos (x2) 
Obtenção da 1 DH 
TM 
Filtração 
Adição de 10 mL 
(2/3) ao frasco de 
15 mL 
Dos 10 mL 0,1 mL 
de TM e 9,9 mL de 
veículo(etanol 70%) 
100 sucussões 
Obtenção de 1 CH 
Em novo frasco 
adição de 0,1 mL da 
1CH + 9,9 mL de 
veículo 
100 sucussões 
Obteção da 2 CH 
Ativo sólido 1/100: 
0,1g de ativo + 9 g de 
lactose 
Dividir a lactose em 3 
partes 
Add a 1ª parte da 
lactose + ativo 
Triturar por 6 minutos 
(x2) 
Raspar por 4 minutos 
(x2) 
Add a 2ª parte da 
lactoseTriturar por 6 minutos 
(x2) e raspar por 4 
minutos(x2) 
Add a 3ª parte da 
lactose, triturar por 6 
minutos (x2) e raspar 
por 4 minutos (x2) 
Obtenção da 1 CH 
Diluição 1/50.000, só aparece na 6ª edição do Organon. 
Em sua fase preliminar todas as drogas são trituradas, inclusive a tintura mãe. A 
tintura é empregada para obter as potências 1CH, 2CH e 3CH. Na potência 3CH haverá 63mg 
do triturado, o qual deve ser diluído em 500 gotas de etanol 20% (1/500). Dessa solução são 
retiradas 100 gotas que são adicionadas ao etanol 96% (1/100). São realizadas 100 sucussões. 
Uma vez dinamizado, se utiliza 1 gota, a qual será adicionada a 500 microglóbulos, obtendo a 1 
LM. 1 microglóbulos da 1 LM é dissolvido em 100 gotas de etanol 96%, 100 sucussões são 
realizadas e do dinamizado 1 gota é retirada e adicionada a 500 microglóbulos, obtendo a 
potência 2 LM. 
É diluição 1/50.000, pois 1/500 x 1/100 = 1/50.000 
 
 
Os métodos Korsakoviano e de Fluxo Contínuo são métodos de obtenção de formas 
farmacêuticas derivadas, as quais são usadas na dispensação do medicamento homeopático, o 
qual será derivado da forma farmacêutica matriz,a qual é o estoque. 
São métodos que não apresentam escala definida e a proporção entre ativo e inerte 
não pode ser quantificada, o que o diferencia do método Hahnemanniano. São métodos 
utilizados para preparações de alta potência que precisam ser obtidas em curto tempo e para 
emergências. Por não apresentarem escala definida, não são muito prescritas, apesar de 
serem farmacopeicas. 
B. Korsakoviano (K): 
Korsakov era do exército russo, estudou o método Hahnemanniano e queria levar a 
Homeopatia para a guerra. No entanto, era inviável a utilização de tantos frascos, o que lhe 
incentivou a sugerir um método de frasco único. Neste único frasco a matriz é obtida, a 
formulação é preparada e dispensada. 
É um método Hahnemanniano simplificado, no qual a dinamização acontece em 
apenas 1 frasco, o qual apresenta em suas paredes, inicialmente, 1 parte do ativo para 99 
partes de veículo. 
A matriz é uma preparação 30 CH em etanol 70%, a qual dará origem a primeira 
potência Korsakviana, que é a 31 K. Em um mesmo frasco é preparada a potência 30 CH com 
etanol 70%, a qual dará origem a potência 31 K e tal frasco pode ser utilizado até a potência 
200 K. Como acontece no método Hahnemanniano são requeridas 100 sucussões após cada 
diluição. 
Um frasco de capacidade adequada apresenta determinado volume da potência 30 
CH. Se a dispensação ocorrerá em frasco de 15 mL, o volume a ser dispensado deve ser de 10 
mL. 
O método de preparo 
é o seguinte: 
A primeira potência é sempre 
a 31 K e a última 100.000 K. 
Apesar de não gastar muitos 
frascos, se gasta muito álcool. 
Preparação potência 
30 CH 
Verte-se o líquido, 
livremente, por 5s 
O que restar nas 
paredes do frasco é 
a 1 parte de ativo 
Adiciona-se direto 10 
mL de etanol 70% 
Saída da escala CH 
100 sucussões 
Obtenção potência 
31 K 
Verte-se livremente 
por 5 s, adiciona 10 
mL, 100 sucussões 
Obtenção da 
potência 32 K 
Não é possível estocar na farmácia, em função de ser apenas 1 frasco. 
Para uma mesma formulação sempre se utiliza o mesmo manipulador, pois os 5s 
podem variar, o que reduz a indefinição da escala. 
Quando for verter o líquido, deve ser livremente, sem agitação. Para a dispensação a 
validade é de 2 anos. 
 
C. Fluxo Contínuo (FC): 
Assim como o método Korsakoviano não apresenta escala definida. Foi criado por 
James Tyler Kent, o qual pretendia criar um método automatizado, já que estava inserido no 
contexto da revolução industrial. 
 Permite a preparação de altíssimas potências e em curto tempo, já que diluição e 
sucussão acontecem simultâneamente. 
 Apresenta câmara de diluição, a qual irá conter o ativo e o insumo inerte passa através 
da câmara, em fluxo contínuo. O insumo inerte é sempre água, diferente dos métodos 
Hahnemanniano e Korsakoviano. Com o auxílio de uma pá giratória há a sucussão, a qual é 
diferente da sucussão do método Hahnemanniano e Korsakoviano, já que é sucussão por 
agitação. 
 O equipamento consiste em funil de separação que está conectado à cânula de vidro, a 
qual permite a passagem da água pelo sistema, o qual apresenta torneira que permite a 
passagem da água para a câmara dinamizadora, na qual se encontra o ativo. Há um motor que 
promove a rotação da pá, possibilitando a sucussão e a diluição é promovida, conforme a água 
passa e sai. 
 A câmara dinamizadora apresenta volume definido, o qual deve ser indicado pelo 
fornecedor, o que é importante a fim de saber o quanto de ativo está sendo adicionado. A 
entrada de água deve ser no alto e no centro da câmara, saindo por baixo, com a pá girando. A 
vazão do aparelho está relacionada com a rotação do motor, onde 100 rotações indicam a 
troca de uma potência e outra. Como a rotação do motor é bem maior, rapidamente se 
alcançam as altas potências. 
 A potência desejada vai ser alcançada ao longo do tempo. Quando chegar ao tempo 
determinado, todo o equipamento deve ser desligado ao mesmo tempo, requerendo mais 
de um operador. Na câmara dinamizadora o medicamento está em água, deste é preparada 
uma potência em álcool 30% para dispensação e 70% para estoque, as quais são obtidas com 
dinamizações na escala CH, devendo ser retirado 0,1 mL da câmara dinamizadora e diluída 
em 9,9 mL do etanol apropriado. As potências mais prescritas são: 200 FC, 500 FC, 1000 FC, 
10.000 FC, 50.000 FC e a última é 100.000 FC. A potência 200 FC é a primeira potência que vai 
ser prescrita e tem como ponto de partida a 30 CH. 
DADOS DA MÁRCIA: 
100 Rotações = 100 sucussões, 3600 rotações por minuto 
Vazão = 72 mL/minuto 
Câmara dinamizadora apresenta volume de 2 mL. 
Número de dinamizações = (FC -2) – PP, sendo FC a potência a ser dispensada, o 2 corresponde 
correponde ao fato de que antes da dispensação são realizadas 2 dinamizações na CH e PP 
corresponde a potência que se teve como ponto de partida. 
EX: Potência desejada é a 200 FC. 
Nº de dinamizações = (200 -2) – 30, Nº de dinamizações = 168 
1 dinamização - 100 sucussões 
168 dinamizações - x sucussões 
X = 16800 sucussões = rotações 
3600 rotações - 1 minuto 
16800 - y 
Y = 4,67 minutos 
1 minuto - 60 segundo 
0,67 minutos – 40 segundos 
 
72 mL - 1 minuto 
z - 4 minutos e 40 segundos 
z = 336,24 mL de água 
Comparação entre os métodos homeopáticos: 
 Hahnemanniano Korsakoviano Fluxo Contínuo 
Escala DH, CH e LM Sem escala definida Sem escala definida 
Dinamização Diluição +100 
sucussões 
Diluição +100 
sucussões 
Diluição +100 
sucussões = 100 
rotações/agitação 
simultâneas 
Insumo inerte Etanol Etanol Água 
Frascos Frascos múltiplos Frasco único 
Potência Baixa e alta Alta Altíssima 
Tempo de preparo Longo Curto Curto 
 
 
I. Gota: 
Allium sativum 
6CH: dose de 5 
gotas 4 x ao dia. 
Quando se 
deseja 30 mL, 
deve-se 
especificar na 
prescrição, pois 
o convencional 
é dispensar 15 mL. 
A calibração do conta gotas é realizada adicionando gota a gota até completar o volume de 1 
mL na proveta. 
 
II. Tabletes: 
Podem ser formados por moldagem ou por impregnação. A moldagem dos tabletes 
funciona da seguinte forma: 
i. Preparação dos tabletes: adição de 10g de lactose no gral, seguido de 3 – 5 
mL de etanol, o qual pode corresponder de 30 -50% da massa. Formação de uma massa 
úmida, a qual deve ser adicionada na tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são 
soltos da tableteira e levados a estufa, a 50ºC para secagem. 
 
ii. Ativo líquido: esse tipo depreparação é realizado nas indústrias. Considerando 
a potência 1 DH, se adiciona 10 g de lactose a 1 mL do ativo na potência desejada, 
homogeniza-se e adiciona-se 30 – 50% de etanol, formando massa úmida a qual deve ser 
adicionada na tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são soltos da tableteira e levados 
a estufa, a 50ºC para secagem. 
 
iii. Ativo sólido: quando o ativo for sólido, sua massa deve ser descontada da 
massa de lactose, por exemplo para a preparação na 1DH se utiliza 1g de ativo e 9g de lactose, 
seguido de 30 -50% de etanol. Formação de uma massa úmida, a qual deve ser adicionada na 
tableteira a fim de formar os tabletes, os quais são soltos da tableteira e levados a estufa, a 
50ºC para secagem. 
 
iv. Impregnação: deve-se considerar a dispensação em frasco de 15 mL, o qual 
comporta 12 glóbulos/tabletes. No entanto, para a preparação se utiliza frasco maior a fim de 
facilitar a homogenização, portanto, se utiliza frasco de 30 mL. Não deve ser dispensados 12 
glóbulos/tabletes em frasco de 30 mL, pois o paciente pode achar que está faltando 
medicamento, apenas se dispensa em frasco de 30 mL se o médico prescrever. 
Processo da impregnação a 10% : 
 
Preparação na 
potência desejada 
1,2 mL sendo 
gotejado nas 
paredes do frasco 
Frasco de 30 mL a 
fim de facilitar a 
homogenização 
Homogenização 
com movimentos 
circulares por 30 s 
Adição em placa de 
Petri para secagem 
Transferência para 
frasco de 15 mL 
para dispensação 
Os bioterápicos apresentam identidade diferente da Homeopatia, mas também devem 
respeitar a Patogenesia, na qual os efeitos das subtâncias nos indivíduos sadios são similares 
aos observados na doença. 
Os bioterápicos são baseados na Lei dos Iguais, na qual o próprio agente causador da 
doença é empregado no tratamento. Difere do tratamento com medicamentos 
homeopáticos, pois os homeopáticos apresentam diversas fontes como vegetal, animal e 
mineral. 
Podem ser utilizados fluídos do próprio indivíduo, configurando os medicamentos 
autoisoterápicos, desde que tais fluídos contenham o agente causador. São preparados com a 
mesma farmacotécnica dos medicamentos homeopáticos. 
Bioterápicos não consideram a totalidade dos sintomas, pois parte do próprio agente 
causador da doença para curá-la. 
Autoisoterápicos mais comuns são os que apresentam como base o sangue. O material 
pode ser inativado e, dependendo do material, tem que entrar prontamente em contado com 
o material. 
Os materiais que são mais solúveis são preparados com a farmacotécnica para 
formas farmacêuticas líquidas, com diluição e sucussão, enquanto que as formas insolúveis 
são preparadas utilizando trituração. 
Hahnemann não aprovava os bioterápicos, pois não havia a experimentação, mas 
Hering usava a Patogenesia, realizando a experimentação em indivíduos sadios. Quando se 
experimenta no indivíduo sadio, pode apresentar o desenvolvimento da imunidade. 
Os bioterápicos são preparações medicamentosas obtidas de produtos biológicos, 
quimicamente indefinidos, como secreções, excreções, tecidos, órgãos, microorganismos e 
alérgenos. A farmácia pode estocar como matriz os bioterápicos, desde que estejam em alta 
potência e por pouco tempo, a fim de atender o paciente caso seja necessária a produção de 
mais medicamento. 
Os bioterápicos de estoque podem estar presentes nas farmácias, podendo ser 
industrializados, neste caso o insumo ativo é preparado e fornecido por laboratórios 
especializados. 
Tipos de bioterápicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CODEX 
Obtidos a partir de vacinas, soros e toxinas, 
inscritos na farmacopeia francesa 
SIMPLES 
Obtidos a partir de culturas microbianas puras, 
lisadas ou atenuadas 
COMPLEXAS 
Sem composição definida, são obtidas a partir de 
órgãos doentes ou secreções patológicas 
INGLESES 
Obtidos a partir de microorganismos intestinais da 
microbiota presente nas fezes de doentes crônicos. 
 
 
Há também os bioterápicos Roberto Costa, os quais empregam microorganismos vivos 
como ponto de partida, pois o microorganismo vivo é o que pode vir a causar doença. São 
preparados exclusivamente na escala decimal. Após as potência 12 CH e 24DH não há mais 
presença física dos microorganismos. A potência mais empregada é a 30DH, mas até a 
potência 12 DH é utilizado soro fisiológico como veículo e, após esta potência pode se 
empregar o etanol 77%. São utilizados 106 microorganismos como ponto de partida. 
Esses materiais, 
principalmente os 
autoisoterápicos 
são contaminados, 
devendo ocorrer 
uma inativação 
prévia dos 
materiais, caso não 
seja possível, deve 
ser realizada a 
inativação através 
da esterilização. 
 
Até as potências 12 CH e 24 DH os bioterápicos devem ser manipulados em salas 
limpas, com controle especial de contaminação. A partir da 13 CH e da 25 DH a manipulação já 
pode ocorrer no laboratório de Homeopatia. 
O material coletado deve ser acondicionado em recipiente estéril tanto para 
autoisoterápicos, quanto para heteroisoterápicos, sendo armazenado sobre refrigeração, caso 
tenha que esperar mais de 4 horas até a utilização. Após o preparo dos medicamentos os 
materiais que sejam reutilizáveis, como vidrarias, devem ser autoclavados, lavados com água 
corrente e purificada, e esterilizados com calor seco. Para a coleta, os veículos utilizados são: 
solução glicerinada, água purificada e solução hidroalcóolica. Para escarro, cálculos, urina, 
pelos e poeira não é necessária a utilização de veículos no momento da coleta.Para que a 
coleta seja realizada, o paciente que faça uso de medicamentos deve suspendê – los por 96 
horas. O insumo inerte e a amostra devem ser identificados e registrados. Não se pode 
manipular amostras de doenças de notificação compulsória. 
É muito importante autoclavar, lavar e esterilizar os materiais, pois são 
medicamentos com doses mínimas e qualquer contaminação cruzada pode interferir no 
efeito. 
Se forem preparados heteroisoterápicos de medicamentos controlados, a farmácia 
não precisa apresentar nenhuma autorização, desde que o paciente traga os medicamentos. 
IS
O
TE
R
Á
P
IC
O
S 
Autoisoterápicos 
Preparados com 
substância endógenas 
Fluídos biológicos 
Heteroisoterápicos 
Preparados com 
substâncias exógenas 
Alérgenos 
Diferente dos autoisoterápicos, as matrizes dos heteroisoterápicos podem ser 
utilizadas em outros pacientes, pois apenas autoisoterápicos obtidos a partir de culturas 
puras podem ser utilizados em outros pacientes.

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