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nc didatica do ensino superior instituto souza

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NÚCLEO COMUM 
Disciplina: Didática do Ensino Superior 
Pedagógico do Instituto Souza 
atendimento@institutosouza.com.br 
Atualização e Revisão 
24/12/2016 
 
Página 1 de 17 
 
 
 
Didática do Ensino Superior 
Caro aluno, essa disciplina pretende articular os conhecimentos já adquiridos no 
Núcleo Comum de estudos, e ampliar a discussão da práxis docente. A Didática 
como ferramenta e metodologia da prática docente deve ser elevada à condição de 
ciência máxima da docência. Leia os textos abaixo sugeridos e assista aos vídeos. 
Bons estudos! 
Disponível em: 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/57837/a-contribuicao-da-
didatica-para-a-pratica-docente-no-ensino-superior 
http://www.itpac.br/arquivos/Revista/43/5.pdf - Texto debate o Tradicional e o 
Moderno em Didática. 
 
1 - A CONCEPÇÃO ATUAL DE DIDÁTICA 
 
Para Gonçalves e Clemente (2014), atualmente, a didática, como área de 
conhecimento da Pedagogia, constitui-se em um campo teórico-prático que ajuda o 
professor a compreender a complexidade do cotidiano docente e, principalmente, a 
refletir a respeito da sua prática, subsidiando a (re)construção desta. 
A maneira como se ensina, se organiza uma aula e se interage com os alunos e com 
o conhecimento, bem como a concepção que se tem ou se terá com relação ao 
significado social da profissão docente professor são objetos de reflexão da atual 
didática. 
Basicamente, hoje em dia, a didática tem como objetivo a direção do processo de 
ensinar, tendo em vista finalidades sociopolíticas e pedagógicas e as condições e 
meios formativos. Assim, nos dias atuais, a didática reflete e busca alternativas para 
as dificuldades educacionais. 
 
 
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1.1 - Tendências pedagógicas/modelos de Didática 
 
Foto: Professor conduz as atividades. 
 
1.1.1 - Tendência Tradicional : é uma concepção de educação em que prevalece a 
ação de agentes externos na formação do aluno, a transmissão do saber constituído 
na tradição e nas grandes verdades acumuladas pela humanidade e uma concepção 
de ensino como impressão de imagens propiciadas concomitantemente pela palavra 
do professor e pela observação sensorial. Tal tendência surgiu com a chegada dos 
Jesuítas ao Brasil Colônia e foi conservada ao longo da história educacional. 
Nessa tendência, a escola tende a igualar o processo de introdução de valores e 
práticas para fortalecer os laços sociais, promover a coesão social, incrementar a 
divisão do trabalho social, conformar os indivíduos aos padrões da estrutura social. 
Nesse rumo, as ações de ensino estão centradas na exposição do conhecimento 
pelo professor. Essa tendência enxerga a didática como disciplina normativa, com 
um conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. 
Para essa tendência o meio principal de transmissão do conhecimento é a 
exposição oral. Os alunos fazem exercícios repetitivos e são recebedores da 
matéria. Além do que, o professor tende a encaixar os alunos num modelo ideal de 
homem. Quanto ao ensino prático, o material concreto é mostrado, mas o aluno não 
lida mentalmente com ele, não repensa, não reelabora seu próprio pensamento. 
Vige basicamente a memorização. 
Página 3 de 17 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2 - Tendência Tecnicista: surgiu entre 1950 e 1960 e foi imposta às escolas 
brasileiras pelos organismos oficiais ao longo de boa parte das duas últimas 
décadas, por ser compatível com a orientação econômica, política e ideológica do 
regime militar então vigente. Alberga uma didática instrumental interessada na 
racionalização do ensino, no uso de meios e técnicas mais eficazes. O arranjo mais 
simplificado dessa sequência resultou na fórmula: objetivos, conteúdos, estratégias 
e avaliação. 
Quanto ao ensino, o professor é o administrador e executor do planejamento, o meio 
de previsão das ações a serem executadas e dos meios necessários para se atingir 
os objetivos. Nessa época, a maioria dos livros didáticos utilizados nas escolas é 
elaborada com base na tecnologia da instrução. 
 
 
 
Página 4 de 17 
 
 
 
CALVIN 
 
 
1.1.3 - Tendência Renovada : surge a partir do fim do século XIX e busca, 
basicamente, a valorização da criança, dotada de liberdade, iniciativa e interesses 
próprios, sujeito de sua aprendizagem. Além do que, reivindica tratamento científico 
do processo educacional, considerando as etapas sucessivas do desenvolvimento 
biológico e psicológico, respeitando as capacidades e aptidões individuais; e 
individualização do ensino conforme os ritmos próprios de aprendizagem. 
Essa tendência assume um princípio norteador de valorização do indivíduo como ser 
livre, ativo e social. Para tal, o centro da atividade escolar não é o professor nem os 
conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e curioso. Por isso, é 
entendida como "direção da aprendizagem", considerando o aluno como sujeito da 
aprendizagem. 
O que o professor tem de fazer, para essa tendência, é colocar o aluno em 
condições propícias para que (partindo de suas necessidades e particularidades) 
possa buscar por si mesmo conhecimentos e experiências. Ou seja, o professor 
incentiva, orienta, organiza as situações de aprendizagem, adequando-as às 
capacidades e características individuais dos alunos. 
Tal tendência oferta importância aos métodos e técnicas como o trabalho em grupo, 
atividades cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos, experimentações. O 
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professor ajuda o aluno a aprender. Portanto, o centro da atividade escolar não é o 
professor nem a matéria, é o aluno ativo e investigador. 
 
 
Foto: Professor utilizado seus conhecimentos não escolares para dar sentido à sua aula, um 
exemplo. 
 
1.1.4 - Tendência Libertadora: tem sido empregada com muito êxito em vários 
setores dos movimentos sociais, como sindicatos, associações de bairro, 
comunidades religiosas. Por isso, é muito utilizada com adultos que vivenciam uma 
prática política e onde o debate sobre a problemática econômica, social e política 
pode ser aprofundado com a orientação de intelectuais comprometidos com os 
interesses populares. 
Em relação à escola fundamental, não foi organizada uma orientação pedagógico-
didática. Basicamente, não há uma Didática explícita. O professor se põe diante de 
uma classe com a tarefa de orientar a aprendizagem dos alunos. A atividade escolar 
é centrada na discussão de temas sociais e políticos. 
O ensino está centrado na realidade social, em que o professor e os alunos 
analisam problemas e realidades do meio socioeconômico e cultural, da comunidade 
local, com seus recursos e necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a 
esses problemas e realidades. Nesse processo em que se realiza a discussão, os 
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relatos de experiências vividas, a pesquisa participante, o trabalho em grupo, vão 
surgindo temas geradores que podem vir a ser sistematizados para efeito e 
consolidação de conhecimentos. 
É uma didática que busca desenvolver o processo educativo no interior dos grupos 
sociais e, por isso, o professor é o coordenador ou animador das atividades que se 
organizam sempre pela ação conjunta dele e dos alunos. 
 
 
Foto: Professora media as conversas e a leitura de jornais feita pelos alunos 
 
1.1.5 - Tendência Crítico-Social dos Conteúdos: segundo essa tendência, o que 
importa é que os conhecimentos sistematizados sejam confrontados com as 
experiências socioculturais e a vida concreta dos alunos, como meio de 
aprendizagem e melhor solidez na assimilação dos conteúdos. 
O ensino significa a tarefa de proporcionaraos alunos o desenvolvimento de suas 
capacidades e habilidades intelectuais, mediante a transmissão e assimilação ativa 
dos conhecimentos. O objeto de estudo é o processo de ensino nas suas relações 
com a aprendizagem. Além do que, a didática tem como objetivo a direção do 
processo de ensinar, tendo em vista finalidades sociopolíticas e pedagógicas e as 
condições e meios formativos. Portanto, é uma didática que reflete e busca 
alternativas para as dificuldades educacionais. 
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1.2 - A Tendência/concepção atual de Didática mais utilizada 
 
Após a compreensão de todas as fases por que passou a didática, parece 
indubitável que, hodiernamente, este campo do saber represente a área da 
pedagogia responsável por estudar o processo de ensino e a aprendizagem dos 
alunos aprendentes de determinada área. 
Nesse rumo, atualmente a didática tem como escopo, basicamente, orientar os 
professores à produção de uma aprendizagem voltada para a formação de cidadãos 
conscientes politicamente falando e capazes de racionar, pensar e intervir na 
realidade social, seja ativamente, por meio da reivindicação de direitos, seja 
passivamente, por meio do exercício de um trabalho de execução de alguma 
incumbência prática-social, como uma profissão por exemplo. 
 
 
1.3 - Contribuição da atual concepção de Didática para a prática do professor 
 
Basicamente, sabendo que, atualmente, didática é a forma como o professor exala 
ao aluno o conteúdo ensinável, relacionando-o com os aspectos socioculturais 
desse aluno aprendente, bem como, lembrando que o objeto da didática é o 
processo de ensino e a aprendizagem, várias são as contribuições desta área da 
pedagogia para a prática docente. 
Como exemplo, podemos rememorar as ideias do filósofo do século XVI João Amós 
Comênio, e dizer que a didática oferece ao professor: a) possibilidade de organizar a 
forma como será ensinado o conteúdo e o que será ensinado; b) factibilidade de 
mostrar ao aluno as aplicações práticas do que lhe é ensinado; c) possibilidade de 
normatizar e controlar o lapso de ensino, garantindo que tudo será ensinado em seu 
devido tempo, para, assim, auferir-se a compreensão dos princípios gerais e das 
especialidades de determinado assunto; d) possibilidade de respeitar as diferenças 
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entre as culturas, os assuntos e os alunos e suas histórias de vida, adequando, 
desse modo, a forma de ensino. 
 
2 - A didática no ensino superior: práticas e desafios 
Hélio Mangueira de Almeida1 
 
 
2.1 - INTRODUÇÃO 
O presente texto tem como objetivo pontuar práticas e desafios docentes utilizando a 
didática no ensino superior, pois a forma de ensinar está cada vez mais voltada para 
as necessidades e realidades vivenciadas pelos alunos, de acordo com sua 
comunidade e meio social. Mas a ação do professor precisa estar embasada 
também em fins pedagógicos de amplitude, pois trabalhar somente o meio social do 
aluno pode significar que a intenção da escola é aprisioná-lo numa realidade 
limitada, onde o mesmo não poderia ser nada além do que previsto por ela. Ampliar 
 
1 Professor graduado em Língua portuguesa, pela Universidade Luterana do Brasil, especialista na 
área Ensino de Geografia, pela Faculdade Latino Americana e Mestrando em Ciências da Educação 
pela Anne Sullivan University. 
 
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as práticas e desafios de forma a atender não somente o meio social do aluno 
significa prepará-lo não só para a comunidade na qual vive, mas para todo o meio 
social. 
A história da didática surge das ações de Comênio (1592-1670), que tinha como 
objetivo reformar a escola e o ensino. Esse termo deriva do grego, cuja significação 
é “arte de ensinar”. O fundamento da didática magna de Comênio era ensinar tudo a 
todos, deixando a formação de um homem ideal em segundo plano. Práticas e 
desafios sobre a forma de ensinar estão cada vez mais voltados para as 
necessidades e realidades vivenciadas pelos alunos, de acordo com sua 
comunidade e meio social. 
Mas a ação do professor precisa estar embasada também em fins pedagógicos de 
amplitude, pois trabalhar somente o meio social do aluno pode significar que a 
intenção da escola é aprisioná-lo numa realidade limitada, onde o mesmo não 
poderia ser nada além do que previsto por ela. É de fundamental importância 
trabalhar técnicas voltadas à realidade e meio social em que o aluno está inserido, 
porém não se deve focar somente nesse contexto, engessando a sua aprendizagem 
de forma a torná-lo limitado em sua comunidade ou meio social. 
Diante desses pressupostos, o fazer didático que deve ser aplicado, é o que 
possibilitará a reflexão em relação a cada situação de aprendizagem, partindo da 
realidade em que professor e aluno estão inseridos e expandindo essa 
aprendizagem para outras realidades e meios sociais, para que o discente detenha 
as variadas formas de vivência e habilidades. Os desafios e práticas docentes 
devem ser exercidos além de uma simples renovação pedagógica de novas formas 
de ensinar e aprender. Isso remete a superação da visão instrumental didática, em 
direção a uma didática fundamental. 
2.2 - Desafios didáticos 
Saber lidar com alunos em sala de aula, manter a harmonia no ambiente, 
concentração nas disciplinas ministradas e assimilação dos conteúdos são uma 
tarefa desafiadora para o professor. Isso por que a globalização, acompanhada da 
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tecnologia, traz um envolvimento de distração ao discente em relação às atividades 
em sala de aula. Mas como agir diante de tamanho desafio? De acordo Içami Tiba 
(2006), a aula deve ser como uma boa refeição, capaz de despertar o paladar, tem 
de ser saborosa, ter um cheiro atraente, que mesmo sem estar com fome, irá fazer o 
aluno querer provar, transformando essa degustação em algo inesquecível e 
saboroso. Do contrário, uma refeição mal preparada e desagradável ao olhar, faz 
com que o indivíduo não sinta vontade de comer, mesmo que esteja com fome, pode 
até provar, mas logo deixará de lado por não ser agradável. Diante disso, cabe ao 
professor buscar as ferramentas adequadas para atrair a atenção do aluno, 
despertando nele a vontade de aprender e continuar aprendendo. Os equipamentos 
audiovisuais auxiliam muito nesse caso, no entanto, não são suficientes. O 
planejamento, a metodologia, o diálogo, são essenciais para o sucesso da aula. 
Outra forma de atrair o aluno a participar dessa dialética ensino/aprendizagem é 
envolvê-lo na aula, perguntando sobre assuntos anteriores, fatos ocorridos na aula 
passada, falas colocadas em ênfase e argumentos convincentes ou não. Estimular 
nos alunos o desejo de assistir as próximas aulas, já antecipando algo interessante 
é fundamental, pois serve como aperitivo, despertando nele a vontade de participar 
da próxima discussão. 
2.3 - A postura do professor na sala de aula 
 
Foto: Professora orienta seus alunos acerca dos comandos da atividade. 
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Assista a palestra sugerida abaixo. 
Disponível em: 
https://youtu.be/seiw4gwsfYA - Vídeo Prof. Mário Cortella – Postura do 
Professor 
 
Estar aberto a indagações, questionamentos, à curiosidade dos alunos, faz do 
professor um ser que ensina, respeita, e não um ser que só transfere conhecimento. 
Segundo Freire (2006), o educador já não é apenas o que educa, mas o que , 
enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, 
também educa. Nesse sentido, pode-se afirmar que a postura do professor na sala 
de aula deve ser democrática, de respeito mútuoe de flexibilidade em relação ao 
ponto de vista do aluno, sabendo associar sua mediação ao conhecimento dos 
discentes, ampliando esse conhecimento de forma a somar com o já adquirido pelo 
aluno no meio social em que vive. É importante saber qual é a visão do aluno em 
relação a um determinado assunto, pois é dessa forma que o professor mediador 
constituirá um caminho para ampliar esse ponto de vista ou até mesmo reverter essa 
ideia que poderá ser equivocada. Impor-se na sala de aula, como se fosse o 
detentor do conhecimento e o “dono do saber ou da razão”, não é o melhor caminho. 
O professor que age de forma imperativa, sem diálogo, sem ouvir as justificativas 
dos discentes, está influenciando-o a perder o interesse pela a aula. Sabe-se que há 
professores de postura imperativa e grotesca, onde quer mostrar para o aluno que 
ele é quem manda na sala de aula, deixando o aluno privado de aprender sobre 
determinado assunto por conta de um ou dois minutos de atraso, na maioria das 
vezes ele nem começou a apresentar o conteúdo e nem fez a chamada, mas 
mesmo assim, não permite a entrada do aluno na sala, alegando que se o mesmo 
tivesse interesse, estaria ali presente desde o início. 
 
Página 12 de 17 
 
 
 
2.4 - Práticas contraditórias 
Assista ao vídeo sugerido abaixo: 
Disponível em: 
https://youtu.be/msEmUDGYAzs - Absurdo, nunca faça isso. 
 
Na educação básica de ensino a postura do professor está voltada para uma forma 
de diálogo e de mediação. O aluno deve participar das aulas, tendo em vista que o 
docente ali presente não é o detentor do conhecimento e que a sua presença na 
aula é uma forma de incentivar o discente a desenvolver ou despertar o interesse 
pelos conteúdos e colocá-los em prática. Contudo, ao ingressar no ensino superior, 
a realidade é diferenciada da vivida por ele na educação básica. 
 
Foto: Professora no trabalho com os alunos. 
 
A forma de mediação dos assuntos desenvolvidos na sala de aula passa a 
responsabilizá-lo com mais ênfase, a cobrança por conhecimento de assuntos 
específicos são constantes, fazendo com que o aluno busque em tempo mínimo ao 
que era acostumado, a desenvolver hábitos e compromisso com a leitura. O 
problema é que se ele não está engajado nesse tipo de cobrança desde a educação 
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básica, acabará abandonando a escola e não obtendo êxito de conclusão dos 
estudos. O fato relevante é que ainda há um enorme abismo em relação à didática 
aplicada no ensino básico para o ensino superior, dificultando o desempenho de 
alunos que não tiveram ensino de qualidade na educação básica ou que estudaram 
de forma muito restrita em relação aos conteúdos e métodos de ensino. 
Diante desse pressuposto, pode-se dizer que a maneira como a maioria dos alunos 
de escolas públicas chega ao ensino superior não lhes dão condições que 
acompanhar de forma eficaz os métodos de ensino do professor, pois infelizmente a 
didática aplicada por muitos desses docentes ainda tem muito do tradicionalismo. 
Não se afirma aqui que isso seja o principal problema da aprendizagem, mas que 
pode se tornar um grande problema quando a educação básica desse aluno foi 
aplicada com métodos opostos, mesmo que parcialmente, ao dos professores do 
ensino superior. 
2.5 - Métodos tradicionais 
Assista ao Clipe sugerido abaixo. 
Disponível em: 
https://youtu.be/YR5ApYxkU-U - Clipe Pink Floyd – Another Brick In The wall. 
 
Foto: Escola Francesa do século XIX. 
Página 14 de 17 
 
 
 
O método tradicional de ensino surgiu no século XVIII, a partir do Iluminismo. Tinha 
como principal objetivo expandir o acesso ao conhecimento. Esse método possui um 
modelo firmado e certa resistência para aceitar inovações. As escolas que adotam 
métodos tradicionais acreditam que a formação de um aluno criativo e crítico 
dependem da bagagem de informações adquiridas e de conhecimentos 
consolidados por eles. O professor é o transmissor e detentor do conhecimento e 
mantém certa distância do aluno, deixando-o como um ser passivo na sala de aula. 
As avaliações são periódicas, envolvendo provas com a função de “medir” a 
capacidade individual dos discentes, onde o quantitativo prevalece sobre o 
qualitativo. Pode-se afirmar que os métodos utilizados no ensino superior são 
parcialmente aplicados de forma tradicional, mesmo envolvendo um pouco de 
inovação como o uso de equipamentos tecnológicos, mas a postura de professores 
em relação à forma de avaliar, ainda provém muito do “medir” conhecimento. 
Segundo Mizukami (2001), na abordagem tradicional o aluno apenas executa 
prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores; é instruído e ensinado 
pelo professor. Dessa forma a inteligência é concebida pelo acúmulo de 
informações. Os métodos tradicionais têm como objetivo a transmissão de 
conteúdos definidos, onde a variedade e a quantidade de noções, conceitos e 
informações prevaleçam sobre a formação do pensamento reflexivo. 
 
2.6 - Professor reflexivo e pesquisador 
 
Assista ao vídeo e leia o texto abaixo sugerido. 
https://youtu.be/outmfB7-hzI - Vídeo da Profa. Selma Garrido – PUC Santos 
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n27/n27a01.pdf - Luiz Carlos Libâneo 
 
Página 15 de 17 
 
 
 
Refletir significa pensar excessivamente, meditar sobre algo. O professor reflexivo é 
aquele que medita, pensa o seu fazer pedagógico e seus conceitos didáticos. 
Segundo CADAU(2000) 
[...] o educador nunca estará definitivamente “pronto”, formado, 
pois que sua preparação, sua maturação se faz no dia a dia, na 
mediação teórica sobre sua prática. A sua constante atualização 
se fará pela reflexão diurna sobre os dados de sua prática. Os 
âmbitos do conhecimento que lhe servem de base não deverão 
ser facetadas, estanques e isoladas de tratamento do seu objeto 
de ação: a educação. Mas serão, sim, formas de ver e 
compreender globalmente, na totalidade, o seu objeto de ação. 
(CADAU, 2000, p.89) 
A necessidade do professor repensar sua prática pedagógica é fundamental para a 
construção do conhecimento e problematização de hipóteses. O professor reflexivo 
vai além dos muros da escola, pesquisa, inova e transforma. Aplicar métodos 
inovadores na didática do ensino superior, como pesquisas voltadas para o meio 
social, partindo de sua realidade e abrangendo essas pesquisas para uma 
amplitude, desenvolverá no aluno uma capacidade crítica e reflexiva dos conteúdos 
assimilados. 
 
2.7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante disso, cabe ao professor buscar as ferramentas adequadas para atrair a 
atenção do aluno, despertando nele a vontade de aprender e continuar aprendendo. 
Os equipamentos audiovisuais auxiliam muito nesse caso, no entanto, não são 
suficientes. O planejamento, a metodologia, o diálogo, são essenciais para o 
sucesso da aula. Estar aberto a indagações, questionamentos, à curiosidade dos 
alunos, faz do professor um ser que ensina, respeita, e não um ser que só transfere 
conhecimento, a ação do professor precisa estar embasada também em fins 
pedagógicos de amplitude, pois trabalhar somente o meio social do aluno pode 
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significar que a intenção da escola é aprisioná-lo numa realidade limitada, onde o 
mesmo não poderia ser nada além do que previsto por ela. É de fundamental 
importância trabalhar técnicas voltadas à realidade e meio social em que o aluno 
está inserido, porém não se deve focar somente nesse contexto, engessando a sua 
aprendizagem de forma a torná-lo limitado em sua comunidade ou meio social. A 
aula deve ser atraente, planejada, participativa e acolhedora, pois avaliar o aluno 
através de métodos tradicionaispode lavá-lo ao fracasso, “medi-lo” por acúmulo de 
conteúdos supostamente armazenados não irá transformá-lo num ser crítico e 
reflexivo, mas transformá-lo em um ser mecanizado, robótico, onde o professor fala 
e o aluno na sua passividade acumula o que foi falado e armazena na mente para 
transmitir a outros da mesma maneira que foi transmitido a ele. 
É importante que seja construída uma visão crítica sobre a metodologia no processo 
de ensino- aprendizagem, conduzindo a pensar na necessidade da capacidade do 
professor em refletir em favor de uma metodologia que seja atrativa e interessante. 
Dessa forma, Zabala (1998) afirma que: As atividades de ensino devem promover 
aprendizagens mais significativas e funcionais possíveis, que tenham sentido e 
desencadeiem uma atitude favorável para realizá-las, que permitam o maior número 
de relações entre os distintos conteúdos, que constituam estruturas de 
conhecimento, por um lado. Por outro, devem facilitar a compreensão de uma 
realidade que nunca se apresenta compartimentada (p.186). 
Portanto, a didática do ensino superior traz práticas e desafios, onde se faz 
necessário o desenvolvimento de ambientes de ensino- aprendizagem com 
condições para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos, levando-os a 
aprender de forma crítica e reflexiva. É importante também que o professor assuma 
a função de criar situações para momentos de questionamentos, desacomodações, 
propiciando situações de desafios a serem vencidos pelos alunos, para que possam 
construir conhecimentos e aprender além do seu meio social, com amplitude de 
conhecimentos onde não se sintam engessados à realidade fora do seu cotidiano. 
 
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REFERÊNCIAS 
CADAU, Vera Maria. Reinventar a escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 
São Paulo: Paz e Terra, 2006 
GONÇALVES, Juliana Brassolatti; CLEMENTE, César. Metodologia do ensino de 
matemática /Batatais, SP : Claretiano, 2014. 154 p. 
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 12. ed. São Paulo: 
Cortez, 2002. 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São 
Paulo: EPU, 2001. 
TIBA, Içami. Ensinar aprendendo: novos paradigmas na educação. 18. ed. rev. e 
atual. São Paulo: Integrare, 2006. 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 14, julho – dezembro / 2015 
ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para 
o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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