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ÍNDICE - Cineantropometria PUCC MEDIDA E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Talento Esportivo PROF.DR. VAGNER R. BERGAMO - PROF.MS. JOSÉ F. DANIEL - PROF.MS. ADERSON M. MORAES Estatística Metabolismo Variáveis Neuromotoras Antropometria Prescrição do Exercício ÍNDICE - Cineantropometria PUCC Introdução ........................................................................................................................................................ 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO: .................................................................................................1 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................1 Capítulo I........................................................................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO Às MEDIDAS E AVALIAÇÃO ................................................................................................ 2 1. CONCEITOS ..................................................................................................................................................2 2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA...............................................................................................................................3 3. A BIOMETRIA NO BRASIL ...........................................................................................................................4 4. PROPÓSITOS DO ESTUDO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO NUM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA5 5. TENDÊNCIAS ................................................................................................................................................5 6. TESTES..........................................................................................................................................................6 Figura 1. Modelo do conceito de aptidão global. .....................................................................................6 Quadro 1. Caracterização dos termos teste, medida e avaliação. ..........................................................7 7. FILOSOFIA DAS MEDIDAS ..........................................................................................................................8 8. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TESTES....................................................................................................8 Tabela 1. Níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade para os conceitos excelente, bom, regular e fraco. .........................................................................................................................................8 9. TIPOS DE AVALIAÇÃO.................................................................................................................................8 10. METODOLOGIA, ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DOS TESTES..................................................9 11. CUIDADOS MÉDICOS............................................................................................................................. 11 12. CONSTRUÇÃO DE UMA BATERIA DE TESTES .................................................................................. 11 Capítulo II........................................................................................................................................................ 13 O MÉTODO CINEANTROPOMÉTRICO......................................................................................................... 13 1. FUNDAMENTOS......................................................................................................................................... 13 Quadro 1 - Classificação das Variáveis de Performance, Modificada de Astrand e Rodah ............... 13 Quadro 2 - Classificação das Variáveis de Performance ..................................................................... 13 2. DEMARCAÇÃO DOS PONTOS ANATÔMICOS ....................................................................................... 14 Figura 1. Pontos anatômicos................................................................................................................. 15 Figura 2. Esqueleto humano com identificação de alguns ossos. ........................................................ 16 Figura 3. Equipamento antropométrico básico ..................................................................................... 17 3. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS....................................................................... 17 Figura 4. Alturas mais utilizadas na avaliação antropométrica............................................................. 19 Quadro 3. Principais cálculos para avaliação cineantropométrica ....................................................... 20 Figura 5. Diâmetro do úmero e do fêmur .............................................................................................. 21 Figura 6. Alguns dos principais perímetros utilizados em cineantropometria. ..................................... 22 Quadro 4. Equações para cálculo de alguns dos principais índices antropométricos. ........................ 23 Quadro 5 - Constantes de Conversão para a Estimativa da Gordura Percentual em Mulheres Jovens. (McAdarle, W.D., Katch, F.I. e Katch, W.L.: Exercise Physiology, Lea & Febiger, 1981.) ................... 24 Quadro 7 - Constante de Conversão para a Estimativa de Gordura Percentual em Mulheres Idosas.25 Quadro 8 - Constantes de Conversão para a Estimativa de Gordura Percentual em Homens Jovens.27 Quadro 9 - Constantes de Conversão para a Estimativa da Gordura Percentual em Homens Idosos.28 Índice Cintura Quadril (ICQ).................................................................................................................. 29 Quadro 11. Normas para a proporção entre Circunferências da Cintura e do Quadril (ICQ) para Homens e Mulheres. ............................................................................................................................. 30 Índice de Massa Corporal (IMC) ........................................................................................................... 30 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC Quadro 12. Valores para o Índice de Massa Corporal de adultos.........................................................30 Quadro 13. Valores de IMC para meninas entre 7 a 18 anos de idade. ...............................................34 Quadro 14. Valores de IMC para meninos entre 7 a 18 anos de idade. ...............................................34 Capítulo III .......................................................................................................................................................35 COMPOSIÇÃO CORPORAL...........................................................................................................................35 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................35 2. MÉTODOS NÃO LABORATORIAIS ...........................................................................................................35 Figura 2. Pontos anatômicos para coleta de dobras cutâneas. ............................................................37 3. MÉTODOS DE FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL.....................................................................38Quadro 3. Padrões de Percentual de Gordura para Homens e Mulheres Ativos .................................39 4. EXERCÍCIO E COMPOSIÇÃO CORPORAL ..............................................................................................40 5. EQUAÇÕES GENERALIZADAS DE REGRESSÃO PARA PREVISÃO DE DENSIDADE CORPORAL (DB) PARA ADULTOS DE AMBOS OS SEXOS............................................................................................43 Quadro 5 - Constantes por Sexo e Idade para Cálculo da Gordura Corporal Relativa em Crianças e Jovens da Equação de LOHMAN ..........................................................................................................43 Quadro 6 - Constantes por Sexo, Idade e Raça para o Cálculo da Gordura Corporal Relativa em Crianças e Jovens para serem utilizadas nas Equações de LOHMAN (1986). ....................................43 Quadro 7. Padrões de Composição Corporal para homens e mulheres ..............................................44 Quadro 8. Padrão Normal e Padrão de Obesidade para homens e mulheres: ....................................44 Quadro 9. Relação de gramas de gordura perdida com kcal produzida ...............................................44 Figura 3. Padrões para homens e mulheres .........................................................................................45 Figura 4. Valores obtidos com base na coleta de dados.......................................................................46 Tabela 1 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Peso Corporal em Escolares Brasileiros...............................................................................................................................................47 Tabela 2 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) E (X 7) em Escolares Brasileiros .......47 Capítulo IV.......................................................................................................................................................48 SOMATOTIPO .................................................................................................................................................48 1. METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DO SOMATOTIPO.................................................................48 2. ASPECTOS HISTÓRICOS ..........................................................................................................................48 Quadro 1. Valores para determinação do somatotipo ...........................................................................48 Quadro 2. Predominância somatotípica e suas principais características (Adaptado de Carter, 1975).55 Capítulo V........................................................................................................................................................56 VARIÁVEIS NEUROMOTORAS......................................................................................................................56 MEDIDAS DA POTÊNCIA ANAERÓBICA .....................................................................................................56 Victor keihan R. Matsudo ..............................................................................................................................56 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................56 2. DESCRIÇÃO DOS TESTES ........................................................................................................................57 I - TESTE DE CORRIDA DE 40 SEGUNDOS (POTÊNCIA ANAERÓBICA LÁTICA) ......................................................57 FIGURA 1 - TESTE DE CORRIDA DE 40 SEGUNDOS ......................................................................................57 TESTE DE LACTACIDEMIA ...............................................................................................................................58 Figura 2 - Representação gráfica de um teste de lactacidemia. ...........................................................58 Tabela 1 - Valores Absolutos (m) e % de Maturação de Potência Anaeróbica (m) em escolares brasileiros ...............................................................................................................................................58 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC II - TVPA (TESTE DE VELOCIDADE PARA POTÊNCIA ANAERÓBIA) / ................................................................... 59 RAST (RUNNING – BASED ANAEROBIC SPRINT TEST)..................................................................................... 59 Figura 3 - Esquema de aplicação do teste:........................................................................................... 59 3. ZONAS DE INTENSIDADE DE TREINAMENTO ....................................................................................... 60 Quadro 1 - Classificação de Cargas de Treino pelas Zonas de Intensidade ....................................... 60 Quadro 2 - Percentual de pessoas que passaram ou encontram-se no limiar anaeróbico em relação ao percentual da capacidade máxima .................................................................................................. 60 MEDIDAS DA FORÇA MUSCULAR .............................................................................................................. 61 Jesus Soares Madalena Sessa..................................................................................................................... 61 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 61 2. DESCRIÇÃO DOS TESTES MOTORES.................................................................................................... 63 I - TESTE DINÂMICO DE BARRA ...................................................................................................................... 63 II - TESTE ESTÁTICO DE BARRA...................................................................................................................... 63 Tabela 2 - Valores Absolutos (no de repetições) e % de Maturação de Força Muscular de Membros Superiores (dinâmico de barra) em escolares brasileiros .................................................................... 64 Tabela 3 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de maturação de Teste Estático de Barra em escolares brasileiros.............................................................................................................................. 64 III - TESTE DE FORÇA E RESISTÊNCIA DE MEMBROS SUPERIORES ..................................................................... 64 (FLEXÃO DE BRAÇOS EM SUSPENSÃO MODIFICADA) ......................................................................................... 64 Figura 4 – Flexão de Braços em Suspensão ........................................................................................ 64 IV - TESTE ABDOMINAL.................................................................................................................................. 65 Tabela 5 - Absoluto (kg) e Porcentagem de Maturação de Resistência Abdominal em escolares brasileiros .............................................................................................................................................. 66 V - TESTE DE IMPULSÃO VERTICAL................................................................................................................. 66 Tabela 7 - Valores Absolutos(cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Vertical sem Ajuda dos Braços em escolares brasileiros ........................................................................................................... 67 Tabela 8 - Valores Absolutos (cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Vertical com ajuda dos Braçosem escolares brasileiros ........................................................................................................... 67 VI - TESTE DE IMPULSÃO HORIZONTAL ........................................................................................................... 68 Tabela 9 - Valores Absolutos(cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Horizontal em escolares brasileiros .............................................................................................................................................. 69 VII - TESTE DE PREENSÃO MANUAL ............................................................................................................... 69 Tabela 10 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Dinamometria (Preensão Manual) em escolares brasileiros ......................................................................................................... 70 VIII TESTE DE FORÇA EXPLOSIVA DE MEMBROS SUPERIORES (ARREMESSO DE MEDICINEBALL) .......................... 70 Figura 5.5 – Arremesso de MB ............................................................................................................. 70 IX TESTE DE FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR DA AAHPERD...................................................................... 70 MEDIDAS DE VELOCIDADE.......................................................................................................................... 71 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 71 2. DESCRIÇÃO DOS TESTES DE VELOCIDADE ........................................................................................ 72 I - TESTE DE 50 METROS PARADO .................................................................................................................. 72 II - TESTE 50 METROS LANÇADO..................................................................................................................... 73 III - TESTE DE 30 METROS PARADO ................................................................................................................ 73 IV - TESTE DE 30 METROS LANÇADOS ............................................................................................................ 73 Tabela 12 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de Maturação de Velocidade (50m) em escolares brasileiros .............................................................................................................................................. 73 V - TESTE DE VELOCIDADE DE 20 METROS...................................................................................................... 74 MEDIDAS DE AGILIDADE ............................................................................................................................. 74 I - TESTE "SHUTTLE RUN".............................................................................................................................. 74 Figura 6. Esquema do teste "Shuttle Run"............................................................................................ 75 Tabela 13 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de Maturação de agilidade em escolares brasileiros .............................................................................................................................................. 76 II - TESTE DO QUADRADO .............................................................................................................................. 76 Figura 7. Esquema do teste do quadrado ............................................................................................. 76 III - TESTE DE AGILIDADE E EQUILÍBRIO DINÂMICO (AAHPERD)...................................................................... 76 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC Figura 8 – Esquema do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico da AAHPERD ..................................77 Tabela 14 - Classificação do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (GOBBI, VILLAR e ZAGO, 2005)77 MEDIDAS DE FLEXIBILIDADE.......................................................................................................................77 I - TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DE WELL’S E DILLON (BANCO DE WELL’S) ...................................................78 Tabela 15 - Classificação por idade e sexo ...........................................................................................78 II - TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DA AAHPERD ........................................................................................79 Tabela 17 - Classificação por categoria de nível de flexibilidade, baseada em resultados obtidos por Zago & Gobbi (2003), em idosas de 60 a 70 anos. ...............................................................................79 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO.....................................................................................................................80 Capítulo VI.......................................................................................................................................................87 A PRÁTICA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS DO ESPORTE ..........................................................................87 TEMA DE INVESTIGAÇÃO.............................................................................................................................87 O MODISMO E O NOVO .................................................................................................................................87 A BUSCA DO TEMA DE PESQUISA..............................................................................................................87 OS CAMINHOS DA BUSCA DA VERDADE...................................................................................................87 AS ETAPAS DO CAMINHO DA BUSCA DA VERDADE...............................................................................88 O MÉTODO QUANTO Á ESTATÍSTICA.........................................................................................................88 Quadro 1 – Principais modelos estatísticos paramétricos e não paramétricos em Ciências do Esporte:89 QUESTÕES ÉTICAS EM PESQUISA E NO TRABALHO ACADÊMICO ......................................................90 CINCO ÁREAS DE DESONESTIDADE CIENTÍFICA.....................................................................................90 Capítulo VII ......................................................................................................................................................92 ESTATÍSTICA ..................................................................................................................................................92 Sandra Caldeira ..............................................................................................................................................92 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................92 2. ESCALAS DE MEDIDA ...............................................................................................................................92 3. CONCEITO DE ESTATÍSTICA....................................................................................................................93 4. COLETA DE DADOS...................................................................................................................................93 5. ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS ................................................................................94 Tabela 1 - Resultados de 30 escolares em um teste de Impulsão Vertical ..........................................94 Tabela 2 - Valores médios de Altura (cm) de escolares da rede estadual de ensino ...........................946. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL ......................................................................................................95 7. MEDIDAS DE DISPERSÃO.........................................................................................................................96 8. TESTE DE HIPÓTESE.................................................................................................................................98 9. CORRELAÇÃO..........................................................................................................................................102 Tabela 1 - Valores de “t” aos níveis de significância de 0,05 e 0,01 ...................................................105 Tabela 2 - Valores do coeficiente de correlação para os níveis de 0,05 e 0,01..................................105 10. MATEMÁTICA BÁSICA ..........................................................................................................................105 Capítulo VIII ...................................................................................................................................................106 O ÍNDICE Z ....................................................................................................................................................106 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC Quadro 5.7 - Componentes Médios e Desvio-Padrão do Modelo ...................................................... 108 Capítulo IX .................................................................................................................................................... 109 SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................................................... 109 1. COMPONENTES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR............................................................................ 109 1. SISTEMA ARTERIAL ................................................................................................................................. 110 2. CAPACIDADE FUNCIONAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ......................................................................... 112 3. SISTEMA CARDIOVASCULAR EM REPOUSO................................................................................................ 113 4. DÉBITO CARDÍACO EM REPOUSO ............................................................................................................. 113 5. DÉBITO CARDÍACO DURANTE O EXERCÍCIO ............................................................................................... 114 6. VOLUME DE EJEÇÃO NO EXERCÍCIO ......................................................................................................... 115 Efeitos do Treinamento ....................................................................................................................... 115 7. FREQÜÊNCIA CARDÍACA DURANTE O EXERCÍCIO ....................................................................................... 115 Efeitos do Treinamento ....................................................................................................................... 115 8. DISTRIBUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO ....................................................................................................... 116 9. FLUXO SANGÜÍNEO EM REPOUSO ............................................................................................................ 116 10. FLUXO SANGÜÍNEO DURANTE O EXERCÍCIO ............................................................................................ 116 11. DÉBITO CARDÍACO E TRANSPORTE DE OXIGÊNIO.................................................................................... 116 Repouso .............................................................................................................................................. 116 Exercício .............................................................................................................................................. 116 12. DIFERENÇAS NO DÉBITO CARDÍACO ENTRE HOMENS E MULHERES .......................................................... 117 13. TREINAMENTO E DÉBITO CARDÍACO SUBMÁXIMO .................................................................................... 117 15. EXTRAÇÃO DE OXIGÊNIO: DIFERENÇA A-VO2 ......................................................................................... 117 16. RESUMO............................................................................................................................................... 118 Capítulo IX .................................................................................................................................................... 120 TESTES METABÓLICOS ............................................................................................................................. 120 Avaliação de Componente Cardiorespiratório ......................................................................................... 120 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 120 2. AVALIAÇÃO FUNCIONAL ....................................................................................................................... 120 3. OBJETIVOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA AVALIAÇÃO FUNCIONAL .......................................... 120 4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROTOCOLOS DE TESTAGEM................................................... 121 5. FORMAS DE OPERACIONALIZAÇÃO.................................................................................................... 121 6. FONTE ENERGÉTICA.............................................................................................................................. 121 7. DURAÇÃO TOTAL DO TESTE ................................................................................................................ 121 8. TIPO DE CARGA ...................................................................................................................................... 121 9. TEMPO DE DURAÇÃO DOS ESTÁGIOS .................................................................................................. 121 10. EXISTÊNCIA DE PAUSAS................................................................................................................. 121 11. UNIDADES METABÓLICAS .................................................................................................................. 122 12. PROTOCOLOS DE TESTAGEM UTILIZANDO TÉCNICA DE CAMPO ............................................... 123 Tabela 1 - Definições de Andar, Trotar e Correr................................................................................. 124 13. TESTE DE CAMINHADA DE 3 KM ........................................................................................................ 124 14. ESTE DE ANDAR 880 JARDAS (804,67M) (AAHPERD) ..................................................................... 124 Tabela 2- Normas para classificação da potência aeróbia/habilidade de andar em idosas de 60 a 70 anos ..................................................................................................................................................... 125 (Gobbi, Villar e Zago, 2005). ............................................................................................................... 125 15. TESTE DE ANDAR 4,8 KM (COOPER) ................................................................................................. 125 Tabela 3 - Nível de Capacidade Aeróbica (minutos) - Teste de Andar 4,8 km Cooper .................... 125 16. TESTE DE CAMINHADA 1.200 METROS DO CANADIAN AEROBIC FITES TEST ........................... 125 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC 17. TESTE DE CORRIDA DE 2.400 METROS (COOPER)..........................................................................126 Tabela 4 - Nível de Capacidade Aeróbica do Avaliado, em função do sexo e idade..........................126 18. TESTE DE ANDAR E CORRER EM 12 MINUTOS (COOPER) .............................................................127 Tabela 5 - Nível de Capacidade Aeróbica - Teste de Andar/Correr 12 Minutos (Cooper)..................127 Tabela 6 - Teste de Nadar 12 Minutos - Distância (em metros) nadada em 12 minutos...................128 Tabela 7 - Teste de 12 Minutos de Bicicleta (bicicleta com 3 marchas) Distância (em km) percorrida em 12 minutos......................................................................................................................................128 19. TESTE DE RESISTÊNCIA GERAL (9 MINUTOS)..................................................................................128 20. TESTE DE CORRIDA DE BALKE - 15 MINUTOS..................................................................................129 21. TESTE DE CORRIDA DE RIBISL & KACHODORIAN...........................................................................129 22. TESTE AERÓBIO MÁXIMO DE CORRIDA DE VAI E VEM DE 20M.....................................................130 23. YOYO INTERMITENT ENDURANCE TEST .......................................................................................131 Tabela 11 - valores estimativos do vo2máximo de acordo com a velocidade e idade. ......................................133 Tabela 12 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste..............................................134 Tabela 13 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste..............................................135 24. TESTE DE CORRIDA DE 1.000 METROS .............................................................................................135 25. EQUAÇÕES GERAIS PARA DETERMINAR O VO2 MAX EM TESTES DE PISTA ................................136 26. PROTOCOLOS DE TESTAGEM UTILIZANDO ERGÔMETROS...........................................................137 TESTES DE BANCO.......................................................................................................................................137 27. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO BANCO......................................................................138 28. PROTOCOLO DE BANCO DE HARVARD.............................................................................................138 Tabela 14 - Índice de Aptidão do Banco de Harvard Forma Longa ...................................................138 Tabela 15 - Índice de Aptidão Banco de Harvard Forma Abreviada ..................................................139 29. PROTOCOLO DE BANCO DE KACTH & MCARDLE ...........................................................................139 30. PROTOCOLO DE BANCO DE ASTRAND .............................................................................................139 31. PROTOCOLO DE BANCO DE BALKE ..................................................................................................140 32. PROTOCOLO DE BANCO DE NAGLE ..................................................................................................140 33. TESTES ERGOMÉTRICOS.....................................................................................................................141 34. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO CICLOERGÔMETROS..............................................143 Tabela 16 - Conversões e Relações úteis ...........................................................................................144 35. FORMA DE ATUAÇÃO DOS AVALIADORES.......................................................................................146 36. PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS DURANTE UM TESTE DE ESFORÇO..........................146 Tabela 17A - Classificação Original (IPE) ou Escala de Borg .............................................................147 Tabela 17B - Nova classificação da Escala de Borg ...........................................................................147 Metodologia para mensuração da FC.......................................................................................................148 Tabela 18 - Classificação da Pressão Arterial .....................................................................................148 37. PROTOCOLOS SUBMÁXIMOS..............................................................................................................149 Tabela 19 - Fator de Correção da Idade de Astrand ...........................................................................150 38. PROTOCOLOS MÁXIMOS......................................................................................................................150 39. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO ESTEIRA ROLANTE.................................................152 Tabela 20 - Protocolo de Bruce ...........................................................................................................152 Tabela 21 - Protocolo de Balke...........................................................................................................153 Tabela 22 - Protocolo de Naughton .....................................................................................................154 Tabela 23 - Protocolo de Ellestad ........................................................................................................155 Tabela 24 - Protocolo de Dalke – Ware...............................................................................................155 Tabela 25 - Estimativa do Consumo Máximo de O2 relacionado a Resultados de Diversos Protocolos de Avaliação da Capacidade Aeróbica ................................................................................................155 Tabela 26 - Cálculo do VO2max Previsto em Relação à Idade, Sexo e Grau de Condicionamento Atual156 Tabela 27 - Equações Preditas para Estimar o VO2max (ml.kg-1.min-1) ................................................156 ÍNDICE - Cineantropometria PUCC Tabela 28 - Valores médios da capacidade funcional máxima cardiorespiratória em diferentes faixas etárias .................................................................................................................................................. 156 Tabela 29 - Classificação da Capacidade Aeróbica Baseada no Consumo Máximo de Oxigênio ... 157 (VO2 máx. ml.kg-1.min-1) Obtido........................................................................................................ 157 Tabela 30 - Fórmulas para cálculo da freqüência cardíaca máxima (FCM)....................................... 158 Tabela 31 - Nível de aptidão física do American Heart Association VO2max em ml.kg-1.min-1 ............ 159 Tabela 32 - Nível de Aptidão Física de Cooper VO2max em ml.kg-1.min-1 ........................................... 159 Capítulo X ..................................................................................................................................................... 161 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS .......................................................................................... 161 Tabela 33 - Custo Energético de Atividades de Caminhada .............................................................. 162 Tabela 34 - Custo Energético de Atividades de Corrida ..................................................................... 164 Tabela 35 - Custo Energético da Atividade de Trote .......................................................................... 165 Tabela 36 - Cálculo da Velocidade de Caminhada............................................................................. 165 Tabela 37 - Cálculo da Velocidade de Corrida ................................................................................... 166 Tabela 38 - Gasto de Energiaem Atividades Domésticas, Recreativas e Esportivas (em kcal/min) 168 Anexos.......................................................................................................................................................... 172 ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO EM REPOUSO ............................................................ 172 Gráfico 5 - índice metabólico basal como uma função da idade e do sexo. (Dados de Altman, P.L., e Dittmeer, D.S. Metabolism. Bethesda, MD, Federation of American Societies for Experimental Biology, 1968.) In: Nutrição, exercício e saúde. ............................................................................................... 174 Figura 1 - Nomograma para avaliação da superfície corporal a partir da estatura e da massa . Reproduzido de linical Spitometry,” conforme preparado por Boothby e Sandiford da Clínica Mayo, por cortesia de Warren E. Collins, Inc., Braintree, MA.) In: Nutrição, exercício e saúde. .................. 175 Figura 2 - Nomograma de Astrand...................................................................................................... 175 TABELAS REFERENTES AO CRESCIMENTO LONGITUDINAL DO CORPO....................................... 176 Tabela 1 - Valores Absoluto (cm) de Porcentagem da Maturação de Estatura em Escolares Brasileiros ............................................................................................................................................ 176 Tabela 2 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Peso Corporal em Escolares Brasileiros ............................................................................................................................................ 176 Tabela 3 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) e (X 7) em Escolares Brasileiros ...... 176 Tabela 4 - Valores Absoluto (cm) de Porcentagem da Maturação de Circunferência de Braço em Escolares Brasileiros ........................................................................................................................... 177 Tabela 5 - Valores Absoluto (m) e Porcentagem da Maturação de Circunferência de Perna em Escolares Brasileiros ........................................................................................................................... 177 Tabela 6 - Valores Absoluto (cm) e Porcentagem da Maturação de Diâmetro de Úmero em Escolares Brasileiros ............................................................................................................................................ 177 Tabela 7 - Valores Absolutos (cm) e Porcentagem da Maturação de Diâmetro de Fêmur em Escolares Brasileiros ........................................................................................................................... 178 PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 1 Introdução O futuro profissional de Educação Física deverá utilizar seus conhecimentos, entre outras atividades, na pesquisa em Educação Física, Treinamento Esportivo e Lazer, em academias, em clubes, escolas ou entidades patrocinadoras de diferentes modalidades desportivas, em órgãos governamentais que coordenam e supervisionam campeonatos ou eventos desportivos ou mesmo colaborando com outros profissionais de equipes multidisciplinares. A disciplina de Avaliação em Educação Física e Esporte, de acordo com a ementa, se propõe em desenvolver junto ao aluno de Educação Física, futuro profissional da Área de Humanas, a consciência crítica e ética, por meio do desenvolvimento do projeto de pesquisa específico na área da motricidade humana, a importância do conhecimento sobre uma série de aspectos relevantes para nossa atuação como profissionais da Área de Ciência do Esporte. CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO: A disciplina de Avaliação em Educação Física e Esporte utilizará os conhecimentos adquiridos de outras disciplinas como: Anatomia; Fisiologia; Crescimento e Desempenho Físico; Esforço na Atividade Física; Cineantropometria; Cinésiologia; Treinamento Esportivo Geral; Treinamento Esportivo Específico; Pesquisa I, entre outras e principalmente Pesquisa em Educação Física, Treinamento e Lazer II, ministrada concomitantemente com a disciplina Avaliação em Educação Física e Esporte, para a construção do conhecimento sobre às necessidades sociais. Acreditamos que a escolha do teste para cada situação específica deve obedecer aos princípios da reprodutibilidade e objetividade comprovada, sendo condição sine qua non para o sucesso da interpretação dos resultados. ASSIM, AO TÉRMINO DAS ATIVIDADES DA DISCIPLINA, O ALUNO DEVERÁ SER CAPAZ DE RECONHECER QUE OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS SÃO FERRAMENTAS QUE SERÃO UTILIZADAS PARA O SEU DESEMPENHO PROFISSIONAL, COMPREENSÃO DE OUTRAS DISCIPLINAS CORRELATAS E SER CAPAZ DE AUMENTAR O CONHECIMENTO ADQUIRIDO ATRAVÉS DE ATUALIZAÇÕES CONTINUADAS QUE SE FAZEM NECESSÁRIAS PARA UM BOM DESEMPENHO DA PROFISSÃO ESCOLHIDA. JUSTIFICATIVA Como esta disciplina se destina aos futuros profissionais que pretendem iniciar uma abordagem científica da Educação Física, vale lembrar que o conhecimento da área a ser investigada corresponde ao primeiro e fundamental passo. E quando falamos de conhecimento da área, não devemos entender apenas o conhecimento técnico científico, mas sua dimensão e relevância social. A consciência e a reflexão ampla dos problemas que envolvem uma área, por certo facilitarão o diagnóstico e a elaboração de perguntas mais adequadas sobre o mundo em que vivemos. E é aí, nesse ponto, que o futuro profissional de Educação Física deve exercitar uma das suas características básicas: a arte de saber observar analiticamente e não apenas ver ou enxergar. Neste aspecto ressaltamos alguns pontos importantes: • A Distância Avaliação-Realidade – problema que deveremos observar é a distância entre a avaliação e a realidade que o cerca; • Integração Campo-Laboratório – desenvolver atitude científica frente as maravilhas que acontecem no seu dia a dia de trabalho com a atividade física e esportiva; • A Busca do Tema de Avaliação – a busca do tema a ser investigado deve atender às prioridades das áreas de aprofundamento como: pedagógica; saúde e treinamento; • O caminho da Busca da Pesquisa – como deveremos responder a pergunta base, à hipótese estabelecida no objetivo do trabalho?; • As Etapas do Caminho da Busca da Verdade – essa procura poderá ser feita basicamente de acordo com o método estatístico utilizado: • O Método Quanto à Estatística – conforme a variável a ser medida e de acordo com à constituição da amostra podemos ter uma idéia, a priori, da distribuição dos seus resultados, portanto, o método estatístico deve ser adequado a distribuição dos resultados: o Teste de hipótese para amostras independentes - permite comparar os resultados encontrados em sua amostra com os resultados encontrados por outro grupo; o Teste de hipótese para amostras dependentes – caracteriza-se pela comparação de duas médias, pertencentes a uma mesma amostra, em um mesmo teste, realizados em momentos distintos: teste e reteste. PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 2 o Teste de Correlação – é uma técnica estatística utilizada para determinar o relacionamento entre duas ou mais variáveis • O Método Quanto ao Ambiente – atender ao binômio “material não sofisticado – técnicas não complexas”. Assim definida como ciência, a Avaliação em Educação Física Esporte, irá contribuir na formação do profissional de Educação Física, de modo que os conhecimentos de cada assunto ministrado deverão proporcionar ao aluno o desenvolvimentono trato com o conhecimento específico e aplicação do mesmo, sem, contudo perder a noção de que os modelos que se baseiam em sociedades em outro estágio de desenvolvimento tecnológico e que nem por isso garantiram para seus membros uma vida mais feliz. Por isso, urge que o desenvolvamos em nossa área uma tecnologia que atenda as nossas prioridades de Terceiro Mundo, estando sempre atentos contra o “cientificismo dos laboratórios de muitas máquinas e poucos neurônios”. Capítulo I INTRODUÇÃO Às MEDIDAS E AVALIAÇÃO 1. CONCEITOS Desde que o homem está sobre a terra uma luta contínua vem se desenvolvendo, a da vida contra a morte. Para manter a vida um critério natural de seleção instalou-se, comum a todas as espécies vivas - o da vitória do mais forte em prejuízo do mais fraco, garantindo desta forma a sobrevivência e a reprodução aos vitoriosos. Progressivamente de um modo empírico no início, para tornar-se científico, numa evolução constante com o correr dos séculos, procurou o homem aumentar seu período de vida, garantir sua vida, garantir sua aparência externa, e a atividade física transformou-se num dos meios fisiológicos mais válidos com tal finalidade, sendo hoje um dos mais eficientes métodos de combate ao envelhecimento precoce e a manutenção da saúde: Tais fatos são verdades, hoje, incontestáveis, bastando lembrar o conceito atual da doença hipocinética, isto é, do déficit de movimento. Se, contudo, pensarmos nestas situações propostas, alguns fatos se destacam de saída, sobrevivência do mais forte, prolongamento da vida, etc., envolvendo necessariamente um conceito de quantificação de grandezas que necessita ser comprovado por comparação, análise e tomada de medidas, dentro de certas bases. Paralelamente fazemos uma afirmação:- O exercício físico funciona como método de combate ao envelhecimento. Como comprovamos esta situação? A resposta óbvia será fornecida, para haver precisão na hipótese levantada, através do emprego de métodos de pesquisa e da quantificação, dentro de normas pré-determinadas: o método científico. Em Educação Física qual será o melhor ou os melhores fatores para obter o resultado anteriormente citado? Necessária se faz a experimentação de programas, o seu reajuste às necessidades de cada ser, a verificação cuidadosa dos dados obtidos em observações bem conduzidas. Surgem, pois, no raciocínio biológico, mesmo numa linha ainda primária, a noção de quantidade, medida, análise, avaliação e comprovação, por comparação, de fatos que se supõe sejam verdadeiros. Nasceu uma Biologia quantitativa - a BIOMETRIA, hoje englobada na CINEANTROPOMETRIA. De seu conceito de "medida da vida" ou, em um sentido mais elástico - medida dos fenômenos biológicos - podemos hoje dizer que a BIOMETRIA é o ramo da Biologia que estuda e mede os componentes biológicos e suas correlações. VANDERVAEL a define como sendo "a ciência que tem por objetivo a medida dos grupos humanos e de seus problemas, usando a matemática e a estatística". Já a cineantropometria foi apresentada pela primeira vez como uma especialidade emergente no Congresso Internacional das Ciências da Atividade Física, realizado em Montreal, em 1976, na tentativa de reunir em uma só disciplina, profissionais das áreas de biometria, antropologia, física, biologia e biotipologia (De Rose, 1981). “O termo cineantropometria é de origem grega sendo que KINES significa movimento, ANTHROPO significa homem e METRY medida. Seu conceito é o do uso da medida no estudo do tamanho, forma, proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, com o objetivo de ampliar a compreensão do comportamento humano em relação ao crescimento, à atividade física e ao estado nutricional” (De Rose, 1981). Em termos de Educação Física e de Desporto lidamos com numerosas valências, específicas ao aspecto físico, e outros comuns às demais áreas da educação. Hoje não se admite um desenvolvimento físico desacompanhado do desenvolvimento intelectual e vice-versa. Estando os 2 elementos altamente interligados nas estruturas psicológicas, sociais, etc., do indivíduo e da sociedade. O conceito de afastar o PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 3 incapaz, de selecionar o mais forte, perde seu sentido tornando-se necessário transformar o fraco em um forte e fazer, de ambos, elementos cada vez mais fortes e mais capazes. Como porém avaliar o que é débil e em que área está situada a debilidade? Como e com quem deverá ser comparado para que seja ele transformado num ser forte? Como traçar seu programa de recuperação e avaliar seu progresso? A resposta será fornecida pela utilização dos elementos que a Biometria nos coloca nas mãos - o uso de testes precisos e adequados, analisando corretamente os resultados obtidos e dando um perfeito emprego aos dados. 2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA As divisões históricas da Biometria apresentam uma característica eminentemente didática, de vez que a preocupação com o todo sempre existiu. Ao dizermos que o período de verificação da força começa por volta de 1880, estamos dando uma margem didática ou esquecendo-nos que ao usar, na Antigüidade Clássica, um novilho sobre os ombros para correr, visando aumentar a sua capacidade na medida que o animal aumentava de peso, MILON realizava uma avaliação de seu estado; ao colocarmos no Período que vai, em média até 1890 à época das medidas antropométricas estaríamos cometendo um erro se não fosse puramente didática a nossa catalogação, de vez que elementos como VALSAVA, por volta de 1707, já se preocupavam com a aptidão cardíaca e posteriormente ao ano de 1890, praticamente na metade do século XIX surge o trabalho de classificação biotipológica de SHELDON, e outras medidas estudadas e analisadas posteriormente, em atletas que participam dos Jogos Olímpicos, como se fez em Roma no ano de 1960, em Tóquio, no México, etc., sendo hoje ainda motivo de pesquisa. Podemos, para sistematizar nossos estudos, dizer que 9 são os períodos básicos da evolução biométrica: 1. Medidas Antropométricas .........................................................................................(1860-1890) 2. Medidas da Força .....................................................................................................(1880-1910) 3. Medidas Cardiovasculares .......................................................................................(1900-1925) 4. Medida da Habilidade Motora...................................................................................(1900-1920) 5. Medidas Sociais........................................................................................................(1920) 6. Medidas de Habilidade Esportiva Específica ...........................................................(1920) 7. Período da Avaliação................................................................................................(1920) 8. Medidas do Conhecimento .......................................................................................(1940) 9. Conceito de Aptidão Física.......................................................................................(1940) O termo Antropologia foi criado por QUETELET, entretanto desde a mais remota antigüidade o corpo era medido usando-se parte dele como unidade, entre os egípcios, por exemplo, empregava-se o dedo médio da mão como medida e algumas correlações eram traçadas e um braço media 8 dedos, um membro inferior, 10 dedos etc. Foi, entretanto, na Grécia Clássica que as medidas antropométricas iniciam sua fase áurea, trazidas a nós pelas estátuas dos atletas, comparáveis em beleza às dos deuses. HIPÓCRATES, cerca de 400 a.C., traça-nos a primeira classificação biotipológica, dividindo os indivíduos em físicos (esbranquiçados,em que predominava o comprimento) e os apopléticos (Vultosos, avermelhados). Entretanto, somente com estudos de LEONARDO DA VINCI e MICHELANGELLO, na Renascença, voltaria o assunto à tona. Bem mais tarde, na Inglaterra, MACLAREN desenvolveu suas técnicas de medidas, incluindo nelas as antropométricas. No Novo Mundo o movimento dos testes foi lançado por EDWARD HITCHCOK, na Universidade de Amherst, valorizando os dados de altura, peso, idade, envergadura, cintura, capacidade vital e alguns itens de força, procurando avaliar o progresso de seus alunos e, basicamente, definir um tipo físico ideal para o homem. O assunto foi levado ao Congresso de Educação Física, em 1885. Por volta de 1880 começam os estudos de SARGENT, em Harvard, usando mais de 40 medidas, incluindo-se alguns tipos de força, para PRESCREVER UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS INDIVIDUALIZADO aos alunos da sua Universidade e lançando o seu livro sobre este tema - "Manual de Testes e Medidas". Foi um dos pioneiros no campo dos testes de força, julgando ser a CAPACIDADE DE PERFORMANCE mais importante que o tamanho e a simetria preconizados por HITCHCOK. Ainda no campo das pesquisas antropométricas destacam-se os estudos de HASTING, sobre o crescimento humano, de McCLOY, os quadros de PRYOR, a carta de MEREDITH, os estudos de KRETSCHMER, VIOLA, etc. Entretanto, com SARGENT, começa a preocupação com os níveis de força. As verificações feitas por ele, junto com BRIGHAM, pesquisando força de braços, pernas, costas e preensão de mão (por meio da dinanometria), da capacidade vital (usando o espirômetro), marcam uma faixa de transição seguindo-se as pesquisas de outros autores - CAPEN, CHUI, BOVARD e COZENS, KELLOG - (que desenvolveu o dinamômetro universal, testando 25 grupos musculares), etc. Os trabalhos de RUDGERS, de 2925, sobre TESTES DE CAPACIDADE FÍSICA NA ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA, esquematizam os PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 4 índices de força e de Aptidão Física, com alto índice de correlação sendo um dos pioneiros no campo dos testes verdadeiramente científicos e utilizando-os com propósito classificatório. Entretanto, o próprio SARGENT já começa a se preocupar com um fato - os testes de força não mediam velocidade nem resistência. A este fato somava-se o conceito de SEAVER que "um homem grande, nem sempre é um homem de alta resistência". Estas opiniões, somadas à descoberta do ergógrafo, feita pelo italiano MOSSO, em 1884, ao lado dos progressos no campo da fisiologia do coração, conduzem para os testes de Avaliação Cárdio- Pulmonar. Surgem os primeiros trabalhos relativos à fadiga, a relação entre atividade muscular e circulatória e sua utilização em Educação Física. Por volta de 1890 surge o trabalho de classificação biotipológica de SHELDON, e outras medidas estudadas e analisadas posteriormente, em atletas que participam dos Jogos Olímpicos, como se fez em Roma no ano de 1960, em Tóquio, no México, etc., sendo hoje ainda motivo de pesquisa. Por ocasião da I Guerra Mundial, SCHNEIDER usa seu teste para medir a aptidão dos soldados que iam combater. Em 1931 aparece o teste de relação de pulso de TUTTLE, um dos melhores da época, não só usado para aferir aptidão como para detectar doença cardíaca. Em 1943 BROUHA descreveu o conhecido teste do banco (HARVARD). Posteriormente apareceram outros pesquisadores na área, até atingirmos a sofisticação dos testes atuais realizados em laboratórios altamente aparelhados, resultantes das pesquisas de SJOESTRAND, WAHLUND, VENERANDO, HOLLMANN, BALKE, ASTRAND, MARGARIA, TAYLOR e muitos outros. Entretanto, ainda em 1907, MEYLAN, na Universidade de Columbia, usando idéias de SARGENT datadas de 1880 a 1901, desenvolveu seu teste de Habilidade Motora, abrindo mais uma janela no campo das medidas, tentando graduar a habilidade de seus alunos, classificando-os para que pudessem participar de um programa supervisionado. Em 1913 a Associação Americana de Parques Infantis lança seu teste; em 1920 surgem os primeiros testes femininos, descritos por GARFIELD e BARNARD. Não estava, porém, tudo resolvido. Ainda na década de 1920 começam as preocupações com a interferência dos fatores como o caráter, a personalidade e as valências sociais na performance, sendo pioneiros os trabalhos de McCZOY, VAN BUSCKIRK e BLANCHARD. Aparece a biotipologia com PENDE. É ainda por volta de 1920 que começam os estudiosos a retomar os trabalhos, suspensos desde 1913, surgindo os testes de habilidade esportiva, com a divulgação do teste de BRACE, no Basket, seguindo-se outros, é nesta época, aproximadamente, que se preocupam os pesquisadores com os Testes de Conhecimento, que só viriam a ter tratamento científico a partir de SNELL-COL., na Universidade de Minnesota, embora antes deles, já por volta de 1989, tivesse sido publicado o trabalho de BLISS. Foi, entretanto, por volta da década de 1920, com a UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS ESTATÍSTICAS, que os testes vieram a ter um cunho científico, surgindo a avaliação e a análise. O pioneiro, neste campo, foi LAPORT. Pesquisou-se a validade de testes, sua confiabilidade, surgiram meios mais precisos de desenvolvimento de quadros e índices, aparece a técnica da pontuação T de McCALL e surge a figura de McCLOY revendo, entre outros, o teste de Habilidade Motora de BRUCE. Apareceram os estudos de COZENS, ROGERS, e em 1930 sai o número 1 da "Research Quarterly", visando divulgar e estimular trabalhos em moldes eminentemente científicos. Surgem as primeiras baterias de testes com BRACE. Entretanto a preocupação maior com a Aptidão Física desenvolveu-se a partir dos estudos de CURETON e BOOKWALTER, na época da II Guerra. Hoje, no mundo inteiro, mas com uma ênfase destacada nos Estados Unidos, o assunto é pesquisado, surgindo a resultante nos trabalhos do próprio CURETON, BALKE, HEBBELINCK, PLAS, VENERANDO, ASTRAND, etc. Todo o mundo volta-se, hoje, para o setor da pesquisa e da medida aplicada. 3. A BIOMETRIA NO BRASIL No Brasil o uso da Biometria já se faz notar no início do século. Fichas antropométricas são usadas no serviço médico do Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro, em 1917. Por volta de 1930 começa o curso da Escola de Educação Física do Exército. Na década de 1940 aparece o livro de Biometria de SETE RAMALHO, divulgando o seu modo de ministrar a disciplina naquela Escola; surge o livro de biotipologia de BERARDINELLI. Na Escola de Educação Física da antiga Universidade do Brasil aparecem as figuras de Peregrino Jr. e Armando Peregrino. O controle médico desportivo, usando testes simples, difunde-se nos Clubes, sobretudo em relação ao futebol. Por volta de 1969 cabe a Maurício José Leal Rocha criar, na Escola de Educação Física da UFRJ, o primeiro centro de Medida e Avaliação moderna, o LABOFISE, difundindo-se e aos outros centros o programa atual de pesquisas em bases mais científicas. O processo de renovação desta estrutura foi iniciado em 1971, ao introduzir os conceitos fundamentais da composição corporal, difundido a determinação do percentual de gordura estimado pela medida da dobra cutânea e o cálculo de peso ósseo, através de diâmetros ósseos. PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 5 Em virtude de não necessitar de equipamentos numerosos ou muito sofisticados, foram suas técnicas rapidamente assimiladas e implantadas em todo país. Já em 1978 o maior número de pesquisas apresentadas por autores brasileiros em jornadas e congressos eram oriundas desta área de conhecimento. É curioso notar que estes centros, erradamente, localizam-se em cadeiras de Fisiologia e não nas de Biometria, sendo a Medidae a Avaliação, ainda hoje consideradas, em muitas áreas, como matéria eminentemente fisiológica. Em 1974, surge na cidade de São Caetano do Sul o CELAFISCS (Centro de Aptidão Física de São Caetano do Sul), criado pelo Dr. VICTOR K. R. MATSUDO, sendo hoje o “número um” no país em termos de pesquisas realizadas e publicadas no Brasil e no exterior. Este centro se dedica ao estudo de crescimento e desenvolvimento, avaliação física de escolares e atletas de alto nível, detecção de talentos, além é claro do projeto de saúde pública (Exercício e Saúde). 4. PROPÓSITOS DO ESTUDO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO NUM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA Cabe-nos, a esta altura, uma indagação - Com que objetivo iremos estudar Medidas e Avaliação num curso de Educação Física? O que medir? Por que medir? Para que medir? NASH focaliza os objetivos básicos da Educação Física no desenvolvimento orgânico, no desenvolvimento neuromuscular, no desenvolvimento emocional; BROWNEZL e HOGMAN enfocam a aptidão física, as habilidades motoras e sociais, o conhecimento e o entendimento das coisas da vida e os hábitos, as atitudes e a apreciação da vida; WILLIAMS chama a atenção para os objetivos ligados ao desenvolvimento dos sistemas orgânicos, das habilidades neuromusculares, do interesse no jogo e na recreação e de meios padronizados de vida Sadia e adaptada ao ambiente; BUCHER ainda acrescenta o fator de desenvolvimento pessoal e social; MATSUDO entende que não levar em consideração o nível de maturação, não seria possível atingir nenhum dos objetivos citados acima, propondo portanto, um critério biológico de seleção, baseado em seis itens: 1. avaliação da aptidão física; 4. nível de maturação biológica; 2. comparação com critério padrão de referência; 5. nível nutricional. 3. localização na estratégia Z; 6. curva percentual de maturação funcional; Se em Educação Física iremos lidar com a mais perfeita das máquinas - o corpo humano, e com o mais precioso dos bens - o desenvolvimento físico e mental de uma criança, Medidas e Avaliação deverá ser utilizada com os seguintes objetivos: 1) avaliar o estado do aluno ao iniciar a programação; 2) detectar deficiências, permitindo uma orientação no sentido de superá-las; 3) auxiliar o indivíduo a situar-se em uma atividade física que o motive e onde possa desenvolver suas aptidões; 4) orientar, detectar e acompanhar a evolução dos problemas posturais, os desajustes psicológicos e sociais, transformando um fraco em um indivíduo normal e um normal num ser cada vez mais forte; 5) acompanhar o progresso de nossos alunos; 6) impedir que atividade física seja um fator de agressão rompendo o equilíbrio orgânico e desencadeando doenças; 7) selecionar elementos de alto níve1, para integrar equipe de competição; 8) estabelecer e reciclar o programa de trabalho; 9) desenvolver a pesquisa em Educação Física. 5. TENDÊNCIAS Vimos a história mostrar-nos uma evolução nos meios e na filosofia das medidas. Para onde estamos indo? O futuro depende basicamente do melhoria nos nossos conhecimentos, pesquisa, ênfase e atenção na filosofia de trabalho. Atravessamos uma época de alta sofisticação operacional, de automação e de maravilhas tecnológicas. Estamos diante de uma verdadeira explosão de conhecimentos, impondo-nos a especialização e mesmo sub-especializações. Aonde chegaremos na área de Medidas e Avaliação aplicada à atividade física? PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 6 As tendências mais previsíveis são: 1) Refinamento nos testes de habilidade; 2) Mais testes na área do conhecimento; 3) Maior e melhor utilização dos testes subjetivos; 4) Técnicas mais sofisticadas e uma transposição mais precisa para sua utilização no campo prático, sobretudo em nível escolar; 5) Uso de mais testes no diagnóstico, para determinar necessidades individuais; 6) Maior utilização de conhecimentos de Biomecânica, Bioquímica e na área dos registros elétricos; 7) Ênfase contínua aos testes cardiovasculares e de aptidão; 8) Destaque e avaliação da percepção motora e psicológica; 9) Ênfase na avaliação do professor; 10) Maior uso dos testes de capacidade, ênfase no setor da pesquisa da habilidade motora; 11) Medida da motivação; 12) Uso da avaliação de maturação biológica; 13) Técnicas de detecção de talentos esportivos. Torna-se necessário lembrar que a avaliação, objetivo da medida, é um problema dinâmico e contínuo. Todo o trabalho conduz à pesquisa e esta nos leva à novas técnicas de medida, aprimorando sempre o sistema. 6. TESTES Vimos a situação da Biometria, as tendências e as fases históricas dos testes. Quais, entretanto, as bases de nosso trabalho? Como aplicá-lo? Na filosofia das medidas teremos de ter em mente que lidamos com seres humanos, que devem ser integrados sadios para constituir uma sociedade sadia. Esta mesma sociedade irá ditar-nos as bases de nosso trabalho, dizendo-nos o que espera de nós. Hoje, admite-se que seja esperado do professor de Educação Física produzir indivíduos cada vez mais aptos, mais fortes e mais capazes física e intelectualmente. O produto, isto é, o estudante deve ter as características de uma pessoa fisicamente educada. BARROW destaca que o produto desejado "é o produto ideal - o critério de todas as práticas de Educação Física - critério estabelecido através de padrões derivados da avaliação e da formulação de objetivos". Estes objetivos poderão ser usados como um guia, nunca como um fim, de vez que o processo é eminentemente dinâmico. O professor deve saber o que ensinar ao aluno, como ensinar, com que finalidade e dentro de que intensidade, servindo-se dos métodos de Medidas e Avaliação para orientar este trabalho. O programa deve ser cada vez mais individualizado e tendo em vista responder às perguntas específicas:- O que medir? Por que medir? Para que medir? Todo o desenvolvimento do produto, isto é - do aluno/atleta - dependerá de 2 fatores: suas necessidades e um ponto de referência. Medir torna-se indispensável para planejar o processo, acompanhar sua evolução e avaliar o rendimento. Ter em mente, nesta avaliação, que aquilo que não pode ser medido pode ser julgado e os níveis e técnicas para realizar este julgamento implicam em numerosos aspectos qualitativos. Por outro lado só poderá educar bem quem se mantiver em dia com o avanço da ciência. O método de trabalho a ser utilizado na avaliação e na programação dependerá diretamente desta evolução científica. Além disto devemos ter em mente, de um modo contínuo, que a época da improvisação já está ultrapassada. Hoje só colhe frutos quem planeja bem, executa bem e recolhe dados precisos para sua análise e avaliação posterior. Modernamente o homem deve ser analisado em sua globalidade resultante que é de sua carga hereditária genética e das influências ambientais que sobre ele agem. A meta prioritária passou a ser a aptidão global, cujos fundamentos são analisados por YUHASZ, dentro do seguinte esquema (figura 1): Aptidão Global Base Base Genética Ambiental Física Intelectual Social Emocional Figura 1. Modelo do conceito de aptidão global. PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 7 Antes de iniciarmos a descrição das variáveis de aptidão física e suas técnicas de medida, devemos conhecer alguns pontos básicos para que este manual possa contribuir para que seu trabalho seja ainda mais produtivo. Devemos inicialmente ter em mente que antes de aplicarmos qualquer teste devemos responder às três perguntas básicas: 1. O que vai sermedido? 2. Por que vai ser medido? 3. Para que vai ser medido? Assim, devemos preliminarmente nos conscientizar do que se está querendo medir em termos de aptidão física, por que fazê-lo e com que propósito. A esta altura estão em movimento: teste, medida, avaliação, análise, pesquisa. Conceituemos tais fatos para uma linguagem comum. Teste: É uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento ou habilidade de uma pessoa. Estamos testando nosso conhecimento ao respondermos a um questionário previamente construído, a exemplo das provas realizadas em um vestibular, ou quando executamos um trabalho físico qualquer, visando obter uma resposta a uma indagação que nos fazemos: como está nossa força, por exemplo. Teste, portanto, é um instrumento, procedimento ou técnica usado para se obter uma informação. Essa informação pode ser na forma escrita, observação e performance. Medida: É uma técnica capaz de nos dar, através de processos precisos e objetivos, dados quantitativos que exprimam caracteristicamente, e em bases numéricas, as qualidades que desejamos situar. Qual é minha altura? Quanto obtive de índice na prova de línguas? Qual o meu QI? Qual o meu índice de força nos membros superiores? A minha velocidade de deslocamento? Portanto, medida é o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos resultados. As medidas devem ser precisas e objetivas. Podem ser coletadas de duas formas: formal (a pessoa sabe que irá ser testada) e, informal (a pessoa não sabe que irá ser testada). Avaliação: É o processo pelo qual, utilizando medidas, podemos subjetiva, e objetivamente exprimir e comparar critérios. Assim, por exemplo, ao iniciarmos um programa de treinamento e medirmos a situação em que se encontram nossos alunos, poderemos, posteriormente, após aplicar o nosso plano de trabalho, repetindo os testes iniciais, comparar os dados e julgar se estamos no caminho certo ou se necessitamos reformular, em parte ou no todo, o que vínhamos usando, sabendo se o resultado foi positivo ou negativo. Avaliação portanto, determina a importância ou o valor da informação coletada; classifica os testandos; reflete o progresso; indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos; indica se o sistema de ensino está sendo satisfatório, faz comparação com algum padrão (escalas, médias, desvios padrões, percentuais, etc.). Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional. No quadro 1 apresentamos um exemplo, caracterizando teste, medida e avaliação. Quadro 1. Caracterização dos termos teste, medida e avaliação. TESTE MEDIDA AVALIAÇÃO Impulsão Vertical com auxílio dos braços Pré Pós A (Márcio) 42 cm 47 cm Pré : A < B B (Paulo) 44 cm 46 cm Pós : A > B Vemos, pois, que a avaliação é uma parte do processo educacional, medida uma técnica de avaliação e teste um instrumento de medida, como nos lembra BARROW. Enquanto a medida nos dá informação quantitativa de um trabalho, a avaliação nos posiciona qualitativamente dentro dele. A avaliação é um processo que deve ser permanente para nos criar condições de, partindo de valores básicos, determinar a ação, características, desvios e toda a seqüência do processo. Na análise final a avaliação torna possível julgar a eficiência do método empregado em função do grupo e do indivíduo. BERTEUFFER e BREYRER estabeleceram um conceito - a medida focaliza um conhecimento ou habilidade específica de um momento e a avaliação é um processo dinâmico, uma mudança (preferentemente para melhor) em um período de tempo, fornecendo-nos bases preciosas de diferenças entre estes dois pontos. A medida e a avaliação são meios e fins, mas não uma finalidade básica em si mesma. PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 8 7. FILOSOFIA DAS MEDIDAS Assim, para analisarmos o nível de aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveis e neste manual descreveremos como podemos fazer isso dentro de uma filosofia de trabalho: 1. Material não sofisticado; 2. Técnicas não complexas; 3. Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos. No entanto, não devemos confundir a simplicidade dos testes como uma atitude simplista e assim chamamos a atenção de que os testes aqui mencionados tiveram sua validade, reprodutibilidade e/ou objetividade bem definidos. 8. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TESTES Os principais critérios da seleção de testes são: validade, reprodutibilidade e objetividade. Validade: É a determinação do grau em que o teste mede aquilo que se propõe medir. Exemplo: teste de 50 metros mede velocidade, pois independente do sexo ou faixa etária, o tempo conseguido está dentro da utilização da fonte imediata de energia. Determinação: • Comparação com testes de validade conhecida; • Definição a partir de opiniões de pessoas de reconhecido gabarito no assunto; • Por conhecimento teórico, fundamentados em literatura; • Através de análise com referência a “Critérios”. Reprodutibilidade: É o grau em que esperamos que os resultados sejam consistentes, quando examinados pelo mesmo avaliador, em diferentes dias, geralmente próximos entre si. - Grau de consistência dos resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se sempre os mesmos sujeitos. Determinação: Pode ser determinada aplicando-se o teste e, nas mesmas condições, o reteste, após um período determinado de tempo, que normalmente deve ser de 3 dias a uma semana, não devendo ultrapassar 15 dias, a não ser em casos especiais e de acordo com o objetivo do trabalho. Nesse espaço de tempo o aluno/atleta não deve modificar seus hábitos de vida. Calculamos o coeficiente de correlação, que deverá estar acima de 0,7 para que possamos considerar o teste como reprodutível. Objetividade: É o grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o teste é aplicado ou anotado simultaneamente por diferentes indivíduos nos mesmos alunos ou atletas, em diferentes dias, geralmente próximos entre si, não devendo ultrapassar 15 dias. Nesse espaço de tempo o aluno ou atleta não deve modificar seus hábitos de vida. - Grau de concordância dos resultados do teste entre os testadores. Determinação: Também é realizada através do cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, na maioria das vezes. Devemos lembrar que tanto a reprodutibilidade quanto a objetividade podem ser aumentadas quando os aplicadores são bem treinados. Safrit (1981) sugere a seguinte tabela (tabela 1.1): Tabela 1. Níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade para os conceitos excelente, bom, regular e fraco. NÍVEL VALIDADE REPRODUTIBILIDADE OBJETIVIDADE Excelente 0,80 - 1,00 0,90 - 1,00 0,95 - 1,00 Bom 0,70 - 0,79 0,80 - 0,89 0,85 - 0,94 Regular 0,50 - 0,69 0,60 - 0,79 0,70 - 0,84 Fraco 0,00 - 0,49 0,00 - 0,59 0,00 - 0,69 9. TIPOS DE AVALIAÇÃO Em geral, quando o termo avaliação é mencionado, pensa-se em administrar testes e atribuir graus aos indivíduos. Como será visto a seguir, a avaliação tem um papel mais amplo do que testar e atribuir graus. Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa. PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 9 Avaliação Diagnóstica: Nada mais é do que uma análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, ou da turma, em relação a uma determinada característica. Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa, ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu planejamento de atividades, tendo como
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