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Consultoria Empresarial

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Consultoria Empresarial
1. Contexto e Histórico da Consultoria 
 
Os primeiros profissionais na história da Consultoria Empresarial surgiram em decorrência dos cursos de Administração de Empresas que foram organizados nas universidades americanas nas últimas décadas do século XIX. Até 1930 surgiram as primeiras tentativas formais de estudar-se a atividade empresarial sob um ponto de vista acadêmico e científico. Frederick W. Taylor, engenheiro americano, apresenta os princípios da Administração Científica e o estudo da Administração como ciência. Paralelamente aos estudos de Taylor, o francês Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. A metodologia de Taylor era analisada por executivos europeus, uma vez que os adeptos da Administração Científica ignoraram a obra de Fayol até sua publicação nos EUA. Surgiram então duas correntes, Administração Científica e Administração Clássica. Enquanto Taylor estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção (abordagem científica), Fayol analisava a empresa privilegiando as tarefas da organização (abordagem clássica). 
 
O website Consultoriaempresarial.com.br ressalta que depois da crise da Bolsa de Nova York, em 1929, o mercado sentiu a necessidade de precaver-se contra futuras crises, buscando aconselhamento nas áreas financeira, estratégica e organizacional. Dos anos 1950 em diante, as consultorias expandiram as suas atividades nos Estados Unidos, Europa e, mais tarde, na Ásia e na América do Sul. Após a Segunda Guerra Mundial, inúmeras empresas de consultoria foram formadas, trazendo uma abordagem rigorosamente analítica ao estudo da gestão e da estratégia. Merecem destaque as atividades do Boston Consulting Group, McKinsey, AT Kearney, Booz Allen Hamilton e a Escola de Gestão de Harvard durante os anos 1960 e 70. Todos contribuíram com abordagens que iriam definir o novo campo da gestão estratégica, servindo de base para muitas empresas de consultoria criadas desde então. Em 1983, o alcance da 
 
 
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Escola de Gestão de Harvard junto à indústria continuou com a fundação do Monitor Group, por alguns professores. 
 
A onda inicial de crescimento no início dos anos 1980 foi estimulada pela demanda por consultorias estratégicas e organizacionais. Já nos anos 1990, o impulso passou tanto para a área da estratégia quanto para a de Tecnologia da Informação (TI). 
 
É bom salientar que durante os anos 1980, as grandes empresas de contabilidade entraram no segmento de consultoria de Tecnologia da informação. Empresas como Pricewater house Coopers; KPMG; Ernst & Young; Deloitte Touche Tohmatsu sempre haviam oferecido consultoria como complementação aos seus serviços tradicionais, mas a partir do final dos anos 1980 essas atividades ganharam uma importância crescente em relação ao mercado maduro de contabilidade e auditoria. Nos anos 1990 essas corporações haviam superado aqueles provedores de serviços com foco em estratégia e organização corporativa. 
 
Ainda segundo o 
website Consultoriaempresarial.com.br, a atividade de consultoria organizacional tem crescido velozmente, com as taxas de crescimento da indústria excedendo 20% entre 1980 e 2000. Como todo serviço empresarial, a área de consultoria apresenta comportamento cíclico ligado às condições gerais da Economia. Embora tenha encolhido entre 2001 e 2003, voltou a experimentar crescimento até as recentes dificuldades econômicas ocorridas em 2009. Desde então, de acordo com os consultores do site, o mercado tem-se mostrado estável. 
 
2. Conceitos 
 
Uma das dificuldades mais comuns quando se tenta definir CONSULTORIA é imaginar que o profissional desta área seja apenas um exportador de conhecimentos. Nada mais falso, porque os desafios empresariais estão aumentando e as empresas não precisam apenas de conhecimento, como acontecia no século passado. Esta pode ser ainda uma das variáveis que justificam as consultorias, mas atualmente as empresas, 
 
 
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mesmo que detenham conhecimentos, perdem o controle dos seus negócios, trabalham com margens mais comprimidas, experimentam competição intensa, lidam com alterações em leis e regulamentos, além de fragmentarem seus negócios ou apresentarem dificuldades de competir no ambiente virtual. 
 
Os autores Crocco e Guttmann (2008) ressaltam ainda outra dificuldade: não é raro que um agente externo ou funcionário recém-chegado agindo como auxiliar em um processo decisório, atuando como intermediador de demissões ou operando como um assistente técnico, seja confundido com um consultor, gerando desgastes e tornandose motivo de piadas. 
 
Esse quadro dificulta uma melhor visão quanto ao conceito mais apropriado de Consultoria Empresarial. Vamos destacar três possibilidades de definir CONSULTORIA, seguindo o rastro dos autores: 
 
a) Definição do Institute of Management Consultants (Inglaterra) O serviço prestado por uma pessoa ou grupo de pessoas, independentes e qualificados para a identificação e investigação de problemas que digam respeito a política, organização, procedimentos e métodos, de forma a recomendarem a ação adequada e proporcionarem auxílio na implementação dessas recomendações. 
 
b) Definição de Djalma Oliveira (2003) Consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, que assume a responsabilidade de auxiliar as pessoas nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação. 
 
c) Definição de Crocco e Guttmann (2008) Consultoria é um processo interativo, executado por uma ou mais pessoas, independentes e externas ao problema em análise, com o objetivo de fornecer aos executivos da empresa-cliente um ou mais conjuntos de opções de mudanças que 
 
 
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proporcionem a tomada de decisões mais adequadas ao atendimento das necessidades da organização. 
 
Do ponto de vista técnico, a definição do 
Institute of Management Consultants é irretocável. Em primeiro lugar, a independência caracteriza a imparcialidade que deve conduzir o consultor em suas atividades. A qualificação está atrelada a um conjunto de conhecimentos adquiridos com a experiência, o que pressupõe que ninguém pode se candidatar a ser consultor sem possuir informação acumulada, que se obtém com a experimentação. Política, organização, procedimentos e métodos são essencialmente as dimensões nas quais opera uma organização, vislumbradas em suas estratégias, táticas e operações. O ponto comum em todas as três definições é a característica de recomendação e auxílio, o que significa que aconselhar é a missão do consultor, não de decidir. 
 
Djalma Oliveira acrescenta o caráter “interativo”, que elimina a possibilidade de compreender que o consultor seja apenas um agente autoritário de transmissão de alternativas, o que a definição inglesa anterior pode fazer supor. Fundamentalmente, a maior contribuição de Oliveira é que ele vê o consultor como agente de mudanças, capaz de desenvolver atitudes e comportamentos para tornar as pessoas da organização proativas e colaborativas com todos os fatores do ambiente empresarial. Por último, Crocco e Guttmann tentam sintetizar as duas primeiras definições salientando que esta interatividade entre consultor e empresa contratante deve abrir a possibilidade para opções de mudanças a fim de uma tomada de decisão mais apropriada, tendo em vista a necessidade do cliente. Devemos sublinhar este último ponto, pois o consultor não deve criar novas necessidades, mas tentar enxergar além do que foi delineado pela empresa para contextualizar ou compreender melhor o ambiente de negócios.

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