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AULA 01 DIREITO CIVIL OBRiGACOES

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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES
3º SEMESTRE – NOITE – Turma A
Professor: David Duarte
e-mail: davidgfduarte@gmail.com
1
Bibliografia 
 VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil:obrigações e responsabilidade civil . 17.ed. São Paulo:Atlas, 2017.
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações. II Volume. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
VENOSA, Silvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
2
Obrigação
 É um vínculo jurídico que nos obriga a pagar alguma coisa, ou seja, a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
 As obrigações são, no geral, apreciáveis em dinheiro.
 É uma relação jurídica.
Tem caráter transitório .
O Código Civil não apresenta definição de obrigação.
Clóvis Beviláqua (1977) assim a define: “obrigação é a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, em regra economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nós essa ação ou omissão”.
3
Obrigação
 Washington de Barros Monteiro (1979) assim a define: “obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”. 
Silvio Venosa define como sendo: “relação jurídica transitória de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à outra (o credor).”
 O objeto da obrigação traduz-se numa atividade do devedor, em prol do credor. Essa atividade é a prestação.
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Direito obrigacional ou pessoal x Direito Real
 Direito real pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Segundo LAFAYETTE, direito real “é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha”. Os direitos reais têm como elementos essenciais: o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio.
Direito pessoal “é direito contra determinada pessoa”. O direito pessoal consiste num vínculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. 
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DISTINÇÕES QUANTO
DIREITOOBRIGACIONAL
DIREITOREAL
OBJETO
Exigem o cumprimento de determinada prestação
Incidem sobre uma coisa
SUJEITO
Determinado ou determinável
Indeterminado (são todas as pessoas do universo)*
TEMPO (DURAÇÃO)
Transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios
Perpétuos *(exceto nos casos previstos em lei:desapropriação, usucapião em favor de terceiro etc.)
FORMAÇÃO
Podem resultar da vontade das partes
só podem ser criados por lei
EXERCÍCIO
Exigem uma figura intermediária, que é o devedor
são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um sujeito passivo
AÇÃO
Pessoal (sujeitopassivo da relação jurídica)
contra quem quer que detenha a coisa
6
Obrigações propter rem 
Também denominadas obrigações reais, in rem ou ob rem
 Situam entre o direito pessoal e o direito real.
 Recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. 
Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. 
São obrigações que surgem atreladas a direitos reais, mas com eles não se confundem, em sua estruturação. Enquanto estes representam ius in re (direito sobre a coisa, ou na coisa), essas obrigações são concebidas como ius ad rem (direitos por causa da coisa, ou advindos da coisa).
É obrigado a prestar quem tiver um direito sobre certa coisa; mas esta não garante, em regra,o cumprimento da obrigação.
Caracterizam-se pela origem e transmissibilidade automática.
São as que estão a cargo de um sujeito, à medida que este é proprietário de uma coisa, ou titular de um direito real de uso e gozo dela.
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Obrigações propter rem 
Exemplos: 
1.na obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum (art. 1.315); 
2. na do condômino, no condomínio em edificações, de não alterar a fachada do prédio (art. 1.336, III); 
3. na obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e indenizar o descobridor (art. 1.234); 
4.na dos donos de imóveis confinantes, de concorrerem para as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios (art. 1.297, § 1º) ou de demarcação entre os prédios (art. 1.297); 
5. na obrigação de indenizar benfeitorias (art. 1.219)
6. podem decorrer da comunhão ou copropriedade, do direito de vizinhança, do usufruto, da servidão e da posse.
8
Obrigações propter rem 
O devedor está ligado ao vínculo não em razão de sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação em relação a um bem, do qual é proprietário ou possuidor, bem como o abandono da coisa*, por parte do devedor, libera a dívida, porque nesta hipótese o devedor despe-se da condição de proprietário ou possuidor. 
Outra característica importante é que a obrigação propter rem contraria a categoria regular de obrigações. Nestas, os sucessores a título particular não substituem o sucedido em seu passivo. Nas obrigações aqui tratadas, por exceção, o sucessor a título singular assume automaticamente as obrigações do sucedido, ainda que não saiba de sua existência.
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Obrigações propter rem 
“Condomínio - Despesas condominiais - Ação de cobrança - Inexistência de relação de consumo - Obrigação propter rem - Aplicação da multa de 5%, além de juros moratórios de 1% ao mês (conforme o disposto no estatuto social) e correção monetária, às cotas condominiais vencidas antes da vigência do Novo Código Civil, incidindo, para as dívidas inadimplidas posteriormente, multa de até 2% e juros moratórios de 1% ao mês (nos termos do art. 1.336, § I o, do Código Civil, que revogou o art. 12, § 3°, da Lei n° 4.591/64), além da atualização monetária, também a partir de cada vencimento - Necessidade - Recurso do requerido improvido e apelo da requerente provido” (TJSP - Ap. Cível 630.781-4/7, 28-4-2009,3* Câmara de Direito Privado - Rei. Beretta da Silveira). 
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Obrigações propter rem 
“Condomínio - Associação de condôminos - Cobrança das prestações vencidas dos réus associados à apelante - Cabimento - Obrigação propter rem configurada, pois, mesmo não se tratando de despesas condominiais, deve ser aplicado idêntico entendimento jurisprudencial relativo àquelas, estando as mensalidades vinculadas ao imóvel e não à pessoa do proprietário - Proibição da utilização das áreas de lazer e correlatas pelos associados inadimplentes - Admissibilidade, sob pena de incentivo à inadimplência - Limitação ao uso das instalações que não afronta a dignidade da pessoa humana nem expõe o devedor a situação vexatória, mesmo porque não se trata de infraestrutura essencial à sobrevivência digna, mas apenas um plus destinado a proporcionar entretenimento e distração aos condôminos - Dano moral não caracterizado, limitando-se a associação ao regular exercício de direito previsto na convenção - Recurso provido para julgar procedente a ação de cobrança e improcedente o pedido contraposto” (TJSP - Ap. Cível 531.035-4/1, 8-4-2009, 7* Câmara de Direito Privado - Rei. Natan Zelinschi de Arruda).
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Obrigações propter rem 
CONCURSO ADVOGADO – BNDES – CESGRANRIO – ANO: 2004
João Carlos, proprietário de um apartamento, não efetua o pagamento das prestações condominiais há pelo menos 3 (três) anos, o que já foi inclusive objeto de discussão em algumas Assembleias. No entanto, antes que o condomínio
praticasse qualquer ato relativo à cobrança das prestações em atraso, João alienou o imóvel a Maria Santos, sendo a escritura devidamente registrada no Registro Geral de Imóveis, para os devidos efeitos legais. Sabendo-se que, após um mês no apartamento, Maria foi citada em ação de cobrança proposta pelo condomínio, pode-se afirmar que:
A. a cobrança em face de Maria não é legítima, apesar de se configurar obrigação propter rem, pois todos os condôminos tinham ciência dos débitos antes da negociação do imóvel.
B. a inércia do condomínio enquanto João estava no imóvel operou a remissão da dívida.
C. a prestação condominial é uma obrigação propter rem, sendo legítima a cobrança.
D. João pode efetuar o pagamento extrajudicial, e entrar com ação de regresso contra Maria.
E. Maria não terá que pagar, pois o Código Civil de 2002 alterou a natureza da obrigação condominial, tornando a obrigação intuitu personae.
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Obrigações propter rem 
CONCURSO POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL - DF (PCDF/DF) 2004 – AGENTE PENITENCIÁRIO
BANCA: UFRJ - NÍVEL: MÉDIO
Eduardo emprestou mil reais para Vitor. A entrega da quantia ocorreu no dia 07 de julho de 2004. Convencionou-se o pagamento do empréstimo para o dia 07 de agosto de 2004. Pode-se dizer que Vitor tornou-se:
A. proprietário do dinheiro, a partir da data em que o recebeu;
B. depositário do dinheiro, a partir da data em que o recebeu;
C. comodatário do dinheiro, a partir da data em que o recebeu;
D. mero possuidor do dinheiro, a partir da data em que o recebeu;
E. mero detentor do dinheiro, a partir da data em que o recebeu.
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Obrigações propter rem 
CONCURSO ANALISTA MUNICIPAL - ÁREA SECRETÁRIO EXECUTIVO – ANO: 2004 – PREFEITURA DE BOA VISTA – RR - BANCA: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) - NÍVEL: SUPERIOR
QUESTÃO 
Julgue os seguintes itens a seguir.
O direito obrigacional atribui a alguém a faculdade de exigir de outra pessoa determinada prestação de cunho econômico, como, por exemplo, o direito de exigir o pagamento de uma nota promissória — -direito contra uma pessoa. O direito obrigacional pode nascer de um delito, de um contrato, da lei (impostos), de uma declaração unilateral de vontade e da responsabilidade civil.
C.Certo
E.Errado
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Obrigações propter rem 
CONCURSO ANALISTA MUNICIPAL - ÁREA SECRETÁRIO EXECUTIVO – ANO: 2004 – PREFEITURA DE BOA VISTA – RR - BANCA: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) - NÍVEL: SUPERIOR
QUESTÃO 
Julgue os seguintes itens a seguir.
O direito obrigacional atribui a alguém a faculdade de exigir de outra pessoa determinada prestação de cunho econômico, como, por exemplo, o direito de exigir o pagamento de uma nota promissória — -direito contra uma pessoa. O direito obrigacional pode nascer de um delito, de um contrato, da lei (impostos), de uma declaração unilateral de vontade e da responsabilidade civil.
C.Certo
E.Errado
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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO
FONTES DA OBRIGAÇÃO
DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
 O direito das obrigações procura resguardar o
direito do credor que resultou diretamente de
um negócio jurídico contra o devedor.
 Direito das obrigações dá o suporte econômico
para a sociedade, porque é por meio dele que
circulam os bens e as riquezas.
Obrigação: É o vínculo jurídico eu confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. (Carlos Roberto Gonçalves)
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS OBRIGAÇÕES
 SUBJETIVO: Sujeito ativo ou credor e Sujeito passivo ou devedor.
 OBJETIVO OU MATERIAL: Atinente ao objeto, também chamado de prestação.
VÍNCULO JURÍDICO: Elemento imaterial (abstrato ou espiritual) que compõe-se de dois elementos: débito e responsabilidade
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FONTES DA OBRIGAÇÃO
1 – Contratos: Através dos contratos as partes assumem obrigações (ex: compra e venda, onde o comprador se obriga a pagar o preço e o vendedor se obriga a entregar a coisa). 
2 – Atos unilaterais: Art. 854 e 886, com destaque para a promessa de recompensa (ex: perdi meu cachorro e pago cem a quem encontrá-lo, obrigando-me perante qualquer pessoa que cumpra a tarefa). 
3 – Atos ilícitos: art. 186 e 187 do CC e a obrigação de indenizar (responsabilidade civil), nos arts. 927 e ss.
No primeiro caso, a lei atua como fonte imediata, direta, da obrigação; nos demais, como fonte mediata ou indireta.
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DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE
O cumprimento da prestação resulta no cumprimento da obrigação que se extingue. Não cumprida, nasce a responsabilidade, que tem como garantia o patrimônio geral do devedor.
A responsabilidade é a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional.
A relação obrigacional tem por fim precípuo a prestação devida e, secundariamente, a sujeição do patrimônio do devedor que não a satisfaz.
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