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FACE – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA I Prof. Paulo Augusto P. de Britto AN 12 ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO Até aqui o instrumental apresentado serviu para revelar a folga financeira da empresa: o CCL > 0 indica folga financeira. Se houver recursos de longo prazo financiando contas circulantes de curto prazo, então se diz que a empresa está em situação aparentemente equilibrada. Contudo, existem valores do circulante que se renovam continuamente em decorrência do comportamento cíclico da atividade e, portanto, devem ser financiados com recursos permanentes. A empresa deve manter nível de investimento de longo prazo e financiamentos contínuos e inerentes à atividade da empresa, sob pena de ter de interromper sua atividade. CONTAS CÍCLICAS DO GIRO Classificação dos Valores Circulantes o Elementos Cíclicos: são os diretamente vinculados ao ciclo operacional. Sofrem efeitos de alterações na atividade (produção e vendas) ou nos prazos operacionais o Elementos Financeiros: todos os valores circulantes não caracterizados como cíclicos. Principais contas dos grupos cíclicos e financeiros (Empresa do segmento não financeiro) INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA Estudo das decisões tomadas com relação ao capital de giro e seu equilíbrio. Definimos por Necessidade de Investimento em Giro de uma empresa o montante de recursos necessários para financiar o giro depois de assegurados passivos cíclicos. Formalmente, NIG = Ativo Cíclico – Passivo Cíclico AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA Idealmente, o NIG deve ser financiado com recursos permanentes, pois é composto por valores circulantes com características de permanente. Passa pela comparação entre o CCL e o NIG. Se as disponibilidades de recursos medida pelo CCL for superior ao NIG, então a empresa estará em situação de segurança financeira. A diferença entre disponibilidades e necessidade – o excesso de recursos – consiste do saldo disponível, SD: SD = Ativo Financeiro – Passivo Financeiro o SD > 0 consiste da margem de segurança financeira. Dada a NIG, define-se a Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP): NTFP = NIG + Ativo Permanente + RLP NTFP = NIG + Ativo Não Circulante o montante de recursos de longo prazo, o passivo permanente, necessário para financiar a atividade da empresa. Quando o passivo permanente superar a necessidade total de financiamento permanente, a diferença estará no saldo disponível: SD = Passivo Permanente – NTFP ILUSTRAÇÕES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA CCL > NIG CCL < NIG Obs: No exemplo do Livro, o RLP = 0. Alternativamente, pode-se admitir que o Ativo Permanente (Não Cíclico) consiste do Ativo Não-Circulante. ILUSTRAÇÕES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA Baixo Risco: CCL > 0 e CCL > NIG Obs: No exemplo do Livro, o RLP = 0. Alternativamente, pode-se admitir que o Ativo Permanente consiste do Ativo Não-Circulante. ILUSTRAÇÕES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA Risco Médio: CCL > 0 e CCL < NIG Obs: No exemplo do Livro, o RLP = 0. Alternativamente, pode-se admitir que o Ativo Permanente consiste do Ativo Não-Circulante. ILUSTRAÇÕES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA Alto Risco: CCL < 0 Obs: No exemplo do Livro, o RLP = 0. Alternativamente, pode-se admitir que o Ativo Permanente consiste do Ativo Não-Circulante. EBITDA EBITDA ~LAJIDA o Lucro antes dos Juros, Impostos (sobre lucros), depreciação/exaustão e amortização. Representa o lucro especificamente gerado pelos ativos operacionais: o antes de considerar depreciação, exaustão e amortização. o antes de incidência dos impostos sobre lucro (IR e CSLL). o exclui despesas e receitas financeiras. Revela a genuína capacidade operacional de geração de caixa o Indica sua eficiência financeira determinada pelas estratégias operacionais o Independente da forma como o negócio é financiado Interpretada como um indicador do potencial de geração de caixa proveniente de ativos operacionais. o Quanto maior o índice: mais eficiente é a formação de caixa proveniente das operações (ativos). melhor é a capacidade de pagamento aos proprietários de capital e investimentos. Ilustração Receita Líquida de Vendas $ 17.000 (–) Custo das Mercadorias Vendidas (9.000) Lucro Bruto $ 8.000 (–) Despesas de Vendas (800) (–) Despesas Gerais e Administrativas (1.200) (–) Despesas de Depreciação (1.000) Lucro Operacional antes do IR e CS $ 5.000 (–) Despesas Financeiras Líquidas (900) Lucro antes do IR e CS $ 4.100 (–) Imposto de Renda e Contribuição Social 1.400 Lucro Líquido $ 2.700 Cálculo do EBITDA Lucro antes do IR e CS $ 4.100 (+) Despesas Financeiras 900 (+) Despesas de Depreciação 1.000 EBITDA $ 6.000 Margem EBITDA Evidencia a capacidade da empresa em gerar resultados comparativamente à Receita Líquida de Vendas EBITDA Margem EBITDA = Receita Líquida de Vendas X 100 Mede quanto vai para o Lucro operacional antes do IR e CS de cada real de Vendas líquidas. o Exemplo: Margem EBITDA = 6.000/17.000 = 0,35 De cada R$ 1 de Receita Líquida de Vendas, 35 centavos vão para o Lucro Op. Antes do IR e CS. EBITDA e a necessidade de reinvestimento Uma empresa pode apresentar alta formação de caixa (EBITDA elevado) e, ao mesmo tempo, enfrentar dificuldades em pagar juros aos seus credores. Tal situação ocorre quando há elevada necessidade de reinvestimento. Necessidades de reinvestimento referem-se a todos os gastos de capital da empresa, principalmente em máquinas, equipamentos, edificações, desenvolvimento de produtos, etc. incluem também as necessidades adicionais de capital de giro. EBITDA como Indicador de capacidade de pagamento dos juros EBITDA - Necessidade de Reinvestimento Cobertura de Juros pelo EBITDA = Despesas Financeiras No exemplo: Supondo necessidade de reinvestimento de R$ 5.200, tem-se: o (6.000 – 5.200)/900 = 0,89, o saldo de caixa não cobre os juros. o há 89 centavos para cada Real de juros devido. Se a necessidade de reinvestimento for de R$ 4.950, tem-se: o (6.000 – 4.950) / 900 = 1,17, o saldo de caixa cobre os juros. o há 1,17 centavos para cada Real de juros devido.
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