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crimes contra a liberdade individual

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A liberdade individual consiste em fazer o que quiser; em não se sentir ameaçado; em ter sua residência, suas correspondências e seus segredos respeitadas.
São crimes contra a liberdade individual:
1) art. 146 – constrangimento ilegal, que fere a liberdade pessoal da vítima, que se vê obrigada a fazer o que a lei não manda ou a não fazer o que a lei permite. 
Ver artigo 5º, II, CF.
O crime é praticado por qualquer meio apto a reduzir a capacidade de resistência da vítima, como, por exemplo, a violência e a grave ameaça. É crime comissivo, comum, unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa.
A vítima pode ser qualquer pessoa, desde que tenha capacidade de determinação e de entender o caráter intimidatório da conduta do sujeito ativo.
Se a pretensão do agente é legítima, o crime é o exercício arbitrário das próprias razões. Se a intenção do agente, ao constranger a vítima através de violência ou grave ameaça, é obter vantagem econômica, o crime é extorsão – art. 158. Se a conduta for para forçar a vítima a confessar um crime, é tortura – art. 1º, I, a, da lei 9.455/97. Se o agente quer praticar ato libidinoso com a vítima, é estupro – art. 213. Se a intenção é forçar o consumidor a pagar dívida, é o art. 71 do CDC. 
O crime é material, pois se consuma quando a vítima, coagida, faz o que o sujeito ativo quer. 
A pena é maior se o crime for praticado por 4 pessoas ou mais, ou se for utilizada armas (o STJ entende que arma de brinquedo não qualifica o crime).
Se o meio de execução for lesão corporal, o sujeito ativo também recebe a pena desse crime. 
Excludente de tipicidade: ver artigo 146, §3º.
Ação penal pública incondicionada. 
Ameaça.
Tutela a tranquilidade da vítima. A ameaça deve ser verossímil e pode ser direta (promessa de praticar um mal injusto e grave contra a própria), indireta (praticar mal contra terceira pessoa), explícita ou implícita. Crime comum, comissivo, unissubjetivo, formal (se consuma quando a vítima toma ciência do teor da ameaça, independentemente de sofrer efetiva intimidação), admite tentativa. 
Ação penal pública condicionada. 
Sequestro e cárcere privado
Tutela a liberdade de locomoção.
A privação da liberdade da vítima pode ocorrer por qualquer meio – violência, grave ameaça, sonífero etc. Pode ser por deslocamento (levar a vítima para o local) ou retenção (não deixar a vítima sair do local onde já está). Crime comum, material e permanente (ver art. 111, III, do CP), admite tentativa. Há formas qualificadas. Na forma qualificada pelo elemento subjetivo – fins libidinosos, o crime é formal. 
O consentimento da vítima exclui o crime. 
Se o sequestro visa pedir resgate, é outro crime: extorsão mediante sequestro – art. 159.
art. 149 - Redução a condição análoga à de escravo. 
Tutela a liberdade individual em todas as suas manifestações.
Crime de ação vinculada, pois só pode ser praticado nas formas descritas na lei. Se a vítima sofrer qualquer lesão, o sujeito ativo também recebe a pena dessa lesão. Crime comum, se consuma quando a vítima se vê numa situação parecida com a dos escravos, ou seja, quando há uma completa submissão da vítima ao agente – crime material e permanente. Admite tentativa.
5) Art. 150 - Violação de domicílio
Art. 5º, XI, CF: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”.
Verbos: entrar (crime instantâneo) ou permanecer (crime permanente). Em ambos os casos há a discordância do morador ou responsável legal. Se um morador permitir e outro não permitir a entrada ou permanência, estando eles em igualdade de condições, prevalece a negativa, portanto, há crime.
Meios de execução: clandestinidade (às escondidas), ou com o emprego de astúcia (fraude) ou contra a vontade expressa ou tácita do morador. 
Classificação crime doloso, comum, de mera conduta (a lei não prevê resultado naturalístico), plurissubsistente, admite tentativa, unissubjetivo.
Formas qualificadas: o fato ocorre à noite, ou em lugar ermo ou com emprego de arma ou com violência à pessoa ou contra a coisa (se houver lesões corporais aplica-se a regra do concurso material de crimes) ou concurso de pessoas (desde que todos estejam no local, não precisa que todos invadam). 
Causa de aumento de pena: se o fato é praticado por funcionário público.
Aplica-se o princípio da consunção se a violação de domicílio for crime meio para a prática de outro crime, por exemplo, um furto. 
Exclui a ilicitude por agir, o agente, em exercício regular de um direito, quando invade a casa alheia sem o consentimento do morador para salvar alguém de perigo iminente ou em caso de desastre ou para prender outrem em flagrante. Se quem invade o domicílio é policial ou agente para prender alguém em flagrante, configura o estrito cumprimento de um dever legal, bem como se o funcionário público está cumprindo uma ordem judicial, desde que cumpra a diligência durante o dia. 
6) Art. 151 - VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Se a carta fechada por enviada através dos Correios, se aplica o princípio da especialidade e o crime é o art. 40 da Lei 6.538/78: “Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem: pena – detenção, até 6 meses, ou pagamento não excedente a 20 dias multa.”
Se não for utilizado o serviço postal, é o artigo 151 do CP.
Da mesma forma deve ser interpretado o art. 151, §1º, do CP em comparação com o art. 40, §1º, da lei 6.538/78.
Quando se fala de email, a violação é tipificada pela 9.296/96, artigo 10: “constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.”
Elemento normativo do tipo : indevidamente. Se houver justa causa para a violação, a conduta é atípica. 
Devassar significa violar, desvelar o conteúdo. A consumação coincide com o acesso ao conteúdo da correspondência fechada. Estando a carta em branco ou em língua desconhecida, o fato é atípico. 
Crime comum, de mera conduta, de dano, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa. 
Forma equiparada: § 1º. No código penal (sem a utilização dos serviços postais) a consumação se dá com a efetiva destruição ou sonegação – crime material, mas na lei dos serviços postais, o crime é formal, pois a consumação se dá com o apossamento da correspondência postal. 
Inciso II – só conversa telefônica pode ser objeto de interceptação – art. 5, XII, CF. Esse tipo de intercepção é regulado pela lei 9.296/96. Feita a interceptação, se uma das autoridades divulgar o conteúdo, o crime é o art. 10 da lei 9.296/96. Se quem divulga é funcionário do serviço postal, é o art. 43 da lei 6538/78. Assim, a qualificadora do parágrafo terceiro está revogada. 
Divulgar e transmitir – crime material, pois se consuma quando terceiros tomam ciência do conteúdo. Utilizar – mera conduta. 
Crime comum e se resultar dano, a forma é agravada. 
Inciso III: impedir (interrompe o fluxo – não toma conhecimento, nem divulga). Se o agente for funcionário, incide a qualificadora do art. 43 da lei 6.538/78. A lei 10.793/93 permite a instalação de bloqueadores nos estabelecimentos prisionais.
Inciso IV – revogado pelo art. 70 da lei 4.117/62.
Art. 152 – Correspondência Comercial
Tipo misto alternativo: desvia (dá rumo diverso), sonega (se apropria e esconde), subtrai ou suprime (destrói) correspondência comercial. É crime próprio, pois é praticado por sócio ou empregado da empresa; unissubjetivo, comissivo, plurissubsistente, admite tentativa, material e instantâneo. 
Art. 153 – Divulgação de segredo
Tutela o sigilo em relação aos fatos da vida.
Divulgar = dar conhecimento do conteúdo a número elevado e indeterminado de pessoas. 
Objeto material = documento particular ou correspondênciasigilosa. A divulgação do segredo tem que ser apta a causar algum dano material ou moral a outrem. 
Elemento normativo = sem justa causa. 
Crime próprio (destinatário ou detentor do documento ou correspondência), formal (se consuma com a divulgação, independente da produção de qualquer dano), admite tentativa, comissivo, unissubjetivo. 
Há forma qualificada – norma penal em branco. 
Ação penal – se causar prejuízo à Administração Pública, a ação passa a ser pública incondicionada. 
Violação de segredo profissional
Tutela o sigilo profissional.
Basta que o segredo seja contado a uma só pessoa, desde que possa causar dano a alguém. Crime próprio, formal (se consuma mesmo se não causar prejuízo), unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa.

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