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HOFFMANN Avaliação Mito e Desafio

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Avaliação de Jussara Hoffmann
Capítulo 1 avaliação e construção do conhecimento
A contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores e, principalmente, classificatória e autoritária, exercida pela maioria, encontra explicação na concepção de avaliação do educador , reflexo de sua história de vida como aluno e professor. Nós viemos sofrendo avaliação em nossa trajetória de alunos e professores é necessária a tomada de consciência dessas influências para que a nossa prática avaliativa não reproduza, inconscientemente, arbitrariedade e o autoritarismo que contestamos pelo discurso. Temos de desvelar contradições e equívocos teóricos dessa prática construindo um "ressignificado" para a avaliação e desmitificando a fantasmas de um passado ainda muito em voga. 12
O fenômeno avaliação é, hoje, um fenômeno indefinido. Professores e alunos que usam o termo atribuem-lhe diferentes significados, relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prática avaliativa tradicional: Prova, conceito, boletim, recuperação, reprovação.
Os educadores percebem a ação de Educar e a ação de avaliar como dois momentos distintos e não relacionados. 
A avaliação é essencial a educação. Inerente é indissociável enquanto Concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre ação.
Um professor que não avalia constantemente a ação Educativa, no sentido indagativo, investigativo, do termo, instala sua docência em verdades Absolutas, pré moldadas e terminais.
A avaliação e a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento.
Exercendo-se a avaliação como uma função classificatória e burocrática, percebe-se um princípio Claro de descontinuidade, de segmentação, de parcelarização do conhecimento. Registros de resultados bimestrais, trimestrais ou semestrais estabelecem uma rotina de tarefas e provas periódicas desvinculadas de sua razão de ser no processo de construção do conhecimento. O grau, nota, conceito, são conferidos ao alunos sem interpretação ou questionamento quanto ao seu significado e poder. Essas sentenças periódicas, terminais, obstaculizam na escola a compreensão do erro construtivo e de sua dimensão na busca de verdades. Impedem que professores de alunos Estabeleça uma relação de interação partir da reflexão conjunta, do questionamento, sobre formuladas pelo educando em sua descoberta do mundo. Resulta daí, da mesma forma, uma relação de antagonismo que leva a sofrido os episódios de avaliação.
Não é tarefa simples. A avaliação, na perspectiva de construção do conhecimento, parte de duas premissas básicas: Confiança na possibilidade de os educandos construírem suas próprias verdades e valorização de suas manifestações e interesses.
Avaliar e dinamizar oportunidades de ação reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o aluno a novas questões a partir de respostas formuladas.
_______________________
Uma prática avaliativa coerente com essa perspectiva exige do professor o aprofundamento em teorias do conhecimento ponto Exige uma visão , ao mesmo tempo , Ampla e detalhada de sua disciplina. 
A ação avaliativa abrange Justamente a compreensão do processo de cognição. Porquê o que interessa fundamentalmente ao educador é dinamizar oportunidades de o aluno refletir sobre o mundo e de conduzi-lo a construção de um maior número de verdades, numa espiral necessária de formulação e reformulação de hipóteses.
A medida em que a variação ação avaliativa exerce uma função dialógica e interativa, ela promove Os seres moral e intelectualmente , tornando-os críticos e participativos , inseridos no seu contexto social e político.
Questionar-se e questionar é premissa básica de uma perspectiva construtivista de avaliação. Nova linha
É necessário desestabilizar práticas rotineiras e automatizadas a partir de uma tomada de consciência coletiva sobre o significado dessa prática.
O tema avaliação configura-se gradativamente mais problemático na educação a medida em que se amplia a contradição entre o discurso e a prática dos educadores. 
Compreender e reconduzir a avaliação numa perspectiva construtivista e Libertadora exige uma ação consensual nas escolas e universidades no sentido de revisão do significado político das exigências burocráticas dos sistemas municipais, estaduais e Federal de Educação.
As discussões de educadores e educandos em relação à avaliação demonstram uma visão reducionista dessa prática parecem conceber a ação avaliativa como um procedimento que se resume a um momento Definido do processo educativo, ocorrido a intervalos estabelecidos e exigidos burocraticamente. Ou seja, reduzem a avaliação uma prática de registro de resultados acerca do desempenho do aluno em um determinado período do ano letivo.
Mascara-se, nos estudos sobre avaliação, a questão do controle permanente exercido sobre o educando no intuito de chegar a demonstrar determinados comportamentos definidos como ideais por um professor. Privilegiando-se a problemática dos critérios de correção e de atribuição de notas e conceitos , resume-se , igualmente , a discussão sobre avaliação a questão de aprovação , reprovação. Esse propósito reforça autoritarismo inerente a tal ação pelo seu cunho sentencivo. Manifestações de agrado e desagrado dos Professores, expressões do tipo abre aspas não faça assim fecha aspas ou abre aspas não faça isso fecha aspas, retificações diárias nos trabalhos dos alunos corre o risco de não serem incluídos no rol das ações avaliativas em discussão, por que não fazem parte de um procedimento terminal.
A prática avaliativa Concebida como o julgamento de resultados predeterminados baseia-se Na Autoridade e respeito unilaterais - do professor. Impõe-se ao aluno imperativos categóricos que limitam o desenvolvimento de sua autonomia moral e intelectual.
O grande perigo e a inconsciência dos educadores quanto a Tais ações do cotidiano, coercitivas e controladoras, eminentemente avaliativas e que como tal não vem sendo analisadas. Para que se reconstrua o significado da ação avaliativa de acompanhamento permanente do desenvolvimento do educando é necessário revitalizá-la no dinamismo que encerra de ação, reflexão, ação. Ou seja, concebê-la como indissociável da Educação, observadora e investigativa no sentido de favorecer e ampliar as possibilidades próprias do educando.
O autoritarismo da avaliação emerge, do próprio planejamento do ensino que se efetiva sem a reflexão necessária sobre o significado das propostas pedagógicas desenvolvidas.
___________________________________
- o termo conceito assume , na escola , significado de medida
- a medida assume muitas vezes papel absoluto nas decisões de eliminação
- o teste é entendido como instrumento de constatação e mensuração e não de investigação
A compreensão de muitos professores é de que “tudo pode ser medido”, sem se dar conta de que muitas notas são atribuídas aos alunos arbitrariamente ou seja, por critérios individuais , vagos e confusos , ou preciso de mais para determinadas situações.
Arbitrariedade na atribuição de graus e conceitos, muitas vezes, acontece por metro dos impressionistas e por comparação. Na atribuição de uma nota/conceito por comprometimento a um determinado aluno, como procede o professor? Utiliza-se, geralmente, das escalas padrões (0 a 10) a conceitos escalonados ivalice de sua impressão geral a respeito do aluno para atribuir-lhe nota 9 ponto, por exemplo. Outro procedimento rotineiro é o de adição ou subtração de pontos por atitude, também arbitrariamente.
Acrescenta-se ainda o grande perigo das notas atribuídas por métodos comparativos: O aluno ideal é o aluno nota 10, os demais recebem notas conforme forem piores ou melhores do que ele.
Os conceitos, na maioria das vezes, são decodificações de escalas numéricas que permaneceram ouvoltaram a existir.
Embora a discussão sobre aspas expressão dos resultados aspas do aluno seja muito mais séria do que se definir por nota ou conceito, acredito que a adoção de conceitos significa uma maior amplitude em termos de representação. Pela própria complexidade da tarefa avaliativa, o uso os conceitos Evita o estigma da precisão e a arbitrariedade decorrente do uso abusivo das notas.
Os educadores aceitam e reforçam o velho e abusivo uso das notas , sem percebê-lo como um mecanismo privilegiado de competição e seleção nas escolas . ingenuamente ou arbitrariamente, obstaculizam o projeto de vida de crianças e adolescentes com base em décimos e centésimos.
Como educadores, não podemos fugir A Questão: Porquê? Dar notas, por quê? A que propósito servimos com Tais procedimentos , cometendo determinados equívocos?
A medida , em educação , deve resguardar o significado de um indicador de acertos e erros . esse indicador passa a adquirir sentido a partir da interpretação pelo professor do que ele verdadeiramente representa quanto a produção de conhecimento pelo aluno. A quantificação não é absolutamente indispensável e muito menos essencial avaliação. Consiste em uma ferramenta de trabalho, útil, somente, se assim for compreendida.
Conceber e nomear o aspas fazer testes aspas , aspas dar notas aspas, por avaliação é uma atitude simplista e ingênua! Significa reduzir o processo avaliativo , de acompanhamento e ação com base na reflexão , a parcos instrumentos auxiliares deste processo, como se nomeássemos por bisturi um procedimento cirúrgico.
A intenção da realização de testes pelo professor é constatação de resultados. Isto é, aplicam testes para aspas verificar se o aluno aprendeu aspas, aspas medir conhecimento aspas, aspas ver se ele sabe ou não este conteúdo aspas.
Leonardo sobre o teste em educação
O seu significado não se resume a sua aplicação , ao seu resultado, mas a utilização como fundamento para nossa ação Educativa. É um procedimento investigativo, como ponto de partida para o aspas ir Além aspas no acompanhamento do processo de construção do conhecimento.
Toda e qualquer tarefa realizada pelo aluno deveria ter por intencionalidade básica a investigação. O teste é fundamentalmente o instrumento de questionamento sobre as percepções de mundo, avanços ou incompreensões dos alunos. Exige do professor uma tarefa séria de interpretação. Por que meu aluno respondeu dessa forma? Porque não respondeu?
Os resultados dos Testes não podem, de forma alguma, ser considerados como verdades terminais, absolutas em seu significado. As tarefas que são propostas aos estudantes devem sofrer uma centena de questionamentos por parte do educador.
Por outro lado, as tarefas realizadas pelo educando exigem uma análise globalizante. Dificilmente, as questões propostas apresentam se desvinculadas umas das outras.
Em seu caráter de investigação, o teste é um dos elementos de análise do professor. Seus resultados não podem ser considerados infalíveis ou irrefutáveis. Como instrumento de trabalho está sujeito a falhas e incoerências. Os resultados obtidos devem ser permanentemente questionados quanto ao seu significado e consistência.
O teste é um instrumento de investigação sobre a ação de ambos os sujeitos envolvidos no processo educativo: Aluno e professor. Considerando-se essa perspectiva do teste, o que se pretende é a formulação de hipóteses sobre a produção conjunta de conhecimento: Qual o significado de determinadas respostas dos alunos nesse momento do processo de aprendizagem? Como partir do conhecimento produzido até esse momento para auxiliar o aluno a ir além, ampliar o seu saber?
As decisões sobre a provação traço reprovação dos Estudantes fundamentam-se, perigosamente, nas notas atribuídas aos testes, sem a interpretação de suas respostas... Testes únicos, provas finais, notas irrecorríveis são situações que exemplificam a compreensão equivocada do uso do teste e da medida conivente a uma definição de avaliação como julgamento de resultados.
Avaliação é aspas movimento aspas, é ação e reflexão.
O procedimento de testar e medir vem servindo sobremaneira a bandeira de justiça dos educadores ponto Essa justiça da precisão desconsidera , entretanto , a reciprocidade intelectual que pode se desenvolver através de um método investigativo sobre as manifestações do educando , a discussão das ideias , argumentação e contra-argumentação aluno e professor, numa reflexão conjunta.
Se valorizamos os aspas erros aspas dos alunos, considerando as essenciais para o aspas vir a ser aspas do processo educativo , temos de assumir também a possibilidade Das incertezas , das dúvidas , dos questionamentos que possam ocorrer conosco a partir da análise das respostas deles , favorecendo , então , a discussão sobre essas ideias novas ou diferentes.
Não podemos ceder a vez do Diálogo aos números em nome da precisão. Assim Como não devemos reduzir o processo amplo da avaliação as suas ferramentas.
Ação avaliativa de acompanhamento e reflexão necessita de consistência metodológica. A elaboração de testes válidos, signsignificativos, para a investigação do professor, é uma tarefa complexa , que exige domínio da tecnologia de testes e da área de conhecimento em questão.
Capítulo avaliação enquanto mediação 
Postos das crianças e dos jovens oferecem imensas possibilidades de análise em termos de perspectivas diferenciadas e barra ou contraditórias as do adulto sobre fenômenos que estão sendo estudados.
A postura do professor frente às alternativas de solução construídas pelo aluno deveria estar necessariamente comprometida com tal concepção de erro aspas construtivo aspas. O que significa considerar que o conhecimento produzido pelo educando, num dado momento de sua experiência de vida, é um conhecimento em processo de superação. A criança, o jovem moro em sua forma de pensar o mundo à medida em que se deparam com novas situações, novos desafios e formulam e reformulam suas hipóteses.
Repetir simplesmente, fazer muitas tarefas , não é suficiente para a compreensão do educando ponto é necessária a tomada de consciência sobre o que se executa.
Perigosamente, as condições concretas da prática avaliativa atual, autoritária e coercitiva, determinam continuamente em situações de sucesso fracasso escolar com base em exigências de memorização e reprodução de dados pelo aluno. O cotidiano da escola desmente um discurso inovador de considerar a criança e o jovem a partir de suas possibilidades reais. A avaliação assume a função comparativa e classificatória, negando as relações dinâmicas necessárias a construção do conhecimento e solidificando lacunas de aprendizagem.
Alguns aspas erros aspas cometidos pelos alunos são desconsiderados pelos professores, tendo em vista o seu aspas esforço aspas e sua aspas atitude exemplar aspas. Atribui-se a alunos com dificuldades alguns pontos de acréscimo por seu comportamento. Taís fórmulas de atribuição de notas e conceitos nutrem-se das questões de ordem atitudinal de forma a esconder os problemas reais da aprendizagem. Essa benevolência do professor representa, entretanto, grave omissão em termos da responsabilidade de encorajar esses alunos a aprimorar suas hipóteses, reorganizar o seu saber, alcançar conceitos superiores e acaba por penalizar seriamente O Estudante, ao invés de favorecê-lo.
O exercício da descentração é fundamental para o desenvolvimento da Autonomia intelectual. Encoraja se o aluno a analisar situações do ponto de vista do outro e diferenciadas das suas. Se a oportunidade dessa reflexão não for oferecida ao aluno, ele irá se limitar a repetir e imitar respostas, sem criticá-las, passivamente. E a passividade intelectual não permite a formação de personalidades autônomas.
O fato de o professor apontar ou retificar suas respostas buy para a possibilidade do Estudante tomar consciência das contradições.
A valorização das respostas dos alunos pode acontecer justamente ao transformarmossuas alternativas de solução em outras perguntas, ou ao considerá-las como argumentos dignos e importantes para discussão. A confiança mútua entre educador e educando quanto às possibilidades de reorganização conjunto do saber pode transformar o ato avaliativo em um momento prazeroso de descoberta e troca de conhecimento.
O sentido fundamental da ação avaliativa é o movimento, a transformação.

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