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INSTITUTO VALÉRIA VAZ TÉCNICO EM PODOLOGIA LESÕES UNGUEAIS NA PSORÍASE ELISANGELA GOMES BARBOSA REJANE FERNANDES Profª CARLA SIMÕES Rio de Janeiro, fevereiro de 2018. 2 ELISANGELA GOMES BARBOSA REJANE FERNANDES LESÕES UNGUEAIS NA PSORÍASE Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à conclusão do Curso Técnico em Podologia no Instituto Valéria Vaz Orientadora Profª CARLA SIMÕES Rio de Janeiro, fevereiro de 2018. 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos professores. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus. 5 SUMÁRIO Resumo ............................................................................................................ 6 1. Introdução ................................................................................................... 7 1.1 Impacto na qualidade de vida ..................................................................... 8 2. CID-10............................................................................................................ 9 3. Formas de acometimento da psoríase ungueal........................................ 9 3.1 O aparelho ungueal e suas doenças........................................................... 10 3.1.1 As doenças do aparelho ungueal ................................................. 10 4. Fatores de risco para psoríase.................................................................. 11 5. Como evitar? .............................................................................................. 12 6. Diagnóstico da psoríase ........................................................................... 12 7. Tratamento da psoríase ............................................................................ 12 7.1 Tratamentos tópico da psoríase................................................................. 13 7.2 Tratamentos sistêmicos............................................................................. 14 7.3 Fototerapia................................................................................................. 15 7.4 Laser de corante pulsado (pulsed dye laser).............................................. 16 7.4.1 Laser de corante pulsado e psoríase............................................ 16 8. Monitoriazação ........................................................................................... 18 9. Estudo de caso ........................................................................................... 18 10. Considerações finais ................................................................................ 19 11. Referências bibliográficas ....................................................................... 20 12. FIGURAS ................................................................................................... 22 ANEXO I ........................................................................................................... 23 6 Resumo A psoríase ungueal constitui uma das formas de apresentação da psoríase, uma doença imune inflamatória crônica, com acometimento de pele e articulações. Usualmente esta forma não apresenta uma resposta adequada ao tratamento, contudo novas estratégias terapêuticas têm sido propostas com sucesso. O acometimento ungueal é frequente, sendo descrito na literatura médica em até 90% dos casos no curso da doença, que pode preceder, ocorrer simultaneamente ou após o aparecimento das lesões cutâneas. Neste relato descrevemos um caso de apresentação atípica de psoríase ungueal adequadamente tratado com medicação tópica. 7 1. INTRODUÇÃO A psoríase é uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta a pele, as unhas e, ocasionalmente, as articulações. Costuma ter apresentação clínica variável e um curso recidivante. Acomete cerca de 2% da população mundial. No Brasil, os dados disponíveis são do Censo 1Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia: o diagnóstico de psoríase foi verificado em 1.349 de um total de 54.519 pessoas que consultaram dermatologistas em estabelecimentos públicos e privados, totalizando 2,5% dessa amostra. Pode ser incapacitante tanto pelas lesões cutâneas - fator que dificulta a inserção social - quanto pela presença da forma articular que configura a artrite psoriásica. Tem sido classificada como doença autoimune, embora sua fisiopatologia não esteja completamente esclarecida. Há uma série de comorbidades associadas à psoríase, entre elas alcoolismo, depressão, obesidade, diabete melito, hipertensão arterial, síndrome plurimetabólica, colite e artrite reumatoide. Estudos relatam aumento de mortalidade por doença cardiovascular em doentes de psoríase. Na opinião de Fernandes2 (2018) nota-se: “esses dados indiretos sugerem que não está limitada à pele e que, por ser uma doença crônica imunomediada, o aumento na morbimortalidade associado à psoríase possa ser explicado ipor um mecanismo inflamatório multissistêmico”. A psoríase caracteriza-se pelo surgimento de placas eritêmato-escamosas, com bordas bem delimitadas e de dimensões variáveis. As escamas são branco- prateadas, secas e aderidas e deixam pontilhado sanguinolento ao serem removidas. As lesões na forma vulgar em placas localizam-se preferencialmente nas superfícies extensoras dos joelhos, cotovelos, no couro cabeludo e na região lombossacra, com distribuição simétrica. Entretanto, todo o tegumento pode ser acometido. A psoríase pode ocorrer em qualquer idade. Geralmente tem início entre a terceira e quarta décadas de vida, mas alguns estudos descrevem ocorrência bimodal com picos até os 20 anos e após os 50 anos. As formas clínicas da psoríase têm características peculiares, mas podem ser sobrepostas e estar ou não associadas à artrite psoriásica: crônica em placas (ou vulgar), em gotas (gutatta), pustulosa (subdividida em difusa de Von Zumbusch, pustulosepalmoplantar e acropustulose), eritrodérmica, invertida (flexora) e ungueal. A psoríase pustulosa pode ocorrer por dois motivos: complicação da psoríase em placa ou resultado da interrupção do tratamento da doença. Esse tipo da doença aparece em menos de 5% das pessoas que a possuem. 1 SOCEIDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA 2017 2 Rejane Fernandes da Silva – IVV Podologia 8 A artrite psoriásica é uma artropatia inflamatória com padrão proliferativo que geralmente se apresenta com fator reumatoide negativo e acompanha a psoríase cutânea. A Psoríase gutata atinge, na maioria dos casos, crianças e adolescentes e aparece como pequenos pontos vermelhos escamosos na pele. Pode, posteriormente, transformar-se em psoríase em placas. A psoríase eritrodérmica é um dos tipos mais raros de ocorrer, mas um dos mais graves da doença. Ela pode aparecer em forma de manchas vermelhas escamosas que cobrem o corpo inteiro, comprometendo a proteção da pele. E, por fim, a psoríase ungueal afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.1.1. Impacto na qualidade de vida A psoríase tem importante impacto na qualidade de vida dos pacientes. Há evidência de que o prejuízo físico e mental é comparável ou maior do que o experimentado por pacientes de outras doenças crônicas, como câncer, artrite, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias, diabete melito e depressão. Um estudo brasileiro com 115 portadores de dermatoses crônicas (54 com psoríase) verificou que o grupo todo apresenta diagnóstico de estresse, mas o grupo com psoríase utilizou-se mais frequentemente de estratégias de esquiva, fuga e autocontrole quando comparado ao grupo controle com outras dermatoses crônicas. O impacto na vida sexual dos pacientes pode chegar a 71% dos casos. Para o responsável da PSO 3 Portugal, Jaime Melancia, é necessário distinguir dois tipos de doentes: os que estão diagnosticados e seguem um tratamento adequado, e os que ainda não estão diagnosticados ou não seguem o tratamento adequado, ou seja, que lhes permita melhorar a qualidade de vida, sendo estes, justamente, os que mais sofrem a estigmatização e a discriminação. “Está demonstrado que a limpeza total ou quase total das lesões de psoríase está associada a uma melhoria substancial da qualidade de vida dos doentes, permitindo-lhes ter uma vida comparável ao da população que não tem a doença. Por outro lado, uma vez que a psoríase está correlacionada com outras comorbilidades, essencialmente cardiovasculares, é fundamental praticar uma abordagem global e multidisciplinar, tratando a componente cutânea mas, também, as patologias associadas, promovendo um estilo de vida saudável”, explicou Paulo Ferreira, Dermatologista. 3 Associação Portuguesa de Psoríase 9 A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. 2. CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE (CID-104) • L40.0 Psoríase vulgar • L40.1 Psoríase pustulosa generalizada • L40.4 Psoríase gutata • L40.5 Artropatia psoriásica • L40.8 Outras formas de psoríase • L40.9 Psoríase não especificada 3. FORMAS DE ACOMETIMENTO DA PSORÍASE UNGUEAL Existem várias formas de acometimento ungueal na psoríase. Dentre os diversos aspectos sublinhados pelas autoras, vale ressaltar que: [...] algumas delas são decorrentes de alterações na matriz ungueal como depressões cupuliformes e sulco de Beau e outras são relacionadas com alterações no leito ungueal, como manchas em óleo (também conhecidas como manchas salmão) e hemorragias em estilhas. Dessas alterações as depressões cupuliformes são as mais frequentes [...] (Consenso Brasileiro de Psoríase e Guias de Tratamento, 2006. Sociedade Brasileira de Dermatologia) O acometimento ungueal é frequente na psoríase em torno de 80% a 90% dos pacientes no decorrer da patologia e é bastante útil no diagnóstico, podendo preceder, ocorrer simultaneamente ou após o aparecimento das lesões cutâneas. Alterações ungueais podem preceder a manifestação na pele por vários anos e podem ser também manifestação isolada da doença. Outra relevância das depressões cupuliformes é que sua presença está correlacionada com maior frequência de acometimento artropático. 4 www.medicinanet.com.br/cid10/1953/l40_psoriase.htm 10 3.1 O Aparelho Ungueal e suas doenças O aparelho ungueal é muito mais que apenas a unha, funciona como um sistema do organismo, com características especiais. É formado por várias estruturas, conforme explica a Dermatologias Ariane Mello. As estruturas são: Raiz Ungueal: é quem forma a lâmina ungueal (unha), está na região superior e inferior da base da lâmina, pode ser vista nos primeiros dedos, como um semi-círculo branco, a lúnula; Dobra proximal: é a borda de pele que está na base da lâmina ungueal; Dobras laterais: são as bordas de pele nas laterais das unhas; Borda livre: é a parte distal da lâmina ungueal, ou seja, a que cortamos; Leito ungueal: é a pele que está colada à lâmina ungueal, também participa da formação da lâmina; Lâmina ungueal: mais chamada de unha, é uma placa de queratina dura, aderida ao leito ungueal e formada por ele e pela matriz ungueal. Recobre a extremidade posterior da última falange dos dedos; Eponíquio: é a chamada cutícula, porção de pele aderida à lâmina ungueal na sua porção proximal, que serve para proteger a raiz contra a entrada de umidade, substâncias químicas e agentes infecciosos. 3.1.1 As doenças do aparelho Ungueal Doenças da unha Onicomicose A onicomicose é uma infecção que atinge as unhas, causada por fungos. As fontes de infecção podem ser o solo, animais, outras pessoas ou alicates e tesouras contaminados. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado dentro dos sapatos e tênis, favorece o seu crescimento. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos. “As onicomicoses estão classificadas no hall das infecções fúngicas superficiais da pele”. (Podólogo Ítalo Batista Ventura, 2017, pág. 5). Gomez Moyano 5propõe que o exame micológico direto deve ser a técnica diagnóstica de primeira eleição para as onicomicoses, dada à elevada taxa de falsos negativos encontrados no cultivo (40%) secundária a inviabilidade do fungo, ou ao processamento errado das amostras. Existem várias formas de manifestação clínicas das onicomicoses. Veja abaixo alguns dos tipos mais frequentes: 5 Elisabeth Gómez Moyano – Departamento de Dermatologia no hospital Regional Universitário de Málaga (USA) 11 - Descolamento da borda livre: a unha descola do seu leito, geralmente iniciando pelos cantos e fica oca. Pode haver acúmulo de material sob a unha. É a forma mais frequente. Fig. 1 - Espessamento: as unhas aumentam de espessura, ficando endurecidas e grossas. Esta forma, pode se acompanhar de dor e levar ao aspecto de "unha em telha" ou "unha de gavião". Fig. 2 - Leuconíquia: manchas brancas na superfície da unha. Fig. 3 - Paroníquia ("unheiro"): o contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. Fig. 4 4. FATORES DE RISCO PARA PSORÍASE A história da família não é um fator desencadeante, mas um fator de risco. Cerca de 30% a 40% das pessoas com psoríase têm um membro da família com a doença. Talvez este seja o fator de risco mais importante para a psoríase (Dra. COSTA, Márcia, 2017 – Orientação Médica Essencial). A psoríase normalmente começa ou piora por causa de um “gatilho”. Os fatores que podem desencadear a psoríase incluem: Infecções: certos tipos de infecções podem causar um surto de psoríase. Em particular, a infecção de garganta causada pela bactéria chamada Streptococcus spp pode causar um surto de psoríase gutata ou psoríase em placas. Pessoas com HIV têm mais probabilidade de desenvolver psoríase do que as pessoas com sistemas imunológicos saudáveis. Lesões na pele: como um corte ou arranhão, ou uma queimadura grave, inclusive queimadura pelo sol. A maioria das pessoas melhora no verão ao tomar sol, mas se houver queimadura, esta agressão pode desencadear a psoríase. Estresse: o estresse pode afetar o sistema imunológico, altos níveis de estresse podem aumentar o risco de psoríase.O tratamento do estresse melhora a crise de psoríase. O tempo frio: no inverno, as crises de psoríase tem mais chance de acontecer. Fumar: o fumo pode ajudar a provocar a psoríase em alguns casos. As toxinas da fumaça do cigarro também podem agravar a psoríase existente. Consumo abusivo de álcool: pode desencadear um episódio de psoríase. Alguns medicamentos: alguns medicamentos podem, eventualmente, desencadear ou piorar a psoríase em algumas pessoas. Esses medicamentos são os beta-bloqueadores (para pressão alta), medicamentos antimaláricos, 12 lítio (para transtorno bipolar), analgésicos anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, etc), enzima conversora de angiotensina (para pressão alta) e alguns antibióticos. Em alguns casos, a psoríase só se desenvolve depois de semanas a meses tomando a medicação. O uso de corticóides por via oral ou intramuscular pode desencadear um quadro de psoríase eritrodérmica ou pustulosa. Fatores hormonais: a gravidade dapsoríase pode variar conforme as alterações hormonais. Há uma grande incidência de psoríase na puberdade e durante a menopausa. Na gravidez os sintomas podem melhorar ou piorar e pode haver piora da psoríase no período pós-parto.Qualquer pessoa pode desenvolver psoríase, todavia, alguns fatores parecem aumentar este risco, principalmente em pessoas geneticamente suscetíveis: 5. COMO EVITAR? O Doutor Roberto Barbosa Lima, dermatologista, nos ensina hábitos higiênicos que são importantes para se evitar as micoses. Que são: Não ande descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas). Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). Qualquer alteração como descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário. Evite mexer com a terra sem usar luvas. Use somente o seu material de manicure. Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados. Evite meias de tecido sintético, prefira as de algodão. 6. DIAGNÓSTICO DA PSORÍASE Na maioria dos casos, o diagnóstico da psoríase é bastante simples. Exame físico e história médica: o médico geralmente consegue diagnosticar a psoríase ao conversar com o paciente e fazer um exame físico. Biópsia de pele: eventualmente, em casos não tão típicos, o médico pode precisar de uma biópsia de pele. 13 7. TRATAMENTO DA PSORÍASE A psoríase não tem cura, embora muitos pacientes com psoríase gutata possam não apresentar novos episódios, sendo considerados em remissão. Os objetivos do tratamento da psoríase são o controle da doença e a melhora da qualidade de vida do paciente, conforme explica a Dra. Márcia Costa. Os medicamentos utilizados para o tratamento podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Casos mais avançados podem necessitar tratamento via oral, sob a forma de comprimidos. Os sinais de melhora demoram a aparecer, pois dependem do crescimento da unha, que é muito lento, no caso da psoríase ungueal. As unhas dos pés podem levar cerca de 12 meses para se renovar totalmente e o tratamento deve ser mantido durante todo este tempo. A persistência é fundamental para o sucesso do tratamento. As terapêuticas sistémicas clássicas – terapia oral, retinóides, ciclosporina e metotrexato – podem induzir toxicidade específica de órgão e uma percentagem considerável de doentes é resistente, intolerante ou tem contra- indicações para as iniciar. (Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, 2011). 7.1 Tratamentos tópicos da psoríase Alguns dos tratamentos tópicos são: Emolientes: são produtos que promovem a hidratação da pele e deixam a pele mais “macia”, ou seja, são os hidratantes. Os emolientes reduzem o aspecto de descamação. Manter a pele hidratada é fundamental. Queratolíticos: são produtos que diminuem a “camada superior mais grossa” da pele, por isso deixam a pele mais “lisa”. O ácido salicílico é um queratolítico que suaviza as escamas, facilita a remoção destas e, por deixar a pele mais “lisa” aumenta a absorção de outros medicamentos aplicados na pele. É muito útil no tratamento do couro cabeludo. Alcatrão mineral: o coaltar e um preparado à base deste, o LCD (Liquor Carbonis Detergens), têm ação anti-inflamatória e diminuem a formação da “camada superior mais grossa” da pele através de um mecanismo desconhecido. O LCD é mais utilizado e tipicamente é aplicado à noite e lavado pela manhã. Pode ser utilizados em concentração até 20% e em combinação com corticosteróides tópicos e/ou ácido salicílico ou com a exposição à luz natural controlada ou artificial UVB de banda larga (280 a 320 nm), conforme orientação médica. Nem sempre é bem aceito pelo paciente por manchar as roupas e ter um odor forte e desagradável. 14 Antralina: é um agente anti-proliferativo (reduz a proliferação das células da pele) e anti-inflamatório. Seu mecanismo de ação também é desconhecido. A antralina é prescrita em concentrações crescentes de 0,1% até 1% (o Consenso Brasileiro de Psoríase indica concentrações de 0,5% a 3%), conforme tolerado, pois pode causar irritação e manchas. Estes efeitos podem ser evitados pela lavagem da pele 20 a 30 minutos após a aplicação. Corticosteróides: são utilizados por via tópica (aplicação sobre apele), mas pode ser injetado localmente nas lesões mais resistentes. Os corticosteróides sistêmicos (via oral ou por injeção intramuscular) podem levar à piora ou ao desenvolvimento de psoríase pustulosa e nunca devem ser usados para tratar a psoríase. Os corticosteróides tópicos são usados isoladamente ou em combinação com outros medicamentos. Os corticosteróides são mais eficazes quando usados à noite com a pele coberta por plástico. Conforme ocorrer melhora, os corticosteróides devem ser retirados gradualmente do tratamento, com redução da freqüência das aplicações ou com redução da potência a fim de minimizar os seus efeitos colaterais que são principalmente atrofia da pele, formação de estrias e telangiectasias (pequenos “vasinhos” na pele). O retorno das lesões após tratamento com corticosteróides tópicos é geralmente mais rápido do que com outros agentes. Análogos da vitamina D: o calcipotriol e o calcitriol agem por estímulo à diferenciação dos queratinócitos, inibição da proliferação das células da epiderme e modificação da resposta imunológica. Eles podem ser utilizados sozinhos ou em combinação com corticosteróides tópicos. O custo é um pouco elevado. Imunomoduladores: são medicamentos que modificam e “organizam” a resposta imunológica. Em uso para o tratamento da psoríase há o tacrolimus e o pimecrolimus. Esses imunomoduladores não são tão eficazes como os corticosteróides, mas não apresentam as complicações dos destes (atrofia da pele, estrias e telangiectasias). Geralmente são prescritos para o tratamento da face e áreas de dobras. Não está claro se aumentam o risco de linfoma e câncer de pele. O preço desses medicamentos é mais elevado que o dos corticosteróides. Retinóides tópicos: o tazarotene é um retinóide tópico que resultados semelhantes aos corticosteróides tópicos de média potência e aos análogos da vitamina D. O tazaroteno não está disponível no Brasil. 7.2 Tratamentos sistêmicos Metotrexate: medicamento via oral, é um tratamento eficaz para a grave psoríase, artrite psoriásica grave, psoríase eritrodérmica ou pustulosa generalizada que não responde a agentes tópicos ou fototerapia. O metotrexate parece reduzir a proliferação de células epidérmicas, mas principalmente age como imunossupressor. O médico deve acompanhar os riscos dos efeitos colaterais com hemograma, exames laboratoriais da função renal e função hepática. 15 Retinóides sistêmicos: a acitretinapode ser eficaz para casos graves e resistentes de psoríase vulgar com envolvimento de mais de 20% da superfície corporal, nas formas pustulosa, eritrodérmica e palmo-plantar. Imunossupressores: podem ser utilizados para psoríase grave. Ciclosporina é um imunossupressor comumente usado. Imunomoduladores biológicos: são os medicamentos mais recentes para o tratamento da psoríase moderada a grave. Incluem alefacepte, etanercepte, infliximabe, adalimumabe e efalizumabe. Essas medicações são administradas por infusão intravenosa, intramuscular ou subcutânea e são normalmente utilizados para as pessoas que não responderam à terapia tradicional ou que tenham associados artrite psoriásica. Acitretina: é um retinoide (derivado da vitamina A), também indicada no tratamento das formas mais agressivas de psoríase. Mostrou-se eficaz especialmente no pacientes com paquioníquia e hiperceratose subungueal. Outras drogas: Várias outras drogas imunossupressoras têm sido usadas no tratamento da psoríase. Entre elas podemos citar: ciclosporina, azatioprina, etanercepte, infliximabe e adalimumabe. Como se pôde ver, há um gigantesco arsenal de medicamentos contra a psoríase. Em medicina, esse excesso de opções geralmente ocorre quando não existe uma droga nitidamente superior e com efeitos curativos. Na opinião de Fernandes6 (2018) “nenhum dos tratamentos citados acima é capaz de curar a psoríase, mas, na maioria dos casos, a doença consegue ser bem controlada, proporcionando boa qualidade de vida ao paciente”. 7.3 Fototerapia Este tratamento utiliza a luz ultravioleta natural ou artificial. A professora Ida Duarte7 explica que a forma mais simples e mais fácil de fototerapia consiste em expor a pele de forma controlada à luz solar natural. Outras formas de fototerapia incluem a utilização de radiação ultravioleta A (UVA) ou ultravioleta B (UVB) artificial isoladamente ou em combinação com medicamentos, como os psoralenos que são fotossensibilizadores. 6 Rejane Fernandes da Silva – IVV Podologia 7 Professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Responsável pelo Setor de Alergia e Fototerapia da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil 16 As células do sistema imunológico na pele são afetadas quando expostas aos raios UV da luz solar ou luz artificial. Isso retarda a renovação celular da pele e reduz a escamação e inflamação. Breves exposições diárias a pequenas quantidades de luz solar podem melhorar a psoríase, mas a exposição solar intensa pode piorar os sintomas e causar danos à pele. Queimaduras graves podem resultar se a dose de droga ou a exposição à luz ultravioleta for demasiado elevada. Embora o tratamento possa produzir remissão durante vários meses, os tratamentos repetidos podem aumentar a incidência de câncer de pele induzido por UV e melanoma. Terapia com Excimer laser é um tipo de fototerapia com um laser 308 nm dirigida a placas de psoríase focais. 7.4 Laser de corante pulsado (pulsed dye laser) O laser de corante pulsado é amplamente utilizado na Dermatologia para o tratamento de lesões vasculares, que incluem hemangiomas, telangiectasias e manchas vinho do Porto. O meio ativo é o corante rodamina que emite uma luz amarela com comprimento de onda de 595nm. 7.4.1 Laser de corante pulsado e psoríase O Doutor JULIANO PERUZZO, em sua tese de mestrado explica que: O mecanismo patogênico envolvido na psoríase é a proliferação epidérmica a qual está intimamente associada com angiogênese, ectasia vascular e expansão de células T na derme papilar. O laser de corante pulsado começou a ser utilizado para psoríase justamente devido à característica vascular das lesões. Ele é bem absorvido pela oxiemoglobina, levando ao dano e à destruição dos microvasos, especialmente os vasos dilatados da derme papilar, poupando os de calibre normal e os da epiderme. Alguns estudos recentes têm relatado a utilização desse laser como uma alternativa ao tratamento da psoríase ungueal com resultados satisfatórios e promissores. Há melhora importante das alterações já após a primeira sessão de tratamento, com pico de resposta entre o 3° e 4° mês. O primeiro estudo foi publicado em 2009 e comparou 121 unhas de 14 pacientes tratados com LCP nas unhas de uma das mãos e terapia fotodinâmica na outra. Os pacientes não deveriam estar em uso de terapêutica sistêmica ou de fototerapia, bem como deveriam ficar três meses sem utilizar medicamentos tópicos para a psoríase ungueal. O cálculo do escore NAPSI e fotografias foram realizados antes da primeira, da terceira e da sexta sessões. Sessões de terapia fotodinâmica com ácido metilaminolevulínico e de laser de corante pulsado foram realizadas mensalmente por 6 meses. Os resultados não evidenciaram diferença entre as duas terapêuticas, mas demonstraram que ambas foram altamente eficazes para o tratamento da psoríase ungueal, de acordo com o NAPSI, com redução de mais de 17 50% do escore ao final do tratamento. Outro estudo mais recente comparou o antes e o depois do tratamento com laser de corante pulsado em 5 pacientes. O cálculo do NAPSI e fotografias foram realizadas para cada paciente antes e 1 mês após a última sessão de laser. Foram realizadas três aplicações de laser com 1 mês de diferença entre cada uma delas e o período de seguimento foi de três meses após o término da última sessão. A média do NAPSI antes do tratamento era de 21,2 e, após o mesmo, foi de 3,0,também demonstrando uma melhora importante das alterações com o tratamento. Um terceiro estudo comparou diferentes parâmetros do laser de corante pulsado em 20 pacientes, num total de 79 unhas. Foram realizadas sessões mensais por seis meses. Nas unhas de uma das mãos foi aplicada fluência de 6J/cm2 e duração de pulso de 0,45MS, enquanto na outra mão os parâmetros foram 9J/cm2 de fluência e 6ms de duração de pulso. Corroborando os achados prévios de melhora do NAPSI, foi observada redução significativa em relação ao comprometimento basal logo no 3° mês após o tratamento, mantendo-se até o 6° mês. Além disso, o artigo demonstrou não haver diferença entre os dois parâmetros utilizados no que diz respeito à eficácia, apenas com um nível maior de dor no grupo com duração de pulso maior. 7.5 Tempo de tratamento – CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO (Ministério da Saúde PORTARIA Nº 1229, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2013) Os tratamentos sistêmicos e fototerapia devem ser utilizados até que ocorra melhora clínica completa (remissão) ou parcial (escore PASI 75-90 ou DLQI com escore igual ou inferior a 5), após deve ser instituído tratamento tópico, seguindo o escalonamento deste Protocolo. Nessa situação, os fármacos sistêmicos devem ser suspensos e apenas reiniciados se ocorrer nova exacerbação de psoríase. Se não houver efeitos adversos, o mesmo fármaco poderá ser mantido até a remissão. Para reiniciar um tratamento sistêmico, observam-se resposta prévia, efeitos adversos e uso prolongado de fármacos que possam causar dano cumulativo (MTX e ciclosporina). A ciclosporina, por exemplo, deve ser utilizada por até 2 anos em adultos; em crianças não há estudos específicos, mas a utilização de rotina tem demonstrado perfil de segurança similar ao dos adultos, razão por que se recomenda a mesma orientação. A acitretina deve ser interrompida se houver hiperlipidemia (triglicerídios acima de 800 mg/dl). 18 8. MONITORIZAÇÃO A monitorização da psoríase poderá ser realizada ambulatorialmente, mas os pacientes que necessitam de fototerapia ou de medicamentos sistêmicos devemser acompanhados em serviços especializados em dermatologia. 9. ESTUDO DE CASO Paciente feminina, 22 anos, previamente hígida, procurou atendimento dermatológico por alteração na unha do quarto quirodáctilo esquerdo. Referia que a unha deixou de apresentar a superfície lisa há cerca de quatro meses, com pequenas depressões e posteriormente apresentou "descolamento". Trazia dois exames micológicos direto e cultura negativos. Havia feito uso de biotina 5 mg por dia, via oral, e uso tópico de creme com ácido lático a 3% por dois meses, sem melhora. Ao exame se observou onicólise distal, depressões cupuliformes (pittings) irregularmente distribuídos e mancha em tinta de óleo na lâmina ungueal do quarto quirodáctilo esquerdo, sendo as demais unhas normais. Foi feito diagnóstico clínico de psoríase ungueal e iniciado tratamento com clobetasol a 8% em esmalte aplicado duas vezes por semana. Houve melhora progressiva das alterações, com importante melhora após dez semanas do início do tratamento. 19 10. CONSIFDERAÇÕES FINAIS A doença é imprevisível, passando por ciclos de melhora e piora, aparentemente de forma aleatória, embora conheça-se alguns gatilho. Apesar das diversas opções de tratamento, saber qual o eficaz para uma determinada pessoa pode ser um desafio. O resultado dos tratamentos de psoríase também pode ser imprevisível, o que funciona bem para uma pessoa pode ser ineficaz para outra. A pele de uma pessoa também pode tornar-se resistente a diversos tratamentos ao longo do tempo, e os tratamentos de psoríase mais potentes podem ter efeitos secundários graves ou desagradáveis. 20 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ORIENTAÇÃO MÉDICA ESSENCIAL “Disponível em:” <https://orientacaomedicaessencial.com.br/psoriase-sintomas-tipos-e-tratamento/>. Acesso em: 11 jan 2018. SOCEIDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA “Disponível em:” <http://www.sbd.org.br/dermatologia/unhas/doencas-e-problemas/psoriase/94/>. Acesso em: 11 jan 2018. ARIANE MELLO – TRATAMENTO DAS UNHAS “Disponível em:” <http://arianemello.no.comunidades.net/o-que-e-aparelho-ungueal>. Acesso em: 13 jan 2018. MOREIRA JR – REVISTA ONLINE “Disponível em:” <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5837>. Acesso em: 13 jan 2018. MD SAÚDE “Disponível em:” <https://www.mdsaude.com/2011/03/psoriase.html>. Acesso em: 13 jan 2018. Repositório Digital-Tratamento de psoríase ungueal com laser de corante pulsado “Disponível em:” <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/143070>. Acesso em: 20 jan 2018. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas “Disponível em:” <http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Psoriase.pdf>. Acesso em: 20 jan 2018 21 CID – 10 “Disponível em https://iclinic.com.br/cid/capitulo/12/grupo/126/categoria/866/ Acesso em: 20 jan 2018 TRATAMENTO DE PSORÍASE UNGUEAL COM LASER DE CORANTE PULSADO “Disponível em:” https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/143070/000994575.pdf?sequence=1 Acesso em: 22 jan 2018 22 12. FIGURAS Fig. 1- Descolamento da borda livre Fig. 2- Espessamento Fig. 3- Leuconíquia Fig. 4- Paroníquia (unheiro) 23 ANEXO I Termo de Esclarecimento e Responsabilidade Clobetasol, Calcipotriol, Acitretina, Metotrexato, Ciclosporina Eu, ________________________________________________(nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) claramente sobre os benefícios, riscos, contraindicações e principais efeitos adversos relacionados ao uso de clobetasol, calcipotriol, acitretina, metotrexato e ciclosporina, indicados para o tratamento de psoríase. Os termos médicos foram explicados e todas as dúvidas foram resolvidas pelo médico _______________________________ (nome do médico que prescreve). Assim, declaro que fui claramente informado (a) de que o medicamento que passo a receber pode trazer os seguintes benefícios: • melhora dos sintomas da doença; • melhora da aparência das lesões na pele, com melhora da qualidade de vida. Fui também informado (a) a respeito das seguintes contraindicações, potenciais efeitos adversos e riscos: • calcipotriol: medicamento classificado na gestação como fator de risco B (estudos em animais não mostraram anormalidades, embora estudos em mulheres não tenham sido feitos; o medicamento deve ser prescrito com cautela); • clobetasol e ciclosporina: medicamentos classificados na gestação como fator de risco C (estudos em animais mostraram anormalidades nos descendentes, porém não há estudos em humanos; o risco para o bebê não pode ser descartado, mas um benefício potencial pode ser maior que os riscos); • acitretina e metotrexato: medicamentos classificados na gestação como fator de risco X (seu uso é contraindicado em gestantes ou em mulheres planejando engravidar); • efeitos adversos do clobetasol: piora da lesão, surgimento ou piora da coceira, inchaço, dor, ardor ou vermelhidão no local onde foi usado o medicamento; em casos de uso prolongado e em áreas extensas, alterações na pele, aumento do crescimento dos pelos no corpo, sinais e sintomas do excesso de hormônios da adrenal (aumento da pressão arterial, aparecimento de espinhas, estrias, inchaços, ganho de peso inesperado, dor óssea, problemas nos olhos, dor de cabeça); 24 • efeitos adversos do calcipotriol: eventualmente irritação local transitória, dermatite facial, com aparecimento de coceira, inchaço, dor, ardor ou vermelhidão na pele; • efeitos adversos da acitretina: dores musculares, dores nas articulações, dores de cabeça, náuseas, vômitos, secura das mucosas, perda de cabelo, sede não usual, irritação, secura nos olhos, alteração do paladar, sensibilidade aumentada à luz solar, unhas quebradiças, prisão de ventre, diarreia, cansaço, aumento do suor, elevação dos níveis de colesterol e triglicerídios; efeitos mais raros: cheiro anormal da pele, alergias na pele, inflamação da garganta, inflamação do pâncreas (pancreatite) e inflamação do fígado (hepatite); • efeitos adversos do metotrexato: problemas gastrointestinais com ou sem sangramento, diminuição no número de glóbulos brancos no sangue, diminuição no número de plaquetas, aumento da sensibilidade da pele aos raios ultravioleta, feridas na boca, inflamação nas gengivas, inflamação na garganta, espinhas, perda do apetite, palidez, coceira, náuseas e vômitos; mais raros e dependendo da dose utilizada: cansaço associado à formação de bolhas e com perda de regiões da pele e de mucosas (síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica) e problemas graves de pele; também pode facilitar o estabelecimento ou agravar infecções; • efeitos adversos de ciclosporina: problemas nos rins e no fígado, tremores, aumento da quantidade de pelos no corpo, hipertensão, crescimento da gengiva, aumento dos níveis de colesterol e triglicerídios, formigamentos, dor no peito, batimentos rápidos do coração, convulsões, confusão, ansiedade, depressão, fraqueza, dores de cabeça, unhas e cabelos quebradiços, coceira, espinhas, náuseas, vômitos, perda de apetite, soluços, inflamação na boca, dificuldade para engolir, sangramentos, inflamação do pâncreas, prisão de ventre, desconforto abdominal, diminuição das células brancas Termo de Esclarecimento e Responsabilidade Clobetasol, Calcipotriol, Acitretina, Metotrexato, Ciclosporina 428 Psoríase Psoríase do sangue,linfoma, calorões, aumento da quantidade de cálcio, magnésio e ácido úrico no sangue, toxicidade para os músculos, problemas respiratórios, sensibilidade aumentada à temperatura e aumento das mamas; • medicamentos contraindicados em casos de hipersensibilidade (alergia) aos fármacos ou aos componentes da fórmula; acitretina também é contraindicada em casos de alergia à vitamina A e seus derivados. Estou ciente de que este medicamento somente pode ser utilizado por mim, comprometendo-me a devolvê-lo caso não queira ou não possa utilizá-lo ou se o tratamento for interrompido. Sei também que continuarei ser atendido(a), inclusive em caso de desistir de usar o medicamento.
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