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Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem Profa. Ms.Raquel Mendes “Dimensionar é calcular ou preestabelecer as dimensões ou proporções de algo. É a etapa inicial do processo de provimento de pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionário por categoria, requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta ou indiretamente prestada à clientela (KURCGANT et al, 1989).” Dimensionamento do pessoal de enfermagem Qualidade da assistência de enfermagem É complexo e requer conhecimento, habilidades e competência da chefia; Reflete o desenvolvimento sócio-econômico de um país; Deve levar em consideração aspectos qualitativos (menosprezados) e quantitativos. CLIENTELA DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL PROFISSIONAL DISPONIBILIDADE DE TRABALHO CARGA DE TRABALHO ASSISTENCIAL /QUALIDADE OBRIGAÇÕES DO COREN/COFEN Fonte: adaptação de Gaidzinski & Fugulin Pessoal de enfermagem: 60% (mais visado); Racionalização de custos e aumento da oferta de serviços; Cálculo de pessoal baseado na realidade norte- americana (Associação Americana de Enfermeiras); Resolução COFEN nº 168/1993 determina que cabe ao Enfermeiro Responsável Técnico da instituição garantir os recursos humanos necessários à assistência de enfermagem e à segurança do paciente. O DÉFICIT DE PROFISSIONAIS ACARRETA Insatisfação no trabalho ( da rotatividade); Aumento do stress; Má qualidade da assistência prestada; Absenteísmo/Atestados por doença; Aumento de casos de iatrogenia com o paciente. Sistema de Classificação de Pacientes (SCP): considera a gravidade do paciente internado no cálculo de pessoal de enfermagem para o setor; Resolução COFEN 189/96: Normatiza a obrigatoriedade de haver Enfermeiro em todas as unidades de serviço onde são desenvolvidas ações de Enfermagem durante todo o período de funcionamento da instituição de saúde. O dimensionamento do pessoal de enfermagem deverá considerar: Instituição/empresa - missão; - porte; - estrutura; - tecnologias existentes; - tipo de atendimento; Serviço de enfermagem Parei Lei do exercício; Código de ética; Indicadores da qualidade da assistência; Dinâmica de funcionamento das unidades nos diferentes turnos; Jornada de trabalho; Carga horária semanal; Taxa de Absenteísmo (não- planejadas como faltas, licenças); Clientela (realidade sócio-econômica e cultural, idade e SCP). O referencial mínimo para o quadro de profissionais de Enfermagem para as 24 horas de cada Unidade de Internação, considera o SCP, as horas de assistência de Enfermagem, os turnos e a proporção funcionário/leito. O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº421, de 15 de fevereiro de 2012. Art. 3º – O referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, para as 24 horas de cada unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de assistência de enfermagem, a distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: – 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; – 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário; – 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência ; – 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivo; – 18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. II – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, deve observar: a) O SCP e as seguintes proporções mínimas: – Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros (mínimo de seis) e os demais auxiliares e/ ou técnicos de enfermagem; – Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; – Para cuidado semi-intensivo: 42% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem; – Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem. Cliente/paciente estável sob o ponto de vista clínico e de enfermagem e auto-suficiente quanto ao atendimento das necessidades. Cliente/paciente estável sob o ponto de vista clínico e de enfermagem, requerendo avaliações médicas e de enfermagem, com parcial dependência dos profissionais de enfermagem para o atendimento das necessidades humanas básicas; Cliente/paciente recuperável, sem risco iminente de morte, passíveis de instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfermagem e médica permanente e especializada. Cliente/paciente grave e recuperável, com risco iminente de morte, sujeito à instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfermagem e médica permanente e especializada. Estado mental (insconsciente, período de consciência, períodos de desorientação no tempo e espaço; orientação tempo/espaço); Oxigenação (ventilação, uso contínuo de máscara, uso intermitente e independência); Sinais vitais (controle < 2h, a cada 4 horas, a cada 6 horas, rotina – 8 horas); Motilidade (movimentação passiva e incapacidade; ou capacidade; limitação de movimentos ou movimentos preservados). Deambulação (restrito ao leito, cadeira de rodas, auxílio para deambular, ambulante); Alimentação (cateter central, SNG, boca com auxílio, auto-suficiente); Cuidado corporal (banho no leito, banho no chuveiro, auxílio no banho de chuveiro/higiente oral, auto-suficiente); Eliminação (evacuação no leito e SVD, uso de comadres e eliminação no leito, vaso sanitário com auxílio, auto-suficiente); Terapêutica (drogas vasoativas para controle da PA; EV contínua ou SNG; EV intermitente; Intramuscular ou via oral); PONTUAÇÃO: 9 a 14 (mínimos); 15 a 20 (intermediários); 21 a 26 (alta dependência); 27 a 31 (semi-intensiva) e acima de 31 (intensivos). 50% 22% 18% 10% Intervenções de cuidados indiretos Intervenções de cuidados diretos Tempo Pessoal Atividades Associadas: Bordin; Fugulin, 2008 Distribuição percentual do tempo de trabalho da equipe de enfermagem Regiões Público Privado 1999 2002 2005 1999 2002 2005 Brasil 17,8 18,7 22,2 6,7 8,2 11,4 Norte 10,8 14,2 16,3 4,7 4,7 5,6 Nordeste 13,6 13,5 16,7 5,6 7,5 10,7 Sudeste 25,1 25,9 31,7 8,2 9,9 13,5 Sul 14,7 16,9 17,5 6,3 7,2 10,0 Centro- oeste 14,1 15,5 17,5 3,3 5,0 6,2 Fonte: IBGE: Pesquisa Assistência Médico-Sanitária (AMS). Não considera a categoria de cuidados “alta dependência”, que contempla as necessidades dos pacientes crônicos para satisfazer suas NHB. Refere-se a um acréscimo percentual no quantitativo de pessoal de enfermagem, por categoria profissional, para a coberturade todos os tipos de ausências. Admite-se o coeficiente empírico de 1,15 (15%): 8,33% para cobertura de férias e 6,67% para cobertura da Taxa de Absenteísmo. O cliente especial ou da área psiquiátrica, com intercorrência clínica ou cirúrgica associada, deve ser classificado um nível acima no SCP, iniciando-se com cuidados intermediários; Para berçário e unidade de internação em pediatria, sem acompanhante, a criança menor de seis anos e o recém nascido devem ser classificados com necessidades de cuidados intermediários. Unidades de internação, com 60% ou mais de profissionais de enfermagem com idade superior a 50 anos, deverá ser acrescido 10% ao IST; As unidades deverão dispor, também, de 3 a 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem para cobertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e participação em programas de Educação Continuada. 1. Reconhecimento da situação; 2. Cálculo do pessoal de enfermagem; 3. Avaliação dos resultados. Análise das horas semanais, percentual de faltas (licenças, férias e faltas não-planejadas); A%= N x 100 A%= ausência por categoria F x D N= número de ausências mensal na categoria F= Número total de funcionários da categoria D= dias trabalhados no mês Análise e caracterização da clientela (tempo maior que três meses e coleta de diferentes amostras, uso da entrevista e do exame físico); Diferentes classificações: dependência total, parcial ou independência; cuidados intensivos, intermediários, prolongados, mínimos, ambulatoriais ou domiciliares. Força média de trabalho para cada tipo de cuidado: THE = NC x HA THE = Total horas enfermagem; NC = número de clientes para o tipo de cuidado; HA = tempo dispendido pela equipe nas 24 horas; Km = Constante Marinho DS = dias trabalhados na unidade por semana; JST = jornada semanal de trabalho (20, 30, 36h...) IST = Índice de segurança técnica = 15% = 1.15 QP= Km x THE QP=quadro de pessoal PE = (FTE 1 + FTE2 + ....FTEn ) x (1 + A% ) 100 Onde: PE= número médio de funcionários para cada unidade; FTE= Soma das forças médias de trabalho por tipo de cuidado; A%= percentual de ausência de pessoal de enfermagem. Por categoria profissional (enfermeiro, técnico, auxiliar, atendente); Por turnos de trabalho (manhã, tarde e noite); Processo dinâmico, complexo e influenciável; Não há uma fórmula universal para o sucesso desse processo; Houve melhoria da assistência de enfermagem? Fatores a serem considerados: Necessidades da clientela; Dinâmica da unidade; Características da equipe de enfermagem; Leis trabalhistas. Escala mensal; Escala diária; Escala de férias. Escala de pessoal ou escala de folgas; Consiste na distribuição dos elementos da equipe de enfermagem de uma unidade, durante todos os dias do mês e turnos de trabalho; São registradas folgas, férias e licenças; Pode ser feita por programas específicos, chefia de enfermagem ou demais membros. Leis trabalhistas; Regulamento da instituição, regimento do serviço de enfermagem, atribuições dos elementos da equipe de enfermagem; Duração semanal de trabalho do pessoal de enfermagem na instituição; Características da clientela, da dinâmica da unidade e da equipe de enfermagem; Humanização na elaboração da escala. Trabalho até 8 horas diárias e 44 horas semanais; Direito a, no mínimo, 1 descanso por semana (remunerado); Quando há trabalhos dominicais, pelo menos 1 domingo a cada 7 semanas; O intervalo mínimo entre uma jornada e outra deverá ser de 11 horas consecutivas; O trabalho noturno corresponde ao trabalho das 22 às 5. A hora noturna equivale a 52 min e 30 seg. da hora diurna; A mulher tem direito a 2 descansos especiais durante a jornada de trabalho, de meia hora cada, para amamentar o filho, até os 6 meses de idade; É obrigatória a concessão de um intervalo mínimo de 1 hora e no máximo 2 horas para repouso ou alimentação em trabalho contínuo, com jornada superior a 6 horas; Para jornadas de 4 a 6 horas é obrigatório um intervalo de 15 minutos; Até 15 dias (casos de doença devidamente comprovada); Até 2 dias consecutivos (falecimento de cônjuge, ascendente ou descendente, irmão ou pessoa sob sua dependência); Até 3 dias consecutivos (casamento); Por 5 dias (nascimento do filho – para homens); Por 1 dia a cada 12 meses (doação de sangue); Até 2 dias, consecutivos ou não (alistamento eleitoral); Período de cumprimento do serviço militar; Quando servir de testemunha (devidamente convocada); Durante o período de licença à gestante, 180 dias (Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008); Por 15 dias decorrentes de prorrogação da licença maternidade, com atestado médico, quando a mãe amamenta e a instituição não tem creche; Por 15 dias em caso de aborto não criminoso. 30h, 36h, 40h, 44h por semana; Regime de plantão: 6 horas, 12 x 36 e 12 x 60; Folgas semanais adicionadas dos feriados; Necessidades dos pacientes; Dinâmica da unidade; Demanda; Características pessoais; Relacionamento interpessoal dos membros. Atendimento das necessidades pessoais; Exceções (conceder horários especiais, mais tempo no plantão que o previsto) decididas pela equipe; Controle de pedidos com justificativas; Férias alternadas pelos meses concorridos; Afixar em local visível e em tempo hábil. Nome completo do funcionário e cargo; Usar os códigos M, T, SN; Ressaltar domingos e feriados; Registrar números de folgas por mês (feriados também); Evitar deixar folgas para o outro mês; Observar retorno das férias em dia útil; Distribuir folgas dominicais e em feriados de forma igual; Estipular prazos para requerimento de folgas; Período para elaboração da escala; Escala de atividades/escala de serviço; Evita a sobrecarga de trabalho e distribui equitativamente o trabalho; Elaborada pela enfermeira responsável pelo plantão. Método funcional: distribuição do atendimento de acordo com as categorias profissionais; Método integral: divisão dos pacientes pelos profissionais que darão atendimento integral; designação de um ou mais pacientes a uma enfermeira, que dará todo o atendimento a esses pacientes durante um turno de serviço. Normalmente, este método só é utilizado em unidades de terapia intensiva. Método do trabalho em equipe: divisão dos pacientes por pequenos grupos ou equipes; Considerar: Número e qualificação dos elementos da equipe; Área física; Volume e complexidade dos cuidados; Tipo de atividade a ser desenvolvida; Fazer rodízios nas atividades; Poderá ser feita com previsão para 1 semana ou1 mês, desde que seja revista e avaliada. Escala anual; Considerar satisfação pessoal e racionalidade; Deverá ser comunicada com pelo menos 30 dias de antecedência; O período deverá atender aos interesses do empregador; Poderá trabalhar 10 dias das férias, recebendo por isso; Em casos excepcionais poderá ser concedida em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos; As férias serão concedidas de uma só vez em menores de 18 e maiores de 50 anos; Os membros de uma mesma família, que trabalham na instituição, gozarão férias no mesmo período. Evitar acúmulo de funcionários tirando férias na mesma época; Sobrecarga de trabalho a funcionários com acúmulo de férias; Conhecer os meses de maior demanda na instituição; Tratamento imparcial e justo para todos os funcionários. Não deixe de aprender a fazer escalas: http://www.escala.fmb.unesp.br/
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