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Pressupostos Processuais

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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Conceito: São os requisitos mínimos necessários para o estabelecimento de uma relação jurídica processual válida e regular. Dizem respeito ao processo comum um todo ou a determinados atos específicos, divergindo, neste ponto, das condições da ação, que não dizem respeito ao meio e sim à possibilidade de atingir o fim do processo – o exercício da jurisdição. 
Não há consenso na doutrina quanto à classificação dos pressupostos processuais, podendo destacar-se duas delas:
Pela doutrina clássica:
1. Existência
1.1. Órgão investido de jurisdição – é preciso que exista um órgão jurisdicional para que se tenha um processo. 
1.2. Ato de provocação (demanda) – o processo exige um ato inicial para nascer. É preciso que haja um ato inicial de prosseguimento. 
1.3. Partes – existência de partes 
2. Validade
2.1. Competência do órgão jurisdicional e sua imparcialidade
* Quanto à competência, vale ressaltar que o pressuposto de validade só não existirá em caso de incompetência absoluta, visto que a incompetência relativa, caso não seja alegada pelo réu, levará à prorrogação da competência. 
2.2. Capacidade de ser parte (capacidade de ser titular de direitos), de estar em juízo (capacidade processual ou legitimatio ad processum) e postulatória – a primeira é a aptidão de ser sujeito do processo. É a personalidade judiciária. A capacidade de ser parte é absoluta, ou seja, ou se tem ou não se tem. Tem capacidade de ser parte todo sujeito de direito (pessoas físicas, jurídicas, nascituro, condomínio, espólio, massa falida, herança jacente, tribos, nondum conceptus (ainda não concebido, prole eventual). 
 Quem não tem capacidade de ser parte? Os mortos e os animais. Em relação aos animais há uma peculiaridade (no STJ está tramitando um processo de direito dos primatas não humanos – se eles são sujeitos de direito incapazes), já que se eles foram considerados sujeitos de direito terão capacidade de ser partes.
	
* A capacidade de estar em juízo distingue-se da legitimatio ad causam, na medida em que esta é, normalmente, definida em função dos elementos fornecidos pelo direito material, representando uma condição da ação.
	A capacidade postulatória é a aptidão para praticar atos processuais. Normalmente, a capacidade postulatória é atribuída aos Advogados, Defensores Públicos e MP. A regra é de que os leigos não têm capacidade postulatória, porém há casos em que ela é atribuída (HC, Juizados Especiais até 20 salários mínimos, na Justiça do Trabalho, os Governadores de Estado têm capacidade postulatória na ADI e ADC, o alimentando pode pedir alimentos sem Advogado, mas não pode prosseguir no processo sem Advogado, a mulher que alega ser vitima de violência doméstica pode pedir as medidas protetivas sem advogado, se na Comarca não houver Advogado a parte pode demandar – art. 36, CPC, se todos os advogados recusarem a causa, a parte pode postular só em juízo) 
 A natureza jurídica do estagiário de direito é de relativamente incapaz, devendo ser assistido por um Advogado. 
 Há uma discussão se a capacidade postulatória é pressuposto de existência ou validade. De acordo com o esquema do professor, ela é pressuposto de validade. Deve atentar para a questão de uma pessoa que pratica um ato sem ser advogado, esse ato é nulo (art. 4º do Estatuto da OAB), o problema é a situação onde um ato é praticado por Advogado sem procuração, neste caso não se está diante de um problema de capacidade postulatória já que ele é advogado, mas esse ato é existente e válido mas não pode produzir efeitos em relação ao suposto cliente, podendo este ratificá-lo (art. 37, p. único do CPC – problema já que diz que o ato não ratificado será tido por inexistente, respondendo o Advogado por perdas e danos – por conta disso é que aparece no concurso que a capacidade postulatória é pressuposto de existência) 
 Súmula 115 do STJ – na instância especial é inexistente recurso interpostos por advogado sem procuração nos autos
2.3. Demanda regularmente ajuizada (petição inicial – partes, pedido e causa de pedir)
Há quem diga que pressupostos processuais de validade é uma expressão atécnica. Se são pressupostos de validade devem ser chamados de requisitos de validade. Se na prova aparecer pergunta dissertativa “explique os requisitos processuais de validade”, o examinador quer saber dos pressupostos processuais de validade. 
Pela doutrina moderna:
1. Pressupostos processuais subjetivos (ligados aos sujeitos da relação processual)
1.1. Órgão estatal investido de jurisdição, competente e imparcial
1.2. Partes com capacidade para ser parte, postular em juízo e capacidade processual
2. Pressupostos processuais subjetivos (ligados à demanda) 
2.1. Extrínsecos – são requisitos externos à relação processual e que dizem respeito à inexistência de fatos impeditivos à sua constituição. São aferidos de forma negativa, pois devem inexistir:
a) coisa julgada
b) litispendência: é a repetição de uma petição idêntica (mesmas partes, mesmo pedido e mesma causa de pedir) a outra ação que ainda se encontra em curso. 
c) convenção de arbitragem
d) fato impeditivo ao direito de ação: perempção 
2.2. Intrínsecos – são requisitos intrínsecos à relação processual, relativos à subordinação dos procedimentos às normas legais. São eles:
a) citação válida
b) intimação do Ministério Público que atuará como fiscal da lei (art. 82, do CPC) ou como parte na demanda.
c) regularidade procedimental: 
Há diversas tentativas de sistematização desses pressupostos, no entanto todas são certas. A preocupação deve saber o que eles são e não suas classificações.
 Todo mundo sabe que o processo é um conjunto de atos. Cada ato processual é uma unidade, tem sua existência e sua validade. O processo pode ser visto com uma unidade, composta de várias unidades. Pressupostos processuais são pressupostos do processo e não dos atos do processo. Cada um dos atos tem seu próprio pressuposto (ex: motivação da decisão é um pressuposto da decisão e não do processo como um todo)
 Há uma tendência doutrinária em que o Professor Fredie, Marinoni e Bedaque, de se entender que se os pressupostos são de validade, o exame deles deve submeter-se ao sistema de invalidade do Código. O que significa dizer que não há nulidade sem prejuízo. A essa tendência que vem tentando aplicar o sistema de nulidade à análise dos pressupostos de validade deu-se o nome de “instrumentalidade substancial das formas”, que nada mais é a aplicação do principio da instrumentalidade das formas aos pressupostos processuais. 
QP – A falta de um pressuposto processual de validade pode ser ignorada se não acarretar nenhum prejuízo? Hoje, é preciso investigar se a falta dele causou ou não prejuízo; se não houve prejuízo, deve-se ignorar a falta e prosseguir a análise do mérito.
 No CPC há uma autorização para o juiz julgar improcedente a ação sem citação do réu. 
OBS – Existe uma escola brasileira que tem por característica de colocar a citação como pressuposto de existência do processo (PUC/SP). O problema é que eles não são um qualquer (Arruda Alvim, Nelson Nery, Tereza Wambier). Só que o processo nasce antes da citação, com a propositura da demanda. 
 Com a citação, o processo que já existe, se torna eficaz para o réu. A citação é uma condição de eficácia do processo para o réu, e um requisito de validade da sentença porventura proferida contra o réu. 
 A falta de citação para o pessoal da PUC gera sentença inexistente contra o réu. E por ser inexistente, pode ser impugnada a qualquer tempo por uma ação declaratória de inexistência que, alguns deles, denominam “querela nullitatis”. Para os outros que não colocam a citação como pressuposto de existência, a sentença eventualmente proferida contra o réu não citado, seria uma sentença nula e não inexistente e aí ela deveria ser impugnada por uma ação de nulidadeda sentença (querela nullitatis). 
 Só cabe essa ação se o réu não citado foi revel. 
OBS: Para Barbosa Moreira, os pressupostos extrínsecos devem ser considerados como condições da ação. Essa concepção não prevalece. 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE CAPACIDADE
 Capacidade processual (capacidade de estar em juízo ou legitimidade ad processum) – é a capacidade para praticar atos processuais. 
 É a mesma capacidade civil só que no processo. 
 Dica – capacidade de ser parte se relaciona com a personalidade, já a capacidade processual se relaciona com a capacidade civil. 
 Quem tem capacidade civil, tem capacidade processual. Essa regra comporta exceções. As pessoas casadas são civilmente capazes, só que sofrem algumas restrições na capacidade processual. Até a entrada em vigor do Código Civil de 2002, uma pessoa com 18 anos era relativamente incapaz e, não obstante poderia demandar nos Juizados Especiais sozinho. 
 Se o juiz constata a falta de capacidade processual, deve corrigir esse defeito. Se não houver correção, as conseqüências variarão conforme três situações: se o autor não tiver capacidade processual, o juiz mandará suprir, pena de extinção do processo; se o réu não tiver capacidade processual, o juiz mandará suprir, pena do processo prosseguir à revelia do réu; e se for um terceiro, o juiz mandará suprir, pena de expulsão do processo. (art. 13, CPC) 
 Capacidade processual das pessoas jurídicas – se você diz que as pessoas jurídicas são representadas, entende-se que elas são incapazes (Frederico Marques). As pessoas jurídicas não são incapazes, até porque rigorosamente não são representadas em juízo, são na verdade presentadas em juízo. 
 O que é presentar? Na representação há sempre dois sujeitos (representante e representado). Na presentação não há dois sujeitos, é um sujeito só, é uma relação orgânica (se a boca fala, quem fala é a pessoa; se a mão escreve, quem escreve é a pessoa – quando o Lula age, quem age é o Brasil – Lula é presidente e não represidente).
 Capacidade processual das pessoas casadas - peculiaridades 
	Pólo ativo (art. 10, caput, CPC)
	Pólo passivo (art. 10, §1º, CPC)
	Ações Possessórias (art. §2º, CPC) 
	- Se o autor for casado, só pode propor ação real imobiliária com o consentimento de seu cônjuge. (não se impõe um litisconsórcio necessário ativo, basta o consentimento). Um cônjuge pode pedir para o juiz suprir o consentimento do outro cônjuge. 
- Se o regime for de separação absoluta, não precisa do consentimento (art. 1.647 do CC)
	- Os cônjuges têm que ser citados em litisconsórcio passivo necessário.
- I e IV – ações reais imobiliárias contra uma pessoa casada, tem que citar o cônjuge 
- II e III – cuidam de obrigações solidárias entre os cônjuges – nas obrigações solidárias decorrentes de atos ilícitos, ambos devem ser citados; o inc. III deve ser interpretado de acordo com os arts. 1643/1644 do CC, que dizem que quando um cônjuge contrai dívida para a economia doméstica, o outro é solidário. 
	- Se aplica a ambos os pólos (ativo e passivo), seguindo a mesma metodologia. 
- Se se tratar de composse ou de ato praticado por ambos os cônjuges, se exige o consentimento (pólo ativo) ou o litisconsórcio passivo necessário (pólo passivo)
 
* As exigências do consentimento se aplicam às pessoas que vivem em união estável? Tem doutrina que diz que é possível estender as exigências às pessoas que convivam em união estável, a fim de proteger o patrimônio; e existe doutrina que entende que não deve ser estendido a norma à união estável por ela ser informal (porque não se sabe quando iniciou a união estável, geraria uma insegurança muito grande)
 Para o professor, se nos autos houver notícia da união estável, o juiz deve exigir o consentimento. 
* O art. 1.649 do CC diz que a nulidade do ato praticado sem consentimento só pode ser decretada a pedido do cônjuge preterido, o que significa dizer que o juiz não pode de oficio indeferir a petição inicial. 
 Curador Especial – representa a pessoa no processo. O juiz designa o curador especial para suprir uma incapacidade processual no processo, ou seja, terminado o processo o curador especial desaparece. 
 O curador especial pode ser designado por qualquer juiz, já o curador do interdito só pode ser designado por qualquer juiz. 
 Quem pode ser curador especial? Defensoria Pública – é uma função atípica, pois não está relacionada a questões financeiras. Se na localidade não houver defensoria pública, qualquer pessoa capaz pode ser curador especial (normalmente se nomeia Advogado)
 O curador especial pode praticar todos os atos de defesa do curatelado (recorrer, produzir prova, contestar etc). Até se entende que ele pode embargar a execução (Súmula 196 STJ), pode impetrar MS contra ato judicial e com cautelar incidental. 
 CUIDADO – o curador especial não pode reconvir 
 O curador especial não é parte, ele é representante da parte e por isso mesmo não pode dispor do direito discutido. Se o curador especial não fizer a defesa, será destituído pelo juiz e outro será nomeado. 
 Casos em que será nomeado: art. 9º do CPC
Quando o incapaz não tiver representante legal
Quando o incapaz está em litígio com o representante
Réu revel, citado por edital ou com hora certa.
Réu preso

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